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SEPROD

Mercado nacional – No estande da empresa estarão disponíveis informações sobre a participação da Saab no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) do Exército Brasileiro. A companhia é responsável pela integração de comunicação entre sensores, decisores e atuadores, em um dos maiores e mais representativos programas dessa natureza no mundo. O Sisfron possibilita ampliar e fortalecer a segurança das fronteiras brasileiras.

Outro equipamento presente na defesa brasileira é o Canhão Sem Recuo Carl-Gustaf M4. O sistema de armas de apoio no ombro portátil multifuncional é utilizado em combate na proteção de tropas e de instalações. O armamento está em operação em mais de 40 nações e é a mais recente versão da família Carl-Gustaf. O equipamento utiliza o Sistema Saab de Treinamento com Simulação Virtual Indoor GC-IDT (do inglês, Ground Combat Indoor Trainer), como parte da instrução dos atiradores. O equipamento é capaz de replicar as características das armas e munições reais, sua balística e efeitos no alvo, além de permitir ao atirador realizar todas as operações de manejo da arma.

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A companhia também possui em seu portfólio o sistema míssil de baixa altura telecomandado RBS 70, utilizado em 20 países, entre eles o Brasil, além de soluções de simulações viva e virtual, e ainda para a integração viva, virtual e construtiva (LVC, do inglês Live, Virtual and Constructive), que suportam todas as fases do treinamento. Para além da indústria de defesa militar – As atividades da Saab Sensores e Serviços – responsável pela manutenção da maior rede de radares meteorológicos do Brasil e que, em breve, fará a manutenção de radares do novo caça brasileiro Gripen – serão apresentadas na Mostra BID.

Complementa a lista a experiência da empresa no fornecimento de equipamentos eletrônicos e serviços avançados de manutenção e suporte aos mercados civil e de defesa nacional.

As atrações da Saab não estarão somente em seu estande. A Força Aérea Brasileira (FAB) fará a exposição de uma réplica em tamanho real do novo caça Gripen – resultado de uma parceria com governo brasileiro para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves, em um projeto de longo prazo. Na ocasião, o público poderá tirar fotos da aeronave, que estará no estande da FAB.

Saab Sensores e Serviços cuida da manutenção de 13 dos 27 radares meteorológicos do Brasil MODELO DE NEGÓCIO SE TRADUZ EM PARCERIA E COMPROMETIMENTO COM AS NAÇÕES

O modelo de negócio da Saab se traduz em parceria e compromisso com as nações nos mercados onde a empresa atua. O Programa Gripen no Brasil é um exemplo. A iniciativa prevê a transferência de tecnologia para impulsionar o desenvolvimento da base industrial de defesa local por meio das empresas parceiras. A Saab vai treinar mais de 350 técnicos e engenheiros brasileiros por meio deste programa previsto para ocorrer em 10 anos.

O programa começou em 2015, e desde então, mais de 260 pessoas já foram capacitadas na Saab em Linköping, Suécia. O contrato contempla o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira (FAB), incluindo sistemas, suporte e equipamentos relacionados, com um investimento de 39,3 bilhões de coroas suecas. O primeiro Gripen E chegou ao Brasil em setembro de 2020. A produção está em andamento e, em breve, quatro novas aeronaves devem ser entregues ao governo brasileiro.

Outro exemplo se verifica na relação estabelecida no mercado naval para novas construções e de manutenção e reparos que garantem a alta performance de embarcações. Com Singapura, a Saab contribuiu com o design básico e as superestruturas de compósitos de fibra de carbono de oito navios modernos, com tecnologia de última geração para patrulhar as águas daquele país. Durante o desenvolvimento do projeto, equipes da ST Marine foram à Suécia, onde receberam treinamento e transferência de tecnologia. Os peritos em compósitos da Saab também realizaram treinamento no estaleiro em Singapura.

MERCADO

MULHERES NA DEFESA

Um observador externo talvez não imagine a abrangência de áreas que integram o Mercado da Defesa e, mais ainda, o quão importante é a atuação das mulheres nesse campo. Culturalmente, tecnologia e defesa não são atividades ligadas à participação feminina, por isso, é sempre importante falar da contribuição que esse time valoroso traz para o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do Brasil. Tanto na área militar quanto civil as mulheres vêm mostrando seu valor.

A presença delas parece natural hoje em algumas instituições, mas foi apenas em 1982, por exemplo, que a FAB passou a integrar mulheres e no Colégio Naval, RJ, elas só foram admitidas recentemente. As empresas privadas do setor, as áreas de tecnologia, engenharia e administração ainda contam com um número reduzido de profissionais, mas que já se destacam.

UMA FORÇA MOTRIZ EM PLENO DESENVOLVIMENTO

O entusiasmo pelo trabalho é flagrante na fala dessas mulheres, que fazem dos desafios a propulsão para voar cada vez mais alto. Confira algumas dessas histórias a seguir.

BRIGADEIRO CARLA LYRIO MARTINS Diretora do Hospital Central da Aeronáutica

“Servir é minha missão e, na FAB, as ferramentas estão em minhas mãos”.

