Reconhecendo lugares:
Sistema modular de apoio a manifestações culturais na periferia
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac - Santo Amaro, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Isabelle Zanoni
Prof. Dr. Ricardo Luís Silva São Paulo, 2022
AGRADECIMENTOS
As palavras sempre foram difíceis para mim, saber escolhê-las para que ao final tantas linhas conseguissem expressar todos os pensamentos que se passam dentro de mim parece impossível. Mas, no fundo acho que em poucas palavras posso tentar agradecer aos meus pais que tanto se esforçaram trabalhando para que eu pudesse concluir essa etapa. Agradeço ao meu irmão e minha cunhada que sempre me apoiaram e demonstraram tanto interesse e admiração em todas as fases da minha vida, inclusive as mais chatas. A minha melhor amiga, Amanda, por ser a pessoa que compartilho meus pensamentos e por todo o suporte que tem me dado desde os nossos 13 anos de idade. Agradeço também à Raquel e Samanta que estiveram comigo todos esses 5 anos passando dias e noites trabalhando e que sempre me deram os melhores conselhos e ideias. A todos os professores e profissionais com quem estive e, que mesmo em poucos gestos ou palavras, me incentivaram a continuar sonhando. Ainda que o mundo diariamente me fizesse pensar que talvez isso não fosse para mim. Agradeço a todos os artistas da periferia que foram citados ou não no trabalho, mas que através de tantas formas de expressão, me ensinam diariamente o que é sociedade e cultura.
Por fim, agradeço e dedico esse trabalho aos meus avós que já se foram, mas que há muitos anos vieram do interior para São Paulo em busca de uma vida melhor. A saudade em meu coração bate toda vez que me pego lembrando de todo encontro de família onde me perguntavam da faculdade e falavam todos orgulhosos “aa! a Isabelle vai ser arquiteta!”, pois é, acho que finalmente eu sou. Obrigada por todo o amor que recebi de todos vocês.
RESUMO
Partindo de uma reflexão da carência de espaços culturais pelas periferias urbanas, assim como outras demandas por infraestrutura, o trabalho se atenta sobre o ressignificado do espaço cultural pela periferia. Viabilizando a demanda a partir do estudo de espaços modulares simples, que podem ser planejados e executados junto a comunidade e que acolheriam a cultura que já fo menta esses lugares. Se baseia em uma possível replicação para diferentes endereços e situações, entretanto, não se trata de um padrão, mas um estudo de apoio para uma implementação viável de espaços culturais nas periferias de São Paulo.
Palavras-chave: Periferia, Cultura, Espaços culturais, Espaços modulares
ABSTRACT
Starting from a reflection on the lack of cultural spaces in urban outskirts, as well as other demands for infrastructure, the work pays attention to the redefinition of cultural space by the outskirts. Enabling the demand from the study of simple modular spaces, which can be planned and executed together with the community and which would welcome the culture that already fosters the se places. It is based on a possible replication for different addresses and situations, however, it is not a standard, but a support study for a viable implementation of cultural spaces in the outskirts of São Paulo.
Keywords: Periphery, Culture, Cultural spaces, Modular spaces
(...) quem vem do lado de lá da avenida marginal: sua topografia é acidentada, o traçado das ruas e becos nem sempre respeita as decantadas regras do planejamento urbano, as construções denunciam a ausência da prancheta de um arquiteto e a decoração fere ostensivamente as normas de uma certa concepção estética.
José Guilherme Cantor Magnani (1998)
Foto autoral Mauá, SP 2019.
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SUMÁRIO
1_A formação cultural e identitária das periferias de São Paulo
1.1 Os estrangeiros 1.2 Os migrantes 1.3 Os refugiados
2_Cenários e contextos
2.1 O cenário da década de 1980-2000 2.2 A periferia pelo periférico e o fomento cultural 2.3 O Lazer e o cotidiano
_Estudos territoriais: mapeamento e reconhecimento cultural
3.1 Processos independentes x Processos públicos 3.2 Mapeamentos: de londe 3.3 Mapeamentos: de perto 3.4 O que é a cultura de periferia hoje?
_O módulo como apoio a manifestações culturais na periferia
4.1 Estudos de Caso 4.2 Programas e usos relacionado ao Espaço modular 4.3 O bairro como espaço cultural: implantações 4.4 Considerações finais
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Introdução
O trabalho se baseia no estudo da periferia em seu recorte sócio-cultural, em suas transformações e ressignificados duran te o processo de formação da cidade de São Paulo. As “periferias” carregaram por muito tempo um significado de espaços afastados homogeneamente pobres. E com o passar dos anos, o termo se ressignificou, não mais do lugar pobre, mas de resistência e potenciali dade. Em que também, como retrata Villaça, não são necessariamente lugares afastados das áreas centrais da cidade, já que a perife ria também coexiste em alguns bolsões junto de áreas muito valorizadas, e o próprio centro velho também carrega uma alta vulnerabilida de social. Entretanto, analisando o processo de formação da cidade e as carências rela cionadas a esse fato, a proposta do trabalho tem levado em conta a “periferia” relacionada à distanciamento, a ideia do espaço rural ou industrial, onde pelo processo da autoconstru ção se consolidou uma mancha urbana, sem nenhuma legislação ou processo de urbaniza ção, o que ocasionou em grandes áreas da cidade que ainda carecem de infraestrutura urbana.
A partir dessa análise e do estudo ter ritorial dessa formação cultural, foram mapea dos coletivos artísticos das periferias de São Paulo e observado dentre eles, não só uma variedade cultural muito rica, mas uma forma muito independente de se criar espaços cul turais. Seja a viela, o campinho ou a gara gem, todo espaço pode então ser apropria do pela comunidade e pelos coletivos como
espaços para aulas, oficinas, saraus, dentre outras atividades. Portanto, foi o ponto moti vador criar uma proposta de reavaliação dos espaços vazios ou subutilizados dessas perife rias urbanas, como potenciais para implanta ção de espaços culturais e educacionais que faltam para abrigar todo um fomento cultural que já existe.
Uma proposta que reflete então que o espaço cultural não é somente a grande infra estrutura, mas também o espaço ressignifica do que é apropriado pela população. O tra balho se propõe a construir espaços a partir de um sistema modular com processos de am pliação, que trabalhe também com um mo biliário dinâmico para diferentes formas de apropriação e de ações, se baseando na sim plicidade e na autogestão, mais conectado à vizinhança e podendo ocupar e se replicar a vários endereços.
Objetivo
Tem como objetivo, analisar as formas como se construiu a cultura na periferia e sua identidade como forma de resistência em con traponto a violência e carência local, e pro por formas de apropriações de espaços subu tilizados para implantação de novos espaços culturais. A partir da modularidade e explora ção do espaço mínimo de ocupação, capaz de ser um apoio técnico para processos de ampliações e replicações.
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Metodologia
Dado um primeiro momento, foi reco nhecido historicamente o que foi e o que é a periferia de São Paulo, e como funciona sua cultura local e seu espaço de lazer conforme os anos do processo de formação da cida de. Logo após, foi analisado o cenário da alta violência da cidade e a influência direta dos movimentos culturais e dos coletivos artís ticos como contraponto de um cenário caóti co, que se instaurou após a alta onda migra tória das décadas de 1950 a 1980, vinda do Nordeste, Minas Gerais e Interior paulista para a capital.
Como segunda etapa, foi gerado um mapeamento e reconhecimento de como fun ciona hoje o apoio do poder público a esses espaços. Foram mapeados também alguns dos coletivos artísticos que existem atualmente nas periferias para uma pequena tentativa de reconhecimento da história em que se formou cada um, a ideia de como eles se apropriam dos espaços públicos da cidade e quais as atividades culturais realizadas.
Em terceira análise, seria a experimen tação de módulos, layout, mobiliários e ma terialidade para implantação de espaços cul turais de apoio em espaços residuais, vazios ou subutilizados nas periferias da grande São Paulo.
Justificativa
Desde o ingresso na universidade, quando comecei a conhecer verdadeiramen te o que era a cidade de São Paulo, percebi que ela tem tanto a oferecer culturalmente, en tretanto, tentava entender o porque só pude ter acesso a essa vivência justamente naquele momento depois de tantos anos. Enfim, a dis tância, não somente física, mas também so cial, me fizeram sentir como a exclusão social engloba não só os esses espaços físicos, mas toda uma cultura, uma forma de se expressar, de se falar ou reagir.
Em números, de acordo com os da dos públicos do Geosampa, 43 distritos da cidade de São Paulo não possuem um espa ço cultural cadastrado em suas bases. Por ou tro lado, somente o distrito de Pinheiros possui mais de 50, o que demonstra a imensa desi gualdade que existe na cidade.
Sendo assim, a cultura não existe nas margens da cidade? Ou ela só não é vista, valorizada ou financiada? A partir desse fato, gerar espaços de apoio à cultura e ao lazer na periferia não é somente uma demanda de infraestrutura básica, mas uma forma de resis tência e incentivo.
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(...) Vejo meu povo trabalhando, todo mundo exausto Felicidade tá em falta, eu vou querer meu lote Sobreviver é uma arte nesse holocausto Sorrir no anonimato ou sofrer nos holofotes
Quem é quebrada todo dia tá na correria Tem gente que tem tudo, mas só vive dando trote O pai pagando faculdade, muita calmaria Mas não estuda e passa o tempo bebendo no bote
-Ricon Sapiência (2021)
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_A formação cultural e identitária das periferias de São paulo
O processo de urbanização no século xx foi caracterizado, como relata a urbanista Ermínia Maricato, por uma alta concentração de renda e uma lei arbitrária a interesses pró prios, marcado por uma herança colonialista e imperialista.
Mesmo com a Proclamação da Repú blica e abolição da mão de obra escrava, as cidades brasileiras ainda eram muito rurais e a maior parte da população se concentrava no campo. Em meio a muitos incentivos e pro messas para uma europeização do país, se inicia um processo com as altas imigrações italianas e portuguesas, que serviriam como a mão de obra livre e necessária para o de senvolvimento não somente do País num todo, mas para o processo de urbanização de suas grandes capitais, como a cidade de São Pau lo.
Entretanto, foi a partir de 1930, após as leis trabalhistas e o processo de urbani zação / industrialização, que os movimentos migratórios entre campo-centro, começaram a explodir nas grandes cidades brasileiras, em busca sempre de uma vida melhor, com aces sos a cidadania e melhores condições so ciais, enfim, a busca por ascensão. (ROLNIK, 2022)
A legislação vigente começou a sur gir projetando ainda mais desigualdade no território, visto que o planejamento e a lei es
tavam sempre a favor de onde a elite esta ria presente. Llogo, em primeiro momento, na área central da cidade, o que configurava automaticamente também a projeção do que era o espaço destinado para os ricos e o es paço que seria para os pobres.
A classe que dominava mantinha pró xima de si o lazer, o emprego, o transporte e toda infraestrutura e investimentos no geral, como sempre foi historicamente, e se man tinha longe do que não era valorizado por eles, logo, nas bordas da cidade começa ram a se formar as grandes zonas industriais. Essa zona industrial então recebe essa classe operária que vinha do campo para São Pau lo. Como essas áreas têm um menor custo de solo e de vida, eles conseguem se estabilizar próximo delas. Posteriormente com a moder nização da cidade e o aumento do setor de comércio e serviços, essas migrações avan çam de forma informal nas áreas que ainda eram chamadas de zonas rurais, normalmen te de difícil acesso e assentamento, ou áre as de preservação ambiental. (MARICATO, 2003)
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1_1 Os imigrantes: Mooca
O primeiro momento da expansão pe riférica e horizontal da cidade foi com a vin da de imigrantes europeus para o Brasil após a abolição da escravidão e a declaração da república. Vinham na busca da ascensão so cial muito bem divulgada no início do proces so de industrialização e desenvolvimento das metrópoles.
A herança da cidade de São Paulo foi em grande parte vinda dos italianos, que marcaram fortemente a identidade da cidade como um todo (em costumes, festas, religiosi dades, culinária etc.), se instalando nos bair ros operários especificamente na região cen tro-leste industrial, como Mooca, Belenzinho e Brás, onde até os dias de hoje continua, de certa forma, resistindo ao apagamento de suas memórias.
Como exemplo de um bairro que car rega a identidade e cultura dessas imigra ções, podemos tratar da antiga região indus trial da Mooca, onde se foi a Hospedaria dos Imigrantes, que atendia aos recém-chegados que obtinham cuidados médicos e moradia. O prédio que ainda existe, tornou-se o Museu da Imigração e conta a história de mais de 2,5 milhões de pessoas que passaram pelo local.(LUPIA, 2016)
A Mooca é, atualmente, um bair ro predominantemente residencial que abriga uma das maiores colônias de descendentes de
italianos em São Paulo. Muitos prédios foram construídos substituindo as casas das velhas vilas de operários e as fábricas. Sua culinária italia na é recomendada e apreciada por diversas pessoas. Seus moradores são conhecidos pelo fa natismo pelo bairro, pelo seu sotaque e pelas in termináveis conversas familiares que passa ram de geração a geração nos almoços aos domingos. (LUPIA, 2016, p.111)
A identidade e o pertencimento ao bairro se dão pelos grandes feitos e vão até os pequenos detalhes, como o primeiro Jóquei Club da cidade de São Paulo que se locali zava no bairro; a construção do estádio do Atlético Juventus, onde eram vendidos os po pulares cannolis durante o jogo; além das fes tas como a de San Gennaro; as docerias tra dicionais ainda populares como Doceria di Cunto. E até o dialeto chamado “mooquês”, que com a influência italiana, faz com que o sotaque da região se diferencie dos demais de São Paulo.
A cultura e o lazer resistem e se fazem presentes até os dias de hoje no bairro. Em 2004, a Biblioteca Pública Affonso Taunay realizava oficinas e encontros com morado res do bairro para ouvir seus relatos e resgatar memórias que ajudaram na elaboração do ar quivo virtual “Mooca, memória viva”, que se compõe de um vasto acervo patrimonial de uma cultura não só material, mas imaterial e cotidiana (LUPIA, 2016). Os relatos detalham
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costumes, festas, aromas e todo tipo de me mória afetiva que enriquece esse pertencimen to e identidade local.
Lembro-me ainda do café Se leto, situado na Rua Padre Adelino,exalando o cheiro de café moído a quase toda hora do dia. Sua chaminé anunciava a moagem, soltando uma fumacinha cheirosa...formava-se um corredor perfumado em toda a área... A Rua Taquari tinha cheiro de anilina e outras quími cas... hoje ao passar no trecho, sentimos o odor de tudo isto... é o cheiro da Mooca... recordação da Vila que foi, e será sua memória... Em 1956 conheci o cheiro da Mooca nos aromas das comidas, principalmente o cheirinho dos panelaços de macarronada do bairro! (Sr. Ama ro) apud BRANDÃO, 2004, não paginado
É importante frisar que essa vasta he rança cultural do primeiro momento da urba nização paulista tem sido fortemente ameaça da com as transformações e o processo de gentrificação do bairro, por conta do merca do e especulações imobiliárias. Essa é uma das tantas identidades que definem uma par te importante da formação cultural de uma ci dade onde sua própria cultura é justamente a conurbação de várias em um mesmo territó rio, portanto, todas são parte da memória lo cal e deveriam ser salvaguardadas e valoriza das.
Demarcação da Subprefeitura da Mooca inserida na cidade de São Paulo
Demarcação dos 6 distritos que englobam a região: 1-Pari 2-Brás 3-Belém 4-Mooca 5-Tatuapé 6-Água Rasa
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Acervo: Acervo Fotográfico do Arquivo Histórico de São Paulo Nº 0489 Autoria: Desconhecida Data: 1930 c. Bairro: Moóca Título: Tamanduateí, rio - Vista tomada das proximida des da rua da Moóca em direção a rua Luis Gama
Acervo: Acervo Fotográfico do Arquivo Histórico de São Paulo Nº 0489 Jóquei Clube Tombo: DC/0019864/P Fotógrafo: Desconhecido Data: 1935 Descrição: Vista do Jockey Club ou Hipódromo, situa do na Rua Bresser no bairro da Moóca, por volta de 1935. O Hipódromo esteve situado no bairro da Mo óca até o começo da década de 1940, quando foi transferido para as margens do Rio Pinheiros na atual Av. Lineu de Paula Machado.
1_2 Os “baianos”: São Miguel Paulista
Não muito depois, os imigrantes es trangeiros começaram a ser recebidos e acei tos pela alta classe da cidade de São Paulo , logo em seguida começaria então um novo processo de migração nacional.
Visando uma expansão horizontal ili mitada para a cidade que vinha com um cres cimento abundante e contínuo, o modelo ra dioconcêntrico do sistema viário proposto pelo plano de Prestes Maia, viabilizou o lan çamento de loteamentos em periferias distan tes, como relata Raquel Rolnik em seu livro Ter ritórios em conflito.
Em meio a crise habitacional, a com pra de um lote e autoconstrução da habita ção popular se tornou uma forma viável de oferta de moradia aos trabalhadores de bai xa renda.
Entre 1914 e 1930, fica claro a ex pansão horizontal que acontecia na metrópo le. Onde eram, em 1914, 3.760 hectares e a densidade de 110 habitantes por hecta re, em 1930 a área ocupada passa a ser de 17.653 hectares e sua densidade de 47 ha bitantes por hectare, demonstrado o proces so dessa “urbanização fragmentada e disper sa”.(ROLNIK, 2017), inclusive envolvendo um processo de conurbação aos municípios vizinhos. Portanto, parte da cidade se auto constrói sem a instrução de uma legislação vi gente que lhe garantisse tudo o que deveria
lhe ser de direito. Esse modelo neoliberal e privatista que estava construindo a cidade, onde uma par cela somente era vista e o restante parecia que não se chegava uma legislação necessá ria, foi se moldando sem controle, mesmo que no momento em questão, aparentava uma es tabilidade, viria a passar por uma crise na se gunda década do século xx. Além de um grande centro industrial, a cidade de São Paulo torna-se um grande cen tro financeiro, com um crescimento demográ fico imenso em poucos anos. “Em 1950, a ci dade de São Paulo tem mais de 2 milhões de habitantes e, nas décadas seguintes, crescerá mais de 5% ao ano, até atingir 6 milhões de habitantes em 1970...” (ROLNIK,2017) oca sionando em um processo descontrolado de conurbação com a atual região metropolitana da cidade, em especial Osasco e Taboão da Serra, a oeste, Guarulhos, a leste e a região do ABC, a sudeste.
