Portfólio Isabela Sá Roriz

ISABELA SÁ RORIZ

5M

INSTALAÇÃO GALPÃO-ATELIÊ (ITAIPU NITERÓI) 5mX5mX5m CORDAS DE ALGODÃO

Esse trabalho é uma pesquisa sobre a percepção espacial que se dá ao observar dois planos arquitetônicos diferentes, horizontal e vertical, com uma mesma medida métrica.

O trabalho é uma experiência empírica sobre essa observação.

A instalação é composta apenas por duas cordas iguais com cinco metros de comprimento, esticadas nos planos horizontal e vertical de um galpão, afastadas a cinco metros de distância. Nessa simultaneidade de medidas de espaço, temos a sensação de que a corda que está na vertical é maior do que a corda que está na horizontal.

A hipótese é que essa percepção espacial aconteça pelo simples fato de dominarmos a planície, pois podemos mensurar o que está sob nós, no plano horizontal, com todo corpo, enquanto o que está na vertical, na parede no caso, só pode ser mensurado pelo olhar.

SEM TÍTULO

ESCULTURAS GALPÃO-ATELIÊ (ITAIPU NITERÓI) 1,6mX1mX4,5m VIDRO

SEM TÍTULO / ESCULTURAS 2,9mX2,5mX3m / VIDRO

AO AVESSO DA PELE OU ABRIGO

ESCULTURAS 0,25mX0,80mX0,16m BORRACHA E VIDRO

AO AVESSO DA PELE OU ABRIGO (DETALHE) ESCULTURAS 0,25mX0,80mX0,16m / BORRACHA E VIDRO

DIÁFANAS UTÓPICAS

A proposta desse trabalho é ocupar um espaço com o ínfimo de imagem, desestabilizando esse espaço com uma ameaça iminente.

Ele se torna o vice-versa da utopia, pois, ao mesmo tempo em que ele ameaça um espaço já configurado, institucionalizado, a ocupação é extremamente frágil, e pode ser destruída a qualquer momento.

INSTALAÇÃO / LARGO DAS ARTES 3mX3mX3m TUBOS DE VIDRO OCOS

DIÁFANAS UTÓPICAS / INSTALAÇÃO 3mX3mX3m / TUBOS DE VIDRO OCOS

TÃO

INSTALAÇÃO ESPAÇO CULTURAL MUNICIPAL SÉRGIO PORTO 1,5mX2,26mX11m VIDROS, LÁTEX E MADEIRA

Tão nos traz intensidades da memória e de sua “utopia íntima” na relação com o outro. Seus dispositivos pretendem se instaurar no espaço como armadilhas sensíveis que sigam a burlar o tempo.

A colisão feroz sobre objetos do cotidiano vira a cama do avesso, não há mais nada que a mantenha como um leito, nem mesmo se o espaço se rotacionasse, e a cama tendesse para a horizontalidade, um repouso nesta cama seria possível.

Resquícios simbólico de um corpo diluído no fluxo espaço-temporal envolvem a cama e derramam-se no espaço. Um corpo tão largo, tão expansivo que não está mais ali sob o limite epidérmico, e sim, por toda parte.

Um encontro fortuito e cheio de significados acontece com a cama , o latex e as lanças de vidro que reforçam o estado de tensão desse espaço, como anúncio de um acidente iminente. A “força gravitacional” que se exerce sobre as lanças, as puxam na horizontal, ao encontro da cama. Translucidas, elas aparecem aos poucos para o espectador, penetrando e atravessando seus corpos, sem tocá-los.

Em Tão, construiu-se um espaço de imersão como um aperto no ponto nevrálgico da sexualidade.

TÃO / INSTALAÇÃO 1,5mX2,26mX11m / VIDROS, LÁTEX, MADEIRA

SEM TÍTULO

ESCULTURAS DIMENSÕES VARIADAS VIDRO E BORRACHA

Equilíbrios sutis provocam uma tensão entre os materiais, onde, ora o vidro equilibra a borracha, ora a borracha equilibrada o vidro e ora os dois dispositivos estão mutuamente equilibrados. Trata-se de uma metáfora do embate cotidiano, em que a materialidade daquilo que nos atravessa é também aquilo que nos sustenta.

