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Entrevista - Vinícius Luz
aniversário do ipasgo Entrevista
Ex-atendente, ex-gerente e ex-diretor do Ipasgo, Vinícius Luz é o primeiro “prata da casa” a chegar à presidência do instituto. Ele conversou com o Ipasgo Notícias sobre os mais de 20 anos de trajetória no setor público, os resultados alcançados e antecipou os planos para o futuro.
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fotografia: arquivo pessoal
Por Giselle Vanessa Carvalho

Ex-atendente, ex-assessor, ex-gerente e ex-diretor do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo), Vinícius Luz é o primeiro presidente da história da autarquia a galgar diferentes cargos, de plurais hierarquias, antes de alcançar o mais alto posto da estrutura administrativa do instituto, em abril deste ano, e passar a integrar o primeiro escalão do Governo de Goiás. Graduado em Gestão de Processos Gerenciais, a chegada à presidência foi precedida pela chefia da Diretoria de Saúde; pela assessoria na Diretoria de Gestão, Planejamento e Finanças; pelo gerenciamento dos departamentos de Serviços Administrativos; Regionais e Postos; Atendimento e Ouvidoria, além de ter sido atendente na regional de Jataí. A maior parte história profissional dele, na qual também se insere os cargos de ex-prefeito de Jataí, entre 2017 e 2020, de ex-vereador do mesmo município, entre 2013 e 2016, e ainda de ex-secretário de Saúde e de Administração, também na cidade do sudoeste goiano; se confunde com trajetória do Ipasgo, que neste dia 22 de outubro chega à sexta década. Vinícius testemunhou e foi parte de avanços importantes no instituto, a exemplo da substituição de carteirinhas de papel por cartões magnéticos e das guias físicas, pelas digitais. Ele conversou com o Ipasgo Notícias sobre os mais de 20 anos de trajetória no setor público, os resultados alcançados até agora e antecipou os planos para o futuro.
Você começou lá na ponta. A sua gestão, inclusive, é extremamente preocupada com o atendimento, o usuário está sempre no seu radar. Isso ajudou, de alguma forma, a ter um olhar mais ampliado, a definir os rumos agora que você está na presidência?
Com certeza. Lá na ponta, lá no balcão, na mesa de atendimento, se percebe a angústia do usuário, que muitas vezes procura o instituto no momento em que está com problemas de saúde. O usuário tem que ser sempre o nosso foco. É o usuário que paga a conta. Então, nós temos que fazer de tudo para que ele se sinta bem atendido. Comecei atendendo no balcão, lá em Jataí. Depois tive oportunidade de ser o gerente das agências e dos postos. Eu viajei este Estado inteiro, todos os cantos de Goiás, e sempre com esse foco, com esse olhar para que a gente pudesse aprimorar o relacionamento com o usuário. Acredito que essa bagagem tem ajudado enormemente nas decisões que tenho tomado aqui, à frente do Ipasgo, como presidente. Uma dessas decisões é regionalizar cada vez mais o Ipasgo? Afinal, sua chegada aqui coincide com esse processo de intensificação da presença do Ipasgo no interior. O usuário do interior não é diferente do usuário da capital. Ele não paga diferente. Nós precisamos tratar os ‘‘ ‘‘O USUÁRIO TEM QUE SER SEMPRE O NOSSO FOCO iguais com igualdade. O foco é buscar articular, principalmente, a rede credenciada do interior. Apesar de sabermos das dificuldades de muitas cidades, que às vezes não dispõem de serviços de saúde, em todos os cantos de Goiás têm usuários do Ipasgo. Por isso a gente tem batido muito nessa tecla, concluindo o edital de credenciamento de pessoas físicas, principalmente. O foco é ter uma abrangência muito maior, buscando ter mais especialistas, principalmente nas regionais, onde temos capacidade de ter uma rede credenciada suficiente para atender a demanda de cada região, mas sem esquecer também de outras cidades, mesmo que esta não seja um polo, mas que tenha alguém com interesse em atender no Ipasgo.