Como relatado, entre as décadas de 1950 e 1980, foi observado a diminuição da quantidade de estrangeiros imigrantes, e a alta dos migrantes em uma recomposição étnico-cultural da cidade, ocasionado pela onda migratória que vinha principalmente do Nordeste, Minas Gerais e do interior paulis ta, para o grande centro urbano que estava passando por um processo de modernização
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pressionado pela elite que havia se instalado no centro.
Se no princípio do século XX, o cen tro da cidade era genuinamente brasileiro e os bairros operários eram estrangeiros, hoje a periferia popular é nordestina. “Quanto mais distante e precária a periferia, mais negra e migrante.”(ROLNIK, 2017)
As oportunidades de uma vida melhor nas grandes cidades que se divulgavam no início do século XX, alguns anos depois, já não eram mais a mesma. A partir de 1980, começa a se instaurar uma crise social e uma segregação espacial na imagem daquela ci dade de progresso.
Não foi só o governo. A socie dade brasileira em peso embriagou-se, desde os tempos da abolição e da república velha, com as idealizações sobre progresso e moderniza ção. A salvação parecia estar nas cidades, onde o futuro já havia chegado. Então era só vir para elas e desfrutar de fantasias como emprego ple no, assistência social providenciada pelo Estado, lazer, novas oportunidades para os filhos... Não aconteceu nada disso, é claro, e, aos poucos, os sonhos viraram pesadelos (Santos, 1986, p. 2 APUD. MARICATO, 1995, p.29)
As periferias começam a se expandir na cidade de São Paulo a partir da década de 80, em lugares sempre muito afastados,
pela própria política habitacional implantada como a Cohab, que traz conjuntos residen ciais em extremas periferias, sendo visualmen te segregado, longe de toda infra-estrutura ur bana. Logo, longe do acesso à cultura, ao lazer, ao emprego e às demais demandas que deveriam ser garantidas a todos os cida dãos, este processo acabou por incentivar a própria ocupação de loteamentos irregulares e favelas ao seu entorno. Essa metodologia le vou com que muitas pessoas se encontrassem em uma espécie de “ilegalidade”, as carên cias desses lugares não eram mostradas ou reivindicadas pelo medo do poder de quem comanda verdadeiramente a terra e o espaço da cidade.
No entanto, o impacto mais de vastador desse modelo é, sem dúvida, a radical exclusão territorial a que foram condenados os moradores da extrema periferia - guetos de bai xa renda, educação precária, desemprego alto, serviços urbanos deficientes, claramente fora dos locais onde circulam as oportunidades. (ROLNIK, 2017, P. 46).
Por fim, a vinda desses migrantes para a cidade de São Paulo, demorou a ser acei ta e ainda existe um preconceito com esse processo de migração como é relatado por Adriano Duarte em uma resenha sobre Paulo Fontes:
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Evolução da mancha urbana de São Paulo
FONTE: ROLNIK, Raquel. São Paulo: Planejamento da desigualdade, Ed. Fósforo, 2022
1954 1930
1968 1992
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Norte, Nordeste, nordestino, como mos tra o autor, são categorias genéricas que se refe rem a diferentes lugares, origens e experiências. No entanto, ao chegar à cidade de São Paulo, as diferenças eram esquecidas e todos se tornavam “baianos”. Ser “baiano” tinha uma implica ção cultural e étnica, cuja função era, principal mente, marcar a sua diferença em relação aos moradores mais antigos.(DUARTE,2010,p.255)
Após a consolidação dessas habita ções informais, o bairro se transformou em mais que um espaço para se habitar na ci dade, era uma rede de articulações de apro ximações socioculturais que mantinham vivo um cotidiano e uma cultura “rural” (Nordesti na, Mineira e Interiorana). Era comum que es ses migrantes fossem morar próximos, o que aconteceu com o bairro de São Miguel Pau lista, que será nosso exemplo a seguir.
Além da disponibilidade de pensões da região, os loteamentos eram mais bara tos, e possibilitou a instalação definitiva na cidade para os recém-chegados, na maior parte das vezes feitos a partir da autocons trução, que mesmo sendo um símbolo do senso da comunidade e solidariedade, não dei xa de demonstrar uma forma de exploração de trabalho dessas pessoas desde o momen to em que chegam em São Paulo. (FONTES, 2008, P. 140-141)
Em uma comunidade majoritariamente operária como a de São Miguel, entre os anos de 1940-60, os padrões de lazer estavam clara mente condicionados pela pobreza da população pela limitada oferta de opções culturais e entrete nimento. No entanto, é possível perceber, em uma análise mais detalhada, como os próprios mora dores do bairro aproveitaram os espaços existen tes na região, criarando uma gama relativamente variada de divertimentos para seus momentos de folga.
As culturas nortista, nordestina e minei ra são ricas nas mais diversas formas e se ex pressavam além dos dialetos, na apropriação dos espaços que lhe eram disponibilizados, mesmo que precariamente. Trouxeram as fes tas tradicionais, como a Folia de Reis, a Festa Junina, o futebol de várzea, e outras ativida des culturais e de lazer, reafirmando cada vez mais uma identidade com o local.
Os times de várzea eram importantes para a afirmação da identidade dos moradores das vilas. Morando em conjuntos de habitações, muitas vezes, recém reformados e com várias precariedades, seus habitantes frequentemente viam nos times uma espécie de representação do seu “pedaço”, da sua “área”, do local onde resi diam e compartilhavam tanto dificuldades, como solidariedade com seus vizinhos e amigos”(FONTES, 2008, P. 149)
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A praça e o cinema de rua também ti nham seus espaços como lazer dos operários aos finais de semana, para encontros com amigos ou para flertes e namoros, como o Ci nema Lapenna, em São Miguel.
Os bailes e as festas também eram muito recorrentes e faziam parte do cotidia no, seja em clubes, casas ou no próprio espa ço público:
Era comum a promoção de festas dançantes nas várias vilas do bairro. Josué Pereira da Silva relembra “ quando tinha um feriado(...) a gente caía matando no baile. Fazia, dois, três dias de baile. Aquilo era o maior divertimento(...) Todos que moravam nessa região faziam(...) bai les. Em qualquer bar você encontrava uma san fona gemendo(FONTES, 2008, P. 154 )
Por fim, essa onda migratória também trouxe para São Paulo uma nova identidade e herança cultural que foram instaladaa pe las periferias da cidade, que se expressavam pela apropriação do espaço público, das ati vidades e do lazer.
Demarcação da Subprefeitura de São Miguel Paulista inserida na cidade de São Paulo
Demarcação dos 3 distritos que englobam a região:
1-Vila Jacuí 2-São Miguel 3-Jardim Helena
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Cine São Miguel
Inaguração: 1943 Rua da Fábrica,29 - São Miguel Paulista Autor: Desconhecido Foto: Junho/1967
Cine Lapenna
Inauguração: 1953 Praça Campos Sales, 2 - São Miguel Paulista (atual praça Pe. Aleixo Monteiro Mafra) Autor: Desconhecido Foto: Data desconhecida
1_3 Os refugiados: República
Em uma última análise, foi avaliado então qual seria a “próxima” periferia, o pró ximo grupo social que passaria novamente pelo processo de chegada à metrópole em busca de uma ascensão, e que acabaria sen do, de certa forma, rejeitado. Porém, como se consolidar em uma cidade que já é muito estruturada? O centro então se torna o local de acolhimento de uma nova segregação.
O contexto político em que foi defini do “uma legislação ao refugiado” surgiu no pós-Segunda Guerra Mundial na Convenção de 1951, quando se criou o Estatuto do Re fugiado e no Protocolo de 1967, relativo ao próprio Estatuto pela ONU (Organização das Nações Unidas). Em que foi definido:
...que, em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1 de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacio nalidade e que não pode ou, em virtude desse te mor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer vol tar a ele” (Capítulo 1, Artigo 1, Parágrafo 1).
No Brasil, desde 1960, se ratificou a Convenção de 1951. Em 1997 foi sancio
nada a Lei Nacional do Refúgio e logo após, em 1998, criou-se o Comitê Nacional para os Refugiados ( CONARE), que se tornou a or ganização pública responsável por reconhe cer as pessoas em situação de refúgio e forne cer a documentação para residir legalmente, trabalhar e ter acesso aos serviços de saúde e educação do país.
Em dados fornecidos pela CONARE de 2011, ao todo 4.477 pessoas foram re conhecidas em condição de refugiadas no Brasil, dessas quais, em maioria do continen te africano, representando 64% deste total.
Logo após anos de uma intensa imi gração vinda do continente Africano, em 2016 se inicia um processo mais forte de uma imigração vinda da Ásia Ocidental e posteriormente, no início de 2019, com a cri se política da Venezuela, consequentemente o número de imigrantes venezuelanos cresceu rapidamente, desde então se mantendo em primeiro lugar até os últimos dados de 2021.
O que primeiramente foi uma imigração in tensa para o estado de São Paulo, mudou sua rota para as divisas com os países latinoamericanos que procuravam fugir após pro blemas políticos. No entanto, as estatísticas condizem com a quantidade de solicitações para reconhecimento de refúgio no Brasil. Po demos dizer então que esses processos po dem ou não ser muito mais intensos do que te
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mos conhecimento, se nos atentarmos de que parte desses imigrantes não chega a legalizar sua estadia no país como refugiados.
Além da busca de uma estadia legal, temos no país uma política de integração e proteção para refugiados por meio de uma inter-relação entre Estado, ACNUR (Alto Co missariado das Nações Unidas) e ONGs. Entretanto, mesmo com uma tentativa de in tegração dessas pessoas, seja cultural, habi tacional ou econômico, muitas vezes é difícil lidar com o preconceito e a falta de oportuni dades.
Diversos são os problemas que envolvem os refugiados na busca por integração à socie dade local. Além dos já abordados, também po demos destacar a falta de estrutura na recepção daqueles que chegam ao país em busca de asilo. Não obstante, isso nada mais é que o reflexo de um país que, historicamente, sempre outorgou a tarefa de cuidar dessas pessoas, que por sinal lhe pertence, nas mãos dessas organizações, e o que é ainda mais grave, sem proporcionar as condi ções necessárias para que isso ocorra. (HAYDU, 2011, p.143)
O centro de São Paulo desde que foi abandonado pela alta classe paulistana que se estabeleceu na região sudooeste da cida de, tenta se reerguer como território de inves timento econômico e cultural. Entretanto, po
de-se dizer que o centro nunca deixou de ser esse espaço com seu valor dentro da cidade ,e se tornou então, o refúgio de muitas pes soas recém-chegadas. Simbolicamente, uma nova periferia no contexto do termo, que por anos foi usado como sinônimo de pobreza.
Com uma área nobre a altos preços e uma expansão horizontal densa e consolida da, o centro velho se tornou um ponto onde surgem as mais variadas nações, não sendo aceitos em espaços, despontando então um conglomerado de culturas e idiomas. Colô nias japonesas, coreanas, de matrizes africa nas, latino-americanos ou refugiados da Ásia Ocidental, o centro é onde muitas nações se encontram em um só território.
Para que isso se torne algo tangível, podemos reparar o que se tornou o bairro da República, onde “surge uma pequena África” , como relata Guilherme Soares Dias, jornalis ta da Carta Capital e autor do site Guia Ne gro.
Desde meados de 2010 pipocaram as notícias do aumento de migrantes afri canos chegando em São Paulo. O núme ro de pessoas vindas da África que chegou até aqui nesse período não é preciso, mas elas eram retratadas como migrantes ilegais ou refugiadas (SOARES, Carta Capital, 2019).
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A Galeria Presidente, a famosa Gale ria do reggae, localizada na rua 24 de Maio, se destaca essa cultura africana logo em sua entrada. Com pessoas na porta oferecendo tranças, rastafáris e perucas, e ao adentrar nos 5 andares é possível encontrar todo tipo de comércio que demonstra toda essa força cultural em que se estabeleceu no centro de São Paulo. Se encontram roupas, tabacarias e bares, com uma maioria de imigrantes da Nigéria, Senegal, Angola, República Demo crática do Congo e Camarões (CARTA CAPI TAL, 2019).
No artigo também se relata a presen ça africana na Galeria Sampa, na Av. São João, Galeria Olido e até mesmo de uma ce rimônia muçulmana com tambores africanos que acontecem na Praça da República, além de restaurantes com música, ao qual citam Le Petit Village e Jobest.
Nos calçadões como o da Rua Barão de Itapetininga, também é visível em algumas barracas a venda de roupas, acessórios, len ços e camisas com estampas e cores fortes vindas de uma cultura africana.
Mesmo com essa intensa relação cultu ral com o centro, muitos relatam o preconcei to que dificulta o processo de se estabelecer economicamente e conseguir um emprego, sendo em sua maioria em cargos mais bai xos e do setor comercial. Por conta das bai
Demarcação da Subprefeitura da Sé inserida na cidade de São Paulo
Demarcação dos 8 distritos que englobam a região: 1-Sé 2-República 3-Bom Retiro 4-Santa Cecília 5-Consolação 6-Bela Vista 7-Liberdade 8-Cambucci
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xas oportunidades acabam então abrindo um próprio negócio ou correlacionados entre si.
O barbeiro Abidoulaye Ramara, 30 anos, está há quatro anos no Brasil e só há três meses conseguiu abrir sua barbearia na Rua Guaianases. Ele diz que a chegada ao país foi difícil e que chegou a dormir na rua. (SOARES, Carta Capital, 2019).
O cotidiano do centro velho de São Paulo nunca deixou de ser culturalmente rico, mas tem se tornado cada vez mais diversifica do e aberto a novas identidades. Entretanto, é nítido que os instrumentos para integração e a falta de campanhas de incentivo e informa ção ainda são escassos e com uma eficiên cia inferior do que deveria ser. E mesmo que o País se autodeclae com as portas abertas a todos, a infraestrutura necessária para todas essas pessoas ainda carece de muitas formas na hora de promover os direitos que lhe deve riam ser garantidos.
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Fotogradia durante ato religioso na praça da república por Guilherme Soares Dias, 2019
(...) Atividade, muita sagacidade Eu só quero paz pra todas as comunidade Vários amigo que se foi, me deixaram saudade Peço a Deus, de cima, que me proteja e me guarde E a vida a gente leva sempre na humildade Na prática a gente mostra o que é simplicidade
Em SP, capital, eles volta de ré Pros morador da Tiradente eu quero amor e fé Eu memo já presenciei fita chapa quente Na Zona Leste, o crime rola em todas as esquina Nós tá construindo o futuro através do presente Pros menorzinho largar a peça pra fazer uma rima Aprendi que favelado é tudo a mema fita Tudo moleque esforçado e de história sofrida Do Jacaré, Manguinho, Helipa e Vila Prudente Alemão, e no Capão, e lá na Tiradente Um menor empinando pipa e outro carregando o pente À mercê das opção que vocês entrega pra gente
-Salvador da Rima (2022)
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_Cenários e Contextos
2_1 O cenário da década de 1980-2000
O cenário de 1980 foi marcado por um momento de grandes movimentos sociais e muitas reivindicações populares. A luta por mudanças e a revolta impulsionada pela re pressão cultural da Ditadura, deixou várias marcas no contexto tanto econômico quan to social para a década de 1990. O desem prego aumenta e o mercado informal cresce, a violência, devido a cena política do país, também chega a números alarmantes em bair ros de alta vulnerabilidade social. Conforme relata Vera Telles, “a taxa de violência urbana cresce continuamente entre 1980 e 1993, e em 1994 tem um aumento significativo e re pentino que chega ao seu ápice em 1999 e 2001, quando as taxas voltam a descer”.
“Os anos 1990 podem ser vistos como a década que fez erodir as esperanças da década de 1980, quando uma crise econômica persistente conviveu com um intenso processo de mobilização popular, projetando as classes po pulares no centro da cena política do país. Foram os anos das reformas neoliberais, que levaram à fragilização de conquistas sociais dos anos ante riores; o desemprego aumenta, os salários se de terioram e o chamado mundo do trabalho se desfaz sob o impacto da precarização das relações de trabalho e do aumento do mercado informal.”
(D’ANDREA, 2013, p.13)
No contexto político, a eleição de Pau
lo Maluf entre 1993 e 1997, foi uma gestão marcada pela “limpeza urbana” e as gran des obras viárias. Dentre os feitos estavam as remoções de favelas, privatização de servi ços, a não valorização da educação e do transporte público de massa, além dos pro jetos “populistas” como o de Cingapura que previam habitações de interesse social que em sua maioria tinham um déficit habitacional (ZUQUIM, 2017).
Com essa contextualização, a déca da de 1990 foi marcada pela falta de re presentatividade política, os baixos salários, o desemprego e a privatização dos espaços públicos em todas as áreas, dentro ainda de uma herança escravagista e autoritária já ci tada dentro do trabalho, fizeram um ambiente perfeito para explodir a violência urbana e os problemas sociais, (D’ANDREA 2013), tudo isso enquanto o crescimento demográfico das periferias era contínuo, sem nenhum planeja mento. É nesse cenário que o fomento cultural nasce, carregando a representatividade e po litização dos jovens.
Em grandes traços, este era o contex to social, político e econômico dos bairros peri féricos de São Paulo na década de 1990. Uma mescla de desesperança, raiva, fracasso, resig nação, pobreza, sangue, insegurança. Enfim, desespero. A civilização havia chegado ao limite e se equilibrava na beira de um abismo, impon
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do as perguntas mais básicas da espécie: a comi da ou a fome, a vida ou a morte. ((D’ANDREA, 2013 p 57)
Como resposta a esse colapso, a pro dução cultural assume o papel de crítico so cial da periferia pelos olhos de quem está dentro, apresentando um novo caminho que poderia ser seguido, uma nova opção para aqueles que estavam numa situação de com pleto descaso. A arte ou as atividades ilícitas, são as opções que a maior parte dos jovens nas periferias conseguem enxergar como futu ro.