NOSTALGIA / FOTOGRAFIA

NOSTALGIA

RASGO FOTOGRAFIA IMPRESSﾃグ SOBRE PAPEL DE ALGODﾃグ (VELVET) 30cmX44cm

IMPRESSÕES / AÇÃO JARDIMS DO MAM - RJ

IMPRESSÕES

Essa ação realizada nos do jardins do MAM tinha como proposta imprimir uma série de contatos corporais, moldando a mistura dos corpos reagindo uns com os outros.

Ficaram gravados toques, efêmeros afetos, gestos, linhas epidermicas... Ao secarem, os moldes se transformaram em frágeis fósseis de contatos anônimos. A intenção desta ação era que o público se aproximasse do seu corpo e do outro, inventando posições incomuns, criando novos modos de encaixe entre corpos.

OBJETOS DIMENSÕES VARIADAS

SEU

FOTOGRAFIA / 30cmX40cm / IMPRESSﾃグ SOBRE PAPEL FOTOGRﾃ：ICO

SEM TÍTULO

INTERVENÇÃO / PARQUE DAS RUÍNAS LÁTEX

INTRUSO INTRORSO

Sabe-se que é um corpo, o que habita este espaço, mas agora um corpo sem membros, sem rosto, sem cor, sem identidade, sem cidadânia, um corpo que se vê pelo avesso, diluído na arquitetura, no espaço em que se inscreve, moldado à pequenos espaços vazios, tornando-se positivo de negativos, habitando espaços intransitáveis.

MAC VAZIO / PERFORMANCE MAC - NITERÓI, RIO DE JANEIRO

SEM TÍTULO

INTERVENÇÃO APARTAMENTO 1,70mX3,00mX5,00m MOVEIS E LÁTEX

COISA E PELE

INSTALAÇÃO GALPÃO PÓS-GRADUAÇÃO EBA-UFRJ DIMENSÕES VARIADAS MATERIAIS ENCONTRADOS NO LOCAL E LÁTEX

OUT THERE UNSUPPORTED

Considerações Conceituais Em meu trabalho procuro encontrar estratégias de descondicionamento visual e motor, armadilhas instauradas como artifícios de sensibilização do corpo alheio, exigindo do observador uma locomoção pelo espaço num estado maior de atenção, para que suas percepções fiquem mais aguçadas e seus corpos despertos.

Na relação com espaço no qual se inscrevem a escultura, a instalação, a intervenção, há a possibilidade de dois extremos: uma é que o trabalho se torne agressivo demais, dominando o território e impondo-se preponderantemente ao local; a outra possibilidade é que este se torne passivo e frágil demais, podendo modificar-se no espaço, correndo o risco de sua parcial desaparição.

Interessa-me juntar esses dois extremos, como se o trabalho pudesse ter uma potência de opostos, passivo demais e agressivo demais. Essa junção de aparentes paradoxos potencializa um estado de tensão no espaço, pois o que se torna evidente é o seu desabar emininente.

Os trabalhos que operam com a desintegração, com o iminente colapso da forma, trazem à tona toda a sutileza e a impermanência das relações que nos constituem, e que nos rodeiam, sejam essas sociais ou econômicas, o próprio corpo, ou o próprio espaço. Trazem a “afirmação” de que nós e tudo que nos co-habita é instável, e que estruturas são sistemas de equilíbrio frágeis e inconstantes, seja lá qual for a estrutura. Pois corpos e espaços são como processos produtores de conhecimento e, ao mesmo tempo, processos inconstantes e indetermináveis.

INSTALAÇÃO GALPÃO PÓS-GRADUAÇÃO EBA-UFRJ DIMENSÕES VARIADAS MATERIAIS ENCONTRADOS NO LOCAL

Então, a construção da maioria dos trabalhos aqui apresentados são como armadilhas que evocam instabilidades físicas para desestabilizações ideológicas. Estes trabalhos propõem uma ação confrontadora diante de perspectivas dominantes e resignações pessoais, construindo pequenos “ataques” subjetivos, apontamentos poéticos, entendendo também a impermanência de sua temporalidade.

