Informativo Semanal | 11 de Outubro de 2015 Estação do Cultivo
Igreja Presbiteriana Independente de Dourados
Gente feliz que se importa com pessoas!
LEI DA PALMADA E A BÍBLIA
“Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele” - Provérbios 22:6
G
ostaria de trazer uma reflexão sobre o papel da Bíblia na proteção e defesa da criança e do adolescente. Em 2014 foi assinado no Brasil a Lei Menino Bernardo, chamada de “Lei da Palmada”. Quando da apresentação do projeto de monografia para conclusão do curso de teologia, recebi do meu orientador uma tarefa de fazer um diálogo entre a Lei e o texto de Provérbios. A essência da Lei é de que não se pode utilizar nenhum estimulo negativo na educação das crianças. No entanto, o Livro de Provérbios afirma que, se em última instância for preciso, deve-se utilizar “a vara” como instrumento auxiliar de disciplina e educação. Apesar de parecerem antagônicos, ambos possuem o mesmo objetivo, a proteção daqueles que possuem menor condição de se defender. Harris (1988), apresenta uma reflexão importante e mostra que o povo de Israel em sua relação com Javé (Yahweh) traz uma inovação para a sua época, pois enquanto os egípcios tinham o direito de abandonar os seus filhos, para Israel era proibida tal prática, e também enquanto os povos vizinhos ofereciam seus filhos em sacrifício, Javé na condição de doador da vida, proibia sacrifícios humanos, tratando assim de proteger as crianças de Israel. Destaca-se a condenação do culto à divindade amonita, Moloque, que parece estar identificado em Juízes 11.24. Esse deus sanguinário é condenado pois seus seguidores, segundo a Bíblia, e comprovado também por
Missão IPID
pesquisadores do Oriente antigo, sacrificavam criancinhas no vale de Hinom, ao sul de Jerusalém (2 Cr 28.3; 33.6). O texto bíblico condena essa divindade de forma veemente por realizar sacrifícios de crianças (1 Reis 11.5; 2 Reis 23.10; Jeremias 32.35). Moloque possuía uma imagem feita de bronze e era oca, colocava-se fogo dentro dela. Quando suas mãos estendidas ficavam bem quentes, seus sacerdotes apanhavam o neném das mãos do pai e colocava em cima de suas mãos. Para que o pai não escutasse os gritos de seu filho, o ritual era realizado ao som de tambores. O próprio Moisés inspirado por Deus escreve em Deuteronômio 18,10 “Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha...” e em Levítico 18,21 “E da tua descendência não darás nenhum para fazer passar pelo fogo perante Moloque...” Levítico 18.21. Se um pai descumprisse essa ordem clara de Javé deveria ser punido de acordo com Levítico 20. 2-5. Segundo Koester (2005) A casa (oikos) e a família eram as menores células de ação da sociedade em toda a parte. Tanto nas cidades como nas áreas rurais, as famílias eram unidades economicamente semi-independentes que produziam grande parte do alimento e do vestuário necessários a partir de matérias – primas. A família era formada pelo dono da casa, sua mulher, filhos, pais idosos, parentes solteiros e também servos e escravos. Os filhos deviam obedecer a seus pais e estes tinham a obrigação de amar seus filhos e de zelar por eles. Desde o começo, as comunidades cristãs consideraram um dos
seus principais deveres cuidarem das viúvas e dos órfãos (Koester, 2005). Concluindo percebemos que a “Lei da Palmada” e a Bíblia possuem o mesmo objetivo que é defender e proteger criança e o adolescente. Cabe salientar que a “Lei da Palmada”, é o instrumento encontrado pelo Estado, não contra quem utiliza a disciplina na educação dos seus filhos de forma sensata. Ela é contra o desajustado que ao educar seu filho é violento, e essa atitude deve ser condenada e combatida. Que nesse dia das crianças possamos compreender o papel e a importância da disciplina e dos limites no aprendizado de nossas crianças, que possamos gerar assim pessoas maduras, responsáveis e que compreendam seu papel na sociedade. E que Deus nos dê graça e sabedoria para educar nossos filhos.
Presbítero
Clayton Martins
“Nossa missão é glorificar a Deus, no poder do Espírito Santo, trazendo pessoas para Jesus, tornando-as membro do corpo, desenvolvendo nelas o caráter de Cristo, equipando-as para o serviço na igreja e no mundo.”