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Imagem da Favela Jardim Edite antes de sua remoção por Daniela Schneider
2_2 A periferia pelo periférico e o fomento cultural
Como relatado, a explosão demo gráfica na cidade pelas migrações nas dé cadas de 1950 a 1990, onde a expansão da mancha urbana começou a se desenvol ver sem controle ou planejamento, foi denomi nado posteriormente pelo mundo acadêmico como “a periferia”, e mais que isso, era uma questão urbana, quase um sinônimo para a pobreza e violência. Posteriormente com os movimentos sociais efervescentes de 1980, o termo foi sendo apropriado pela população politicamente, com uma crítica dessa socie dade, que depois também foram apropriados pela produção artística e cultural, se ressignifi cando com um olhar de dentro e não de fora ,como relata o Magani
De acordo com Magnani, com o termo periferia ocorreu algo próximo: “quando a peri feria já não valia sociologicamente ela foi utiliza da de maneira política pelos nativos”. Segundo o autor, quando o termo passava por uma cri se de significação, uma espécie de esvaziamento no que se referia à sua validade sociológica, foi capturado e ressemantizado pelos próprios moradores da periferia que, por meio dele, critica vam a violência e a pobreza existentes na pe riferia, assim como apontavam a desigualdade social existente na sociedade. (D’ANDREA, 2013 p 133)
Além do tom crítico, também disputa
va pela ampliação do seu significado, para mais do que só o espaço da pobreza e a vio lência, bem como também o lugar da cultura, da arte e potência, de fazer acontecer, de for ma independente e conseguir sua ascensão, trazendo de fato uma exaltação à periferia e de seus moradores.
Portanto, a produção cultural entra nesse cotidiano como um modo de se reencontrar alternativas, de exaltar seu potencial, reviver a politi zação local e colocar em pauta novamente todas as demandas que ainda careciam nas periferias, “...assim como o termo periferia se encontra em disputa, entre a celebração e a possibilida de crítica que contém, a produção cultural da periferia de São Paulo encontra-se na mesma situação”. (D’ANDREA, 2013, p. 196)
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Mostra o coletivo cine campinho, que atua em Guaianazes, no distrito de Lajeado destinado aos moradores que tem di ficuldade de ter acesso aos cinemas, ocupando o campinho com a exibição de filmes e outras atividades desde 2007. Imagem disponível em: http://celacc.eca.usp.br/pt-br/coletivo-cine-campinho
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D’Andrea relata então 4 motivadores em potencial que explicam alta da produção cultural na periferia, a partir da década de 90 até a atualidade, resumidos brevemente a seguir:
1- A Produção Cultural como pacificação:
Baseado na ideia principal de se re atar o vínculo nas relações sociais, restabe lecendo a confiabilidade na vizinhança, da reapropriação dos espaços públicos e promo ção da arte e da cultura como forma de evitar que jovens e crianças acabassem em ativida des ilícitas. Foi um partido de uso da cultura não somente da própria população, mas tam bém pelo poder público, ONGs e instituições privadas que promoviam cursos em setores ar tísticos, visando que a cultura pudesse apazi guar a situação e o contexto de vulnerabilida de dos jovens na época vigente.
2- Produção Cultural como sobrevivência material:
A produção cultural foi enxergada por alguns moradores como uma forma de sobre vivência (claro que ressaltando a dificuldade que é entrar no meio dessa economia cultu ral, sendo muitas vezes limitada). A produção
independente da cultura se torna uma alter nativa na busca pela ascensão social e eco nômica, seja pelas produções audiovisuais, música, livros, HQs, moda, etc. Visto que o trabalho formal é muitas vezes em um ambien te extremamente exaustivo e com baixos sa lários, sem o mínimo de esperança para um crescimento, a produção cultural vira uma op ção válida de se almejar, seja por meio de editais ou patrocínios.
3- Produção Cultural como participação política:
A falta da organização política e de sesperança que atingiu a cidade após a dé cada de 1980, fez com que a produção cul tural fosse uma forma ativa de participação política e crítica na sociedade, os moradores viram nos coletivos artísticos uma forma de se organizar politicamente e exigir seus direitos novamente. A voz popular que não é ouvida dentro da estrutura do nosso sistema democrá tico, observou que com os coletivos artísticos, principalmente no reforço do movimento do hip-hop nos anos 90, poderia se formar uma voz política, que pudesse denunciar as desi gualdades, as carências e a realidade den tro do meio. Após o fechamento dos núcleos de base do PT nas periferias, os jovens que eram ativos no meio político ficaram à deri
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va e no “desencanto” dessa política tradicio nal, e encontraram também na arte e cultura, uma forma nova de se despertar politicamen te, além de facilitar a conexão com as novas gerações. Portanto, “perceberam que as an tigas formas de fazer política, baseadas em reuniões, discursos e palavras de ordem, já não mais faziam eco. Os trabalhos de base, protestos e atos eram cansativos e monótonos.”(D’ANDREA, 2013). Foi usada a produção artística como forma de se refugiar no momento em que a crise era mais do que presente e as expectativas eram poucas, esti mulavam então a criatividade para essas no vas formas de se fazer política.
4- Produção Cultural como emancipação humana:
Em um país no contexto neoliberal, onde o trabalho formal não era muito atrati vo, a educação era desvalorizada e quase não existia uma representatividade política, a arte é vislumbrada como uma possibilidade de se continuar com objetivos de uma vida melhor. Se aproveitando da expressão de to das as emoções pela arte, como analgésico social enquanto se vivia no caos civilizatório. Deste modo, a motivação de que além de uma forma de identificação, reivindicação e crítica, a arte tem uma função humanizadora
que é reencontrada nos coletivos, trazendo a alegria, o fazer arte por ser bom.
Fotografia autoral Mauá, 2022.
2.3 O Lazer e o Cotidiano
Por fim, podemos concluir com uma análise das formas culturais e as sociabilida des cotidianas de um olhar de perto, como re lata Magnani, em como a simplicidade das atividades de lazer corriqueiras dos trabalha dores demonstram um aspecto cultural diferen te do que é vivenciado no centro da cidade, e como essa cultura pode ser diversificada no dia a dia.
O estudo do lazer em si demorou a ter seu valor no campo da sociologia. E quan do o objeto de estudo é a periferia, fica ain da mais complexo de se validar a importân cia de se observar e analisar esses modos de vida. Afinal, o lazer é um tempo quase inexis tente, e seu modo de usufruir desse momento é considerado mais uma forma de manipula ção com futilidades.
“Em suma, as populações dos bairros periféricos são objeto de atenção e in teresse quando se organizam em associações e protagonizam movimentos reivindicativos. Ou tras práticas, por meio das quais enfrentam o co tidiano, não são levadas em conta, ou então são consideradas obstáculos à percepção de seus interesses a uma ação política consequente…” (MAGNANI, 1998, P.27)
Nessa tentativa de entender o signifi cado da cultura na periferia, podemos dizer que está muito ligado na construção de iden
tidade de toda uma esfera de sociabilidade, ou “pedaço”, como diz Magnani em seus es tudos etnográficos, que por sua vez tem uma abrangência dentro do próprio cotidiano e la zer dos moradores.
As formas de lazer em si que encontra mos na cidade são um elemento fundamental para o desenvolvimento pessoal e social indi vidual e um direito pela garantia da cidada nia prescrito não só pela ONU na Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas pela pró pria lei brasileira na Constituição Federal de 1988, Artigo 6 parágrafo 3, art. 217.
O lazer pode ser expressado cultural mente de várias formas, mas por fim, em qual quer uma das formas, ele simboliza a afir mação de uma identidade e uma ferramenta auxiliar para uma transformação social e redis tribuição dos privilégios na sociedade. (MAG NANI, 2018)
Nesse sentido, as pesquisas evi denciam a contribuição do lazer para a quali dade de vida das populações em diferentes con textos. As mais distintas formas de expressão por meio de arte, dança, música, religião, vestuário, linguajar, prática esportiva e gastronomia deno tam e celebram identidades individuais e coletivas” (MAGNANI, 2018 p. 9)
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Fotografia autoral Mauá, 2022
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Em resumo, a importância da divisão entre o tempo de trabalho e o tempo de la zer foi ficando forte com o resultado das lu tas operárias no momento da Revolução In dustrial, e no pós-guerra foi então o momento onde realmente pôde ser considerada uma questão social. E em 1960, transformado em um campo de estudo específico da sociolo gia do lazer, claro que para o sistema capita lista que vivemos, pouco importa o que é fei to no tempo livre, o recurso só é usado como recuperação de um cansaço excessivo e diá rio que a maior parte dos moradores da peri feria passam (MAGNANI, 2018). Com isso, a forma de pesquisa que Magnani emprega em suas falas, o ver de perto e analisar o co tidiano daquela atividade ou lugar, vai além dos questionários analiticos, as respostas do tempo livre que seriam “não faço nada, dur mo, assisto televisão” que seriam futilidades para a alta sociedade intelectual, se transfor mam em um mundo de expressões culturais, com o circo, o churrasco em família, a excur são para Aparecida do Norte, uma foguei ra de São João, o futebol de várzea, parafra sear na calçada, empinar uma pipa ou uma moto, é um infinito de atividades que expres sam uma identidade, constituem os valores, o modo de pensar e o modo de vida dessas pessoas em questão.
Afinal, o lazer não é somente o que é
vendido nos anúncios de novos condomínios da cidade, ou de um hotel resort, vai além da área de churrasqueira, o playground e o pet place, vai além do mundo que vendem dentro de muros.
“...definindo o lazer como “neces sidade humana” e, ademais, colocando-o no âm bito da cultura, ampliar o alcance do termo, enfatizando sua universalidade, tanto na distribuição - em todas partes, em todos os tempos - como di versidade de práticas.” (MAGNANI, 2018, P.29)
Durante muito tempo, não se via sen tido no estudo do lazer, ainda mais dos tra balhadores e da periferia, afinal, era um tem po quase que escasso para as pessoas mais pobres, visto que se não estavam trabalhan do no centro, estavam terminando de cons truir um “puxadinho”, arrumando “bicos” ou dando conta das atividades domésticas pes soais, para poder se iniciar mais uma sema na, e quando se restava algum tempo real mente livre, percebemos a falta dos espaços e equipamentos de lazer e cultura para atribui ção de atividades, seja para adultos ou até mesmo para as crianças. v
É bem verdade que nas atuais condições de vida dos trabalhadores nos grandes centros urbanos, seu tempo, energia e recursos são, em grande parte, utilizados para assegurar
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a sobrevivência. No entanto, sempre sobra dis posição, um tempinho e uns trocados para o baile ou circo no sábado à noite, para a partida de futebol das manhãs de domingo, a sinuca no fim de tarde, a festa de aniversário ou casamento de algum colega e às vezes até para uma rapidíssi ma excursão a Aparecida do Norte, ou então a Praia Grande, na festa de Iemanjá.” (MAGNA NI, 1998, P.19)
Partindo desse ponto do lazer e do cotidiano e finalizando um importante capí tulo, decidi fazer alguns registros fotográficos para que a conexão com o local a qual todo o trabalho está sendo retrado fosse mais tan gível e coerente como um todo do que foi re latado até então.
Demonstrando a calmaria em contra ponto a tal violência, a rua como espaço de lazer, os bares, as vendinhas e comércios, as sinucas e as varandas através das imagens.
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Fotografia
autoral Mauá - SP
Fotografia autoral Mauá - SP 2022
Fotografia autoral Mauá - SP 2022
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Mauá
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Fotografia autoral Mauá - SP 2022
(...) As luzes piscando de longe sinais Perigo à vista, quem me protege? Sirenes me lembram que eu sou incapaz Capatazes urbanos servindo a quem? E eu de refém dessa merda toda Recitando que poesia cura Cantando que Hip Hop salva Falta pra “caramba” pra eu vender a minha alma Ela não tem preço, apreço de mim Sozinha mil vezes, sigo até o fim Sabendo dos planos que Deus tem pra mim Mesmo não entendendo, eu pra ouvir Já paralisei por tanto sangrar To aqui vivona mas já quis me matar E quem foi que disse que eu já não morri? O que vocês veem é uma parte de mim Foi o que sobrou pois eu resisti
-Anna
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Suav(2021)
_Estudos territoriais: mapeamento e reconhecimento cultural
3_1 Processos independentes x Processos Públicos
A periferia se formou a partir de um processo independente e sem planejamento, por conta da explosão demográfica ocasio nada pelas grandes ondas migratórias das pessoas que vinham em busca da ascensão social e das “oportunidades” como relatado anteriormente. Pode-se concluir que a visão de individualidade em relação ao poder pú blico sempre esteve presente desde a forma ção desse território em especial.
Em outro caso, ocorrido numa fa vela, enquanto ativistas de diferentes colorações partidárias debatiam qual a alternativa mais cor reta no encaminhamento de sua ação - se levar as pessoas a buscarem por si mesma, por meio do trabalho comum, as soluções para seus pro blemas, ou se, ao contrário, deveriam incentivá -las a exigir das autoridades essas soluções- os favelados faziam ambas as coisas. (MAGNANI, 1998, p. 24)
Além desse abandono do estado, o processo de um modelo capitalista em ascen são com o neoliberalismo, visava a indepen dência e o fazer por conta própria, também incentiva o discurso que D’Andrea chama de “a tese do é nóis por nóis”, é nada mais do que a explicação dessa fala que percorria pelas periferias de São Paulo, o de não se esperar do poder público para resolução de problemas e serviços básicos, os quais deve
riam lhe ser garantidos perante lei. Mas de ir em busca por si só, que quando entrelaçado ao tema da cultura, se deu da mesma forma, uma cultura nasce e se reafirma sozinha, no que seria o “é nóis por nóis”, fazer seu pró prio “corre” e buscar produzir artisticamente e culturalmente de forma independente, seja por motivos “pacifistas, econômicos, políticos ou emancipatórios” (D’ANDREA, 2013). Para continuar a explicação de como surgiu essa alta de produção cultural nas peri ferias de São Paulo nos anos de 1990, D’An drea relata também mais hipóteses, a “Tese tecnológica” , de que a tecnologia e a inter net ajudaram a se espalhar essa cultura e fa cilitar a comunicação, e por fim, a “Tese da gestão da pobreza” de que essa cultura tinha um viés de tentativa de gestão, onde todo in centivo financeiro para as produções artísti cas teria uma intenção de combate à pobre za, a pacificação e a inclusão social, seja ela vinda das iniciativas públicas ou privadas.
Conhecidos atualmente por “classes populares”, são muito procurados por mili tantes de partidos políticos, membros de organi zações ligadas à Igreja, pesquisadores, cientistas sociais, que descobrem e revalorizam sua vida associativa (Sociedade de Amigos do Bairro, grupo de base, clube de mães, movimentos de moradores), suas reivindicações e modalidade de luta específicas. (MAGNANI, 1998, P. 23)
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Portanto, esse conjunto de teses forma das pelo D’Andrea compõem as tentativas de explicar como essa produção cultural, a partir dos coletivos artísticos, teve um aumento con siderável nos últimos anos e como nasceu de forma tão independente. Onde posteriormen te foi também “incentivada e financiada” por ações governamentais, ONGs ou empresas privadas, como uma forma de combate a um cenário caótico já citado.
Desse modo, o processo de formação cultural da periferia se deu de forma totalmen te emergente e independente de pequenos grupos, sendo assim, quando olhamos o ma peamento dos espaços credenciados e devi damente cadastrados como um espaço cul tural pela prefeitura, vemos claramente que estão localizados principalmente no centro expandido e muito concentrado na área mais nobre da cidade.
Mas afinal, nas periferias não existe cultura?
Dentre os batuques de samba, do for ró ou do batidão, existe lá uma herança cultu ral, forte e digna de ao menos seu reconheci mento.
O processo independente, a partir das décadas de 1990 e 2000, demonstraram e fortaleceram a cultura da “quebrada”, além de reivindicarem não somente sua existência, mas como falam, sua resistência, capaz de
combater a violência e produzir um fomento cultural que já existe, mas que é invisível num contexto geral da cidade de São Paulo.
Depois de anos de luta, a Secretaria da Cultura cria, a partir de 2003, projetos de valorização à cultura da periferia, podemos citar então: O Programa VAI (aprovado em Lei em 2003) e O Fomento a Cultura da Periferia (aprovado em Lei em 2016) que foram a fonte de dados para o reconhecimento desses cole tivos artísticos e mapeamento dos espaços cul turais independentes na periferia.
O Programa VAI, que tem como ob jetivo a Valorização de Iniciativas Culturais, foi um projeto de lei criado pelo ex-vereador Nabil Bonduki e assinado pela Marta Suplicy como lei 13.540 e regulamentado pelo de creto 43.823/2003, e apoia financeiramen te atividades artístico-culturais de jovens de baixa renda em municípios que carecem de recursos e equipamentos culturais.
O Fomento à Cultura da Periferia é um programa regulamentado na Lei 16.496/16 na gestão de Fernando Haddad, que promo ve apoio financeiro para coletivos artísticos que atuam há mais de 3 anos nas periferias de São Paulo ou em Bolsões de Vulnerabilida de Social.
Essas iniciativas reconhecem então o valor dos projetos culturais nas periferias que até então, desde seu aumento repentino na década de 1990, atuavam de forma comple tamente independente, visto a necessidade e falta desses espaços.
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Imagem vínculada ao google maps e o ponto de localização da Ocupação Cultural Mateus Santos em Ermelino Matarazzo.
3_2 Mapeamentos: de longe
Reconhecer essa cultura de longe e de perto fez parte de entender o que deveria ser uma proposta final para que esse trabalho ti vesse um sentido viável como ideia.
Para o desenvolvimento do mapea mento e reconhecimento desses coletivos foi analisado o Edital do fomento à cultura de 2022 que contava com 48 iniciativas cultu rais já consolidadas, e o Programa VAI I (para iniciativa culturais com menos de 2 anos de existência) e o Programa VAI II ( para inicia tivas já com ao menos 2 anos) contabiliza vam juntos ao todo 726 inscrições validadas, que variam nas mais diversas formas de ex pressão artística, Circo, Teatro, Artes visuais,
Grafite, Audiovisual, Sustentabilidade, Tecno logia, Batalhas de Rap, Slams, Saraus e as sim por diante.
