Relatorio de Gestão

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Ao assumir a direção do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), em agosto de 2020, tinha consciência de que iria enfrentar um desafio inédito. Apesar do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 e da consequente desaceleração da economia, era preciso manter a instituição coesa, viva e produtiva. Com criatividade, espírito colaborativo e determinação, conseguimos nos adaptar ao trabalho remoto, preservar os principais projetos de pesquisa e manter compromissos assumidos, sem colocar em risco a segurança dos profissionais do Instituto.

Com o fim da emergência sanitária e a retomada gradual das atividades econômicas e científicas, pudemos acelerar rumo ao cumprimento dos nossos objetivos: aumentamos a nossa carteira de projetos, clientes e serviços tecnológicos; ampliamos a visibilidade institucional do INT; mudamos a nossa estratégia de comunicação; estabelecemos mais recursos de apoio ao empreendedorismo e melhoramos as condições de trabalho, investindo na estrutura física do Instituto, segurança e qualificação de servidores e prestadores de serviço.

O arrefecimento da pandemia permitiu, finalmente, celebrar o centenário do INT, valorizando uma trajetória comprometida com a tecnologia e a inovação. Poucas instituições brasileiras alcançam este marco; menos ainda mantém a relevância. Terceira mais antiga

instituição científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o INT comemorou 100 anos ampliando a transferência de tecnologia para empresas e prestando serviços de alta complexidade para o setor produtivo. Com alegria, celebramos o centenário com festa e com uma campanha de valorização das pessoas que fazem o INT.

Nas páginas seguintes, você vai saber mais sobre esses quatro anos de trabalho (2020 a 2024), conhecendo as realizações do ponto de vista da gestão, como execução de orçamentos e qualificação da infraestrutura, e os principais projetos realizados – tais como prêmios recebidos, patentes concedidas, publicações e eventos.

Aproveito este texto para me despedir. Depois de 48 anos como servidora do Instituto, encerro minha atuação no INT, onde comecei ainda como técnica de nível médio. Tenho muito orgulho por ter feito parte da história dessa instituição que tanto contribuiu – e certamente continuará a contribuir –para o desenvolvimento tecnológico do Brasil.

do INT

A EMBAIXADORA DO INT

Dos 103 anos de história do Instituto Nacional de Tecnologia, em 48 anos Iêda Maria Vieira Caminha fez parte da instituição. Desde que ingressou no INT, aos 18 anos, como técnica de nível médio, ocupou diversas posições ao longo de sua trajetória. Prestes a se aposentar, decidiu candidatar-se à direção em 2019, com o objetivo, entre outras missões, de coordenar as celebrações do centenário do Instituto. Assumiu o cargo em agosto de 2020, em meio à pandemia da Covid-19. Sua prioridade inicial foi motivar a equipe e garantir as ferramentas necessárias para que o Instituto se mantivesse ativo durante a crise. Posteriormente, concentrou esforços na divulgação científica, recuperação da infraestrutura, capacitação de pessoal e articulação institucional para consolidar a relevância do INT. “Sempre acreditei que o diretor é um embaixador da sua instituição”, afirma Iêda, às vésperas de encerrar sua carreira no Instituto.

Como você começou no INT?

Ieda: Eu me formei como técnica em Química Industrial pela Escola Técnica Federal do Amazonas em dezembro de 1975, e no início de 1976 me mudei para o Rio de Janeiro para cursar Engenharia.

Em março surgiu uma oportunidade de trabalhar no INT como Especialista Nível Médio. Não havia vaga em laboratório, só na recepção, mas eu queria muito trabalhar nessa instituição tão reconhecida, que já tinha uma trajetória relevante em desenvolvimento tecnológico, e decidi aproveitar a chance.

Ter o INT no currículo era um sonho de todos que cursavam Engenharia. Trabalhei como recepcionista por um ano e dois meses, até que surgiu a oportunidade de trabalhar na Divisão de Metalurgia, em 1977. No INT, atuei como técnica de nível médio, nível superior, mestre e doutora, desenvolvendo projetos de P&D e serviços tecnológicos, até iniciar minha trajetória na direção, a partir de 2007, como coordenadora, vice-diretora e diretora. São 48 anos como servidora do INT, uma trajetória da qual muito me orgulho.

O INT não é uma universidade e sim uma instituição científica e tecnológica. Mesmo assim, os profissionais são estimulados a desenvolver carreiras acadêmicas, fazendo mestrado, doutorado e pós-doutorado?

