Jbemfolhas 70

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em

jb folhas o informativo do jardim botânico

Portas – quase – sempre abertas Gentileza e solidariedade dominam a relação entre vizinhos no JardimBotânico.(Páginas 8 a 11)

Abril/Maio 2017 | ano 14 | nº70 distribuição gratuita

Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá

Da Lagoa para a mesa  Em tempos de Carne Fraca, a pedida é peixe fresco da Colônia Z-13.  (Página 7)

A gente vê por aqui  Confira o programão do jornalista Fábio Júdice no Humaitá.  (Páginas 18 e 19)


Editorial  Vizinho, para que te quero!

20 anos de bairro, não posso reclamar dos vizinhos. Embora nem todos sejam de porta, muitos são de

Prezado leitor,

coração. Como a turma do prédio vermelho da Pio XI (na foto comigo), a qual eu chamo carinhosamente

Já dizia o provérbio árabe: “Antes de examinar a casa de “posto avançado”, por estar sempre pronta a aju(para comprar), examina os vizinhos.” Em se tratando dar nos eventos que organizo na badalada pracinha. E de Jardim Botânico, vale examinar o bairro como um assim a gente descobre que vizinho pode ser amigo. É todo. A região é pródiga em visó uma questão de boa vontade. Foi essa boa vontade que mo-

bem ou para o mal. Histórias é o

veu a turma da Associação de

que não faltam. Eu me lembro

Moradores do AltoJB a adotar a

de algumas boas, como a de um

praça Dag Hammarskjoeld, dan-

morador da Oliveira Rocha, que

do trabalho aos jovens do projeto

comemorou a maioridade da

Pró-Florescer, do JBRJ. Outro

filha, numa noite de sábado e

exemplo que faz

virou o principal assunto do grupo da AMAJB. Naquela

a diferença é Car-

época, saí em defesa do amigo. Afinal, que vida é essa

los Batista Maracajá,

que a gente não pode se divertir e falar um pouco mais alto de vez em quando? Já no ano passado, durante o Brechó na Pracinha, outro vizinho foi para as redes so-

FOTOS: CHRIS MARTINS

zinhos que fazem barulho. Para o

gerente da Comlurb, nosso entrevistado da página 12. Ele e

ciais, em plena tarde de sábado, reclamar da ocupação sua equipe fazem bonito o ano todo, especialmente no da praça, dizendo que o som era horrível, assim como carnaval, após a passagem dos blocos (foto ao lado). as roupas e as pessoas que estavam na Pio XI. Calma

No quesito diversão, não faltam opções nas colulá. Tudo bem que o morador esteja infeliz por ter de nas Indica (páginas 14 e 15) e Estante (página 16). trabalhar em pleno final de semana, mas não vale es- Além disso, Betina Dowsley descreve sua experiênculachar os que estão se divertindo!

cia de “teatro em casa”, na coluna Eu conheço um

Para não ficar apenas no lado negativo, a equipe lugar (página 17). do JB em Folhas saiu em campo buscando exemplos

Até junho.

de boa vizinhança, como você poderá ler em nossa

Christina Martins Editora

matéria de capa, a partir da página 8. Ao longo de

Expediente

Foto da capa: Chris Martins

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

Telefone: 3874-7111/ 98128-6104

www.armazemcomunica.com.br Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá | designjungle.com.br Revisão: Carla Paes Leme Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Estagiária de Redação: Sheila Gomes 2

Tiragem: 5.000 exemplares e-mail: jbemfolhas@armazemcomunica.com.br www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico site: www.jbemfolhas.inf.br e www.issuu.com/jbemfolhas

Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea e do Humaitá.


O maestro Antonio Simão traz o “tom”

CHRIS MARTINS

Cara do JB  Antonio Simão

no nome. Sua ligação com a música começou por acaso, vendo o pai tocar violão nas reuniões familiares. Aos 13 anos, entrou para o curso de violão na Escola de Músicos, no Jardim Botânico, e, mais tarde, para o Instituto Villa-Lobos. Hoje, aos 23 anos, ele cursa Bacharelado em Música, no Conservatório Brasileiro de Música, e está à frente do Coral do JB, cujos ensaios acontecem às segundas-feiras, no Centro Integrado de Artes Tablado, com mensalidade de R$100. Foi a tia Luize quem sugeriu ao jovem criar um coral no bairro, quando ele pensava em como direcionar sua carreira de músico e se recuperava de um linfoma. O grupo começou a ensaiar em 2014, na Igreja São José. O repertório tem como foco a MPB. O objetivo é fazer uma reeducação musical de uma maneira mais tranquila, na qual as pessoas curtam a música, sem dificuldade”, explica. O Coral do JB já fez quatro apresentações e começa a se preparar para a próxima, em agosto, em comemoração a seus três anos de existência. Além do coral e do estudo, o jovem maestro está com a agenda cheia. Acabou de fazer um curso de regência com Isaac Karabitchevsky e, em outubro, embarca para Miami, onde vai participar de dois workshops na Disney, abertos ao público em geral. Coral do JB | Segundas, das 20h às 22h Contato: anpevasi@icloud.com/ 97621-1447 3


Folhas do Jardim

mesmo do Parque Lage, mas ainda não há uma data definida para sua inauguração no JBRJ.