Como foi uma surpresa e tanto a quan tidade de projetos aplicados ao edital, ana lisar cada uma das propostas seria inviável para esse momento, então foi feito o reconhe cimento dos espaços físicos que tinham alguns desses coletivos mais consolidados, e ao todo foram mapeados 51 destes que variam nas categorias: teatro, artes circenses, música, li teratura, audiovisual, artes visuais, dança, bi bliotecas comunitárias e meio ambiente.
Importante também frisar que por mais que tenham sido categorizados, esses espa ços são ricos culturalmente, não desenvolven
VISÃO MACRO
do somente uma atividade, em sua maioria tem mais de uma categorização e promovem a cultura das mais variadas formas possíveis, seja em uma viela, uma garagem, um terre no baldio, um campinho de várzea ou em um galpão abandonado.
MACRO
CENTRO EXPANDIDO
Mapeamento com os a demarcação das favelas da cidade de São Paulo, em relação às áreas de maior declive e de proteção aos mananciais, nos relatam essa consolidação habitacional em áreas de difícil assentamento, além da relação com o distanciamento do centro expandido.
ANÁLISES
SOCIAIS
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Mapeamento do índice de paulista de vulnerabilidade social que demonstram também uma fragilidade maior das periferias em relação ao centro.
ANÁLISES SOCIAIS
CENTRO EXPANDIDO
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CENTRO EXPANDIDO
Mapeamento com as bibliotecas públicas da cidade onde nas periferias muitas estão vinculadas aos projetos de Centros Educacionais Unificados (CEUs).
ANÁLISES
CULTURAIS
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Mapeamento de espaços culturais, teatros e cinemas da cidade que demonstra que a distribuição de espaços de lazer não é democrática, pois ela se concentra ao centro e vai esvaziando as margens.
ANÁLISES CULTURAIS
CENTRO EXPANDIDO
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CENTRO EXPANDIDO
Mapeamento da distribuição de espaços culturais na cidade de São Paulo.
ANÁLISES
GERAIS
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Mapeamento da densidade demográfica de acordo com dados de 2010
CENTRO EXPANDIDO
Por fim, podemos visualizar que a desigualdade em relação aos espaços culturais da cidade são extremos e desvinculados com a demanda em relação a necessidade de acordo com a quantidade populacional e vulnerabilidade social do território.
ANÁLISES GERAIS
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Listagem dos coletivos artísticos e categorização
Entretanto, muitos espaços culturais não constam na base de dados cadastrais oficiais da prefeitura, muitos atuam de forma autônoma nos bairros e foram o ponto de pesquisa principal dessa análise que gerou um mapeamento dos espaços culturais independentes, vinculados aos coletivos artísticos que têm como fonte de pesquisa os editais de 2022 do Programa VAI e o Fomento a Cultura na periferia.
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3 3 2 5 18 10 7 TEATRO SARAU BIBLIOTECAS MÚSICA DANÇA MEIO AMBIENTE BEM ESTAR CIRCO CINEMA AUDIOVISUAL ARTES VISUAIS 10 2 24 12 ZONA SUL ZONA LESTE ZONA OESTE ZONA NORTE Comparação quantitativa de atividade Comparação quantitativa de zonas
Listagem geral
ID NOME ENDEREÇO
REDES
1 ESTAÇÃO DA JUVENTUDE
R. Valdemar Amarante, 466 - Ermelino Matara zzo
@CJ.EJUVENTUDE
2 FAVELA GALERIA
Rua Archângelo Archi ná, 587 - Cidade São Mateus
@FAVELAGALERIA 3 OKUPAÇÃO CULTURAL CO RAGEM
R. Vicente Avelar, 53Conj. Res. José Bonifá cio
@OKUPACAOCULTU RALCORAGEM 4 ESPAÇO CULTURAL CINE QUEBRADA
R. Floriano Aresti 52, COHAB Juscelino Ku bitschek, Guaianases
@CINEQUEBRADA_ 5 CINE CAMPINHO R. Alessio, S/N, Laje ado @CINECAMPINHO 6 ESPAÇO LOVE CT SKATE R. Barão Barroso do Amazonas, 110, Guaianases
@LOVECT_SKATE 7 CIRCO DE QUEBRA
R.Cristovão Aieres - Jd. São Luís @CIRCODEQUEBRA 8 MIL CIRCOLARTES
R. Maria Teresa, 196Cidade Júlia @MILCIRCOLARTES
66
ID NOME ENDEREÇO REDES
9
SOPRO DE VIDA
10 ESPAÇO CULTURAL JD. DA MASCENO
Rua Henrique Roschel Christi, 572, Parelhei ros
R. Talha-Mar, 105, Jar dim Damasceno
@SOPRO.DE.VIDA
@ESPACOCULTURAL DAMASCENO
11 PONTO DE CULTURA QUE BRADA ORGÂNICA
R. Papiro-do-Egito, 708716 - Vila Nova Uniao
@INSTITUTO_NUA 12 QUEBRADA ORGÂNICA
R. Alecrim, 14, Rivieira Paulista
@QUEBRADAORGANI CA 13 ESPAÇO CULTURAL CA CHOEIRAS
TV. Rio dos Touros, 72, Conj. Promorar Raposo Tavares
@ECACHOEIRAS 14 SERTÃO PERIFA Pç. Júlio César de Cam pos
@SERTAOPERIFA 15 OCUPAÇÃO CULTURAL MA TEU SANTOS
Av. Paranaguá, 1633, Jardim Belém
16
PRETO IMPÉRIO
R. Sabino Rodrigues da Silva, 55, Vila Teresi nha
@MOVIMENTOCULTU RALEM
@PRETO_IMPERIO
67
ID NOME ENDEREÇO REDES
17 BLOCO DO BECO
R. Bento Barroso Perei ra, 2 - Jardim Ibirapuera
@BAQUEATITUDE
R. Cônego José Maria Fernandes, 127c, São Mateus
@SAOMATEUSEMMO VIMENTO 19 ESPAÇO COMUNIDADE
18 SÃO MATEUS EM MOVI MENTO
R. Domingos Marques, 104, Jardim Monte Azul
@ESPACOCOMUNI DADE 20 FORA DE FREQUÊNCIA
R. Egídio Colonna, 4, Alto Riviera
@COLETIVOFORADE FREQUENCIA 21 QUILOMBAQUE
Tv. Cambaratiba, 05, Perus
@QUILOMBAQUE 22 ESPAÇO FIM DA RUA R. Lomar, 23, Jardim Ipanema
@FIM_DA_RUA 23
ESPAÇO CULTURAL MARI GHELLA
R.Carvalho de Araújo, 6, Guaianases
FB: ESPAÇO CULTURAL CARLOS MARIGHELLA 24
ESPAÇO CULTURAL PERIFE RIA PRETA
R. Maria Teresa, 196Cidade Júlia
@MILCIRCOLARTES
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ID
NOME ENDEREÇO REDES
25
ALIANÇA NEGRA POSSE
R. Luis Bordese, 93loja 2 - Cidade Tiraden tes
@ANP1988_OFICIAL 26 ESPAÇO CULTURAL ESPE RANÇA
R. dos Igarapés, 739Jardim dos Ipes
@ESPACOCULTURALES PERANCA 27 CASA DI FATEL R. Nazle Mauad Lufti, 167 - Parelheiros
@CASADIFATEL 28 CASARÃO ARTE LIVRE R. Petia, 06 - Jardim Do naria
@OCUPAPINHEIRI NHO 29 ESPAÇO CULTURAL CITA R. Adolfo de Azevedo, 20 - Jardim Bom Refú gio
@ESPACO_CITA 30 MOCUPIJA - MOVIMENTO CULTURAL PIRITUBA JARAGA Av. Mutinga, 1425Jardim Santo Elias
@MOCUPIJA 31 GRUPO BATEKERE
R. Cinturão verde, 227 - Vila Santa Ines
@BATEKEREDANCA 32 REDUTO DO RAP
R. Sete Barras, 166Freguesia do Ó
@REDUTORAP
69
ID NOME ENDEREÇO REDES
33 SARAU ELO DA CORRENTE R. Jurubim, 788 - Re canto Monte Alegre
@SARAUELODACOR RENTE2007 34 CENTRO CULTURAL ADE BANKÊ R. Durande, 175 - Ar thur Alvim
@ESPACOCULTURALA DEBANKE 35 ILÉEKO (BIBLIOTECA SUBJA TA MARQUES) R. Florai, 105 - Itaim Paulista
@ILEEKOCASADOSA BER 36 LITERARUA Av. Dep. Emilio Carlos, 179 - Limão
@LITERARUA 37 BIBLIOTECA COMUNITÁRIA ADEMIR DOS SANTOS
R. Nova, S/N - Jardim Elba
@BCADEMIRSANTOS 38 BIBLIOTECA SOLANO TRIN DADE R. dos Têxteis, 1050Cidade Tiradentes
@BIBLIOSOLANOTRIN DADE 39
SARAUÊ
Pç. Júlio César de Cam pos, s/n - Rivieira Pau lista
@SARAUESARAU 40
MAPUNEWEN: CASA DE CULTURA LIVRE
R. Padre Claro. 12 - Ri vieira Paulista
@CASAMAPUNEWEN
70
ID NOME ENDEREÇO REDES
41 ESPAÇO CULTURAL FOFÃO ROCK’N BAR Estrada das Taipas, 3827 - Jaraguá
@FOFAOROCKNBAR 42 A CASINHA DE SONHAR R. Talha-Mar, 105, Jar dim Damasceno
@COLETIVOCASINHA 43 CDC VENTO LESTE
R. Papiro-do-Egito, 708716 - Vila Nova Uniao
DOLORESBOCAABER TA.ORG.BR 44 ESPAÇO CULTURAL MAN SÃO QUEENS
R. Alecrim, 14, Rivieira Paulista
@COLETIVOACUENDA 45 TEATRO AVILA (ARENART) TV. Rio dos Touros, 72, Conj. Promorar Raposo Tavares
@CENTROCULTURALA RENART 46 CENTRO CULTURAL ARTE EM CONSTRUÇÃO
Pç. Júlio César de Cam pos
@INSTITUTOPOMBA SURBANAS 47 ESPAÇO CULTURAL INVEN TIVO Av. Paranaguá, 1633, Jardim Belém
@OSINVENTIVOS 48
OCUPAÇÃO ARTÍTICA CA NHBA
R. Sabino Rodrigues da Silva, 55, Vila Teresi nha
@OCEUPACAOARTISTI CACANHOBA
71
3_3 Mapeamentos: de perto
Para o reconhecimento sensível de to dos esses trabalhos, foram escolhidos 3 cole tivos para descritiva de suas atividades e co letadas imagens de 3 coletivos diferentes e montados em colagens para exemplificação desses trabalhos culturais mais tangíveis ao trabalho:
O Circo de Quebra - Nascido na zona sul, atua com atividades e oficinas na área das artes circenses e que atuam pelas vielas e escadarias das periferias e favelas de São Paulo.
O CDC Vento Leste - Um conjunto de coletivos que nasceu primeiramente com o Grupo de Teatro Dolores Boca Aberta na
zona leste de São Paulo, e ocupam um antigo espaço abandonado junto a um campinho de futebol que hoje fomenta também as mais di versas atividades, seja teatro, dança, sarau, hortas comunitárias ou exposições de arte.
O Espaço Cultural Jardim Damasceno - Muito focado no trabalho para as crianças, no desenvolvimento de brincadeiras e ocupa ção infantil, na zona norte da cidade, tam bém ocupam um espaço de um antigo terre no baldio e desenvolvem como sempre, todos os tipos de atividades culturais que forem pos síveis de serem realizadas.
Decidi escolher um ponto em cada ex tremo da cidade para demonstrar a riqueza
VISÃO
que a periferia pode proporcionar cultural mente, e que possivelmente, outros inúmeros coletivos que eu não localizei mas também es tão pela cidade, na tentativa de promover a cultura e melhorar o cenário cotidiano da nos sa sociedade.
Todos merecem seu devido reconheci mento: seja o Bloco do Beco, o São Mateus em movimento, a Ocupação arte em cons trução, Ocupação Mateus Santos, o espaço cultural Adebanke, Cine campinho, Espaço Cultural cine de quebrada, dentre tantos ou tros que talvez nem estejam nessa pequena tentativa de mapeamento, todos promovem a cultura de forma única. Portanto, foram lis
tados com as informações que foram coleta das para que se houver algum interesse, se jam acessíveis para consulta desses e outros espaços além dos selecionados para uma vi são aproximada do trabalho.
MICRO
ZONA SUL
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Circo de Quebra
O grupo circense Circo de Quebra é um coletivo artístico da Zonal Sul, Jardim São Luís com foco no envolvimento de apresentações teatrais circenses, oficinas e atividades recreativas e culturais para crianças e adolescentes. Eles existem especificamente na chamada “viela matriz” da Rua Cristóvão Aires, hoje carinhosamente chamada de Viela Circo de Quebra. São um dos coletivos incentivados pelo projeto “Fomento a cultura de periferia” da Secretaria da Cultura de São Paulo.
75
ZONA
76
LESTE
CDC Vento Leste
O coletivo da comunidade Vento Leste, se encontra na Vila Matilde, foi um terreno baldio da prefeitura nos anos 90 e ocupado primeiramente pelo coletivo Dolores Boca Aberta de Teatro nos anos 2000. Hoje ele abriga 9 grupos organizados de diversas áreas e linguagens (Dolores, Cia Canina, Capoeira, Comunidade Paraguaios, Grupo de Basquetebol, Grupo de Futebol, La Pacata, Dança da Terceira Idade). São coletivos independentes lutando pela manutenção desse espaço. Também são acolhidos da iniciativa de “Fomento a cultura de periferia” da Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo.
77
ZONA NORTE
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EC J. DAMASCENO
O Espaço Cultural Jardim Damasceno se localiza na Zona Norte de São Paulo, na Brasilândia. Ele ocupa um terreno baldio com pequenos galpões e atividades culturais e recreativas voltadas para o meio ambiente, com uma horta comunitária e para crianças, com hora de brincadeiras durante o período da tarde, espaços para exposições de arte e de estudos com uma biblioteca comunitária, saraus e contações de histórias. Também recebem incentivo financeiro e apoio do projeto de “Fomento a cultura da periferia” da secretaria de cultura da cidade de São Paulo.
79 NORTE
3_4 O que é a cultura de periferia hoje?
Em teses ou artigos, não é possível se justificar ou entender o que é essa cultura da periferia hoje, mas podemos visualizar como ela tem crescido e sendo aceita lentamente pela sociedade desde os últimos anos.
Mais do que o movimento hip-hop que nasce na São Bento, ou o Rap que entra em evidência depois que o grupo Racionais inva de as rádios da cidade, a cultura na periferia no “hoje”, tem aos poucos se tornado parte dessa nova geração e tendo seu valor reco nhecido dentro da sociedade. Entretanto, cla ro que essa estética a qual dizem ser aceita, ainda é cheia de preconceitos, visto que sua origem não vem de uma elite intelectual.
Atualmente, grandes artistas nacionais que têm seu reconhecimento internacional, vieram do Funk. Por exemplo, o canal Kon dZilla, o terceiro maior canal de música do Youtube, também nasceu do mesmo berço. No contexto do rap nacional, podemos citar o rapper Djonga que foi o único brasileiro em uma premiação internacional de hip hop e que foi noticiada em 13/10/2020, em ple no Jornal Nacional. Ou ainda, a Batalha da Aldeia que hoje é muito reconhecida por re velar tantos outros novos talentos da música, ao qual não podemos esquecer que o próprio Emicida, também nasceu de uma batalha de Rap.e foi o autor do préfacio da republicação de 2022 do livro São Paulo: o planejamen
to da desigualdade da Arquiteta e Professora Ralquel Rolnik. Além da música, a moda e a estética da periferia também estão em ampla evidên cia, com a Mile lab estampando a Vogue e a revista Veja após seu desfile histórico na São Paulo Fashion Week 2022 ou a apro priação da Nike promovendo eventos que tra zem essa estética como peça chave principal.
Por fim, podemos relatar também como exemplo, a exposição “Contramemória”, no Theatro Municipal de São Paulo em colabora ção com o CCSP que celebra 100 anos da Semana de Arte Moderna de 22, onde traz os grupos que foram deixados de lado naque le recorte histórico mas que também represen tam a cultura brasileira, para isso foram cha mados artistas da PerifaCon para expor ao lado de obras de Anita Mafaltti e Flávio de Carvalho no salão nobre do mesmo espaço que até hoje guarda as marcas da profunda segregação em que se formou a cidade de São Paulo.
A Periferia produz música, cinema, moda, ciência, arte, tudo com muito esforço e que é invisibilizado não somente pela so ciedade, mas por todo um conjunto de dificul dades, que como relata D’Andrea em suas te ses, o fomento cultural na periferia, ascendeu com o discurso de uma opção a uma vida me lhor, e o avanço da comunicação e a tecnolo
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gia provavelmente influenciou nesse processo de aceitação dessa cultura e também seu uso como ato político.
Enfim, podemos afirmar que ainda existe um preconceito e que não é uma pro dução cultural totalmente aceita, porém, falar que ela não existe, que não é relevante ou im portante, isso não se pode afirmar.
Foto autoral do painel da PerifaCon na exposição “Contramemória” no Theatro Municipal, tirada em Maio de 2022.
