Complemento sobre Drogas

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Expediente Autoria: Tadeu Carlos da Silva – Coordenação geral: André Oliveira de Guadalupe – Supervisão editorial: Sandra Castro – Coordenação de arte: Kleber de Souza Portela – Projeto Gráfico e Diagramação: Julio César da Silva – Edição: Marília Lourenço dos Santos – Revisão: Adams Almeida Lopes – Capa: Rafael Coelho Vilarino.


O termo DROGA tem vários significados na língua portuguesa. Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), refere-se a qualquer substância não produzida pelo organismo que tenha a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, desencadeando alterações em seu funcionamento. Mas, normalmente, as “drogas” são associadas a substâncias entorpecentes. As drogas podem ser divididas em dois grupos, segundo o critério de legalidade: lícitas e ilícitas, mas é importante salientar que neste texto serão consideradas as leis brasileiras, já que em outros países a legalidade das drogas pode ser distinta.

os químicos lícitos ou não. Por esse motivo, as drogas são chamadas psicotrópicas (psyche = mente e tropos = “mudança de direção”), pois atuam no cérebro, alterando de alguma forma o psiquismo. Assim, são também conhecidas como substâncias psicoativas. Segundo os critérios mais atuais, as drogas psicotrópicas dividem-se em três grupos: depressoras, estimulantes e perturbadoras do sistema nervoso. • As drogas depressoras fazem o cérebro funcionar de forma mais lenta, reduzindo a atividade motora, a ansiedade, a atenção, a concentração, a capacidade de memorização e a capacidade intelectual. Como principais exemplos, podem ser citados o álcool, os barbitúricos, os benzodiazepínicos inalantes e os opiáceos.

As DROGAS LÍCITAS são aquelas produzidas e comercializadas de acordo com a lei, o que não significa que elas não podem ser prejudiciais. Dois importantes exemplos são o cigarro e o álcool, que respondem por 8,1% dos problemas de saúde em todo o mundo, contra apenas Considerando apenas a 0,8% dos causados pelas drogas ilegais, segundo a OMS. Existem também as usadas como legislação vigente de um medicamentos, que podem auxiliar no tratamento e na cura de doenças, mas que são tam- país, a legalidade ou não de bém procuradas para utilização como entorpecentes. Algumas delas, portanto, deveriam ser uma droga é historicamente vendidas somente com receita médica, como é prescrito para as anfetaminas (moderadoras variável e não está relaciode apetite) e as benzodiazepínicas (redutoras de ansiedade), mas isso nem sempre acontece. nada, necessariamente, à

• As drogas estimulantes aceleram a atividade de determinadas funções do sistema nervoso central, gerando um estado de alerta exagerado, insônia e aceleração dos processos psíquicos. Exemplos: anfetaminas, cocaína e tabaco (cigarro).

• As drogas perturbadoras produzem uma série de distorções qualitativas no funcionamento do cérebro, como delírios, alucinações e alteração na percepção sensorial. Por essa raAs DROGAS ILÍCITAS são aquelas cuja gravidade de seus efeitos. zão, são também chamadas de alucinógenos. Os principais exemplos são a maconha, o LSD, comercialização é proibida pela legislação, e, o ecstasy, os anticolinérgicos, o crack e o oxi. assim, são menos aceitas socialmente. É o caso da maconha, da cocaína, do crack, entre outras. O vício causado pelas drogas tem uma razão fisiológica, Considerando apenas a legislação vigente de um país, a pois o cérebro é estimulado pela química da droga e desenlegalidade ou não de uma droga é historicamente variável e cadeia a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável não está relacionada, necessariamente, à gravidade de seus pela sensação de prazer. A necessidade da droga, a compulsão, efeitos. O álcool, por exemplo, é aceito há milhares de anos em obedece a um ritmo biológico, em que o organismo, acostumuitas culturas e povos, mas pode ocasionar efeitos físicos e mado com os neurotransmissores, pede mais droga. Assim, tosociais muito negativos. dos os tipos citados podem levar o usuário ao vício ou à dependência química, não lhe permitindo a capacidade de moderar É fato que a humanidade sempre buscou produtos químiou excluir seu uso. cos para obter estados alterados de consciência, interferindo no A seguir, vamos tratar dos principais tipos de drogas confuncionamento do sistema nervoso, lhe causando prazer, sejam sumidas no Brasil.

