Possibilidades da Fotografia Contemporânea

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capÍtulo 4 : ENTREVISTAS E PERGUNTAS

Em 2004, hesitava na descoberta do meu processo de criação, ainda buscando entender o uso das ferramentas e como interagir nas questões que no momento me despertavam interesse. Quando o curador dessa edição do Projeto Mezanino, Tadeu Chiarelli, conheceu meu trabalho, acabou por unir de forma muito sutil tais questões, mostrando que havia uma ligação entre o homem e a natureza; para ele, ambos estavam intimamente conectados nos ensaios mostrados no projeto. Isso foi essencial no desenvolvimento dos trabalhos seguintes, além de me encaminhar para outras mostras e exposições que discutiam o tema da sensualidade inerente à natureza humana. Fernanda Preto Projeto Mezanino de Fotografia 2004

Tive várias experiências nesse projeto. A primeira delas foi ter participado do processo de seleção. Vários artistas se inscreveram e só três fotógrafos de Curitiba foram escolhidos. Para mim, isso já significou muito. Além disso, tive a oportunidade de discutir com o curador Tadeu Chiarelli meu trabalho e expandir a forma com que eu mesma olho para ele. Porém, o mais importante disso tudo foi ter sido inserida no cenário artístico nacional por uma estrutura como o Itaú Cultural, que respeita e valoriza o artista, não importando seu posicionamento dentro do panorama da fotografia atual. Já participei de outras exposições, inclusive no exterior, e em nenhuma delas tive esse tipo de projeção e vivência. O que mais me chamou a atenção foi a ideia que o Projeto Mezanino teve de divulgar o trabalho de fotógrafos emergentes, abrindo uma ótima oportunidade dentro de um cenário tão restrito como é o da fotografia no Brasil. Michelle Serena Projeto Mezanino de Fotografia 2004

Desafiar a gravidade e fazer da sombra lugar de sonho. Transformar a luz em silhuetas flutuantes, impossibilidades permitidas, geradas por caixas pretas na caixa preta. Corredor de silêncios. Espaço em linha reta, quase trajetória, transmutado em circular. Interação. Assim poderia ser. Buscar o imaginário, a transcendência do espírito, o reino do maravilhoso, dos sonhos, a experiência do imediato da imagem, e dizer com ela o que só com ela se pode. Redes transparentes no Mezanino, ao fim e ao cabo, refletir. Não há “trajetória artística”, e sim acasos revelados e somados, a caminho da imagem-experiência e da arte mágica. Assim está a ser. Fátima Roque Mezanino de Fotografia 2005

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