“Editorial Air Max Day
A @centauroesporte e @nike me convidaram pra dirigir um editorial pra celebrar o Air Max Day ao nosso real estilo. Air Max é cultura das ruas pras ruas, por isso Air Max Day é a celebração de uma cultura que veste a quebrada desde 1987. Neste domingo(27) a Centauro realiza o sua edição do evento ‘Pira no meu AIR’ e eu fui convidada pra somar junto de uma galera! Então, encosta.” - Relato pessoal em publicação de Fernanda Souza
Ficha técnica Direção criativa e direção de arte: @correrua_ (Fernanda Souza) Stylist: @neguinhodefavela16 Fotografia: @atemporalboy Captação, edição e coloração do Making of e Teaser: @torvicvision Beleza: @luciana_leite Ass. de fotografia: @ erickdinizmobile Ass. Stylist: @beatrizlascasar_ Modelos: @crisszloficial @k4m4lii @ ghett8 Produção: @yas.tss Mediação: @neguinzk_18 @ anarcor4f @emicijl
FONTE: INSTAGRAM FERNANDA SOUZA @CORRERUA
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“Fui convidada pela @voguebrasil pra trazer na edição desse mês o que eu enxergo como Brasilidade Fantástica. E criei essa colagem pra representar, que o fantástico do Brasil está nas ruas, dentro da favela. É em uma noite de sábado a caminho do baile, que eu vejo o Brasil de verdade.
Essa mesma noite que carrega o peso do perigo, mas também a possibilidade de viver. Pois dentro desse sistema, não há lugar para que possamos celebrar, não existe lazer garantido por políticas públicas à nossa comunidade.
Mas é na rua que a gente dá nosso jeito de construir esses lugares, mesmo quando a segurança não é pautada, pois ela não foi pensada pra proteger corpos como os nossos, mas sim pra nos ter como alvo, sob a luz do dia, em qualquer horário. Quando sol baixa, é a hora que na favela ressoa “O que temos a perder?”. Se precisamos nos arriscar, que seja pra celebrar a vida que tanto tentam tirar de nós. E pra todos que vão meter marcha pro baile nesse final de semana, eu digo: Viva a malandragem, a marginalidade e me chama! “ -Relato pessoal em publicação de Milena Nascimento
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FONTE: INSTAGRAM MILE LAB @MILE.LAB
(...) Eu com dez ano vendo os bandidos Da minha quebrada que era mil grau Sempre tirado pelos professor Da minha escola como marginal E os bandido da minha quebrada Que sempre vivia da vida errada Incentivava e acreditava No meu talento e potencial Tá aí o contraste que ‘cê não entendia Que meu exemplo era a vida bandida Que andava torto e fazia o errado E passava a visão que o crime não era vida E na TV não tinha o exemplo Do mano de terno que bem se vestia Dava discurso, dava migalha E depois tirava de quem já não tinha Fácil falar você que tem tudo E que nunca faltou pra sua família Enquanto pra nós falta informação Educação e até moradia
Mas tá suave, tá bom, é Obrigado, DK, pelo convite Porque se não fosse o Favela Vive Cadeia, caixão era o meu limite Lucas, eu, Mu540 Não seria equipe, seria quadrilha Que bola plano pra assaltar banco E não pra pensar em fazer clipe rindo Essa porra salvou a minha vida Disso eu sei, sou bem consciente Mas tô pra mostrar que o sistema esconde Que preto não vive, é sobrevivente (Vai)
-Kyan (2021)
44
_O módulo como apoio a manifestações culturais na periferia
A Proposta consiste primordialmente em experimentações de espaços culturais capazes de se rem executados e que possam ser facilmente distribuídos em áreas subutilizadas nas periferias de São Paulo. Foi pensado um espaço modular mínimo que pudesse ser ampliado em etapas e processos, vol tado para uma autogestão e com um mobiliário dinâmico, atribuindo uma variedade programática em um mesmo tipo de espaço.
Foi estabelecido como algo simples estruturalmente e já semelhante aos lugares de implantação, facilitando o processo construtivo para as pessoas do local e visando uma interação com a comunida de. Em discussões conjuntas podem avaliar e ver a possibilidade mais viável a cada cenário, estabe lecendo seu próprio critério de escolha, tanto de como será o módulo quanto de layout.
1- Interações sociais com a comunidade para entender a implantação e as demandas associadas ao futuro espaço, entender a dinâmica do lugar em questão.
2 - A partir das primeiras deci sões, entender qual a melhor for ma de implantar definindo o projeto final e os processos de execução.
3 - Colocar o projeto em execução sem a necessidade de um processo tão burocrático quanto seria para grandes empredimentos públicos de infraestrutura.
4 - A partir de um projeto simples com um processo de implantação mais próximo do indíviduo, a sua distribuição pelo espaço se torna mais fácil e mais aceita, redistribuindo mais justamente os espaços culturais na cidade.
85
4_1 Estudos de caso
Estudo
de caso 01
Salas de Leitura Fernanda Canales México
Área: 50 m² Ano: 2015
O trabalho se relaciona como referên cia na ideia principal, que é descrita pela própria equipe de projeto como um módulo mínimo, pensado para inserção em qualquer espaço residual de locais que são carentes de espaços culturais e cívicos, sendo traba lhado também em processos, onde a partir de um módulo matriz, permite um crescimento ho rizontal ou vertical ao se agregar mais módu los, permitindo que sejam replicáveis a várias situações. Também é absorvida a forma que é estruturada, de forma simples, com materiais comuns, econômicos e duráveis, facilmente disponíveis e de fácil execução e manuten ção, e o programa múltiplo que se adequa às necessidades de cada local.
Estudo do módulo e as pos síveis formas de uso do es paço como sala de leitura / estudos / reuniões dentre outras
86
Estudo de possíveis varia ções de espaços a partir da modularidade
87
4_1 Estudos de caso
Estudo de caso 02
Ludeña
Guayaquil, Equador Ano:2022
Entre as características do projeto estão mostrar a poten cialidade das comunidades de se auto-organizarem para se impor pelos seus direitos e estruturarem seus próprios bairros. O projeto social em cooperativismo com a comunidade gerou um desenho participativo para reabilitação de um centro comunitário. Ele se in tegra ao espaço público, tanto aberto ao dia como a noite, que funciona como um farol que ilumina as escadarias. Além das aber turas e mobiliários que permitem a utilização dinâmica do espaço para acomodar diferentes atividades realizadas na casa.
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Casa Comunitária El Faro de Mapasingue / BBL estudio + Juan Carlos Bamba + Pierre Berrú + Jorge
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4_1 Estudos de caso
Estudo de caso 03
Construindo Comum-Unidade
Rozana Montiel Estudio de Arquitectura Cidade do México, México Área 5000 m² Ano: 2016
A referência se encontra com o trabalho a partir da ideia de se pensar desde uma escala de maior abrangên cia no território, a menor escala do ob jeto em si, além de se utilizar módulos cobertos que atribuem uma variedade de usos, recuperando então o espaço público, transformando essas áreas li vres em espaços culturais e lúdicos com uma estrutura leve, com formas de ocu pação que a equipe de projeto chama de “diferentes fachadas de atividades”.
90
91
4_1 Estudos de caso
Estudo de caso 04
Escola M3: uma proposta modular, flexí vel e sustentável para áreas rurais da Co lômbia.
Arquiteto Encarregado: Isabel Escude ro Herrera, Sandra Liliana Argüello Cal derón, Paz Argüello Meza e Fernando Gómez Arroyo Concurso :Prêmio Corona Pro Hábitat 2013. Convocatoria profesional 2013: “Escuelas rurales para Colombia” Ano: 2013
O projeto Escola M3 é do escritório M3H1 Arquitectura, adaptado da bases do concurso “Premio Corona Pro Hábitat 2013: Escuelas rurales para Colômbia”, nesta referência é atribuído também a re lação do espaço dinâmico e adaptável a várias situações, que também a partir do sistema modular, pode ser implementa do de diferentes formas de acordo com as necessidades locais promovendo a parti cipação da comunidade para sua execu ção, e também, a forma da didática que foi utilizada para que fosse simples e de facil compreensão para execução ou ma nutenção dos espaços.
92
93
4_2 Programas e usos relacionado ao espaço modular
A escolhas programáticas dos espaços:
A partir da análise dos coletivos artís ticos encontrados nas periferias de São Paulo e visualizando as atividades mais recorrentes dentre eles, foi então pensado em uma cate gorização que gerasse a demanda de espa ços e um programa formal de usos.
Com as categorizações colocadas, foi possível organizar um organograma com demandas simples de cada uma das áreas que podem ser uma demanda individual ou uma demanda vinculada a mais de uma cate gorização.
AULAS PRÁTICAS / TEÓRICAS E ESPAÇOS PARA APRESENTAÇÕES, RECITAÇÕES E GRAVAÇÕES
TEATRO CIRCO MÚSICA SARAU DANÇA
ARTES VI SUAIS
ESPAÇO LIVRE DE ENSAIOS ESPAÇO LIVRE DE ENSAIOS ACÚSTICA
BALCÕES E ÁREAS DE APOIO E EXPOSIÇÃO
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E além das áreas dedicadas às atividades cul turais gerais, foram vinculados também espaços de de apoio tanto ao próprio espaço cultural, quanto a outros lugares, como o vestiário que pode ser um módulo de uso para espaços de dança e teatro, ou para áreas de lazer comum como por exemplo os campinhos de várzea.
SALA DE ESTUDOS SALA DE LEITURA SALA COM ACESSO A COMPUTADORES
AUDIOVISUAL
BIBLIOTECA MEIO AMBIENTE
APOIO DOS ESPAÇOS CULTURAIS X ESPAÇO DE USO PÚBLICO GERAL
SANITÁRIOS VESTIÁRIOS SALAS DE REUNIÕES DEPÓSITOS / ARMÁRIOS
ÁREAS DE APOIO
PLATEIA E ESPAÇO PARA PROJEÇÕES E EXIBIÇÕES
HORTAS COMUNITÁRIAS E OFICINAS EDUCACIONAIS
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4_2 Programas e usos relacionado ao espaço modular
O Desenho do módulo mínimo
Um segundo momento foi realizado experimentações modulares para se chegar a um módulo mínimo replicável e ampliável que funcionasse para uma variedade de usos. Foi adotado um módulo de no mínimo 4 x 4 me tros livres internos.
Estudo de um módulo de uso para au las práticas gerais com boa iluminação e ven tilação cruzada
Estudo do mesmo módulo só que com outra demanda de layout para aulas teóricas, palestras e debates.
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Estudo de um módulo de uso para uma bilbioteca comunitária com prateleiras, arqui bancadas e apoio para estudos.
Estudo de um módulo como área de apoio com sanitários e depósito.
Estudo do mesmo módulo com altera ções para uma demanda de uso para apre sentações, recitações ou projeções de filmes.
Estudo da viabilização modular para uso da laje como área útil.
97
4_2 Programas e usos relacionados ao espaço modular
O Desenho do módulo mínimo
Após os estudos para as dinâmicas de apropriação de um espaço mínimo e conside rando uma forma construtiva simples e padro nizada, foram adotados elementos cotidianos na periferia e que trazem essa identidade cul tural na construção. Foi desenvolvido um mó dulo mínimo de 4x4 metros livres internos, que entre eixos se deu 4,15x4,15 metros.
A estrutura base para o módulo foi de finido como pilar e viga de concreto armado pré fabricado, específico para pequenas cons truções, a laje com vigotas treliçadas de 4,5 metros e 2,5 metros complementadas com as lajotas cerâmicas H8 e o bloco de concreto de 2 furos para a vedação geral. O resultado da proposta de projeto gerou 4 tipos de expan sões possíveis do espaço e com a opção de se utilizar também a própria laje como área útil:
1 módulo base (4x4 metros)
meio módulo de (2x2 metros)
2 módulos base ou mais (4x4 metros)
1 módulo base (4x4 metros) + meio módulo (2x2 metros)
98
As peças de composição estrutural: pré-fabricadas
Pilar - modelo 01
Pilar - modelo 02
0,15 0,075 2,325 0,225
0,125
0,07 0,115 0,04
2,2
2,325 0,15
0,07 0,04 0,04
0,225 0 .5 1 2
Pilar - modelo 01 com variação
2,325 0,15
0,15 0,075 0,3
0,15 0,075 0,3
0,125
0,125
2,2
2,2
0,15
0,225 0 .5 1 2
0,225 0 .5 1 2
0,15
Tanto pilares, quanto as vigas, foram projetados com referência ao modelo produ zido por João Filgueiras Lima para a montagem de escolas rurais em Abadiânia, Goiás. Foram feitas de concreto arma do pré fabricado com encai xes, já prevendo a descida de águas pluviais e com vazios para atingir um menor peso para a estrutura. Dessa forma, facilitaria sua montagem e fa bricação sem a necessidade de uma mão de obra qualifica da ou muitos maquinários de obra. 0,07 0,04
Mesmo com o vazio prevendo maior facilidade de manuseio da peça, foi fei ta uma variação com o mes mo modelo maciço, para que fossem utilizadas no apoio de mais de 2 vigas. Portanto, o modelo 01 possui a variação e o modelo 02, como já prevê o apoio de mais de 2 vigas só foi pensado como uma peça única maciça.
0,15 0,075 2,325 0,225
0,15 2,325 0,225
0,225 0 .5
0,225 0
0,15 0,07 0,115 0,04
99
Vista lateral Isométrica Vista lateral Isométrica
Vista superior Corte em planta Vista superior Corte em planta
0,125 0,15 0,075 0,225
As peças de composição estrutural: pré-fabricadas
Viga 01 - Módulo único
Módulo inteiro
0,125
0,125 0,07 0,04
0,125 0,125
Meio módulo
0,04 0,04
0,07
Vista superior
Vista lateral
0,125
0,05 0,05 0,05 0,125
Corte transversal
Corte transversal 4,3 0,15 3,925 0,15 0,15 2,3 0,15 2 0,15 0,15 0 .5 1 2
Isométrica
Os 3 modelos de vigas têm 2 variações cada, uma para o módulo inteiro e o outro consi derando um meio módulo.
100
As peças de composição estrutural: pré-fabricadas
Viga 02 - Módulo de conexão
4,225
0,125
0,125
0,125
0,125 0,125
0,125 0,125
0,125
Corte transversal 4,225 0,15 4 0,15 0,075 0,07 0,04
0,15 4 0,15 0,075 0,07 0,04
Módulo inteiro Meio módulo
0,04 0,04 2,225 0,15 2 0,15 0,15
0,07
0,07
Vista superior
0,04 0,04 2,225 0,15 2 0,15 0,15
Vista lateral
0,125
0,05 0,05 0,05 0,125
0,125
0,125
0,05 0,05 0,05 0,125
Corte transversal
Isométrica
0,125
0,125
0,125 0,125
0,15 0,15 0 .5 1 2 0
0,15 0,15 0 .5 1 2 0
0,125 0,125
0,125
O vazio interno foi consi derado para retirar a sobrecar ga da estrutura para que fosse mais leve que uma peça maci ça.
101
As peças de composição estrutural: pré-fabricadas
Corte transversal
Módulo inteiro
Vista superior
0,125 0,125
Viga 03 - Transversal 4 0,15 3,85 0,075 0,075
Vista lateral
0,125
Meio módulo
0,125 2 0,15 1,85 0,075 0,075 0 .5 1 2
0,125
0,05 0,05 0,05 0,125
Corte transversal
Isométrica
102
As peças de composição estrutural: pré-fabricadas
MODELO
DE LAJE
BLOCO PARA VEDAÇÃO
0,3 0,13 0,05 0,07 0,12 0,4 0,4 0,15 0,2
0 .5 1 2 0 .5 1 2
Vista frontal Vista frontal Vista superior
0,3 0,13 0,05 0,07 0,12 0,4 0,4 0,15 0,2 0 .5 1 2 0 .5 1 2
A laje é feita com vigotas treliçadas de 4,50 ou 2,50 metros e a lajota cerâmi ca H8. A vedação feita com bloco de con creto classe C.
103
Escada Vista superior Vista frontal Vista lateral
104
0 .5 1 2
0,18 0,92 2,57 0,2 0,2 0,2 0,2 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25
0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 1,05 4,3 1,2 As peças de composição estrutural: pré-fabricadas
0,18
2,57 0 .5 1 2
Guarda-corpo em aço
D=10 mm
Isométrica Montante do guarda-corpo medidas em milímetros
105
20 20 30 30 100 35 35
Laje com vigotas padronizadas e assentamento com inclinação leve prevendo a descida de águas pluviais nas laterais
Modelo de viga 01 Modelo de viga 03
Pilar modelo 01
106 EXEMPLO ESTRUTURAL 01 - COM 1 MÓDULO BASE
Laje com vigotas padronizadas e assentamento com inclinação leve prevendo a descida de águas pluviais nas laterais
Modelo de viga 02 Modelo de viga 03
Pilar modelo 01
107
EXEMPLO ESTRUTURAL 02 - 2 MÓDULOS BASE EM EXPANSÃO LONGITUDINAL
Laje com vigotas padronizadas e assentamento com inclinação leve prevendo a descida de águas pluviais nas laterais
Modelo de viga 03
Modelo de viga 02
Pilar modelo 02
Pilar modelo 01
108
E TRANSVERSAL
EXEMPLO ESTRUTURAL 03 - 2 MÓDULOS BASE DE EXPANSÃO LONGITUDINAL
0,035
As peças de composição estrutural: aberturas
0,03
1,275
Janela modelo 02 - sistema de giro
Corte transversal
0,035
As janelas foram pensadas para serem feitas em serralheria podendo ou não receber pintura.
Corte transversal
0,03 1
0,879 0,03
0,03
Vista frontal
Corte Vista frontal
Corte
0,58 0,58
0,03 1,4 0,03
1,14 0,03
Planta
Janela modelo 01 - sistema de giro 0 .5 1 2
0,465 0,465
0,03 0,90 0,03 0,03
Planta
110
0,035
As peças de composição estrutural: aberturas
0,03
1,275
Janela modelo 04 - folha basculante
Corte transversal
Corte transversal
Vista frontal
Corte
0,03 1,4 0,03
1,14 0,03
Planta
Janela modelo 03 - folhas de correr 0 .5 1 2
Vista frontal Planta
0,48 0,48
0,03 0,03 0,03
0,6 0,94
Corte
111
As peças de composição estrutural: aberturas
Porta modelo 01 - sistema pivotante
0,03 2
Vista frontal
Planta
Corte transversal
0,785 0,785 0,785 0,785 0,03 0,03
Corte
As portas foram pensadas para se rem feitas em madeira com o tratamento adequado com impermeabilização e tam bém com a opção de receber ou não uma pintura específica.
