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Entrevista- Virgílio Freitas

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Expediente

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Entrevista

Cirurgião dentista, Virgílio Freitas conhece o Ipasgo por diferentes ângulos: primeiro como usuário, depois como prestador em consultórios que atuou, e desde 2010 como servidor. Agora, na Diretoria de Assistência há apenas seis meses, busca aprender cada vez mais para deixar um legado de responsabilidade

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Por Luciana Assunção

Luciana Assunção | Como começou a sua trajetória junto ao Ipasgo?

Virgílio | Meu primeiro contato com o Ipasgo foi como usuário. Minha mãe é servidora pública, hoje aposentada, então, eu sempre fui usuário do Ipasgo. No momento que me casei perdi ali a condição de grupo familiar que tinha minha mãe como titular e nesse momento eu já era cirurgião dentista, assim que me formei eu não tive como montar um consultório, então eu fui trabalhar pros outros. Em 2006 eu passei em processo seletivo para trabalhar como cirurgião dentista, e aí me deparei com o Ipasgo pela segunda vez, porque eles tinham credenciamento junto ao Ipasgo. Então eu tive ali a experiência como usuário e depois a experiência como prestador. Mas uma coisa que eu sempre soube fazer foi estudar, com essa dificuldade de trabalhar pros outros e não ter essa carreira independente, eu comecei a estudar para concurso público. E quando houve a publicação do edital para auditor aqui do Ipasgo, então eu falei “agora o do Ipasgo é meu, porque são 13 vagas e eu preciso de uma” . Eu já vinha de 1 ano e meio de êxito em alguns concursos, mas sempre batendo na trave, se tinha uma vaga eu ficava em terceiro, se tinha duas eu ficava em quinto. Então me dediquei muito, era um concurso que eu queria muito, e o resultado veio, eu fiquei em primeiro lugar geral no concurso do Ipasgo.

Luciana Assunção | E agora você se tornou diretor, como foi essa transição?

Virgílio | Tomei posse em 2010 como auditor odontológico e fui lotado lá na época. Dois anos depois eu assumi a coordenação da auditoria odontológica. Nós tínhamos a figura do supervisor e ele tinha o auxílio ali desses coordenadores e eu era um deles. Fiquei lá como coordenador de 2012 até agora. No começo desse ano, o Dr Guilherme, diretor de assistência, me convidou para ir para gerência de auditoria como assessor. Foi uma surpresa quando ele decidiu não continuar enquanto diretor e ele indicou meu nome para substituí-lo. Essa experiência está me ajudando muito como pessoa e profissional, porque os desafios que encontro aqui diariamente, tanto enquanto gestão, assistência, eles nos transformam, porque as dores e as necessidades dos nossos usuários, aquelas que chegam até nós, elas não chegam à toa.

Elas chegam realmente porque são coisas urgentes e emergenciais e a gente precisa atuar de uma forma muito rápida e muito instantânea para que se consiga proporcionar a assistência que nosso usuário merece. Muitas dessas experiências estão me transformando, me dando maturidade como pessoa e como profissional de saúde que eu não experimentava enquanto técnico, e abrindo mesmo o meu conhecimento de saúde como um todo de uma forma muito mais abrangente. Desde maio estou ocupando a cadeira de Diretor de Assistência, mas sabendo que no momento que isso não for mais possível, viável, eu retorno pra minha área técnica de auditoria odontológica com o maior prazer do mundo.

Luciana Assunção | Quando você entrou aqui como diretor, você já conheceu muito bem o que acontecia na parte odontológica e agora você está vendo a parte da saúde, quais foram os principais desafios quando você viu aí?

Virgílio | Eu brinco que o que eu conhecia da DAS era a Kellem e a Joseany, porque eram as pessoas que eu tinha mais contato enquanto técnico, A partir do momento que eu cheguei aqui, que eu sentei nessa cadeira, eu entrei no SEI, comecei a ler tanta coisa, tantos processos, tantos assuntos com uma diversidade gigantesca de temas, falei “gente que eu to fazendo aqui?” . Mas é aquilo que eu disse: nunca tive problema em estudar, em me adequar, e eu acho que essa facilidade e essa boa vontade mesmo, essa humildade de aprender, me deu tranquilidade. No começo, nas reuniões com prestadores, eu ficava mais ouvindo, mas fui me ambientando. O fluxo do SEI me ajudou muito, porque quando a gente trata desses assuntos dentro dos processos, eu sou aquele que lê tudo, eu vou leio, pra eu conseguir e inteirar, e esses dados, que tramitam aqui acabaram me ajudando, mas justamente porque eu me dei essa abertura de aprender, eu tive essa humildade de reconhecer o potencial da minha equipe e de conseguir absorver tudo que eles tinham pra me passar. É claro que isso é dinâmico, que a gente aprende todos os dias, eu acho que todas as pessoas precisam entender que a aprendizagem é diária e que a gente nunca tá pronto pra aquilo que a vida nos reserva, então eu tenho isso como algo muito tranquilo em mim, mas, ao mesmo tempo, eu tenho essa tranquilidade em dizer que hoje me sinto muito preparado e seguro para lidar com os desafios aqui da DAS, até porque minha equipe é sensacional.

Luciana Assunção | E o que a DAS faz exatamente?