Esse projeto está vinculado com o do Governo de Goiás de levar saúde para o interior, faz parte de um alinhamento de estratégias?
Com certeza está. O Ipasgo não é parte do Sistema Único de Saúde, mas trata de saúde e do conjunto dos servidores dos poderes executivo e legislativo, de tribunais e de convênios. Hoje, nós cuidamos de uma parcela considerável da população. Somos praticamente 600 mil vidas. Estamos falando de quase 10% por cento da população do Estado. Por isso, quando o governador Ronaldo Caiado trouxe essa proposta de regionalização da saúde para facilitar a vida do cidadão, esta passou a ser também a lógica do Ipasgo, que tem que estar sempre alinhado com o planejamento do governo e do governador, pois fazemos parte da estrutura do governo.
Você falou que começou com atendente, mas agora você voltou ao Ipasgo como presidente e depois de ter vivido a experiência de ser prefeito de uma cidade, algo que gera uma visão macro de gestão pública. Como é que essa experiência como o prefeito de Jataí tem ajudado a pensar o Ipasgo?
Em 2012 deixei o Ipasgo para voltar para minha cidade natal, Jataí, para entrar na política. Naquela oportunidade, fui eleito vereador. Em seguida me candidatei a prefeito e tive a honra de gerir uma cidade que eu amo muito. Nesses oitos anos de mandato, mesmo sendo vereador, sendo prefeito, nunca deixei de estar, de alguma forma, presente na vida do instituto. Essa visão macro como gestor de uma cidade tão importante como Jataí colabora muito para tudo que temos implementado no Ipasgo e também para o que ainda será.
E quais projetos são esses?
Temos grandes desafios. Os usuários do Ipasgo hoje têm muitas expectativas. Sabemos que, com tudo que aconteceu na pandemia, muita coisa ainda está represada, como as cirurgias eletivas, o agendamento de consultas com especialistas. Fatos que são uma realidade não só no Ipasgo. Mas nós precisamos achar um jeito de resgatar e fazer o atendimento desses beneficiários, e temos tentado. Estamos ampliando a rede credenciada. Acredito que esse é o primeiro passo. Ao mesmo tempo, precisamos pensar em formas de modernizar ainda mais a gestão do instituto para que possamos ter dados completos sobre a saúde dos usuários que atendemos, para que possamos fortalecer a atenção primária e atuar de forma preventiva.
Esse projeto inclui também investimentos em qualificação física das unidades?
Ainda temos lugares, postos de atendimento, que realmente não nos orgulham. Estamos mudando essa realidade. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo, mas nós estamos melhorando a estrutura física para acolher bem os nossos usuários. Não adianta termos uma sede bonita aqui em Goiânia, mas lá no interior não conseguir dar estrutura de atendimento. Então, nós vamos continuar investindo sim na melhoria da estrutura física das unidades do Ipasgo, ampliando convênios com prefeituras para dar um padrão de atendimento melhor aos nossos usuários. Queremos também ampliar um projeto muito bacana que foi criado, o Ipasgo Clínicas de Saúde Mental. Nós já estamos buscando preparar mais novidades nessa área, ter um lugar mais acolhedor, com capacidade de atender mais pessoas. No pronto-atendimento pediátrico também, queremos repaginar, melhorar. Tem muita novidade boa. Eu acredito que a gente vai conseguir implementar, se Deus quiser.
Os planos são muitos. Qual sua estratégia para viabilizá-los?