Novidades na mansão Lage Mobilidade urbana para crianças

Desde março, o novo

diretor do Parque Lage Visando à conscientização da turma miúda para a é o economista e cole- importância da mobilidade urbana, a AMAJB está cionador de arte Fábio apoiando a realização de oficinas nas praças do bairro Szwarcwald. Ex-diretor com atividades lúdicas e divertidas para as crianças. DIVULGAÇÃO

da Associação de Ami- O tema é abordado gos da EAV Parque La- por meio de desenhos, ge (AMEAV) e da OS pinturas, rodas de leiOca Lage, Fábio man- tura com o livro “BiCHRIS MARTINS

teve Lisette Lagnado cicleta amarela” (idecomo diretora pedagó- alizado pela Ameciclo gica da Escola de Artes – Associação MetropoVisuais. Outra novidade da instituição é a mudança de litana de Ciclistas do local da biblioteca. Antes situado ao lado do restau- Grande Recife) e baterante, o setor trocou de lado na mansão, incorporou -papo sobre mobilidade com a coordenação de Môniuma varanda e abriu ao público o banheiro original de ca Simões, diretora da associação. As duas primeiras Gabriela Besanzoni (cantora lírica italiana casada com edições foram realizadas nas praças Pio XI e Ricardo o empresário Henrique Lage, que construiu o palacete Palma. A próxima Oficina de Mobilidade Urbana está em sua homenagem), todo forrado em mármore rosa marcada para o dia 23 de abril, na praça da Igreja São importado da Itália. Segundo a bibliotecária Rubia Lui- José da Lagoa, das 10h às 12h.. za Silva, os frequentadores aprovaram o novo espaço,

Livros para todos

em especial a banheira – esculpida em um único bloco de granito – cheia de almofadas para uma leitura

A Escola Nova dispo-

mais aconchegante. A Biblioteca aceita doações de

nibiliza em sua porta

novos títulos, que devem ser previamente aprovados

uma estante para tro-

pela Coordenação de Pesquisa, por meio do e-mail

ca de livros infantis.

eav.biblioteca@gmail.com.

As crianças – estudantes ou não da instituição – podem pegar ou

O corredor cultural do Jardim Botânico do Rio de Ja-

deixar uma publicação,

neiro – como é conhecido o principal acesso ao parque – não está em seus melhores dias. O Museu do

BETINA DOWSLEY

À espera de dias melhores

sem passar por qualquer controle. A estan-

Meio Ambiente segue com a mesma programação te fica na calçada da rua Lineu de Paula Machado, de do ano passado, e o Teatro Tom Jobim está fechado segunda a sexta, das 8h às 17h. desde o final de 2016. Além disso, o La Bicyclette encerrou suas atividades no local devido ao térmi-

Novidades no comércio local

no de seu contrato de cinco anos com o instituto de O ano começa com algumas promessas comerciais 4

pesquisas. O espaço será ocupado pelo Plage Café, o – ainda não confirmadas – no bairro. Entre elas, es-


tão o tão sonhado Hortifruti, onde ficava a Galeteria Mormaço; um restaurante no lugar da antiga loja Bom Desenho; e o bar e restaurante Locos por Tapas, terceira tentativa de comida espanhola no mesmo endereço do Entretapas. Em março, começou a funcionar a casa de festas infantis Minilabo, onde era o Hostel Riow, em frente ao Piraquê. Os outros albergues da região – Botanic Hostel e Lagoa Guest House – também fecharam suas portas, assim como a Pet in Rio, o Nirvana e a Padaria Vitória Régia, que deve ser substituída por outra panificação.

Foi no carnaval que passou.... O carnaval ficou para trás faz tempo, mas nunca é tarde para agradecer a todos que colaboraram para a to fez um crowfunding no site www.vakinha. net e recebeu doações

CHRIS MARTINS

realização do Bloco da Pracinha. Sem recursos, o even-

da Escola Nova, do supermercado Zona Sul, da AMAJB, da sorveteria Mil Frutas e do Bibi Sucos. Com isso, foi possível contar com a presença do DJ Da Lua, que criou um setlist especial para o público infantil, e da oficina de percussão Tambor Carioca, contando com a participação do grupo Morenas de Sol. O cartunista Ziraldo deixou sua marca com um desenho especial para a 11a edição do bloco.