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DROGAS

Reprodução

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Jarp3/Dreamstime.com

Darnok/Morguefile

DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO

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ÁLCOOL

O álcool é consumido de forma oral e muitas vezes de maneira indiscriminada. Os principais efeitos físicos de seu uso são: tontura, náuseas, vômitos, ressaca, dificuldade na fala, distúrbios do sono, problemas motores e dificuldade respiratória. Quando ingerido em doses elevadas pode ocasionar coma alcoólico e até óbito. A OMS já estabeleceu como doenças associadas ao alcoolismo a miocardiopatia alcoólica (inchaço do coração), degeneração do sistema nervoso, gastrite alcoólica, pancreatite crônica, além de hepatite e cirrose, entre outras. Essas doenças são resultado do uso contínuo do álcool. Como efeitos psicológicos resultantes

do consumo da droga, podem ser citados o comportamento agressivo e/ou depressivo e a dependência psíquica. As tonturas e os problemas motores, causados pela ingestão de álcool, podem acarretar graves acidentes de trânsito, motivo pelo qual foi instaurada a Lei Seca em 2008 (Lei 11.705 do Código de Transito Brasileiro), que proíbe o consumo de bebida alcoólica em quantidade superior a 2 dg de álcool por litro de sangue por condutores de veículos (ou 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro). A fiscalização foi aumentada e as consequências também, como detenção e perda da carteira de habilitação.

COLA DE SAPATEIRO A cola de sapateiro é um produto inalante, composta por um solvente denominado tolueno e similares químicos. É a terceira droga mais consumida no Brasil, perdendo somente para o tabaco e o álcool, ou seja, a primeira entre as ilícitas. Seus efeitos são similares aos do álcool, sendo marcantes os quadros de

alucinações e perda da coordenação motora, seguindo-se de uma depressão. O uso contínuo pode afetar o cérebro do usuário de forma semelhante à cocaína, podendo levar a danos neurológicos irreversíveis, causando ainda lesões nos rins, no fígado e na medula óssea.

LANÇA-PERFUME - LOLÓ O lança-perfume é uma droga inalável, com solventes químicos a base de cloreto de etila. Geralmente, é embalado em tubos na forma líquida mediante alta pressão e bastante utilizado em festas de Carnaval. Seu consumo provoca efeitos que podem variar conforme a quantidade inalada. Ele age no sistema nervoso central e causa desde um pequeno zumbido nos ouvidos até fortes alucinações,

provocando a aceleração da frequência cardíaca, dor de cabeça e abdominal, fraqueza muscular, náuseas, hemorragias nasais, lesões no fígado, rins e pulmões, falta de coordenação e de apetite, diminuição da capacidade de ouvir e de respirar. Como alterações psíquicas, podem ocorrer mudanças drásticas de humor e causar agressividade.

HEROÍNA - OPIÁCEO O ópio e seus derivados são substâncias que podem ser extraídas das flores da papoula (planta do gênero Papaver) ou produzidas sinteticamente em laboratório. Os principais alcaloides provenientes do ópio agem de maneira a deprimir ou excitar diferentes sistemas do organismo: - Morfina, que apresenta influência deprimente do sistema nervoso central; - Codeína, que atua no sistema respiratório; - Tebaína, papaverina, narcotina e a narceína, que atuam paralisando fibras muscu-

lares de alguns órgãos, como o estômago; - Laudanosina e tebaína, que têm ação excitante. Em função de tais ações no corpo, a medicina o utiliza como medicamento analgésico (morfina e papaverina). Usado como droga (principalmente de forma injetável), ele provoca dificuldade de dicção, ritmo lento, pálpebra caída, problemas com visão noturna, sonolência, depressão respiratória ou respiração ofegante, pele seca, infecções de pele, e um alto risco de óbito por overdose.


