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DEFESA

EXÉRCITO

FOMENTO À BIDS INTEGRA DIRETRIZES DO EXÉRCITO PARA 2022

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Mensagem do Comandante aos expositores da Mostra BIDS é “Otimismo”

Diante de cortes orçamentários e redução de investimentos em programas estratégicos provocados pela Pandemia de COVID-19, o Comandante do Exército Brasileiro, General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, revela a importância do planejamento para minimizar impactos negativos, priorizando programas e projetos estratégicos.

Destacando a relevância do setor para as Forças Armadas do país e para o desenvolvimento nacional, o Comandante resume em uma palavra sua mensagem para os expositores da 6ª Mostra BID Brasil: “Otimismo”.

Na entrevista a seguir, o General afirma ainda que o Exército Brasileiro conta com a capacidade da BIDS para a consecução de seus objetivos e fala do papel de destaque da ABIMDE na divulgação dos produtos nacionais de Defesa e na geração de oportunidades de negócios.

IA - O que essa pandemia impactou nos projetos do Exército? E como prosseguir com as ações programadas nesse cenário atual?

Paulo Sérgio - A necessidade do Governo Federal de redirecionar recursos financeiros do orçamento para o enfrentamento da pandemia da covid-19 resultou indiretamente em cortes orçamentários em várias áreas da administração pública, inclusive na área de Defesa, levando a uma redução de cerca de 35% do fluxo de investimentos para os Programas Estratégicos das Forças Singulares em 2021.

Uma das medidas tomadas para minimizar os impactos no curto prazo foi a priorização de investimentos em Programas e Projetos Estratégicos com demandas mais relevantes e urgentes. De forma direta, a pandemia trouxe atrasos nas atividades contratadas de empresas de tecnologia e de construção civil.

Informe Abimde - Quais os desafios e as perspectivas do Exército para 2022? General Paulo Sérgio Nogueira

de Oliveira - O mundo vive um momento de competição geopolítica e de instabilidade decorrente de uma série de fatores que, somados aos efeitos sociais e econômicos da pandemia da covid-19, conformaram um momento bastante desafiador para todas as instituições públicas e privadas, incluindo o Exército Brasileiro. Nesse contexto, em 2022, o Exército Brasileiro permanecerá atuando no sentido de cumprir suas atribuições constitucionais, mantendo a soberania e a segurança nacional e atendendo prontamente às necessidades do Estado brasileiro dentro de suas responsabilidades. O Exército continuará priorizando as ações que tenham por objetivos a modernização e a transformação da Força Terrestre, para que essa esteja perfeitamente inserida na Era do Conhecimento, sem descuidar de fortalecer a dimensão humana da Força. Também incluí em minhas diretrizes para 2021 e 2022 o fomento à Base Industrial de Defesa (BID), para que ela alcance consolidação e crescimento, tanto no âmbito nacional quanto no internacional, minimizando o cerceamento tecnológico e incrementando o desenvolvimento de projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT & I), a captação de investimentos, a atuação da Tríplice Hélice (governo- empresas-academia) e a transferência de tecnologia quando da aquisição externa de Produtos de Defesa.

IA - Quais são as prioridades do Exército para os próximos anos a médio prazo? Quais projetos devem ser prioritários?

Paulo Sérgio - O Planejamento Estratégico do Exército possui 15 objetivos com

“Creio que o segmento de Defesa deva ações de curto, ser um catalisador de esforços e recursos para médio e longo prao desenvolvimento do poder militar nacional” zo. As prioridades são aquelas ações que conduzirão o Exército Brasileiro à modernização e à transformação para estar à altura dos desafios do século XXI. Dentre essas prioridades, destacam-se as atividades que objetivam o incremento das capacidades da Aviação do Exército, das Forças Blindadas e do Sistema ASTROS 2020, bem como a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) e do Projeto Amazônia Conectada. Há, também, especial atenção ao desenvolvimento cientifico e tecnológico e à busca constante da inovação, visando, cada vez mais, inserir o Exército Brasileiro na Era do Conhecimento. Outra ação prioritária é a racionalização administrativa, para aprimorar a gestão, otimizar gastos e diminuir o custeio, permitindo aumentar os investimentos da Instituição e gerar maior capacidade operacional. No que se refere aos Programas Estratégicos, as prioridades atuais são o Forças Blindadas (antigo Guarani), o ASTROS 2020 e o SISFRON.

IA - Como deve ser a performance do segmento ligado a projetos destinados ao Exército no mundo, na opinião do senhor?