Programe-se... • No final de maio, será escolhida a nova diretoria da AMAJB, cuja eleição acontece no colégio Divina Providência. Podem votar todos aqueles que estiverem em dia com a anuidade de 2017. A participação de todos é fundamental para a melhoria do bairro! • Junho é tempo de festa junina. Haverá arraial nas praças dos Jacarandás e Pio XI, e na rua Visconde da Graça. Prepare o traje caipira! 5


Meu JB  Tatsu Carvalho

Tentações | Empório Jardim tem pão de queijo sem-

pre quentinho e éclair de chocolate, meu vício. Com mais de 15 anos de profissão, o ator Tatsu Car- Bibi | Tem o melhor açaí no mundo, com mel no luvalho tem passagens na TV, no teatro e no cinema, gar do xarope. FOTOS: CHRIS MARTINS

atuando nas novelas “Terra Prometida” (Rede Record), e “Malhação” (TV Globo); nas séries “Espinosa” e “Copa Hotel” (GNT); nas peças “Cyrano de Bergerac” e “Um estranho no ninho”; e nos filmes “Paraísos artificiais” e “Mercenários”. Em maio, ele poderá ser visto mais uma vez nas telonas, na comédia “Ninguém entra, ninguém sai”, contracenando com Danielle Winnits. Já em suas escolhas pessoais, Tatsu é bairrista e, para alguns de seus programas prediletos, não chega sequer a sair de sua rua, onde costuma marcar encontros e reuniões. Tatsu mora na Visconde da Graça desde 2004 e nos últimos seis ou sete anos tem ajudado a organizar a festa junina local: “Somos cerca de dez pessoas e começamos a nos reunir em maio. Todo mundo participa de tudo. O momento de decorar a rua é especial, mas também pre-

Japa B | A entrega em domicí-

ciso ajudar no recolhimento de

lio pode ser uma solução para

doações, caso contrário a festa

quem não quer enfrentar fila pa-

não acontece. O melhor é que,

ra jantar.

na hora, nunca tem reclama-

Drinks | Recomendo a caipirinha

ção”, garante ele, que trocou o

de jabuticaba do Belmonte e a

emprego na área

sangria do Venga. Se a pedida

de Marketing de

é chopp ou cerveja de garrafa, o

uma

melhor lugar é o Joia.

gravadora

Ressaca | Minha receita é pastel com caldo de

tro em Nova York.

cana na feira de domingo ou uma água de coco

O roteiro de Tat-

no quiosque da Lagoa que fica logo depois do

su no JB revela

Piraquê.

a rotina de quem

Fitness | Desde os 14 anos, jogo basquete na La-

mora sozinho e

goa, onde também costumo caminhar. Já fiz yoga

que, sem contrato

no espaço Gestos, mas agora estou na fase ma-

de longa duração, precisa estar sem-

BETINA DOWSLEY

para estudar tea-

lhação na Smart Fit. Impressão | Como não tenho impressora em ca-

pre em contato com amigos e colegas de profissão sa, a Internet Games, na galeria dos Correios, quepara seus novos projetos. 6

bra o maior galho.


ECODICA  Peixe fresco na Lagoa Comer peixe todos os dias pode parecer um

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luxo para muita gente, mas para os moradores da nossa região, é mais fácil – e acessível – do que se imagina. No núcleo da Colônia de Pescadores Z-13, localizada na Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura do Parque dos Patins, todo dia é dia de peixe. Cerca de 240 quilos de robalo, tainha, tilápia e siri são pescados diariamente na Lagoa. A maior parte da produção é vendida para a Ceasa e para restaurantes japoneses e coreanos da Barra, mas é possível fazer encomenda na véspera ou passar lá pela manhã para comprar o que ainda estiver disponível: o quilo do robalo custa R$ 30 e o da tainha e do siri (vivo) saem por R$ 5. Não há motivo de preocupação quanto à pureza da água do local – bem mais limpa do que a da Baía de Guanabara – e à possível contaminação dos peixes. A qualidade dos pescados é verificada mensalmente pela Vigilância Sanitária e por pesquisadores da Fundação Oswaldo

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CHRIS MARTINS

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Vizinhança da CHRIS MARTINS

Já vai longe o tempo em que pedir uma xícara de açúcar emprestada a um vizinho era considerado normal. No corre-corre atual, muitas vezes sequer sabemos quem mora na porta ao lado. Em pleno Jardim Botânico, entretanto, o clima de tranquilidade e de cidade do interior que tanto atrai moradores para cá ainda persiste em pequenos gestos e atitudes, seja um simples “Bom dia”, uma carona ou hospedagem de um animal. Cumprimentar as pessoas, aliás, é um hábito que, aos poucos, vai desaparecendo a ponto de chamar a atenção para quem o faz. A jornalista Kristina Michahelles é adepta da gentileza e vai além das palavras. Ela conta que, entre 7h e 9h da manhã

dão. “Quando me mudei para cá, o cajueiro do quintal

e das 16h às 18h, há uma romaria de pessoas subin-

estava carregado e decidi me apresentar dividindo a

do e descendo a Lopes Quintas a pé.

doçura com os vizinhos”, lembra a mãe dos gêmeos

- Como minhas pernas sabem bem o que isso representa, costumo oferecer carona a trabalhadores e

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Bárbara e Arthur (foto da capa), que repete o gesto a cada ano, nos meses de fevereiro e março.

prestadores de serviços que circulam por aqui (foto).