112
0 .5 1 2 3,2 1,97 0,03
2
As peças de composição estrutural: aberturas
Corte transversal
0,785 0,785 0,785 0,785 0,03 0,03
Vista frontal
3,2
Planta
.5 1
Corte
0,03 0,03
A altura pode variar entre portas de 2 metros e portas de 2,40, dependendo se ela chega ou não direto de encontro a viga.
113
Porta modelo 02 - sistema articulado 4 folhas 1,97 0
2
As peças de composição estrutural: aberturas
0,492 0,492 0,492 4
Corte transversal
2 0,97
Porta modelo 03 - sistema articulado de 8 folhas e balcão Vista frontal Planta
0,97 0,03
0,492 0,03 0,03 2 0 .5 1 2
Corte
0,03
0,03
3,2
0,03 1,57 1,57 0,03
0,97
0,97 0,03
0,03 1,57 1,57 0,03
3,2
114 0,97 0,03 0 .5 1 2 1,57 1,57 0,03 3,2 0,03 0,97 0,03 2
As peças de composição estrutural: aberturas
Porta modelo 03 - sistema articulado de 8 folhas
0,492 0,03 0,03
Vista frontal
Planta
0,492 0,492 0,492 4
115
0 .5 1 2
2
As peças de composição de layout: design/interiores
Armário 01
0,855
0,6 0,5 0,1
2 0,955 0,03 0,955 0,03 0,463 0,03 0,955 0,03 0,463
O armário 01 foi pensado como ar mário aberto, com um nicho maior central como área de apoio para leitura ou de as sento.
0,413 0,03 0,413 0,03 0,413 0,03 0,413 0,03
Corte a 1,20 metros Isométrica
0,03 0,03 1,8 0 .5 1 2 0,03 0,03 0,03
Vista frontal
118
As peças de composição de layout: design/interiores
Armário 02 - com 4 repartições
2
0,6 0,5 0,1
O armário 02 possibilita o uso de todas as portas, ou então a escolha de quais partes podem ser fechadas ou aber tas como nichos.
PROJ. INTERNA
PROJ. INTERNA
0,03 0,03 0,845
0,57 0,03 0,463 0,03 0,463 0,03 0,463 0,03 0,463 0,03 0,355 0,034 0,466 0,03 0,47 0,385 0,03
Ø0,05 1,8 1,74
PROJ. INTERNA
Vista frontal
Corte a 1,20 metros Isométrica
0 .5 1 2
Versão com a terceira divisão sem a porta Versão com todas as portas de fechamento do armário
119
As peças de composição de layout: design/interiores Armário 02 - com duas repartições
0,6 0,5 0,1
0,95 0,03 0,955 0,03 0,355 0,034 0,466 0,03 0,47 0,385 0,03
0,03 0,03 1,8
Vista frontal
1,74
2 0 .5 1 2
Corte a 1,20 metros Isométrica
120
0,03
Armário escaninho
1 0,4 0,04 0,03
A 0,755 0,03 0,755 0,03
0,03 0,5
O armário escaninho para guardar bens pessoais devido a alguns usos mais específicos, podendo se utilizar com fecha mento em chave ou não.
0,455 0,03 0,455 0,03 0,03 0,77 0,77
As peças de composição de layout: design/interiores A
PROJ. INTERNA PROJ. INTERNA
1,6
Corte a 1,20 metros Isométrica Corte AA
0,5 0,4 0 .5 1 2
Vista frontal
121
Armário baixo
0,03 1
0,5 0,04 0,03
Corte a 1,20 metros
0,47 0,47 0,03 0,03 0,33 0,03 0,33 0,03
O armário baixo foi pensado como armário fechado, mas com possibilidade de variação entre prateleiras internas ou no fechamento das portas.
0,54 0,03 0,03 PROJ. INTERNA
0,69 0,75 0,5
Vista frontal
Corte AA
Isométrica
A 0 .5 1
Isométrica c/ variação
122
As peças de composição de layout: design/interiores A 2
Bancada
0,57 0,03 0,33 0,03 0,33 0,03
0,03 0,75
Isométrica
Vista frontal
nicho nicho A
0,224 0,243 0,03 0
0,19 0,35 0,03 0,03 0,75 0,36
0,03 0,39 0,72
4
0,32 0,03 0,03 0,35
0,57 0,03 0,57 0,03 0,466 0,03 0,466 0,03 0,469 0,03 0,464 0,03 0,466 0,03 0,466 0,03 0,466 0,03 0,466 0,03 0,67
A B
B
Ø0,05 1 2
.5
123
As peças de composição de layout: design/interiores nicho nicho nicho nicho nicho nicho nicho nicho
A bancada possibilita o uso como armário simples ou como mesa de trabalho, podendo ser um módulo inteiro de 4 metros ou meio módulo de 2 metros.
Corte AA Corte BB Corte BB
0,03 0,47 0,03
As peças de composição de layout: design/interiores
Mesa
0,03
0,17
1,2 0,03 0,03 1,08 0,03 0,03 0,6 0,54 0,03
Vista lateral Vista frontal Vista superior
0,03
0,03 0,2 0,73 0,93
0,03
0,67
0,03 0,2 0,53 0,73 0,17
Vista lateral Vista frontal
Isométrica variação 01
0 .5 1 2
Isométrica variação 02
A mesa possui duas alturas, uma al tura mais baixa para mesa de trabalho co mum e outra maior para ser utilizada como bancada, sendo a estrutura em serralheria e o tampo apoiado de madeira.
124
As peças de composição de layout: design/interiores
0,38 0,1
0,125 0,125 0,35 0,03 0,03
Banco Banqueta 0 .5 1 2
Vista lateral Vista frontal
0,41 0,11 0,1 0,11 0,03
O banco simples permite a cria ção de pequenos palanques ou arqui bancadas conforme sobreposições e a necessidade de uso.
Vista superior Isométrica explodida Isométrica
0,15 0,05 0,05 0,05 0,175 0,175 0,075 0,075 0 .5 1 2
0,03 0,1 0,125 0,125 0,35 0 .5 1 Ø0,4 0,1 0,1 0,05 0,05
0,1
Vista superior Vista frontal Isométrica Vista posterior
125
As peças de composição de layout: design/interiores
Prateleira
0,03 0,3 0,81
0,05 0,03 0,4
0,2 0,4
0,2
0,075 1,85 0,075
Vista lateral Vista frontal Vista superior
2
Isométrica
0 .5 1 2
A prateleira com tirantes permite uma melhor fixação feita diretamente na laje, podendo ser utilizada também em pa redes montadas com blocos vazados.
126
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
A proposta projetual do trabalho con siste na sua aplicação real ao espaço e sua viabilidade para áreas diversificadas. Os pro gramas foram pensados a partir do estudo re ferente aos coletivos artísticos estudados ante riormente.
Para que mantenha a proposta intimis ta de diálogo com os moradores e usuários do equipamento, foi importante um reconhe cimento do local, do uso e de seu cotidiano, proporcionando uma articulação de progra mas diferentes para cada localidade e que ti vesse de encontro com o território de implan tação. Portanto, as áreas para idealização da proposta que exemplificam o modelo de aplicação desse circuito de espaços públi cos culturais são espaços nas proximidades do próprio bairro em que cresci na cidade de Mauá, localizada na Grande São Paulo, den tro do chamado ABC Paulista, fazendo divi sa com Santo André, Ribeirão Pires, Ferraz de Vasconcelos e a Zona Leste da capital. Todas as análises vão partir tanto da análise racio nalizada do local, quanto da análise íntima de memórias e cotidiano.
A proposta percorre uma ideia da des montagem de um grande espaço cultural, fa zendo do mesmo um circuito pelo bairro, de forma que sua implantação fosse mais facili tada e coerente com o lugar e os moradores. Sendo então, uma ferramenta para redistribuir esses espaços de apoio a cultura e lazer nas periferias.
Para as escolhas dos locais no circui to foram definidos como espaços públicos vazios, tanto de edificações quanto de uso, sendo lugares que atualmente são utilizados unicamente para passagem e não para per manência, tranformando então o uso do es paço público ao longo do bairro. Também foram selecionados pensando na requalifica ção de espaços que por sua vez já possuem uma vivência cotidiana, mas que não estão mais aptos ao uso por falta de manutenção. Em grande parte são praças de resquícios viários ou nas proximidades de córregos ocu pados por habitações unifamiliares. Foram dispostas próximas umas as outras, para que fosse possível uma desmembração do grande centro cultural, tornando o próprio bairro e os percursos dentro dele como parte de um todo desse espaço de lazer e cultura.
128
Localização geral
Localização das implantações
Estação CPTM Mauá 2,7 Km 1 4
6 Jardim Campo Verde Vila Bocaína Vila Falchi Jardim Zaíra
Rio Tamanduateí
7
Jardim Mauá Jardim Itapark
Cidade Kennedy
Jardim Nilza Miranda 2 3 5
Jardim Maringá Jardim Miranda D’Aviz
132 1 3 2 4 6 5 7
Espaço cultural 01 Biblioteca da pracinha (referência biblioteca Solano Trindade)
Compõe o programa cultural que atribui a ati vidades relacionadas a uma biblioteca comu nitária com sala de estudos, contação de his tórias, pesquisa, etc. Espaço cultural 02 Galeria d’quebrada (referência Okupação Cultural Coragem)
Atividades relacionadas a um espaço voltado para artes visuais, oficinas e exposições.
Espaço cultural 03 Ponto de Cultura Ritmo e Poesia (referência espaço cultural Adebankê)
Atividades relacionadas a música, slams e sa raus, um espaço para apresentações no geral e gravações.
133
3.
1. 2.
Espaço cultural 04 Quintal da Praça (referência Quebrada Orgânica)
Atividades relacionadas a reciclagem, hortas comunitárias e ao aprendizado relacionado ao meio ambiente para os moradores.
Espaço cultural 05 Cine Ciranda (referência espaço cultural Cine Quebrada)
Atividades relacionadas a um espaço lúdico de brincadeiras e projeções de filmes de acor do com uma programação.
Espaço cultural 06 Ponto arte (referência Casa de Cultura Vento Leste)
Compõe o programa cultural de maior abran gência para aulas e reuniões gerais e abriga grupos de teatro, dança e saraus.
134 4. 5. 6.
Espaço de apoio cultural 07 Apoio geral
Módulo pensado para vestiários, sanitários e áreas de apoio geral para a comunidade.
7.
Percursos culturais Áreas lúdicas pelos percursos do bairro entre os espaços culturais, com pequenos objetos ou intervenções atribuídos a uma requalifica ção do espaço público.
8.
135
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 01
Biblioteca da pracinha
1
O Espaço 01 é localizado entre o en contro de avenidas comerciais da cidade, próximo a uma escola pública de ensino fun damental e médio, ao ponto final de duas li nhas de ônibus da região. Próximo também a um dos córregos provenientes do Rio Taman duateí e que é ocupado por habitações unifa miliares.
A área verde é um resquício de espa ço no cruzamento de ruas e avenidas que foi nomeado de Praça Orsélio de Godoy, que possui uma mesa e bancos de concreto utili zados por alguns idosos.
O cotidiano se resume a um simples lo cal de passagem e alguns comércios no seu entorno e até mesmo o comércio itinerante que se apropria por vezes da própria praça como expositor para venda de móveis artesa nais, balões, etc.
O programa pensado para o local se baseia em um espaço cultural voltado à àrea de aprendizagem que carece na região, como biblioteca comunitária, jogos de tabu leiro e espaço de estudos no geral.
136
1 2 3 4
Banca de Jornal antiga
Avenida com habitações unifamiliares de uso misto
Tradicional restaurante nordestino
Espaço de feira de peixes sexta-feira santa
Ponto final de ônibus
E.E. João Paulo II
Mapa de interação local
Escadões de acesso entre ruas
v
Praça Orsélio Godoy
Implantação do espaço cultural 01 Biblioteca da pracinha
Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares
Bar local Córregos do Rio Tamanduateí
na
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 01
Biblioteca da pracinha
A implantação foi realizada com 2 dos módulos maiores de 4,15 metros sem acesso a laje. Foi utilizado como estrutura principal: 6 pilares modelo 01, 4 vigas do modelo 02, 2 vigas de modelo 03 a laje simples com vigotas de 4,5 metros e bloco cerâmico, a vedação com bloco de concreto pa drão de 2 furos e as aberturas de porta pivotante e janelas com sistema de giro conforme padrão.
O mobiliário também se apropria de forma dinâmica ao programa do espaço e foi idealizado com: 2 armários do modelo 02, 01 armário do modelo 01 e 1 armário do modelo 03, uma banca da, 7 mesas do modelo 01e 21 bancos.
Av. Itapark
R. Antônio das Neves
R. Hermínio Mardegan
N Implantação
Espaço cultural 01 Módulo base
PROJ. LAJE
141
PROJ. VIGA A A B B C C D D 0,65 0,4 0,4 0,4 0,4 0,11 0,97 0,12 0,4 0,15 3,2 0,4 0,35 0,4 0,4 1,2 1,2 0,4 0,4 4 0,15 4 0,15 4 0,15 0,4 0,1 0,15 0,15 1 2 A B C 4,15 4,15 4,15 0 1 2 4 0,15 PROJ. LAJE
N
Possibilidades de layout
Modelo de uso comum para estudos e atividades individual e em duplas 01
Layout 01 Layout 02
Modelo de uso comum para aulas e estudos de reforço N
Layout 03
Modelo de uso comum com junção de mesas para atividades em grupo Modelo de uso com auditório para contação de histórias e apresentações
Layout 04
143
Corte AA Corte BB 0 1 2 4 0 1 2 4
O espaço possui ventilação cruzada usando tanto o bloco de concreto quanto aberturas simples que podem ou não se in tegrar com o mobiliário su gerido.
A proposta para in fraestrutura elétrica em to dos os módulos é feita com eletrodutos aparentes, tan to para ligação de pontos de energia ou luminárias.
Para atender essa demanda foi utilizado um bloco técnico externo ao módulo que é usado para ligação geral de energia.
145
Corte CC
Vista Posterior
Isométrica interna
O mobiliário fixo como os armários e estantes foi utili zado nas laterais, enquanto o centro é dinâmico para apro priação de diferente situações dependendo da disposição de bancos e mesas dentro ou fora do espaço.
ARMÁRIO 02 ARMÁRIO 02 ARMÁRIO 01 ARMÁRIO 03
MESA 01 VARIAÇÃO BAIXA
BANCADA
01
BANCO
Vista Posterior
Vista Interna
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 02
Galeria
D’quebrada
2
O Espaço 02 é localizado em um es paço remanescente de um trecho ainda não ocupado de um córrego da região. Conta com um pequeno trecho de passagem para pedestre e áreas verdes onde os moradores do entorno usavam para uma antiga horta e plantações em geral.
Na região tem poucos comércios de garagem como barbearias, adegas e restau rantes de delivery, está entre o caminho para duas escolas do bairro, uma de ensino funda mental I e uma de ensino fundamental II.
O cotidiano se resume a um simples local de passagem e alguns momentos de la zer com pipas, brincadeiras de rua e foguei ras em datas festivas.
No espaço cultural 02, foi determina do como espaço vinculado a artes visuais, seja o grafite, artesanato ou até mesmo ofi cinas diversas de atividades manuais como fabricação de pipas que é uma brincadeira muito cotidiana das crianças na região.
154
1 2 3 4
Ponto de ônibus
Comércio local
Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares
Comércio local
Muro grafitado
Rua com muito movimento de crianças brincando
Mapa de interação local
Implantação do espaço cultural 02 Galeria D’quebrada Comércio local Quadra de uso público Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares Córregos do Rio Tamanduateí
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 02 Galeria D’quebrada
A implantação foi realizada com 1 módulo maior de 4,15 metros e o acréscimo de um meio mó dulo de 2,15 metros, com o pavimento térreo e laje como área útil, foi utilizado como estrutura principal: 6 pilares do modelo 01, 4 vigas do modelo 02, 3 vigas de modelo 03, a laje simples com vigo tas de 4,5 metros e bloco cerâmico, a vedação com bloco de concreto padrão de 2 furos e a abertura com porta pivotante.
O mobiliário também se apropria de forma dinâmica ao programa do espaço e foi pensado com: 2 armários do modelo 02, 01 bancada de meio módulo, 4 mesas altas e 10 banquetas.
R. Vitório Chiarotti
R. Ângelo Della Betta
R. Manoel Moreno Tôrres
N Implantação
PROJ. VIGA
159
D
0 1 2 4
N
Espaço cultural 02 Módulo base A B C 1 2 A A D
C C B B M PROJ. LAJE PROJ. LAJE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 A A 0,65 0,15 0,65 0,15 3,2 0,15 1,2 0,15 0,8 0,15 4,15 2,15 0,8 3,2 0,15 0,65 1,2 0,15 0,15 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 1,05 3,25 2,75 0,74 0,5 0,15 0,4 0,15 4,15 4,75 4 0,15
Possibilidades de layout
Layout 01 Layout 02 0 1 2 4 N
Modelo de uso comum para estudos e atividades
Modelo de uso comum para estudos e aulas D C B
Uso do espaço como sala de exposições temporárias.
Layout 03 Layout 04
Modelo de uso comum para estudos e atividades externas na laje
161
162 0 1 2 4 0,00 2,57
O espaço foi pro jetado com uma liga ção hidraúlica aparente, por se tratar de ativida des artísticas, sendo con veniente a água disponí vel no local para algumas das demandas de uso.
O uso da laje como uma segunda área útil per mite utilizar do espaço como sala de exposições e manter atividades coti dianas atreladas ao uso.
A proposta para in fraestrutura elétrica assim como nos demais módu los é com eletrodutos apa rentes. Um bloco técnico externo ao módulo é usa do para ligação geral de energia e de água do es paço cultural, que abaste ce a caixa d’água supe rior.
163
Corte CC
Vista Frontal
Isométrica interna
O mobiliário fixo como os armários e louças ficam nas laterais e mantém o cen tro livre, inclusive foi pen sado com menos abertu ras para manter as paredes com disponibilidade para atividades de pintura e montagem de exposições.