DROGAS

CIGARRO - TABACO O cigarro é uma droga lícita no país, feito de uma porção de tabaco (ou fumo) seco e picado enrolado em papel fino ou em palha de milho (no caso dos cigarros de palha). É, portanto, fumado. A nicotina (substância base presente no tabaco) é um estimulante poderoso e um dos principais fatores viciantes do cigarro. Atualmente, o cigarro é vendido em maços de 20 unidades, de forma industrializada, mas a criação original do cigarro foi relacionada à cultura dos antigos povos ameríndios. Posteriormente à utilização de tabaco em pó para se cheirar com finalidades terapêuticas, o cigarro passou a ser consumido apenas por prazer e, cada vez mais, o ato de fumar foi associado à uma forma de afirmação do indivíduo, de status e, até mesmo, de sensualidade. Hoje, pode-se considerar que fumar está muito mais ligado ao ritual que envolve o ato de fumar do que à própria nicotina. Apesar disso, está comprovado que quanto mais se aumenta o conhecimento a respeito dos malefícios do cigarro, aumenta o número de abandonos ao vício por parte dos fumantes, segundo o Departamento de Controle de Tabaco da OMS. A fumaça do cigarro prejudica diretamente o funcionamento do sistema

coração-pulmão, através do empedramento dos alvéolos pulmonares pelos componentes químicos da fumaça do cigarro. Assim, o organismo passa a ter menor oxigenação nos tecidos. Como efeitos colaterais físicos do fumo, podem ser citadas as doenças cardiovasculares, o amarelecimento dos dentes e o cancro da boca, da língua, do esôfago, da faringe e da laringe. A insuficiência respiratória é um dos pricipais efeitos, o que força o coração a bater mais rápido para maior captação de oxigênio, diminuindo, assim, sua vida útil. Além disso, o tabaco provoca infertilidade, problemas de erecção e aborto. É importante destacar a ocorrência do fumante passivo, que é a pessoa que não fuma, mas está exposta à fumaça de cigarros de parentes, amigos, colegas de trabalho ou em ambiente público. O cigarro é o maior poluidor ambiental doméstico, segundo a Organização Mundial da Saúde. Como as pessoas passam grande parte do tempo em locais fechados, há grande risco de exposição excessiva a essa fumaça. Os efeitos nocivos em fumantes passivos são os mesmos que ocorrem nos fumantes ativos. Por isso, vários estados brasileiros têm aprovado leis que restringem o uso de cigarros em locais fechados.

caminhoneiros). As principais consequências físicas de seu uso são: pressão arterial elevada, convulsões, pupilas dilatadas, tontura, insônia, falta de apetite, desnutrição e hepatite. Como efeitos psíquicos, podem causar dependência química, irritabilidade, ansiedade, paranoia, psicoses, depressão e agressividade.

Liam Skoda/Wikipedia

As anfetaminas (anfetamina, metanfetamina) são substâncias sintéticas, produzidas em laboratório, que atuam acelerando (estimulando) a atividade do sistema nervoso central, usadas, portanto, como inibidores de apetite na medicina. Como droga, são consumidas de diversas formas: via oral (comprimidos), injeção ou fumo; além disso, buscam a redução do sono (usadas como “rebites” por

muito pouca comida em função do efeito da coca, com ação supressora da fome. Ainda hoje há o consumo legal da folha de coca sob a forma de chá em alguns países (como Peru e Bolívia), mas mesmo em grandes quantidades leva à absorção de uma dose de cocaína insignificante. A droga cocaína (hidroclorido de cocaína, o pó branco) é produzida através da extração do componente químico da

Rotohead/Stock.xchng

ANFETAMINAS

COCAÍNA A cocaína (ou éster do ácido benzoico) é um alcaloide produzido pela planta da coca, a Erythroxylum coca. A folha da planta é usada há mais de 1200 anos pelos nativos da América do Sul, sendo que eles a mastigavam para ajudar a suportar a fome, a sede e o cansaço. Os Incas e outros povos andinos certamente conseguiam trabalhar em elevadas altitudes (com ar bastante rarefeito e frio) e com