Figura discreta e querida do bairro, o jornaleiro Or-

O ideal seria implantar uma espécie de transporte

lando, da rua Corcovado, foi surpreendido certa manhã

solidário para facilitar o trajeto em horários predeter-

ao encontrar sua banca de jornais toda pintada: “Foi

minados – opina.

completamente inesperado, não havia bilhete, nada.

Kristina é uma das vizinhas que, na época de caju,

Somente no final do dia descobri que Heitor Weg-

é presenteada com frutas do quintal de Letícia Bran-

mann (foto no alto, à direita) e um amigo que haviam


ACERVO PESSOAL

boa pintado. O Heitor, inclusive, comprou uma lata de tinta spray prateada que usa para cobrir novas pichações”, explica ele, que aprovou também o grafite que um dia amanheceu pintado na porta de sua banca. “Dessa arte eu também gostei, só não agradeci porque não sei de quem é”, complementa, sorrindo. Solidariedade é o que move Lecy Soares, concessionária do restaurante de um prédio da rua Pio Corrêa há 17 anos. Sempre pronta para ajudar, ela é capaz de sair para comprar ou levar alguma coisa para um dos condôminos, em caso de necessidade. - Faço as coisas sem pensar no que vou receber em troca. Acho que estou no mundo para ajudar – simplifica Lecy, que sempre dá um jeito de acompanhar a moradora Sylvia Rocha, de 88 anos, ao médico ou ao banco para fazer algum pagamento. (foto ao lado) A união entre vizinhos é bonita e fundamental para a realização de eventos, como os que acontecem na

guardar parte do material de produção do Bloco da Pracinha e da Festa Junina. O casal André Figueiredo e Gabriela Javier – na foto ao lado com Nilo D’Ávila, um dos organizadores do abaixo-assinado encaminhado à AMAJB, pedindo o fechamento da pista interna

CHRIS MARTINS

os moradores do prédio vermelho cedem espaço para

BETINA DOWSLEY

praça Pio XI e na rua Mestre Joviniano. Na pracinha,

da praça para o lazer, nos finais de semana – curte os eventos e está sempre a postos para dar apoio no que for preciso. - Nosso apartamento funciona como posto avançado dos eventos e, por ser no térreo, ganhou status de camarote VIP – brinca Gabriela, que foi morar na praça dois anos atrás, levada por André, nascido na região. Já no Horto os eventos são limitados aos moradores e seus amigos. A fórmula é antiga: quando alguém

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organiza uma festa, todos são convidados, assim ganham-se simpatia e novos amigos. Dono da Azougue Editorial, Sérgio Cohn é um dos agitadores do local. Quando seu filho – hoje com 12 anos – era pequeno, Sérgio ocupou várias vezes a rua (foto abaixo, à esquerda) com blocos de carnaval e festas juninas infantis, sempre com a aprovação prévia dos vizinhos: - São apenas oito casas em nossa rua, e temos sorte de todos os moradores terem gostos e interesses comuns. O espaço público acaba tornando-se uma extensão da própria casa. O legal da história é que vivemos em um lugar de liberdade e respeito. Nunca tivemos problemas nem com festinhas de adolescentes! – enfatiza. Ser vizinho de um estabelecimento comercial também pode ter suas vantagens. “O Jóia mantém boa relação com seus vizinhos e, sempre que pode, tenta ajudá-los. Para alguns frequentadores, o bar é a primeira casa. Muita gente deixa uma chave para outra pessoa ou pede para recebermos alguma encomenda. Não custa nada, estamos por aqui mesmo”, explica Ivan Pereira (foto ao lado), sócio do tradicional Jóia e do novato Bingo, na rua Lopes Quintas.

FOTOS: CHRIS MARTINS

Ivan levou a experiência de bom relacionamento para a nova freguesia e orgulha-se de a obra ter durado oito meses sem receber nenhuma queixa quanto a barulho ou sujeira. Antecipando-se a possíveis reclamações futuras, Ivan está dando atenção especial ao tratamento acústico do 2º andar do Bingo antes de colocá-lo em pleno funcionamento. Em três meses, o espaço estará pronto para receber eventos e comemorações sem incomodar os vizinhos. O segredo para manter as duas casas sempre cheias, segundo Ivan, é “servir um bom produto, variado, mas, principalmente, oferecer um bom atendimento”. Infelizmente, não são todos os estabelecimentos comerciais que se preocupam com o bem-estar e o sossego alheios. Maus exemplos não faltam. Em outros tempos, a Sauer Danças, o Lorenzo Bistrô e o finado Volta foram alvo de questionamentos de barulho excessivo. 10


