PM18 — Alasca 2016

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Quem V-Strom, não vê corações

J

ason aponta-nos as duas Suzuki alinhadas na rua, uma vermelha e uma cinza. A última — a versão XT da 650 — está equipada com jantes de raios e um pequeno «bico» à frente para reforçar que é uma moto de aventura, porventura. Cortámos a viagem em duas e, para cada uma, um modelo de moto distinto — Suzuki V-Strom 650 e a Cyclone RX3 250 — ambos alugados aqui, na referência incontornável para os viajantes de moto no Alasca. Colado nas malas de plástico pretas, um enorme autocolante branco transparente recorda quem as aluga. Não se encontram à venda, parecendo uma adaptação de uma mala profissional para transporte de material fotográfico. O espaço generoso permite-nos arrumar tudo, deixando fora apenas o saco de campismo, com a tenda, os sacos-cama e colchões. Completamos a arrumação na mala de depósito, procurando que não esconda por completo os

manómetros da japonesa. Os pneus mistos e as recomendações de Jason combinam — vamos apanhar muita lama escorregadia a subir pela Dalton Highway. Há um silêncio de breves segundos e lemos nos seus olhos apreensão pela escolha de viajarmos com pendura. Amarramos o pequeno jerricã, essencial para vencer a desolação acima de Coldfoot e partimos.

«Vemo-nos do outro lado»

Para a primeira metade da viagem escolhemos apontar a norte, esperançosos que o frio e chuva cheguem apenas no final de Agosto. A Suzuki teve um comportamento exemplar, mesmo quando, a chegar a Deadhorse, o terreno impunha respeito e cautela. — As minhas orações estão convosco. — benzia-se Christie antes de entrar no carro de segurança destinado a guiarnos pela estrada em obras. — Vemo-nos do outro lado — terminava, com um tom dramático. Trocámos um olhar silencioso, seguido de um encolher de

ombros — Não pode ser assim tão mau. — pensei. Subindo nas peseiras — apesar do guiador estar demasiado baixo para suportar longas tiradas a conduzir de pé —, levámos de vencida uma e outra vez o desafio lançado. Confiantes na prestação de condutores e motos, arriscámos fazer mais tarde a Denali Highway. Esperava-nos a chuva e o frio nesse dia. Desejámos os punhos aquecidos e acumulámos camada sobre camada de roupa A Suzuki V-Strom 650 foi uma surpresa agradável, um modelo bem escolhido para o percurso realizado, combinando um comportamento fiável e previsível do motor e da ciclística nos vários tipos de piso, com um conforto imaculado. A viagem foi feita com dois em cada mota, carregando material de campismo e depósitos auxiliares de gasolina para cobrir as distâncias maiores sem qualquer alternativa de abastecimento intermédia. Com uma etiqueta leve no preço — posicionamento claro da Suzuki — a qualidade do conjunto é muito boa não perdendo para modelos de outras marcas que custam bem mais do dobro.

Conforto Bastante confortável, tanto para o piloto como a pendura. Tirando um menos bem conseguido ajuste da altura do guiador para condução em pé, é irrepreensível.

Autonomia Mesmo carregada, o rendimento permite-lhe percorrer 340 km, o que é suficiente na grande maioria das vezes. E quando não chega, tem pontos de amarração para um pequeno jerricã.

125/dia

$

Carga Ainda que não sejam as malas de origem, a capacidade de carga e opções de amarração funcionam na perfeição.

Pendura Avaliada como confortável e fácil de se montar, permite uma boa visão da envolvência e pegas ergonómicas.

* O valor diário inclui $15 de seguro e outros tantos para redução de franquia em caso de perda total. Para quem planeia ir acima de Coldfoot, há uma tarifa adicional visto ser um local remoto, mais caro de resgatar em caso de avaria ou acidente. Avaliação da Cyclone 250

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