Vjeran Lisjak/Stock.xchng

DROGAS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO

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DROGAS

planta, utilizando solventes como querosene, soda cáustica, gasolina, acido sulfúrico e carbonato de amônio. A partir do primeiro composto extraído também são fabricadas outras drogas, como o crack. O pó de cocaína é utilizado de duas maneiras: aspirada ou injetada dissolvida em água. Como efeitos físicos, o consumo eleva a temperatura do corpo e aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial, além de dilatar as pupilas. Há elevado risco de convulsões e AVC. O organismo fica em um estado de excitação, fazendo com que o usuário tenha sensação de po-

der, euforia, onipotência. Os movimentos e o estado de alerta aumentam (efeitos psíquicos), os pensamentos ficam acelerados e a pessoa tende a ficar mais comunicativa. Mas, embora haja a sensação de “prazer”, é gerada uma inquietude, deixando a pessoa tremula e impaciente. A substância também inibe a fome e o sono. O uso contínuo pode levar ao desenvolvimento de efeitos físicos crônicos (distúrbios cardíacos, respiratórios/nasais e gastrointestinais) e psíquicos crônicos (distúrbios psiquiátricos), além do risco constante de sofrer uma overdose.

sychonaught/Wikimedia Commons

Reprodução

U.S. Drug Enforcement Administration

U.S. Drug Enforcement Administration

DROGAS PERTURBADORAS DO SISTEMA NERVOSO

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ECSTASY O Ecstasy (3,4-metilenodioximetanfetamina – MDMA) é um derivado da anfetamina, sendo uma potente droga estimulante, com efeitos semelhantes aos da cocaína. O ecstasy é consumido por via oral. Produz efeitos imediatos, como alucinações visuais e auditivas, mas pode causar efeitos físicos, como sensação de boca seca, sudorese intensa, bruxismo, visão turva, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, náuseas e vômitos. Pode

causar morte por elevação da temperatura corpórea, que chega a atingir valores acima de 42°C. Como efeitos a longo prazo, podem ser gerados distúrbios psiquiátricos (incluindo pânico, depressão, ansiedade e paranoia), tensão muscular, problemas de sono, falta de apetite, convulsões, insuficiência renal, manchas roxas na pele, movimentos descontrolados da cabeça e do pescoço, inapetência e dificuldades respiratórias.

CRACK O crack é uma pedra derivada da cocaína e fumada em um cachimbo. Causa os mesmos efeitos físicos e psicológicos

observados no uso da cocaína, mas de forma altamente potencializada e extremamente viciante.

OXI É uma droga nova, ainda mais nociva que o crack, e também fumada em cachimbo. Oxi é a abreviação de oxidado e consiste em uma mistura da base livre de cocaína, querosene — ou gasolina, diesel

e até solução de bateria —, cal e permanganato de potássio. É altamente viciante e nocivo à saúde, podendo levar ao óbito rapidamente.

LSD (ÁCIDO LISÉRGICO) O LSD (dietil-amida do ácido lisérgico) pode ser considerado um dos alucinógenos mais potentes. Foi sintetizado a partir de um fungo (o “ergot” Claviceps purpurea). É consumido por via oral, embebido em pedaços de papel poroso, ou na forma de solução, em pílulas ou gelatina com

vários formatos. Como efeitos físicos, ocasiona aumento de temperatura e pressão, falta de apetite, insônia e tremores. Os efeitos psicotrópicos são as alucinações, que podem vir a se tornar crônicas. Em doses elevadas, pode causar a morte.


COGUMELOS ALUCINÓGENOS Alguns cogumelos (corpo de frutificação dos fungos) possuem substâncias como a psilocibina, que podem causar alucinações, mas também são razão de pesquisas médicas contra males como a enxaqueca. Sabe-se que no Brasil ocorrem duas espécies de cogumelos que causam alucinações, o Psilocybe cubensis (de onde é extraída a psilocibina) e o outro é espécie do gênero Paneoulus. O primeiro é encontrado em pastos, utilizando as fezes dos animais (gado)

como fonte de nutrientes. Outros cogumelos conhecidos são o Amanita muscaria, que podem causar alucinações. Quando usados como droga, são consumidos mastigados ou cozidos e tomados como chá. Entre seus principais efeitos físicos estão: pressão alta, sudorese, náuseas. Como efeito psicológico causam alucinações, com a percepção real de um objeto, som, cheiro ou toque que não existem.