A luta para garantir a lei do silêncio é velha conhecida dos vizinhos da Hípica e da AMAJB. No ano passado, durante os Jogos Olímpicos, o presidente da associação, Mauro Pacanowski, saiu às ruas, em plena madrugada, para acompanhar a medição de som e avaliar o impacto do barulho CHRIS MARTINS

dos eventos do clube nas redondezas. Embora a Hípica mostre-se aberta a escutar e negociar, e tenha até feito obras para diminuir o im- jantar, ou almoçar aos sábados, ao som da academia pacto acústico de festas realizadas na área chamada – protesta um dos representantes da vila, que prefere de “Picadeiro” (próximo à rua Jardim Botânico), raros não se identificar. são os eventos que não incomodam aqueles que moram no entorno do clube.

Procurada pelo JB em Folhas, a CrossFit afirma que se trata de um caso isolado e que respeita os limites

Outro caso de vizinhos que não conseguem entrar de som determinados pela legislação brasileira. De em acordo é a relação entre a academia CrossFit e acordo com a direção do estabelecimento, uma medimoradores da vila na qual ela está localizada, na rua ção com decibelímetro foi efetuada, constatando que JJ Seabra. Um grupo está em contato com a AMAJB e o som produzido pela academia está dentro da lei. a prefeitura, e até escreveu carta para os detentores Essa questão ainda está longe do fim. da marca CrossFit nos EUA, mas ainda não conseguiu uma solução para o problema.

Moradora há 47 anos daquela rua, Betty Borges, da Venda de Garagem, diz nunca ter sido incomodada

- Tentamos conversar com eles durante muito tem- pela academia nem mesmo pelo antigo Quiosque do po para que fizessem um tratamento acústico apro- Português, que funcionou por um ano no imóvel na priado, mas nada foi feito. Na minha casa, tivemos esquina da JB e promovia pagode aos sábados. Sua que mudar nossa filha de quarto para que ela pudesse receita para evitar aborrecimentos é simples: “condormir, sem falar do estresse diário que é tomar café e versar e buscar entendimento na base da gentileza”.

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ENTREVISTA  Carlos Batista Maracajá – Comlurb Setor essencial para o bom funcionamento de

Há 26 anos na empresa, oito deles como gari,

qualquer cidade, a limpeza urbana está no centro Maracajá trabalhou em vários bairros da Zona Sul das atenções durante o ano inteiro, especialmente – como Laranjeiras, Ipanema, Urca e Botafogo – e em janeiro e fevereiro, quando centenas de blocos não esconde sua preferência pela tranquilidade de carnaval tomam conta do Rio. Aqui no Jardim daqui: “O único bairro que tem mais ou menos o Botânico não há queixas nesse quesito. A excelên- mesmo padrão do Jardim Botânico é a Urca”, descia do serviço é o compromisso de Carlos Batista taca ele, orgulhoso por sua equipe estar há mais de Maracajá, gerente adjunto da Comlurb. Respon- 1500 dias sem acidentes. sável pela área que se estende da Rua Miguel

Os maiores atrativos do bairro, porém, são um de

Pereira (Humaitá) até General Garzon e Pacheco nossos maiores problemas no quesito limpeza: as Leão (Jardim Botânico), Tabatinguera e Borges de árvores. “Elas são bonitas, dão sombra, mas geram Medeiros (Lagoa) e Clube dos Macacos (Horto), muito lixo. É preciso estar sempre varrendo”, observa. Maracajá está sempre empenhado em atender JB em Folhas: O programa Lixo Zero aplicou muiàs demandas dos moradores. Ele, inclusive, gosta tas multas aqui? quando entram em contato para avisar sobre al- Maracajá: O trabalho no JB é muito tranquilo. De guma coisa fora da ordem e faz questão de infor- uma maneira geral, as pessoas são educadas. As mar o número de seu telefone celular particular poucas multas aplicadas aqui são por colocar o lixo para isso: 99238-5248. Sério, podem ligar! CHRIS MARTINS

na rua fora do horário de coleta. JBF: A coleta seletiva é amplamente utilizada pelos moradores? Maracajá: A maior parte dos moradores do JB colabora separando o lixo seco do orgânico. Seria bom fazer uma campanha informativa explicando melhor como descartar determinados materiais e a importância dos sacos transparentes para essa finalidade. JBF: Como fica a limpeza das ruas no período de carnaval? Maracajá: Sabendo com antecedência por onde e quando os blocos vão passar, dá para organizar. A mudança do horário de desfile do Suvaco do Cristo para a manhã foi ótima. Já o bloco Me Esquece, que sai da Pacheco Leão e vai até a praça Santos Dumont, gera muito mais lixo. Nossos xodós são os eventos na praça Pio XI. No dia a dia, o responsável lá é o Lúcio, gari há 45 anos. Quando tem festa ou bloco, costumo destacar um reforço para ajudá-lo. No ano que vem, vou solicitar o aumento de garis e de contêineres para todo bairro durante a folia.