A gente não faz gestão sozinho. Precisamos ter uma equipe boa, ter bons gestores. Tudo o que a gente faz com a viola afinada, como eu tenho dito, é muito melhor, porque escutamos quem está lá na ponta, atendendo o balcão, assim como a nossa rede credenciada, as suas dores. Desse jeito a gente consegue achar denominadores comuns para melhorar nossos processos. Veja, nós conseguimos a reprecificação na tabela de procedimentos do Ipasgo para a rede credenciada. Nós tínhamos situações em que a rede estava há 10, 12, 15 anos sem mudança na precificação. E, com muito esforço, muito planejamento da nossa equipe e, lógico, com o apoio do governador Ronaldo Caiado, isso fez a diferença. Nós procuramos ter uma gestão descentralizada, participativa e isso, com certeza, pesa, faz diferença para a gente conseguir melhorar tudo isso em benefício do nosso usuário.
Por falar em benefício ao usuário, nestes mais de 20 anos de Ipasgo tem alguma história que te marcou profundamente?
Tem muitas histórias. Eu não saberia dizer uma especificamente, mas quando, do nada, uma pessoa me encontra ou manda uma mensagem falando assim, “estou aqui apenas para agradecer, eu fiquei 18 dias internado na UTI e eu fui muito bem acolhido pela equipe do Ipasgo,” não tem preço. Ler coisas como essas ou, de repente, estar em algum local e uma pessoa chegar e falar “fiz questão de vir aqui só para te agradecer, porque eu fui muito bem acolhido, muito bem recebido” , isso é muito gratificante. É enriquecedor ver o quanto ações tão simples, o quanto cumprir com nossa obrigação de atender bem, faz a diferença na vida das pessoas.

Sua presença no Ipasgo, especialmente em uma época tão simbólica, quando o instituto comemora 60 anos, é muito interessante porque você faz parte da história. O que você sonha para o Ipasgo, como você o visualiza na próxima década, o que você está plantando para que o instituto chegue ao que você sonha?
Primeiro que a gente, para fazer tudo isso, precisa fazer com amor. Gosto muito de uma frase que diz que “quem gosta do que faz não trabalha nunca” . Eu gosto de repetir isso porque eu gosto do que faço e temos uma equipe que, tenho certeza, também gosta. Então, quando a gente tem essa premissa, conseguimos nos planejar melhor. Para os próximos anos, eu acredito muito que, com essa abertura que a gestão tem dado para ouvir o servidor, os usuários e a rede credenciada, a gente vai conseguir melhorar lá na ponta, melhorar o atendimento para quem está precisando, fazer com que a nossa rede se sinta satisfeita também em atender os nossos usuários. Se isso acontecer, já vai valer a pena. E em muitos casos já está valendo a pena. Nós estamos tendo feedbacks positivos dessas ações que estão sendo tomadas. E eu não posso esquecer hora nenhuma de agradecer o apoio incondicional que a gente tem do governador Ronaldo Caiado. Nós estamos conseguindo fazer isso, porque nosso governador tem dado autonomia, dado respaldo para que a gente possa implementar as mudanças que o Ipasgo precisa, que serão muito importantes daqui para frente na vida dos nossos usuários.
O que significa para você toda essa trajetória do Ipasgo?
Significa tudo. Se eu tive oportunidade de estar numa política partidária, disputando mandatos, o que me projetou para a vida pública foi a minha presença no Ipasgo. Considero que a minha passagem no Ipasgo, em todos esse anos e todas essas oportunidades, fez toda a diferença no que eu posso dizer que é minha vida pública, que é minha vida como homem público, e na minha vida como gestor também. O Ipasgo foi uma verdadeira escola.
O que significa para você toda essa trajetória do Ipasgo?
Significa tudo. Se eu tive oportunidade de estar numa política partidária, disputando mandatos, o que me projetou para a vida pública foi a minha presença no Ipasgo. Considero que a minha passagem no Ipasgo, em todos esse anos e todas essas oportunidades, fez toda a diferença no que eu posso dizer que é minha vida pública, que é minha vida como homem público, e na minha vida como gestor também. O Ipasgo foi uma verdadeira escola.
fotografias: Ricardo Pojo
