Feita de fumaca e osso vol 1 laini taylor

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então era porque tinha amado Madrigal, e a perdido, e se perdido. E agora? Estava voando em direção a Karou com a verdade em sua mão, aquela coisa tão frágil, “quase como mágica”. Quase? Não dessa vez. O osso da sorte fervilhava de magia. A marca de Brimstone era tão poderosa nele quanto nos portais que abalavam os nervos de Akiva. No osso, estava a verdade, e com ela, o poder de fazer Karou odiá-lo. E se ele desparecesse — se uma coisa tão pequena caísse no oceano —, e então? Karou nunca precisaria saber de nada. Ele poderia ficar com ela; poderia amá-la. E principalmente, se não houvesse osso da sorte, ela poderia amá-lo. Era um pensamento tóxico, e encheu Akiva de ódio por si mesmo. Tentou reprimi-lo, mas o osso o provocava. Ela nunca precisa saber, o osso parecia dizer em sua mão aberta. E o Mediterrâneo lá embaixo, matizado, ofuscado pelo sol e tão profundo, confirmava. Ela nunca precisa saber.

arou estava exatamente onde Akiva tinha imaginado que estaria, sentada à mesa de um café na ponta da praça Jemaa el-Fna, e, também como tinha imaginado, estava inquieta com a ausência do osso da sorte. Antes, seus dedos não precisariam de outra ocupação que não fosse segurar o lápis. Agora o


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