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CIDADANIA  Projeto Pró-Florescer

toJB. O local funciona como um jardim-escola,

O Centro de Responsabilidade Socioambiental no qual os jovens se preparam para o mercado (CRS) do Jardim Botânico do Rio de Janeiro não de trabalho, vivenciando, na prática, os contese cansa de dar frutos. Desde 1989, o projeto údos do Curso de Jardinagem do CRS. O programa, que já atendeu Pró-Florescer oferece formação mais de 3 mil partici-

ambiental e para auxiliar admi-

pantes, este ano preci-

nistrativo a jovens entre 16 e 18

sou diminuir o número

anos, provenientes de famílias

de aprendizes devido à

em vulnerabilidade econômica

redução de recursos. Pa-

e risco social. Um bom exemplo

ra colaborar, é só entrar

do trabalho desenvolvido pe-

em contato com a As-

lo Pró-Florescer é a praça Dag

sociação de Amigos do

Hammarskjoeld, adotada pela Associação de Moradores do Al-

Classificados

CHRIS MARTINS

em jardinagem, monitoramento

Jardim Botânico (AAJB): amigosjb@amigosjb.org.br.

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JBF indica

Trilha evolutiva Criada em homenagem ao naturalista Charles Darwin,

Originais de J.Carlos

a Trilha Evolutiva é o novo passeio promovido pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em aproximadamente duas horas, os visitantes terão oportunidade de conhecer 14 espécies em diferentes estágios hierárquicos de evolução. O objetivo é evidenciar o processo evolutivo e as alterações hereditárias das espécies ao longo do tempo. Os interessados em fazer o percurso devem agendar as visitas pelo telefone 3874-1808. Rua Jardim Botânico, 1008.

A mostra “J.Carlos: originais” reúne 290 desenhos daquele que é considerado um dos maiores cronistas

Música e arte na Lagoa

visuais do início do século XX. Com curadoria de Cás- Que tal aproveitar a caminhada de final de semana sio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires, a em volta da Lagoa para conhecer a Casa Museu Eva exposição foi dividida em quatro seções. A primeira é dedicada a pesquisas estéticas e gráficas do artista. A segunda e a terceira têm cunho histórico: Brasil e II Guerra Mundial. A quarta parte revela uma faceta diferente do caricaturista, voltada para o público infantil. A mostra fica em cartaz no Instituto Moreira Salles até 22 de outubro, de 3ª a domingo, das 11h às 20h. Grátis. Rua Marquês de São Vicente, 476.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

“Pitanga” nas telas Ilustre moradora do bairro, a atriz Camila Pitanga assume um novo papel em sua trajetória profissional e assina a Klabin? Criada há 22 anos, a fundação passou a ter direção do documen- entrada gratuita nos finais de semana – de segunda tário “Pitanga” ao lado a sexta o ingresso custa R$ 10. O acervo conta com de Beto Brant. O lon- cerca de duas mil peças, entre pinturas, esculturas, ga em homenagem ao mobiliário e objetos de arte decorativa, passando por ator Antonio Pitanga, artistas como Botticelli e Pissaro, e obras do Egito Anpai de Camila, reúne tigo e do Impressionismo. No dia 20 de abril, às 16h, dezenas de encontros o programa fica completo com a série Concertinhos de dele com atores, músicos, cineastas, amigos e fami- Eva, que apresentará música de câmara com o Quarteliares. Permeiam as conversas, imagens de boa parte to Lindarte, formado por solistas da Orquestra Sinfônidos mais de 60 filmes e peças de teatro em que Pitan- ca Brasileira. Avenida Epitácio Pessoa, 2480 (próximo ga atuou. O documentário entra em cartaz em abril.

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ao Corte do Cantagalo). Grátis.


Circuito Carandaí

nova, com reforço vocal de Alaíde Costa em “AcaA rua Visconde de lanta eu” (Johnny Alf), Áurea Martins em “Samba Carandaí está sem- de verão” (Marcos e Paulo Sérgio Valle) e Joyce Mopre lançando moda reno, também moradora da região, em “Fotografia” com seus restauran- (Tom Jobim). Senise contou ainda com direção mutes, escritórios de sical de Gilson Peranzzetta e participações especiais coworking e centro de Edu Lobo e Antonio Adolfo. cultural. Em sua 3ª

Brechó e sebo no mesmo endereço

edição, o Curto Cir-

CHRIS MARTINS

cuito Carandaí vai reunir novidades da moda, gastronomia, DIVULGAÇÃO

design, cerâmica e papelaria, além de performances e atividades infantis. O próximo evento será nos dias 3 e 4 de junho e ocupará o Lunático Café, a Casa Fazedoria e o curso Ann Arbor. Até o final do ano, os organizadores prometem movimentar a rua em, pelo menos, outros três finais de semana. Fiquem atentos!