Rohan523/Wikimedia Commons. Michalemaggs/Wikipedia

DROGAS

Muitas plantas também são utilizadas como drogas. A espécie Banisteriopsis caapi, uma trepadeira, é usada como rapé, infusão ou sorvida em forma de fumaça. Nela estão presentes o alcaloide dimetiltriptamina (DMT) e a harmalina (MAO), que combinados produzem ação alucinógena intensificada e prolongada. Outras plantas amazônicas também possuem DMT e são utilizadas em experiências religiosas. Como sintomatologias, podem ser citadas palidez, tremor, transpiração e fúria (provocados após dois minutos de sua ingestão); após dez minutos, cessa a excitação, havendo extrema exaustão, alterações de temperatura, medo ou coragem, visão turva, alucinações, fantasias, ânsia e horror. Os riscos decorrem das reações de pânico, sendo que o consumo do chá pode desencadear quadros psicóticos

permanentes em pessoas predispostas a doenças ou desencadear novas crises em indivíduos portadores de doenças psiquiátricas (transtorno bipolar, esquizofrenia). Outros exemplos de plantas alucinógenas são: Lophophora williansii (cacto peiote), que possui mescalina; a Myristica fragrans (conhecida como noz-moscada); a Nepeta cataria (erva-de-gato), que contém substâncias como a tanina; e drogas semelhantes à atropina, a Atropa belladonna e a Datura sp. (conhecida como trombeteira). Todas elas causam efeitos psíquicos alucinógenos, mas podem trazer efeitos colaterais físicos de diversos tipos, como náuseas e vômitos, sensação de peso nos braços e pernas, taquicardia, hipertermia e pele seca, sede e rubor, dor de cabeça, defecação e urinação involuntária ou retenção urinária, ou mesmo a morte.

Pancho Pantera/Stock.xchng

CHÁS ALUCINÓGENOS

A maconha é uma droga proveniente da planta Cannabis sativa, que possui a substância tetraidrocanabinol como componente. A droga é consumida na forma de cigarros preenchidos com as folhas ou as sementes maceradas. É também conhecida como haxixe, e seu uso causa, momentaneamente, excitação seguida de relaxamento, euforia e problemas com a definição de tempo e espaço. Como efeitos físicos, são observados palidez, taqui-

cardia, olhos avermelhados, pupilas dilatadas, sede e fome intensas. O uso contínuo de maconha pode gerar fortes ataques de ansiedade, percepção alterada, problemas de aprendizagem – com dificuldades de assimilar novas informações – e perda da memória imediata; também pode causar dificuldades para falar, ouvir e raciocinar e para solucionar problemas – com uso limitado da razão, concentração e coordenação.

Bogdan/Wikimedia Commons. U.S. Drug Enforcement Administration

MACONHA

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Por que as pessoas usam

drogas? Mesmo sabendo que as Drogas fazem mal a saúde e que, quando ilícitas, podem causar problemas com a justiça, por que muitas pessoas continuam a usá-las? Segundo a OMS, a faixa etária que inclui as pessoas que começam a usar drogas está diminuindo cada vez mais. Vemos na mídia, diariamente, crianças com menos de 10 anos que já usam maconha, bebidas alcoólicas, cola de sapateiro, cocaína e principalmente o crack. Esses jovens acabam tendo uma estreita relação com o mundo da criminalidade, já que o comércio é ilegal e constitui crime. As causas são diversas: insegurança, conflitos familiares, desinformação, crise existencialista, desejo de contestação, exclusão social, pobreza, relações de amizade grupais (“tribos”), entre outras. Assim, perceba como é difícil responder o que leva uma pessoa a consumir drogas. É importante lembrar que o vício causado pela droga não escolhe vítimas por suas características individuais, classe social ou poder aquisitivo. Pode ocorrer com qualquer um. Talvez a solução esteja no processo educacional, que começa em casa e continua nas escolas, no trabalho, nas Igrejas, valorizando a ética e a cidadania, para que sejam atingidos aqueles que escolhem a droga. Paralelamente, o governo e a justiça devem fazer valer a lei, punindo e tirando do convívio social dos traficantes e produtores de drogas. É um trabalho a longo prazo, mas temos a esperança de não ser impossível.


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