Informativo Semanal | 17 de Maio de 2015 Estação Colheita
Igreja Presbiteriana Independente de Dourados
Gente feliz que se importa com pessoas!
ANTES SÓ DO QUE ACOMPANHADO “Quão bom e agradável é que os irmãos vivam em união” - Salmo 133:1
F
ivemos num mundo onde o “outro” está se tornando um transtorno e um problema para nós. Quem nunca esteve numa fila de banco desejando que aquela pessoa, toda atrapalhada no uso do caixa eletrônico, desaparecesse. O que dizer das situações que envolvem estacionamento. Voltas e mais voltas no quarteirão aguardando uma providencial vaga para estacionar nos leva a desejar que outras pessoas não existissem para que houvesse mais vagas no mundo. Como se estes exemplos não fossem o suficiente, poderíamos também citar a concorrência profissional, os embates sobre a guarda dos filhos, a anulação das vontades do outro cônjuge, etc. Estas, sem dúvida, são situações corriqueiras que expressam uma verdade: o outro está causando dificuldades para nós. E, de fato, no contexto que vivemos hoje, a outra pessoa foi promovida a um status de transtorno para nossa existência tão atarefada e individualista. Aquela máxima popular que dizia “antes só do que mal acompanhado” foi substituída pela filosofia de vida que prega o ideal do “ANTES SÓ DO QUE ACOMPANHADO”. Nosso usual comportamento de segregação e isolamento é um fato que comprova esta realidade. É inegável que o individualismo alojou-se nas raízes da convivência comunitária e está contaminando nossa noção
de relacionamento e interpessoalidade. Tendo em vista que o outro se transformou em mal para as minhas prioridades e interesses pessoais, estar só, por muitas vezes, é melhor do que acompanhado. Em outras palavras, estar acompanhado é um risco para muitos e transtorno para outros, principalmente para aqueles que estão contaminados pelo vírus do individualismo. Para tais pessoas, o outro é um estranho que ameaça e traz desconforto. Em suma, numa sociedade encharcada de valores antissociais e segregacionistas, viver em solidão parece um bom recurso e uma ótima possibilidade. Até mesmo recebemos incentivos diários para o isolamento e afastamento social, principalmente por meio das chamadas redes sociais que, sob a proposta de conectividade sem limites e imediata, acabam por nos confinar em seu próprio mundo incentivando um tipo de isolamento camuflado, que, mesmo assim, é altamente prejudicial. Entretanto, isolamento e afastamento social não é a palavra que nos trouxe até o local que estamos hoje, pois entendemos que a humanidade só conseguiu se preservar e se desenvolver no decorrer dos anos por meio da agregação da vida comunitária. Note, por exemplo, a palavra “agregar”. Ela tem em sua raiz o radical “greg” (indo-europeu) que significa “rebanho”. Assim sendo, agregar é viver no rebanho apropriando-se das vantagens de viver em conjunto.
Diametralmente oposta é a ideia da “segregação”, isto é, forçar a separação, isolar-se pelo individualismo. Interessante é o fato de que, na comunidade dos discípulos de Jesus, não apenas agregamos, muito menos segregamos, mas nos congregamos, isto é, estamos juntos não apenas como aglomeração de pessoas, mas, sobretudo, através da comunhão de vida. Portanto, isolar-se por querer nosso próprio bem é admitir que o outro nos faz mal. Esta é a enfermidade dos tempos pós-modernos. Prevendo esta dificuldade, Deus nos deixou um alerta pela sua palavra: “Quão bom e agradável é que os irmãos vivam em união” (Salmo 133:1). Este é o remédio para a doença do individualismo e, ao tomarmos a primeira dose, poderemos retornar à sobriedade, tendo em vista que viver só não é melhor do que viver acompanhado. Afinal, foi nosso próprio Criador quem disse: “não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18).
Pastor
Denis Vincentin
Missão IPID
“Nossa missão é glorificar a Deus, no poder do Espírito Santo, trazendo pessoas para Jesus, tornando-as membro do corpo, desenvolvendo nelas o caráter de Cristo, equipando-as para o serviço na igreja e no mundo.”