Da série talentos do bairro, João Se-

REPRODUÇÃO

Nova bossa de João O tradicional sebo de livros e CDs Baratos da Ribeiro abriu espaço para o Brechó Beca, inaugura-

te da AMAJB, está

do no último dia 1º de abril (e não é mentira!). O

com novo álbum

espaço, que abriga roupas e acessórios descolados,

na praça. “Influên-

é um verdadeiro tesouro para quem gosta de mo-

cia do jazz” reúne

da vintage. O endereço é rua Paulino Fernandes,

clássicos da bossa

15 – Botafogo.

Flagrante

A Paróquia São José não foi feliz na ideia de instalar uma

CHRIS MARTINS

nise, ex-presiden-

fonte cercada de grades onde cadeados podem ser trancados, em referência à famosa Pont des Arts, em Paris, que por muitos anos abrigou cadeados de jovens enamorados. Além de ser feia e tosca – parecendo um grande pneu –, a fonte exibe o nome do patrocinador em destaque grande demais. Resta saber quanto tempo essa “instalação” de mau gosto vai permanecer enfeiando a paisagem. 15


ESTANTE

A nossa frágil condição humana  |  R$ 49 Moacyr Scliar • Companhia das Letras Crônicas sobre a cultura judaica originalmente publicadas no jornal Zero Hora estão reunidas em livro pela primeira vez. O título é o mesmo de um artigo de Scliar sobre a prisão de Vladimir Herzog, em 1975.

Preto e branco  |  R$ 60 Maurício Valladares • Automática Edições

Santa Ajuda  |  R$ 49,90 Micaela Góes • Editora Globo Estilo A publicação da organizadora profissional, consultora e apresentadora Micaela Góes dá dicas de organização e compartilha suas experiências para melhorar o dia a dia das pessoas, assim como ela mesma faz no programa exibido pelo canal GNT. Organização, aliás, não falta no livro. Cada ambiente de uma residência ganhou destaque especial

O livro é um mergulho no acervo de imagens do fotógrafo, jornalista, DJ e radialista. Ao todo, são 142 imagens das últimas cinco décadas, com ênfase na música, no carnaval e no futebol.

Jardim de bichinhos  |  R$ 41,90 Sandra Lopes • Zit Editora O livro incentiva as crianças a terem mais contato com a natureza, instigando a curiosidade do leitor sobre o mundo animal e os bichinhos típicos dos quintais do mundo.

No tempo da reportagem  |  R$ 40 Luiz Eduardo Rezende • Editora Xenon

FOTOS: DIVULGAÇÃO/ REPRODUÇÃO

Morador do JB, o jornalista Luiz Eduardo Rezende acaba de lançar uma coletânea de memórias de grandes coberturas das quais participou nos jornais “O Dia”, “O Globo e "Jornal do Brasil". São 20 histórias que revelam os bastidores de reportagens locais, nacionais e internacionais que marcaram época na imprensa brasileira.

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Einstein: a biografia de um gênio imperfeito  |  R$ 59,90 David Bodanis • Editora Zahar. Escrita por um grande estudioso da vida e das ideias do maior gênio de todos os tempos, esta biografia aborda tanto a vida pessoal de Albert Einstein – com seus romances e rivalidades – quanto seus objetivos e conquistas científicas.


Eu conheço um lugar  Por Betina Dowsley Numa sexta-feira de março, uma amiga lançou o

ganhando forma somente agora, muitos anos depois, por estarmos vivendo, segundo ele, “tempos turbulentos e de conexões desconectadas”. Primeiro espetáculo a descerrar as portas da

convite: que tal assistir a uma peça de teatro em casa de Lipiani para um público diverso e descasa? Mas não era nem na dela nem na minha. A conhecido, “Máscaras” ficou em cartaz por um proposta era conferir o projeto de um ator que en- mês. Como a experiência mostrou-se boa para controu um novo amigo disposto a abrir as portas o público e o anfitrião, novas produções poderão de sua própria casa para

ser vistas no Ex-Paço Livre,

a apresentação da peça a

como foi batizado o lugar.

pessoas estranhas a ele.

Cadu Fávero segue como produtor da programação,

Casuarina, na Fonte da Sau-

que acontece sempre às

dade, a pé, já que o progra-

sextas, sábados e segun-

ma incluía confraternização

das. Os dias 14, 15, 17,

no final, e a Lei Seca está

21, 22 e 24 serão ocupa-

sempre por essas bandas.

dos pelo projeto “Love”, DIVULGAÇÃO

Lá fomos nós para a rua

Esse foi meu único arrependimento. Apesar de perti-

da atriz Cyria Coentro; em seguida estreará um mo-

nho da minha casa, o endereço fica junto do céu nólogo de Miguel Thiré. Para saber mais, é só – e olha que minha rua é uma ladeira! Mas nada acompanhar a página dos artistas e do Ex-Paço que a vista em quase 360º não pudesse apagar da Livre no Facebook. memória. O local é a casa cheia de personalidade do arquiteto e cenógrafo Marcelo Lipiani.