ARMADILHA

Assim, a instância política é poética, não está exatamente num patamar descritivo, mas numa inserção de relevância no pensamento estético que levanta as seguintes problemáticas: -Desestruturas são relações de equilibrios instáveis.

- Desestruturar é desequilibrar padrões.

-O espaço é uma categoria ontológica produtiva, como um acontecimento, e não um fundo à priori homogênio ou heterogênio, onde as ações se estabelecem.

-O espaço é o local do devir e das transformações sociais, e pretende-se que os trabalhos evidenciem poeticamente essa potência do espaço.

- Criam-se problemas de adequação que extrapolam os limites do espaço e do corpo numa ação corporal contundente.

- Há de se descongestionar o movimento para mover-se.

- Percepções aguçadas, corpos despertos.

Esses pensamentos estão em obra isento de palavras, mas atuantes dentro do campo sensível da micropolítica da estética.

Isabela Sá Roriz, 2013

INSTALAÇÃO BARRACÃO MARAVILHA 2mx2mX3m MATERIAIS ENCONTRADOS NO LOCAL

SOU O LUGAR QUE ESTOU

“liberdade é um palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”

Cecília Meireles O trabalho traz poeticamente essa ânsia que ultrapassa os limites físicos do corpo. O corpo pode ser regulado, reprimido, sem contundo jamais deixar de agir ou pensar conforme a sua própria natureza.

Esse ser resistente à opressão se propaga de forma simbólica, e atua num espaço socio-político e poético para além de seu tempo.

FOTOGRAFIA IMPRESSA SOBRE PAPEL DE ALGODÃO (VELVET)

ISABELA SÁ RORIZ Rio de Janeiro, 1982 PÓS-GRADUAÇÃO Mestre em Linguagens Visuais - Universidade Federal do Rio de Janeiro- 2012 GRADUAÇÃO Bacharel em Escultura- Escola de Belas-Artes- Universidade Federal do Rio de Janeiro - 2007 PRÊMIOS E BOLSAS DE PESQUISA Bolsista Capes -2011 (Mestrado) Bolsa de Iniciação Artística e Cultural UFRJ -2006 e 2007(Graduação) Prêmio de pesquisa do Programa IFS- Incubadora Furnas Sociocultural- um programa inédito no Brasil. Ao invés de abrigar empresas, a Incubadora FURNAS abrigou jovens artistas.

CURSOS DE CURTO PERÍODO EAV – Parque Lage – Teoria da arte - Fernando Cocharelli -2009 EAV – Parque Lage –Processos artísticos contemporâneos- Fernando Cocharelli, Anna Bella Geigger - 2008 -2009 TIBA - Bio-arquitetura e construção Natural- Johan Van Lenger e Peter Van Lenger-2009 EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL TÃO | Espaço Cultural Sérgio Porto - Rio de Janeiro/2011 EXPOSIÇÕES COLETIVAS FORUM PORTAS ABERTAS| Fundação Eugenio de Almeida- Portugal/2013 VIAS DA DÚVIDA | Centro Cultural Municipal de Artes Hélio Oiticica- RJ/2012 VÊNUS TERRA | Galeria TAC - RJ/2012 A COR SEMPRE FOI UM PRIVILÉGIO | Barracão Maravilha – RJ/2011 CONTRABANDO | Projeto no apartamento João Cabral de Melo - RJ/2011 ENCONTROS CONTEMPORÂNEOS COM A ARTE | MAM – RJ/2010 DESLIMITES DA ARTE | 1° Encontro PPGA do Estado do Rio - Parque das Ruínas - RJ/2010 ABRE–ALAS 6 | Galeria A Gentil Carioca - RJ. 2010 ILUMINANDO O NOVO | Largo das Artes e Espaço Furnas Cultural - RJ. 2009.

MAC VAZIO | Museu de Arte Contemporânea de Niterói - RJ. 2007.

PARANATURAIS | Centro Cultural Pascoal Carlos Magno - RJ. 2006 ATACADÃO | Galeria do Poste de Arte Contemporânea-RJ. 2006 ARTE HOJE | Parque Lage- RJ. 2006

5M / INSTALAÇÃO 5mX5mX5m / CORDAS DE ALGODÃO