BANQUETAS ARMÁRIO MODELO 02
BANCADA MESA VARIAÇÃO ALTA
Vista Frontal
Vista Interna
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 03
Ponto de cultura Ritmo e Poesia
3
O Espaço 03 se encontra ao final de uma grande avenida comercial e na entrada para o bairro do Jardim Mauá, em um espa ço ocioso próximo ao posto de gasolina, utili zado como parada para caminhões e ônibus.
Ele pode ser considerado uma área verde, com algumas árvores e gramados, além de um desnível considerável na relação entre as ruas a qual ele faz essa separação fi síca.
Cotidianamente os bares próximos são bem movimentados principalmente, no perídodo noturno em quase todos os finais de semana. Além da venda de horti-frutis corri queiras durante a semana nos caminhões.
O programa local se baseia em um es paço cultural que tenha uma relação com os bares e lounges da rua, fomentando então a música, slam, saraus, dentre outras formas de apresentações, sendo portanto um pequeno espaço que abrigue atividades relacionadas a música e a poesia.
172
1 2 3 4
Córrego do Rio Tamanduateí
Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares
Mapa de interação local
Rua com muito movimento noturno principalmente aos fins de semana
Av. Barão de Mauá, uma das principais vias da cidade
Comércio Local de lounges e bares
Posto de gasolina e ponto de estacionamento de caminhões
Implantação do espaço cultural 03 Ponto de cultura Ritmo e Poesia
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 03
Ponto de cultura Ritmo e Poesia
A implantação foi realizada com dois blocos. Sendo o primeiro um espaço projeta do para aulas, utilizando 1 módulo único de 4,15 metros, e o bloco 2 feito com 2 módulos 4,15 metros. Ambos se conectam com uma pequena passarela metálica. Foi utilizado como estrutura principal: Bloco 01 - 4 pilares do modelo 01, 2 vigas do modelo 01, 2 vigas de modelo 03; Bloco 02 - 6 pilares do modelo 01, 4 vigas do modelo 02, 3 vigas do modelo 03. Em ambos a estrutura da laje, vedação e aberturas seguem a mesma dos demais módulos já apresentados.
O mobiliário escolhido na composição espacial foi: Bloco 01 - 2 armários do modelo 02, 4 me sas baixas e 6 bancos simples; Bloco 02 - 3 mesas simples, 2 armários do modelo 02 e 36 bancos.
Av. Américo Tornero
R. Jairo França
N Implantação
Espaço cultural 03 Módulo base
Passarela metálica para conexão entre blocos apoiada sob a laje
Fechamento em chapa de aço perfurada
177
Espaço cultural 03
Módulo base - Nível Superior A
178
B
D
A B
C C D
0,15 0,8 1,2 1,2 0,8 0,15 0,15 0,8 3,2 0,15 0,4 0,5 0,25 3,2 0,15 0,65 0,15 2,8 1,2 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,4 4,2 4,3 4,3 0 1 2 4 PROJ. LAJE 2,57 2,57 A B 4,15 1 2 4,15 N
Espaço cultural 03 Módulo base - Nível Inferior
179
A
C D D C 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
8,45 0,75 0,15 0,4 0,3 2 2 2
3,2 2,8 0,15 1,2 0,15 0,4 4 1,2 0 1 2 4
A B 4,15 1 2 4,15 3 4,15 N
A B B
0,3 0,4 0,15 0,75
0,8
PROJ. LAJE PROJ. VIGA 0,00
Possibilidades de layout
Layout 01
Modelo de uso comum para estudos e atividades e a laje do bloco 02 para apresentações e recitações
180
N
Layout 02
Modelo de uso comum para apresentações internas quando necessárias e um pequeno estúdio de gravações
N
181
Corte AA
Bloco 01
0,00 2,57 Bloco 02
Corte BB 0,00 2,57 Bloco 02
Bloco 01
A proposta do blo co 01 foi utilizá-lo como espaço de aulas teóricas e práticas relacionadas a música e poesia.
186
Corte CC
O Bloco 02 foi pensado como espaço para apresentações e recita ções, que pudesse ser utilizado como estúdio e que fosse para um uso mais restrito, mas com a laje sempre aberta ao público como área de estar ou lazer.
Corte DD
187
0,00 2,57
Vista Frontal
BANCOS
Isométrica interna Bloco 01
Foram colocados al guns armários simples e as mesas mais baixas com os bancos prevendo aulas e atividades tanto de instru mentalidade em si quanto de escrita.
BAIXA
MESA VARIAÇÃO
ARMÁRIO MODELO 02
BAIXA BANCOS
MESA VARIAÇÃO BAIXA
E ao Bloco 02 foram colocados somente alguns armários deixando o espa ço livre quando necessário para pequenas apresenta ções internas.
ARMÁRIO MODELO 02
Vista Frontal - Bloco 01
Vista Laje Bloco 02
Vista Frontal - Bloco 02
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 04 Quintal da praça
4
O Espaço 04 fica próximo a uma pra ça não nomeada em cima da canalização de um córrego da região, que abrigava uma pe quena horta comunitária, equipamentos para exercício físico, um playground e mobiliários urbanos de apoio, que sem a devida manu tenção foram inviabilizados e retirados do lo cal.
No seu entorno ele liga a uma aveni da bem comercial com muito movimento in clusive noturno e nas feiras de domingo. Tam bém se encontra em frente a um grande ponto de reciclagem da região.
O cotidiano local se resume a um es paço de lazer já utilizado em especial por al gumas crianças que usam o parquinho e ido sos que fazem caminhada pela praça.
Para esse contexto, o programa foi idealizado com o viés voltado para ativida des com a reciclagem e plantação familiar, com um espaço para hortas comunitárias jun tamente com programas de apoio nas ativida des educativas relacionadas ao tema.
200
1 2 3 4
Av. Itapark, uma das principais vias comercias da cidade
Ponto de reciclagem para catadores da região
Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares
Rua da feira
Mapa de interação local
Córrego da Bocaína
Praça
com playground e academia ao ar livre
Implantação do espaço cultural 04 Quintal da praça
Escadaria de acesso entre ruas
Escadaria de acesso entre ruas
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 04 Quintal da praça
A implantação foi realizada com 1 módulo maior de 4,15 metros e o acréscimo de um meio mó dulo de 2,15 metros, com o pavimento térreo e laje como área útil. Foi utilizado como estrutura principal: 6 pilares do modelo 01, 4 vigas do modelo 02, 3 vigas de modelo 03, laje simples com vigo tas de 4,5 metros e bloco cerâmico, vedação com bloco de concreto padrão de 2 furos e a abertura com porta articulada de 4 folhas.
O mobiliário também se apropria de forma dinâmica ao programa do espaço com: 3 armários baixos, 6 mesas altas, 4 mesas baixas, 8 bancos e 6 banquetas.
Av. Hermínio Pegoraro
N Implantação
R. Marco Rosa
Módulo
205
1 2
0 2 1 4
N
Espaço cultural 04
base A B C 1 2 D D C C B B M PROJ. LAJE PROJ. LAJE
3 4 5 6 7 8 9 10 11 13 12 14 A 0,65 0,65 0,15 3,2 0,15 1,2 0,15 0,15 0,8 2,15 0,15 0,8 4,15 3,2 0,15 1,2 0,65 0,15 0,15 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 1,05 3,25 2,7 0,5 0,15 0,4 4,15 4,75 4 0,15
PROJ. VIGA 0,00 0,65 0,15 0,15 A A
Possibilidades de layout
Modelo de uso para restaurante e eventos comunitários
Layout 01 N
206
Layout 02
Modelo de uso comum para apresentações, aulas e palestras
207
Possibilidades de layout
A A
D
208
D
C
Layout 03 B
C
B 0 1 2 4
Modelo de uso comum para aulas, oficinas em geral. N
Layout 04
A laje aberta utilizada como horta comunitária
209
210 Corte BB 0,00 2,57 Corte AA
O uso da laje é pensado como horta co munitária para a comuni dade local, pensando que o programa é relacionado ao meio ambiente.
As ligações hidráuli cas e elétricas assim como nos demais módulos é feita de forma aparente.
Além do uso para palestras, aulas sobre meio ambiente e reciclagem, foi pensado também na pos sibilidade de oficinas culi nárias e um pequeno res taurante comunitário que funcionasse esporadica mente, então foi necessá rio inserir outro pequeno módulo externo para a li gação de gás ao fogão.
211
Corte CC
Vista Frontal
Isométrica externa
A laje é utilizada como horta comunitária que agrega ao programa principal do espaço.
HORTAS COMUNITÁRIAS
Isométrica interna
O mobiliário fixo como os armários, louças e eletrodomésticos foi uti lizado nas laterais e ao centro foi colocado as me sas altas com banquetas que podem ser movimen tadas para diferentes dis posições, dependendo da programática diária.
PRATELEIRAS ATIRANTADAS
ARMÁRIOS BAIXOS
BANQUETAS
MESA VARIAÇÃO ALTA
Vista Frontal
Vista Interna
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 05
Cine Ciranda
O Espaço 05 é mais uma área verde próximo de uma área de córrego. Utilizado como canteiro de divisão viária, possui algu mas árvores, gramado e brinquedos de play grounds tradicionais.
O entorno é formado por habitações unifamiliares e poucos comércios, além do ponto de ônibus que atende o bairro.
5
O cotidiano local na praça está vin culado ao uso atual, sendo portanto um local com uma maior atenção de crianças e ado lescentes que se utilizam do playground, além das pessoas que usam o ponto de ônibus dia riamente e as festividades tradicionais como festa junina.
Para este espaço, foi pensado em vincular ao audiovisual, fazer do espaço de brincar também um pequeno cinema para os moradores que pode ser atribuido nas festivi dades tradicionais da praça.
222
1 2 3 4
Rua da feira
Córrego da Bocaína Av. Itapark, uma das principais vias comerciais da cidade
Praça com playground com festividades juninas
Implantação do espaço Cine Ciranda
Mapa de interação local
Ponto
de ônibus
espaço cultural 05
Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares
Escadaria de acesso entre ruas
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 05 Cine Ciranda
A implantação foi realizada com 1 módulo maior de 4,15 metros e o acréscimo de um meio mó dulo de 2,15 metros, com menos áreas fechadas prevendo um uso mais lúdico do espaço. Foi utilizado como estrutura principal: 6 pilares do modelo 01, 4 vigas do modelo 02, 3 vigas de modelo 03, laje simples com vigotas de 4,5 metros e bloco cerâmico, vedação com bloco de concreto padrão de 2 furos e redes de escalada tensionada e a porta articulada de 8 folhas.
Como o próprio espaço é o objeto lúdico e de apresentações, o mobiliário é composto apenas de bancos para complementar os lugares quando necessário na exibições de filmes.
R. Doná Elvira Vitale Aleto
N Implantação
R. José Eduardo Píres Livramento
Av. Hermínio Pegoraro
1 2 3
4,15
2,15
0
0,15
4,15 0,4 0,15 2 2 0,15 2 0,15
0,2 0,2 0,2 0,2
0,8 2,4 0,8
0,4 0,8 4
C C A B
D D
0,05 3,8 0,05 0,05 0,05
PROJ. SUPERIOR
0,6 0,6 4,3 0,6 0,6 1 2 4
PROJ. VIGA N
227
Espaço cultural 05 Módulo base A A B B
0,65 0,15 3,2 0,15
PROJ. LAJE
0,00
Possibilidades de layout
Layout 01
228
Modelo de uso para exibição de produções audiovisuais no geral. N
Layout 02
Modelo de uso comum para o dia-a-dia do espaço quando sem programação
229
Possibilidades de layout
Layout 01
230
Modelo de uso de fechamento do espaço com a guarda de todo o mobilário N
Layout 02
Uso de laje com rede para lazer e apoio de uma área lúdica.
231
Com uma realiza ção mais simplificada, ele prevê a utilização lúdica e uma programação para exibição audiovisual no geral.
Foram colocadas redes de escalada em al guns fechamentos e em um dos vazios da laje. Além do telão fixo para as pro jeções.
A arquibancada foi feita com o próprio bloco de concreto e uma base superior de madeira para maior conforto.
A proposta para infraestrutura elétrica com eletrodutos aparentes e um bloco técnico externo ao módulo para ligação de energia da mesma forma que foi realizado nas de mais implantações.
232
Corte BB 0 1 2 4
Corte AA
233 Corte DD 0,00 2,57
Vista lateral
Isométrica externa
Por se tratar de um espa ço mais lúdico, o acesso a laje foi proposto pela escada marinheiro com uma área de lazer livre na parte superior e uma rede tensionada.
REDE TENSIONADA DE LAZER
TELÃO FIXO PARA PROJEÇÃO
REDE TENSIONADA DE ESCALADA
Isométrica interna
No espaço interno foi feita uma arquibanca da com blocos de concre to preenchidos e o assen to em madeira. Os bancos complementam os lugares nas exibições quando for utilizado o telão fixo.
BANCOS
ARQUIBANCADA COM BLOCOS E ASSENTO DE MADEIRA
Vista Frontal
Vista Interna
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 06
Ponto
arte
O Espaço 06 é localizado em um ter reno baldio nas proximidades de mais um cór rego que é uma área também que está sendo apropriada com o passar do tempo por habi tações.
6
A área verde por vezes se encontra aberta com algumas crianças que moram na região que brincam no terreno, visto que pos sui uma grande área livre.
O local hoje é subutilizado por vezes como estacionamento provisório e inadequa do.
O programa local se baseia em um es paço cultural que abrigasse a grupos de tea tro, dança, circo, com infraestrutura para au las práticas da arte que é mais vinculada ao corpo e a cena, abrigando também a moda, maquiagem entre outras derivações que sur gem das apresentações. Portanto atuando como sede para apresentações, desfiles e grandes eventos no geral.
244
1 2 3 4
Córrego do Rio Tamanduateí
Rua com muitas no térreo
Implantação do espaço cultural 06 Ponto Arte
Terreno amplo sem ocupação próximo ao córrego
Mapa de interação local
muitas casas com comércios
Ponto de ônibus
Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares
4.3 O bairro como espaço cultural:
implantações
Espaço cultural 06
Ponte arte
Pensado para ser a maior implantação, como sede local para reuniões ou apresentações maiores, a implantação foi projetada em dois blocos espelhados com 2 módulos maiores de 4,15 metros. Que tem como estrutura principal: 6 pilares do modelo 01, 4 vigas do modelo 02, 3 vi gas de modelo 03, a laje simples com vigotas de 4,5 metros e bloco cerâmico, a vedação com bloco de concreto padrão de 2 furos e a abertura com porta articulada em 8 folhas e janela inte grada ao mobiliário, fechando a conexão dos blocos com uma grande cobertura de lona tensio nada inspirada nas lonas de circo, pela simplicidade da estrutura e na ligação com a história do lazer na periferia.
O mobiliário também se apropria de forma dinâmica ao programa do espaço e foi ideali zado com: 4 armários do modelo 01, 4 armários do modelo 02, espelhos, barras de apoio para dança e ao menos 60 banquinhos.
Espaço cultural
base A
R. Brás Cubas
Implantação
N
B B
A
0 1 2 PROJ. LAJE PROJ. VIGA
06 Módulo
0,67 0,55 0,15 4 0,15 4 0,15 1,40 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 8,45 1 2 4,15 3 4,15 1,15 1,2
2,50
A
D
1,2 A
1 2
1,2
2,00
8,45
1,15 1,2 4,15 0,08 7,75
4,15 0,08 7,75 1,2 4,15 1,2 1,15
4,15 3
B 2,52 0,97 0,52 4,3 109,9 2,50
B B
0,67 0,55 0,15 4 0,15 4 0,15 1,40 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0 1 2 4
C C
PROJ. VIGA
2,00 2,00
B A B 2,52 0,97 0,52 2,52 0,97 0,52 4,3 109,9 2,50
1,06 PROJ. LAJE PROJ. COBERTURA
4,15 N
D D
PROJ. LAJE PROJ. LAJE PROJ. COBERTURA 0,00
2,00
2,00
249
C
D
4
A
C
1,06 PROJ. LAJE PROJ. LAJE PROJ. VIGA PROJ. COBERTURA 0,00
N
Possibilidades de layout
Layout 01
Modelo de uso comum para estudos e atividades cotidianas
251
252 N
Possibilidades de layout
Layout 02
Modelo de uso comum para apresentações ou reuniões usando o espaço livre dentre os blocos
253
Corte
AA
2,00 4,57 0,00
Corte
BB
2,00 4,57 0,00
Corte CC
2,00 4,57 0,00
Corte
DD
Vista
frontal
Isométrica interna
O armário e a estante aberta servem como guarda de itens pessoais ou guar da de objetos de aula. Foi pensado uma barra simples para aulas de dança, espe lhos nas paredes maiores e os bancos utilizados para as atividades ou para as apre sentações.
Vista Frontal
Vista Interna
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço de apoio cultural 07 Vestiários, sanitários e
depósitos
O Espaço 07 é em um grande campi nho de futebol de várzea próximo da favela na Cidade Kennedy, e foi pensado a implan tação de um dos espaços de apoio idealiza dos no ínicio do processo projetual que seria o de vestiários, sanitários e depósitos.
7
270
1 2 3 4
Implantação do espaço cultural 07 Áreas de apoio as quadras de várzea da comunidade Cidade Kennedy
Mapa de interação local
Demais quadras de uso unicamente para habitações unifamiliares de até 2 andares
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço de apoio 07 Sanitários e Vestiários
A implantação foi realizada com 2 módulos maiores de 4,15 metros no sentido longitudinal e o acréscimo de 2 meios módulos de 2,15 metros no sentido transversal. Foram usados como estrutura principal: 6 pilares do modelo 01, 3 pilares do modelo 02, 6 vigas do modelo 02, 6 vigas de mo delo 03, a laje simples com vigotas treliçadas de 4,50 metros e de 2,50 metros, a vedação com blo co de concreto padrão de 2 furos, uso de drywall para passagem de tubos para ligações hidráulicas e cabines em MDF.
base
275
A
C
A B 0 1 2 4
4,15 4,15
Espaço de apoio 07 Módulo
- Sanitários PROJ. VIGA PROJ. VIGA PROJ. LAJE PROJ. LAJE 1 2 3 2,15 4,15 A B C A
B B C
M 3,63 0,15 0,65 0,15 0,65 0,15 2,77 0,15 0,15 4 0,15 0,6 1,4 0,15 0,28 0,28 4 4 8,45 4,15 4,15 6,45 2 0,15 1,85 0,15 1,85 0,15 2 0,15 PROJ. VIGA PROJ. LAJE PROJ. LAJE 1 2 3 2,15 4,15
A B C C M 3,63 0,15 0,65 0,15 0,65 0,15 0,15 4 0,15 0,6 1,4 0,15 0,28 0,28 4 4 8,45
6,45 2 0,15 1,85 0,15 1,85 0,15 0,15
Possibilidades de layout
0,57 0,45 0,40 0,4 0,7 0,7
C
0 1 2 4
276
Modelo com cabine para uso acessível mais as cabines padronizadas. M
Layout 01 A A B B
0,8 0,8 C
0,4 0,8 0,8 0,8 0,8 0,4 C
0,55 0,75 0,75 0,75
C
277
Modelo de uso somente com as cabines padronizadas.