A cerveja sob as estrelas com direito a música, papo aconchegante e vista de cartão postal fazem a

Fomos recebidos pelo próprio ator, Cadu Fávero, gente se sentir acolhido, em casa – ainda que não na também idealizador do espetáculo “Máscaras”. Jarra nossa! Quando ouvir falar de Ex-Paço Livre ou teatro de água na mão, ele fez questão de nos contar que em casa, não estranhe e entre sem bater. Só não conheceu o texto de Menotti Del Picchia no início vá dizer que eu não avisei que a ladeira é grande! de sua carreira. A obra marcou sobremaneira o ator, Saiba mais: www.facebook.com/Ex-Paço-Livre

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FÁBIO JÚDICE

CHRIS MARTINS

Ilustre Morador

e pelo Multishow e, há oito anos, os cariocas po-

Sabe aquela pessoa simples, sempre simpática e dem vê-lo à frente da editoria de cultura do RJTV, bem disposta? A gente vê por aqui. É o jornalista da TV Globo. Bem antes disso, os moradores da Fábio Júdice. Natural de Angra dos Reis, ele apor- região – do Humaitá, em especial – o reconhecem tou ao Rio de Janeiro para estudar na Uerj. Come- nas ruas e esquinas do bairro que escolheu para çou sua carreira na TV Brasil, passou pela MultiRio morar há 20 anos.

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- Não vejo o Humaitá como um simples local estúdio Raízes e gosta de caminhar na sossegada de passagem. Para mim, é um bairro de verdade, rua Miguel Pereira. Perto de casa, costuma almoonde as pessoas se conhecem e se cumprimen- çar no Vegan Vegan, no Naturalie Bistrô ou no retam – observa.

novado Botequim. Quando tem mais tempo ou se

Sua teoria é facilmente confirmada ao longo de o momento merece comemoração, vai ao argentinossa entrevista, durante a qual ele foi saudado no Tragga e à pizzaria Eccellenza, boas opções no por várias pessoas: do vendedor da loja de flores mesmo quarteirão. Nova Hera, da Cobal, à calista do Paraíso Pé & Pé,

- Tem também a Domenica, uma pizzaria artesa-

passando por amigos e jornalistas que fazem parte nal, que é muito boa, com forno a lenha. Abriu em de seu círculo pessoal ou profissional. Para ele, sua janeiro ali na esquina das ruas Marques e Capisrelação com o bairro e seus vizinhos pode não ter trano de Abreu. No JB, vou muito à Casa Carandaí, uma influência direta em seu trabalho, mas é fator não só pra almoçar, mas também para comprar cofundamental em seu estilo de vida dinâmico e pro- midinhas pra levar pra casa – indica ele, que costudutivo: “Aqui encontro todo tipo de serviço, é muito ma rezar na igreja da Divina Providência. prático”, garante. “Dá para resolver tudo nas proxi-

À pergunta de praxe desta coluna “você sente

midades, mesmo coisas mais específicas, como um falta de alguma coisa no bairro?”, ele pensa, pendeterminado tipo de fio ou a galvanização de uma sa, e chega a citar a ausência de um cinema, mas peça. As lojas de materiais de construção, aliás, logo reconsidera, pensando na proximidade das sempre me surpreendem com algum item inusita- salas no Baixo Botafogo: “Estou satisfeito com o do”, destaca ele. Sempre atento em suas caminha- que temos no bairro. Não tem cinema, mas tem o das, o jornalista é capaz de indicar também alguns teatro Sérgio Porto, que eu adoro”, contemporiza. estabelecimentos cada dia mais raros nas grandes

Para fechar, o jornalista manifesta seu desejo

cidades, como barbeiro ou sapateiro: “Na rua Cesá- para deixar o Humaitá ainda mais atraente: “Gostaria de ver a Cobal transformada em um mercado rio Alvim, tem um armarinho ótimo”, recomenda. Segundo Fábio, dá para dividir a vizinhança em de produtores bacana, nos moldes de estabelecitrês polos: o gastronômico, o de serviços e a parte mentos do gênero no mundo, com hortifruti, promais verde, próxima da encosta. Fábio circula por dutos orgânicos, restaurantes... Se no estado em todos eles. Seu dia pode começar com um café da que está – o banheiro, atualmente, é horrível –,

FOTOS: DIVULGAÇÃO

manhã no tradicional Chez Regina e uma passada tem muito movimento, imagine o potencial após na Cobal para comprar frutas. Pratica pilates no uma reforma”, arremata.

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