Virgílio | Bom, a DAS é gigante, eu brinco que a DAS ela é assim, eu não consigo mensurar o tamanho da DAS. Nós temos a gerência de credenciamento,aí você já vê que tudo que é relativo aos nossos prestadores de serviço, tramita na DAS. Na gerência de credenciamento, tudo que você pensar que é necessário para poder viabilizar essa relação ipasgo-prestador é via gerência de credenciamento, então, por exemplo, os processos mesmos que tramitam na Comissão de Controle e Avaliação, aquela que te falei, que às vezes gera uma advertência, enfim, é vinculado à gerência de credenciamento, então é um ramos da Diretoria. Aí nós temos um outro ramo, que é Gerência de Normas e Procedimentos, então tudo que a gente tem na nossa tabela em relação a materiais, medicamentos, órteses, próteses, atualizações dessas medicações, quando a gente precisa reprecificar tabela, reembolso, contas médicas, que é aquilo que o prestador faturou tudo isso é dentro da Gerência de Normas e

Procedimentos. E temos a gerência de auditoria, que a gente tem nosso corpo efetivo de auditores, que estão trabalhando todos os dias na tela de autorização, ou corrigindo essas contas que são apresentadas para avaliar essa questão da conformidade daquilo que foi feito pra fazer o pagamento pro nosso prestador.

Luciana Assunção | E, ao mesmo tempo, vocês também trabalham dando assistência quando o usuário está com alguma dor ou algum problema maior aqui.

Virgílio | Sim, nós temos aqui, a assessoria da DAS, que são as pessoas que trabalham comigo fazendo análise de todos esses processos que são gerados, respondendo RDS, trabalhando também nesses documentos, então em casos que há necessidade de resolver uma solução mais urgente, de algum usuário que não tá conseguindo resolver de forma espontânea na rede credenciada, a gente sempre faz essa intermediação. A gente entra em contato com os prestadores, explica, mostra ao prestador que é um caso que precisa de resolutividade, quando, por exemplo, decisões judiciais, que são coisas que não são cobranças, que são coisas que a gente tem que cumprir aí em 24 ou 48 horas, a gente sai ligando às vezes até para hospital que não é do estado, que às vezes existem algumas situações que precisam ser feitas em São Paulo, Brasília, enfim. Então a gente tem essa rede de apoio, interna e externa, pessoas estratégicas para gente diminuir o sofrimento dos nossos usuários e conseguir dar uma resposta a essas demandas. Independente da causa, independente do motivo, a gente tá aqui pra realmente ser um apoio e ser uma solução pras demandas dos nossos usuários.

Luciana Assunção | E você tem alguns projetos em prioridade nesse momento com a DAS?

Virgílio | Eu falo que a DAS tem um milhão de prioridades, na verdade são várias prioridades ao mesmo tempo. Mas, neste momento, estamos finalizando a reprecificação das tabelas, feita de forma escalonada de julho a dezembro, e aqui eu falo da DAS, mas na verdade é um trabalho do Ipasgo como um todo, mas para poder fazer essa reprecificação, as demandas dos prestadores chegam diretamente aqui, isso foi algo que demandou muito da nossa equipe técnica. Ao mesmo tempo que a gente está fazendo credenciamento de pessoa física, que já estamos fazendo convocação, pessoa jurídica que a gente acabou fazendo a publicação desse resultado preliminar, então são coisas que estão andando ao mesmo tempo. Na auditoria a gente tem como prioridade aumentar nosso corpo de auditores, a gente precisa dar uma celeridade maior para essa correção de contas, principalmente auditores médicos, principalmente áreas críticas como oncologia, hematologia, neurocirurgia, que são auditorias que a gente tem defasagem há muito tempo, então a gente tá caminhando com alguns projetos pra poder melhorar e aumentar nosso corpo de auditores. A gente tem várias coisas ao mesmo tempo e com muito trabalho, muita dedicação, a gente vai conseguir terminar algumas prioridades e começar outras, porque eu vejo que o trabalho é muito dinâmico mesmo, eu sinto que a gente nunca vai vencer tudo, mas a gente nunca vai ficar parado, na tentativa de vencer a maior parte desses desafios.

Luciana Assunção | Enquanto você está aqui como diretor, o que você quer deixar como legado?

Virgílio | Olha, essa pergunta é uma pergunta profunda, mas de maneira geral eu acho que no Ipasgo, em qualquer lugar que eu estiver, eu quero deixar um legado de responsabilidade, legado de determinação e de trabalho incansável mesmo. Eu acho que, a partir do momento que a gente faz escolhas, em que a gente aceita desafios, a gente tem que realmente fazer o papel que você aceitou pra você. Estar em uma cadeira simplesmente por estar não faz parte das minhas convicções, então independente do lugar em que eu estiver, no momento que eu sair daqui e voltar lá para auditoria odontológica, eu quero que as pessoas lembram que a gestão do Virgílio na DAS foi uma gestão responsável, foi uma gestão que trouxe resultados satisfatórios pro Ipasgo, pros nossos usuários. Fazer aquilo que eu tenho que fazer, pelo cargo que eu to ocupado, mas da maneira correta, dentro da legalidade, com muita transparência, porque a partir do momento que volto pro meu cargo de auditor, sendo servidor efetivo do estado como eu sou, eu quero dormir com a cabeça tranquila tendo a certeza de que eu não deixei nada pra trás que não fosse da maneira correta e da forma mais eficiente e eficaz pro Ipasgo.

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