Paulo Sérgio - Creio que o segmento de Defesa deva ser um catalisador de esforços e recursos para o desenvolvimento do poder militar nacional, gerando, durante o processo, benefícios transversais para toda a cadeia produtiva, para a economia e para a Ciência e Tecnologia. Nesse contexto, verificamos que, em 2021, a Indústria de Defesa Brasileira alcançou um resultado histórico nas exportações. Até o mês de agosto de 2021, o setor registrou US$ 1,35 bilhão em vendas, e a expectativa é de que os números continuem em crescimento e o segmento feche o ano com a marca de US$ 2 bilhões.

Desta forma e mirando o exemplo citado, verificamos que esse desempenho comercial materializa o esforço do segmento de Defesa em desenvolver novas soluções militares. Os produtos entregues pelos Programas Estratégicos do Exército estão entre as principais “estrelas” do processo, destacando as vendas de armamentos, munições, veículos blindados e sistemas de lançamento de foguetes.

IA - O senhor acredita que o novo cenário pós-pandemia pode trazer oportunidades para a indústria brasileira? Quais?

Paulo Sérgio - A pandemia de covid-19 surpreendeu o mundo e causou graves problemas na ordem econômica mundial, inclusive no Brasil. Acredita-se que, tão logo esse evento sanitário seja controlado, novas oportunidades possam surgir para a indústria brasileira, em especial em áreas onde a oferta e a demanda de produtos foram reprimidas. Entretanto, essas oportunidades dependem de vários fatores internos e externos, inclusive da capacidade de recuperação da produção do setor industrial do País. Havendo disponibilidade de recursos para investimento no orçamento federal, a indústria de defesa tem um alto potencial de contribuir para a retomada da economia, uma vez que, devido aos cortes de orçamento e à consequente postergação de alguns investimentos previstos para o corrente ano, o setor apresenta capacidade produtiva ociosa, apta a receber encomendas.

Além disso, segundo estudos da Fundação Instituto de Pesquisas Aplicadas (FIPE), a indústria de defesa tem um alto valor agregado, o que potencializa os efeitos positivos na economia e contribui sobremaneira para o giro desse setor nacional. Esses estudos apontam que, para cada R$ 1,00 investido no setor de Defesa, R$ 3,66 são movimentados na economia, uma média muito acima do que ocorre em outros setores econômicos.

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possibilidades de financiamento. Com uma atuação de destaque em eventos como feiras, reuniões e convenções que visam impulsionar as empresas da BID no mercado, a ABIMDE também atua como promovedora da pesquisa e inovação nacional e como fortalecedora da indústria nacional.

IA - Qual mensagem o senhor pode deixar para a BIDS e os expositores da 6ª Mostra BID Brasil?

Paulo Sérgio - A mensagem que eu gostaria de deixar é de otimismo! O setor de Defesa brasileiro é muito relevante para as Forças Armadas do País e fundamental para o completo desenvolvimento nacional. Continuem a buscar a interação com a Academia e a procurar novos mercados! O sucesso dos produtos brasileiros, nesse importante setor, colabora com a capacidade operativa do Exército Brasileiro e com a imagem da indústria nacional no exterior!

IA - O senhor gostaria de acrescentar alguma outra questão nessa entrevista?

Paulo Sérgio - O Exército Brasileiro mantém-se firme na sua trajetória de transformação e modernização e conta com a capacidade da Base Industrial de Defesa para a consecução de seus objetivos de aumento da capacidade operativa, da independência tecnológica e da busca de soluções inovadoras.

IA - Para o senhor, qual a importância da ABIMDE para o fomento da BIDS (Base Industrial de Defesa e Segurança)?

Paulo Sérgio - Por se tratar de uma associação que atua diretamente no setor de Defesa e que está em contato direto com as principais empresas desse setor no Brasil, a ABIMDE tem papel de destaque na divulgação dos produtos nacionais de Defesa, na criação de oportunidades de negócio e na geração de

General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: “O Exército continuará priorizando ações com objetivo de modernizar e transformar a Força Terrestre”.

FEIRAS ABIMDE RETOMA REALIZAÇÃO DE EVENTOS PRESENCIAIS

Feiras são espaços importantes para prospecção de negócios e oportunidades às indústrias de defesa e segurança

Aliberação para realização de feiras corporativas é vista com otimismo pela ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança). A retomada tornou-se possível graças ao arrefecimento da pandemia, em função do avanço da vacinação contra o coronavírus.