Layout 02 M A A
278 0 1 2 4 Corte AA Corte BB 0 1 2 4
Por ser uma área molhada, é o único mó dulo com revestimento ce râmico branco no chão.
Como se trata de muitas ligações hidráuli cas, foram propostas pa redes de drywall para passagem das tubulações necessárias. Corte
279
0 1 2 4 0 1 2 4
CC - Modelo 02
CC - Modelo 01 Corte
Isométrica interna
Além das louças e me tais, nos sanitários somente foi utilizado um armário do modelo 02 como depósito para materiais de limpeza.
282
1 2
PROJ. LAJE PROJ. LAJE
283
3
C A A B B C C
Espaço de apoio 07 Módulo base - Vestiários PROJ. VIGA PROJ. VIGA 0 1 2 4
2,15 4,15 A B
M 3,63 0,15 0,65 0,15 0,65 0,15 2,77 0,15 0,15 4 0,15 0,6 1,4 0,15 0,28 0,28 0,8 1,02 2,18 0,15 2,18 1,02 0,8 4 0,15 4 8,45 4,15 4,15 6,45 0,15
Possibilidades de layout
C
0,47 2,28 0,85 0,4
B C
M 0 1 2 4
A A B
Layout 01
Modelo com cabine para uso acessível mais as cabines padronizadas.
284
Layout 01
Modelo de uso somente com as cabines padronizadas.
C
0,4 0,8 0,8 0,8 0,8 0,35
M C
285
Corte AA
286 0 1 2 4
Corte BB
287
0 1 2 4 0 1 2 4 Corte CC - Modelo 01 Corte CC - Modelo 02
Isométrica interna
Além das áreas de banho, foram colocados bancos e armá rios escaninhos para guarda de itens pessoais. Na parte externa foram utilizados os armários de modelo 02 como depósito para materiais de limpeza
4.3 O bairro como espaço cultural: implantações
Espaço cultural 08 Percursos culturais
O espaço 08 que foi idealizado como parte conjunta ao trabalho consiste nos próprios percur sos dentre os espaços culturais. Incorporando junto dos módulos a ideia de que o espaço cultural não é só a grande estrutura, mas como também o próprio lugar em si. Com pequenas intervenções simples de reestruturação em calçadas e escadões, faz com que o espaço de lazer e arte se integre ao espa ço público do cotidiano. Foram testadas algumas formas de intervenção que exemplificasse a proposta em questão entre os percursos dos módulos:
295
Intervenção 02
Intervenção 01
01
Intervenção
A ilustração presente no muro pertence ao artista Eduardo Ribeiro
02
Intervenção
A ilustração presente no muro pertence ao artista Eduardo Ribeiro
Considerações Finais
Neste trabalho foi reconhecido o processo de formação da periferia e da cultura local cronolo gicamente, relacionado ao cotidiano e ao lazer. A partir da pesquisa do fomento cultural atual das pe riferias, foi projetado um espaço modular que pudesse ocupar esses lugares com diferentes usos pro gramáticos e que requalificassem espaços subutilizados, trazendo mais igualdade na distribuição de espaços culturais na cidade. A partir de um módulo feito para ser fixo e com materiais comuns ao dia a dia, pode ser adaptável de acordo com cada endereço e comunidade que irá usa-lo, humanizando sua implementação, atráves da melhor forma de expansão, mobiliários, aberturas e formas de uso para o lugar e mais facilidade na execução e manutenção geral do seu projeto. Com a melhor distribuição desses espaços de apoio cultural nas periferias além de tornar mais fácil o acesso a esses pontos cultu rais, transforma a relação com o espaço público fazendo dele próprio o grande Centro Cultural.
300
Anexos
Anexo 1 - Lei referente ao Programa VAI
LEI Nº 13.540, DE 24 DE MARÇO DE 2003 (Projeto de Lei nº 681/02, do Vereador Nabil Bonduki - PT)
Institui o Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais - VAI - no âmbito da Secretaria Mu nicipal de Cultura e dá outras providências.
Art. 1º - Fica instituído o Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais - VAI - no âmbito da Se cretaria Municipal de Cultura, com a finalidade de apoiar financeiramente, por meio de subsídio, ati vidades artístico-culturais, principalmente de jovens de baixa renda e de regiões do Município despro vidas de recursos e equipamentos culturais.
Anexo 2 - Lei Referente ao Programa Fomento a Cultura da Periferia
LEI Nº 16.496, DE 20 DE JULHO DE 2016
Institui o Programa de Fomento à Cultura da Periferia de São Paulo.
Art. 1º Fica instituído o Programa de Fomento à Cultura da Periferia de São Paulo, no âmbito da Secre taria Municipal de Cultura, para apoiar financeiramente projetos e ações culturais propostos por cole tivos artísticos e culturais em distritos ou bolsões com altos índices de vulnerabilidade social, especial mente nas áreas periféricas do Município.
301
Anexo 3 - Música Cotidiano - Ricon Sapiência
Nóis segue a reta porque a meta é recuar ja mais
Não sai da área de conforto quem tá rode ando
E nunca ache que seu sonho é querer demais Lembra do corre que é feito no cotidiano Todo progresso pra família é a melhor razão Esse mundão é grande, não é uma bola de gude
E sem efeito especial, eu vejo os robozão Pode avisar que é real e não é Hollywood Que o número da sorte seja 660
No nosso tempo de pivete, nóis pintava o sete E esse uísque já tem mais de 25 anos A numerologia diz, essa noite promete Quando eu não conseguia rir, eu me peguei rimando
No pulso o G-Shock é melhor que uma Gilette Quem azeda não é limão, eu tô eliminando Ganhando a cena pela lente do meu Juliet, ei Acelerou é bololô e tchau!
Passando marcha, acelera e vrau O equilíbrio pra chamar no grau Na nossa vida é fundamental Acelerou é bololô e tchau!
Passando marcha, acelera e vrau O equilíbrio pra chamar no grau Lá na quebrada é fundamental Lere-rerê-rê Lere-rerê-rerê Lere-rerê-rê
Lere-rerê Vejo meu povo trabalhando, todo mundo exausto Felicidade tá em falta, eu vou querer meu lote Sobreviver é uma arte nesse holocausto Sorrir no anonimato ou sofrer nos holofotes Quem é quebrada todo dia tá na correria Tem gente que tem tudo, mas só vive dando trote
O pai pagando faculdade, muita calmaria Mas não estuda e passa o tempo bebendo no bote Não adianta pular alto se nóis tá forgando Já tava grande quando eu tive um pisante de marca Na frente de um bom restaurante, tamo ma nobrando
Eu sigo sendo observado no olhar da barca Cheio de marca nessas roupa, isso custa é caro
Se não tem grana pra comprar, pode ficar tranquilo Quem nasce no berço de ouro, o dinheiro compra Mas veja bem, é maloqueiro é quem tem es tilo, ei Acelerou é bololô e tchau! Passando marcha, acelera e vrau O equilíbrio pra chamar no grau Na nossa vida é fundamental Acelerou é bololô e tchau!
302
Passando marcha, acelera e vrau
O equilíbrio pra chamar no grau Lá na quebrada é fundamental
Lere-rerê-rê Lere-rerê-rerê Lere-rerê-rê Lere-rerê
303
Anexo 4 - Música Sigo na Fé do Pai - MC Poze do Rodo e MC Ryan SP
Um brinde a nossa vitória, a nossa família E pro meu senhor toda honra e glória Soldado valente, bota a chapa quente
Mas independente Eu sigo na fé do pai Se for contra nóis, inimigo cai Tô sempre na ativa de cão pra trás Mente confiante, sempre quero mais E as danadinhas quer sentar pro pai Vida-vida-vida de artista, ela me cobiça
Se me vê na pista quer tirar fotinha Adora essa vida, buceta que pisca Bielzin malvado, patrocina a putaria
E elas quer sentar pro pai Cara de vagabundo com boné pra trás Fumando a da braba, eu só quero paz
As ruas do Complexo me deixou sagaz E a vida me ensinou a nunca ficar pra trás Então deixa Deixa a inveja falar (deixa a inveja falar) É o Poze
Patricinha gosta de bandido Quer fumar um comigo Hoje ela conhece o perigo Disse que sabe dos meus artigo Que dela eu virei vício Sobe no robô, vem dar um giro Coração gelado, abaixo de zero E na boca dela eu sou o rei do sexo Por onde eu passo fazendo sucesso Hoje eu tô de boa, mas passei reflexo
E na rua do Rodão na madrugada Fazendo um dinheiro usando minhas palavra Vagabundo não entende nada A danada joga na minha cara Conta do pit tá estofada Hoje eu tô de férias no Brasil inteiro Fazendo dinheiro, cadê meu isqueiro? Nóis taca fogo no balão O mar não tá pra peixe, as piranha quer o malvadão Todo de Lacoste, de dedeira e de cordão As grama do meu pescoço avaliado em uma mansão
Não se ilude, não, no malvadão Eu sigo na fé do pai Se for contra nóis, inimigo cai Tô sempre na ativa de cão pra trás Mente confiante, sempre quero mais E as danadinhas quer sentar pro pai Hm-dererê Hm-dererê Hm-dererê Rei da revoada, sonho delas, terror deles Quem inveja o meu progresso nem sabe o que eu passei Peguei a Velar pra marolar de frente ao mar Curtindo as melhores praias de férias em An gra dos Reis Mas só Deus sabe o que eu passei pra tá nes se patamar Vivendo essa vida de rei, foi difícil, eu suei
304
Minha mãe viu quanto eu lutei enquanto vá rios julgava Dizendo que era impossível, orei e conquistei Nóis é o momento e as piranha pede Teto solar aberto e nóis ouvindo Kevin Tá morando com Deus, irmão, cê faz mó falta Grande companheiro na minhas revoada Nas ruas de SP na madrugada Fazendo dinheiro nóis gasta e banca as da nada
Tubarão voando mais que a NASA Gordin’ marrento, pique Tim Maia Roncando o sonho das tarada É que elas me cobiça, eu sofro até assédio Tubarão famoso igual o Michael Jackson Que Deus abençoe a tropa mais e mais Independente disso eu sigo Eu sigo na fé do pai Se for contra nóis, inimigo cai Tô sempre na ativa de cão pra trás Mente confiante, sempre quero mais E as danadinhas quer sentar pro pai Atividade, muita sagacidade Eu só quero paz pra todas as comunidade’ Vários amigos que se foi me deixaram sauda des Peço a Deus de cima que me proteja e me guarde
E a vida a gente leva sempre na humildade Na prática a gente mostra o que é simplici dade
Em SP capital, eles volta de ré Pros morador da Tiradente eu quero amor e fé Eu memo’ já presenciei fita chapa quente Na Zona Leste o crime rola em todas as es quina Nóis tá construindo o futuro através do pre sente
Pros menorzinho largar a peça pra fazer uma rima
Aprendi que favelado é tudo a mema’ fita Todo moleque esforçado é de história sofrida Do Jacaré, Manguinho, Helipa e Vila Pruden te
Alemão e no Capão e lá na Tiradente Um menor empinando pipa e outro carregan do o pente À mercê das opção que vocês entrega pra gente
Eu sigo na fé do pai Se for contra nóis, inimigo cai Tô sempre na ativa de cão pra trás Mente confiante, sempre quero mais E as danadinhas quer sentar pro pai
305
Anexo 5 - Música Refém - Anna SUav
As luzes piscando de longe sinais Perigo à vista, quem me protege? Sirenes me lembram que eu sou incapaz Capatazes urbanos servindo a quem?
E eu de refém dessa merda toda Recitando que poesia cura Cantando que Hip Hop salva Falta pra caralho pra eu vender a minha alma Ela não tem preço, apreço de mim Sozinha mil vezes, sigo até o fim Sabendo dos planos que Deus tem pra mim Mesmo não entendendo, eu pra ouvir Já paralisei por tanto sangrar
To aqui vivona mas já quis me matar E quem foi que disse que eu já não morri?
O que vocês veem é uma parte de mim Foi o que sobrou pois eu resisti Ano passado eu quase enlouqueci Falsa sanidade, então eis me aqui
Que se apontem os dedos eu tô pro que vir Presa nesse corpo mais que assediada Fugindo do estupro e também das balas Corretivo pra ver se eu me ajeito
A voz de quem guia já me salvou Negocio por dentro, o ódio e o amor Desatando nós, desfazendo laços
A paz que eu sinto só no teu abraço Fumaça que paira é sinal de fogo Me solta do que eu desconheço Livramento abençoa, esse é só o começo, fi lha
Esse é só o começo Pega teus panos, teus sonhos, tua fé Bota na sacola, é contra a maré É contra todos e contra tudo Pareceu suavinho assim, né? Então bóra lá de novo...
As luzes piscando de longe sinais Perigo à vista, quem me protege? Sirenes me lembram que eu sou incapaz Capatazes urbanos servindo a quem? E eu de refém dessa merda toda Recitando que poesia cura Cantando que Hip Hop salva Falta pra caralho pra eu vender a minha alma Ela não tem preço, apreço de mim Sozinha mil vezes, sigo até o fim Sabendo dos planos que Deus tem pra mim Mesmo não entendendo, eu pra ouvir Já paralisei por tanto sangrar To aqui vivona mas já quis me matar E quem foi que disse que eu já não morri? O que vocês veem é uma parte de mim Foi o que sobrou pois eu resisti Ano passado eu quase enlouqueci Falsa sanidade, então eis me aqui Que se apontem os dedos eu tô pro que vir Presa nesse corpo mais que assediada Fugindo da porra do estupro e também das balas Corretivo pra ver se eu me ajeito Vingança retorna segue o endereço
306
A voz de quem guia já me salvou Negocio por dentro, o ódio e o amor Desatando nós, desfazendo laços
A paz que eu sinto só no teu abraço Fumaça que paira é sinal de fogo Me solta do que eu desconheço Livramento abençoa, esse é só o começo, fi lha Esse é só o começo Pega teus panos, teus sonhos, tua fé Bota na sacola, é contra a maré É contra todos e contra tudo Inveja é a fome que mata esse mundo
307
Anexo 6 - Música Aulas e Palestras - Kyan, Borges, Dk 47, Moz (Mainstreet Records)
Ahn, ahn Ahn, vai
O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte
O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte Vocês só conhece a zona de conforto Nós conhecemo’ a zona de conflito Se os alemão brotar aqui no morro Vai virar comida do meu crocodilo Elas acha bonito tá com os envolvido Fala que nós é o mais envolvente A paz é quando eu paro de atirar E só tenho um segundo pra trocar o pente Brotar na curva, vai virar peneira Quebro o blindado ali na ladeira Tem dia pra rir, tem dia pra chorar Só não dá pra brincar mais do que a brinca deira
O CPX é da minha de fé Faço minha ronda de XRE Que antes de nós querer os caviar Nós já comia tudo que vier Baixa o tom porque eu sou maestro A bala canta na minha orquestra Pai tá online, nós somo’ de raça Hoje eu tô dando aulas e palestra’
Vida do crime, dizem que não presta 90% é um caminho sem volta Convite tu faz pra quem quer ir pro baile Pra ir pra guerra a tropa convoca Hipocrisia, é assim que se fala Porque a elite tem medo da bala Se o Beiramar quer lançar um livro E o presidente liberar as arma’ O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte Esse sangue negro é meu Aonde eu passo, um enquadro diferente Talvez seja a pele, o brilho da corrente Nascido no morro, filho de mãe crente Esse sangue negro é meu Sua hashtag não é porra nenhuma Desculpa é até bom Seu racista comédia, não posso contar conti go nessa luta Esse sangue negro é meu Corre nas veia de um favelado Tentou vender bala e os guarda roubaram Agora tu fala que ele tá errado Esse sangue negro é meu Dandara, Mandela, Afrika Bambaataa
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Capoeira, Malcolm, nasce mais um negro Que vai tentar tudo pra não ser mais um Eu com dez ano vendo os bandidos Da minha quebrada que era mil grau Sempre tirado pelos professor Da minha escola como marginal E os bandido da minha quebrada Que sempre vivia da vida errada Incentivava e acreditava No meu talento e potencial Tá aí o contraste que ‘cê não entendia Que meu exemplo era a vida bandida Que andava torto e fazia o errado E passava a visão que o crime não era vida E na TV não tinha o exemplo Do mano de terno que bem se vestia Dava discurso, dava migalha E depois tirava de quem já não tinha Fácil falar você que tem tudo E que nunca faltou pra sua família Enquanto pra nós falta informação Educação e até moradia Mas tá suave, tá bom, é Obrigado, DK, pelo convite Porque se não fosse o Favela Vive Cadeia, caixão era o meu limite Lucas, eu, Mu540 Não seria equipe, seria quadrilha Que bola plano pra assaltar banco E não pra pensar em fazer clipe rindo Essa porra salvou a minha vida
Disso eu sei, sou bem consciente Mas tô pra mostrar que o sistema esconde Que preto não vive, é sobrevivente (Vai)
O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte
O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte
O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte
O patrão convocou, é claro que eu já vou Avista minha tropa toda de Lacoste Nunca virando as costa’ pro meu morro Trocando tiro de frente pra morte
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