Prêmio Levino-Fanzeres

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COLETIVO 028 MEMORIAL DESCRITIVO

LEVINO 2019

OBRA DE JULIO CESAR PIRES COLETIVO028

território da desordem: des/progresso cotidiano


TERRITÓRIO DA DESORDEM: DES/PROGRESSO COTIDIANO Memorial descritivo da obra de Julio Cesar Pires

O Brasileiro acompanha, cotidianamente, uma avalanche de notícias a respeito do Governo através das telas dos aparelhos móveis e das redes sociais: a desordem instalada no cenário político se reforça, todos os dias, com notícias e declarações infames vindas do presidente que vão de ataques a nordestinos, passando por uma auto comparação ao cartoon Jonny Bravo, até declarações a respeito de defecar dia-sim-dia-não. O aparelho telefônico usado pela maioria dos brasileiros para apoiar e propagar a campanha de Bolsonaro, é o mesmo usado hoje para assistir de mãos atadas ao apocalipse político, cultural e ético brasileiro. As minorias, obviamente, são os grupos mais atingidos não só pelas declarações presidenciais, mas principalmente pelas decisões do governo: atualmente, vivemos uma dizimação da cultura e dos direitos indígenas.


TERRITÓRIO DA DESORDEM: DES/PROGRESSO COTIDIANO

O Brasil acolhe 1 milhão de Indígenas espalhados por 300 tribos, das quais 100 não são contatáveis. Encorajados pela promessa do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, de abolir as reservas Indígenas, e abrir a terra para exploração comercial, madeireiros ilegais, garimpeiros e usurpadores de terras públicas, muitas vezes armados, têm-se infiltrado nos territórios Indígenas protegidos. No norte do país, por exemplo, estima-se que 20 000 exploradores de ouro ilegais tenham entrado na reserva Yanomani, que é uma das maiores áreas Indígenas no Brasil. A extração mineira polui os rios com mercúrio e sedimentos, desgasta as margens dos rios, destrói árvores e cria largas lagoas de água estagnada que são meios favoráveis à reprodução de mosquitos. As pessoas ilegalmente infiltradas também podem transmitir doenças para as quais a população Indígena tem pouca ou nenhuma imunidade.


TERRITÓRIO DA DESORDEM: DES/PROGRESSO COTIDIANO

A presidência de Bolsonaro representa a ameaça mais séria para a população Indígena Brasileira desde a Constituição de 1988, que garantiu à população Indígena o direito de usar a sua terra em exclusividade. A pressão internacional em Bolsonaro, para parar a destruição da floresta tropical e proteger o território Indígena da intrusão ilegal, é crucial para assegurar a integridade e autonomia da população Indígena do país e protegê-los de mais prejuízos. A obra Território da Desordem: DES/PROGRESSO COTIDIANO, inscrita para o Levino 2019, vem provocar reflexões acerca do holocausto da cultura indígena no país em nome do progresso; a obra vem também refletir acerca da noção e definição de progresso do atual governo.


TERRITÓRIO DA DESORDEM: DES/PROGRESSO COTIDIANO

A obra de Julio Cesar Pires é dividia três partes: A primeira delas, um iPhone que recebe uma fotografia impressa em papel especial, o mesmo usado na produção de tatuagens temporárias. A imagem é fixada a base de água, fixada sob espelho colado na tela do aparelho móvel. No segundo plano, um retrato de uma indígena, com intervenções violentas como riscos, furos e distorções feitas manualmente através de estiletes. O último plano da obra é composto por um foamboard, que recebe as mesmas intervenções da fotografia, sendo as intervenções preenchidas com cetim vermelho, tecido este que “escorre” da obra em sua base.



Tamanho da Obra: 30x40cm Técnica: Fotografia - Impressões fotográficas sob superfícies diversas Moldura preta com vidro frontal. Valor da Obra: R$ 3.900,00 Imagem deve ser pendurada na galeria com o suporte disponível nas costas da moldura, deixando o cetim solto, conforme imagem acima.








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