A lembrança mais marcante que a Brigadeiro Carla Lyrio Martins tem dos primeiros anos na Força Aérea Brasileira (FAB) é a experiência na área operacional, como médica do 1º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação, em Santa Maria, RS. “Fui a primeira mulher aeronavegante (com função a bordo) e as imagens e a emoção sentidas à época, há 31 anos, ainda me tiram o fôlego.” Recém-formada em medicina, Carla optou pela vida da caserna buscando exercer a medicina em uma instituição com recursos, estrutura e pessoas capacitadas. Em 1990, ela prestou o primeiro concurso no qual homens e mulheres concorreram em pé de igualdade de oportunidades. “Constatei, já no início da formação militar, que a carreira estava atrelada à dedicação, ao comprometimento, à firmeza de propósitos, jamais vinculada ao gênero.” Sobre a prática da medicina na FAB, Carla Lyrio diz que tem sido um privilégio aliar ambas as vocações. “Pertencer à FAB, e trabalhar nas diferentes esferas de complexidade, me gera realização pela acertada opção profissional. Servir é minha missão e, na FAB, as ferramentas estão em minhas mãos.” Ela vê as conquistas da carreira como uma consequência natural de vivências, aprendizados, acertos e até de erros. “Entendo perfeitamente que o meu caminho inspira outras mulheres, mas, na verdade, são elas que me inspiram a ser cada vez melhor.” A brigadeiro tem um conselho para as mulheres que sonham com a vida da caserna: “A carreira militar é bonita e gratificante, uma excelente escolha, tanto para homens como para mulheres. Os espaços existem e nós mulheres estamos ocupando, gradativamente. Os valores cultuados na caserna são fortes e positivos, capazes de orientar rumo a objetivos audaciosos. Portanto, venham!”

MAJOR OLINDA DE LIMA FARIAS Engenheira Militar - Gerente do Projeto REMAX no Centro Tecnológico do Exército

“Ser mulher no mercado de trabalho e, principalmente, nas Forças Armadas é muito gratificante.”

A engenharia e o Exército chegaram juntos à vida da Major Olinda de Lima Farias. A porta de entrada para a Força terrestre foi o Instituto Militar de Engenharia (IME). A graduação foi concluída em 2004. Após concluir o mestrado em engenharia elétrica na área de Controle, Estabilização, Navegação e Guiamento de VANTs, ela chegou ao Grupo de Armamento e Munições (GAM), que a levaria ao projeto REMAX. “É uma área sensível e com pouca expertise por parte dos profissionais brasileiros. Fui designada para ser fiscal dos Contratos dos protótipos dos REMAX 1 e 2.” Quando o Coronel Marcello Eifler deixou o cargo para realizar curso na Escola de Comando e Estado-maior do Exército (ECEME), a Major foi indicada para assumir a gerência do projeto REMAX. “Isso constituiu um verdadeiro desafio, visto que o gerente anterior era Engenheiro Mecânico e de Armamento, e eu Engenheira Eletrônica.” Quase uma década já passou e ela segue à frente do projeto trabalhando com técnicos civis e militares desenvolvendo tecnologias que têm as tropas como usuários finais. Para harmonizar tudo isso, a Major Olinda procura não perder de vista que as pessoas são únicas. “É necessário muito diálogo para entender todas as partes.” Ao longo desse tempo, as dificuldades não foram poucas, mas para a Major “a recompensa é ter quase 300 Sistemas de Armas REMAX distribuídos nos mais diversos rincões do Brasil, com um nível de maturidade tecnológica compatível com a maioria dos sistemas de armas em uso no mundo, que garantem a segurança e a integridade do combatente brasileiro, melhoram a qualidade de vida e aumentam o poder de fogo.” Para ela, “ser mulher no mercado de trabalho e, principalmente, nas Forças Armadas é muito gratificante. Nossa presença representa um exemplo de superação para que outras mulheres possam se juntar a nós e fazer a diferença”, afirma a Major.

“A área de Defesa é exigente e para coordenar projetos no setor é preciso vontade de aprender e estudo constante.”

A menina, que um dia sonhou ser astronauta, descobriu, através do bom desempenho escolar e o gosto por matemática, que queria mesmo era construir coisas. Formada em Engenharia da Computação, Claudia Tocantins desenvolveu sua carreira na coordenação e gerência de projetos, o que lhe permitiu trabalhar em diversas áreas como desenvolvimento de software, telecomunicações, sensoriamento remoto, meio ambiente, ensino e defesa. Embora atue como Gerente de Projetos na Fundação Ezute há bastante tempo, Claudia tem trabalhado principalmente na área de Defesa nos últimos 8 anos. Ela diz que, nesse período, foi um privilégio trabalhar em programas estratégicos da Marinha do Brasil, como o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul) e o MANSUP (Míssil Antinavio de Superfície) - ambos de alta complexidade técnica e com forte contribuição para o desenvolvimento da BIDS. “A área de Defesa é exigente e para coordenar projetos no setor é preciso vontade de aprender e estudo constante.” Mas ela destaca que “a atuação de cada profissional e sua trajetória são únicas e a carreira é moldada a partir das experiências acumuladas ao longo do tempo.” Para Claudia, o maior desafio de trabalhar na BIDS é a dificuldade na continuidade orçamentária. “Temos muita gente competente no Brasil, mas alguns investimentos são de longo prazo e parte do potencial que desenvolvemos se perde à medida que perdemos uma janela de oportunidade ou parte de uma equipe que foi capacitada em determinada tecnologia.” Ela encerra com um toque de bom humor, dizendo que, na verdade, o projeto mais difícil em que atua é pessoal: a maternidade. “Talvez porque é mais ‘gente’ do que ‘tecnologia’ e sou, simultaneamente, patrocinadora, gerente, equipe e beneficiária.”