Segundo o Diretor de Projetos da ABIMDE, Comandante Paulo Albuquerque, “esses eventos representam para a BIDS (Base Industrial de Defesa e Segurança) oportunidades de negócios, parcerias e troca de informações sobre desenvolvimentos tecnológicos. Isso provoca um efeito cascata benéfico para toda a sociedade, pois impulsiona a economia nacional e a geração de empregos.”

Para 1.000 empregos criados no setor de Defesa no Brasil, outros 2.730 são adicionados à economia, de acordo com um estudo realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a pedido da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgado no último mês de julho. Conforme o estudo, em 2017, o Complexo de Defesa e Segurança gerou, direta e indiretamente, 2,91 milhões de empregos em todo o território nacional.

Estes dados indicam o impacto social e econômico da BIDS para o país, reforçando a importância de investimentos na promoção da BIDS brasileira em feiras nacionais e internacionais.

EVENTOS ABIMDE

Além da 6ª Mostra BID Brasil, que acontece entre os dias 7 e 9 de dezembro, a ABIMDE já iniciou o planejamento da feira internacional Expo ADESC. Ambas serão realizadas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF).

Já consolidada como uma das principais feiras de Defesa e Segurança do país, a Mostra BID Brasil é uma realização da ABIMDE, com promoção da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e apoio do Governo Federal.

Durante os três dias da Mostra, os expositores terão a oportunidade de receber representantes de empresas nacionais e internacionais, delegações de adidos militares e de embaixadas de diversos países. “Esse contato com potenciais clientes sempre geram bons relacionamentos, podendo resultar em parcerias e grandes negócios”, ressalta o Comandante Albuquerque.

Após comemorar o sucesso do Pavilhão Brasil na Milipol Paris 2021, neste semestre a ABIMDE e associadas também marcam presença em mais três importantes eventos no exterior: a Dubai Air Show (14 a 18 de novembro), Edex (29 de novembro a 2 de dezembro, no Egito) e Expodefensa (29 de novembro a 1 de dezembro, na Colômbia).

Todos os eventos são realizados com a adoção de rigorosos protocolos sanitários, de forma a proporcionar um ambiente seguro para os participantes e para as comunidades onde eles são realizados.

INOVAÇÃO

Divulgação Saab Fotos: Divulgação Lancha multimissão CB 90 tem capacidade prolongada de vigilância e velocidade para interceptar embarcações

SAAB APRESENTA SOLUÇÕES INOVADORAS EM DEFESA E SEGURANÇA NACIONAL NA BID BRASIL

Visitantes vão conhecer amplo portófio da empresa sueca em diversos segmentos durante o evento

ASaab, empresa que atende o mercado global com produtos, serviços e soluções de ponta nas áreas de defesa militar e segurança civil, vai mostrar a amplitude de seu portfólio durante a 6ª Mostra BID Brasil, de 7 a 9 de dezembro de 2021. O público terá a oportunidade de receber informações sobre equipamentos e serviços, e conhecer o trabalho desenvolvido pela companhia sueca no Brasil e no mundo.

Do portfólio global, dentro do domínio naval, o público poderá saber mais sobre a lancha multimissão CB 90. A embarcação é capaz de executar tarefas em mares abertos, rios, lagos, para patrulhamento, combate, interceptação, desembarque e salvamentos. O produto tem sido utilizado por diversos países, sendo que em 2004, o Exército Brasileiro realizou treinamentos reais bem-sucedidos com a lancha de combate modelo CB 90H na região do Amazonas. Atualmente, a Saab desenvolve, com parceiros locais, a CB 90 no México e no Peru. Além disso, a Saab apresentará embarcações desenvolvidas para enfrentar desafios que exigem protocolos e táticas de contramedidas de minagem para abordagem de áreas com potencial ou real ameça, como minas plantadas em rotas marítimas e portos. O equipamento ideal para atender a essa finalidade é o navio de contramedidas de minagem MCMV o qual possui o casco feito de compósito – um “sanduiche” composto por camadas de plástico reforçado com fibra de vidro para reduzir a eficácia das minas magnéticas. A partir de testes, somados aos mais de 40 anos de serviços no setor naval, a Saab constatou que o material composto presente no MCMV tem diferenciais: não sofre os efeitos de corrosão ou degradação, é fácil de consertar e exige um nível mínimo de manutenção, sendo suficientes cuidados básicos como limpeza e pintura. Embarcações como essas são utilizadas pelas defesas marinhas da Suécia, Singapura e outras. Este é um equipamento que tem ainda aderência ao mercado da América Latina, cuja base de indústria naval possui grande potencial de desenvolvimento.