Ieda: Não era assim quando eu entrei no Instituto. Naquela época, nossa capacitação ocorria em cursos de curta duração, geralmente realizados na Instituição. Os cursos do INT sempre atraíram engenheiros de outras instituições do Rio de Janeiro, já que as universidades não tinham a moderna infraestrutura laboratorial que nós tínhamos, especialmente nas décadas de 60 e 70. Mas, para fazer doutorado, era preciso viajar para fora do Brasil. Na década de 1980, o INT tinha, talvez, uns quatro ou cinco doutores, todos formados no exterior. Mas, depois, com a nossa migração para a carreira de Ciência & Tecnologia, em 1993, passou a haver mais incentivo para a especialização e pós-graduação.

Quando você começou, como as mulheres eram vistas no INT?

Ieda: As mulheres no INT sempre se destacaram por sua competência técnica e pioneirismo. Mesmo em um período em que poucas mulheres optavam pela área tecnológica, o INT já contava com muitas servidoras atuando como chefes de laboratório e líderes de pesquisa. Quando iniciei meu trabalho na Divisão de Metalurgia, em 1977, a chefe era a doutora Maria Carolina Marques da Silva. É verdade que houve poucas mulheres chefes de divisão e, ao longo dos 102 anos do Instituto, apenas duas mulheres ocuparam a direção: Maria Aparecida Stallivieri Neves, de 1990 a 1999, e eu, de 2020 a dezembro de 2024. Felizmente, esse cenário vem

se transformando. Cada vez mais, as mulheres que atuam em Ciência e Tecnologia têm sido reconhecidas e estão assumindo cargos de liderança. Durante minha gestão, a presença feminina em posições de gestão foi expressiva, com 55,6% de mulheres na chefia de divisões e 62,5% de mulheres na direção. A inclusão de mulheres em posições de destaque no INT não só promove a igualdade de gênero, mas também enriquece a tomada de decisões, trazendo perspectivas diversas e inovadoras. Esse avanço é um reflexo do compromisso do INT em criar um ambiente de trabalho mais equitativo e representativo, onde todos têm a oportunidade de contribuir e prosperar.

O que motivou você a se candidatar ao cargo de diretora, depois de 44 anos trabalhando no INT?

Ieda: Inicialmente, não tinha a intenção de concorrer à direção do INT, pois estava planejando realizar um pós-doutorado na Alemanha, na minha área de atuação: Caracterização Avançada em Materiais Metálicos. No entanto, quando o então diretor, Fernando Rizzo, me convidou para assumir o cargo de Coordenadora de Negócios e, posteriormente, em 2017, o de diretora substituta, esse projeto acabou sendo adiado. Com a aproximação do final do mandato do meu antecessor, em 2019, e do centenário do INT, em 2021, fui incentivada por vários pesquisadores do Instituto e pelo próprio diretor a me candidatar. Passei a refletir sobre a importância desse momento histórico e pensei: “Se um diretor ou diretora que não valorize a trajetória do INT assumir no seu centenário, vou me sentir muito culpada”. Foi essa convicção que me levou a candidatar-me à direção, apesar de considerar que minha maior contribuição ao Instituto tenha sido na área técnica, onde atuei por 32 anos e continuo a atuar até hoje.

Você assumiu a direção em plena pandemia da covid-19. Como foi essa experiência?

Ieda: Quando enviei os documentos para a candidatura, em março de 2020, estávamos apenas no início da pandemia. Naquele momento, ninguém imaginava que a situação se prolongaria tanto. Acreditávamos que o isolamento duraria cerca de 15 dias, no máximo um mês. Fui nomeada em agosto de 2020, com a instituição fechada e todos em regime de trabalho remoto. Liderar o corpo funcional e a instituição de forma virtual foi um grande desafio, mas também uma valiosa experiência de

aprendizado. Embora os projetos e serviços não tenham sido interrompidos, houve naturalmente uma redução significativa durante a pandemia. As reuniões eram realizadas de forma virtual, enquanto uma equipe técnica se deslocava ao INT, seguindo rigorosamente as orientações de segurança sanitária, para realizar os ensaios mais urgentes. Essa dinâmica permaneceu ao longo de 2020 e 2021. Retornamos à normalidade do trabalho presencial em 2022. Em agosto daquele ano, implantamos o programa de gestão, que permite o trabalho remoto duas vezes por semana, atendendo aos anseios dos servidores do INT e com o aval do MCTI.

Quando você assumiu, também entrou em vigor um novo regimento, que havia sido discutido na gestão anterior. Qual foi o objetivo dessa reestruturação?

Ieda: De tempos em tempos, visando maior eficiência, é saudável para a instituição discutir sua estrutura, que deve ser baseada nas áreas de atuação administrativas e técnicas. Também é necessário considerar a força de trabalho disponível; no INT, ela diminuiu ao longo dos últimos dez anos, com 92 aposentadorias. Houve uma época em que o Instituto contava com 700 pessoas. Atualmente, entre servidores, empregados públicos, terceirizados, bolsistas e estagiários, somos cerca de 409 pessoas atuando no INT. Em 2018, o Instituto contratou uma empresa para realizar um diagnóstico da estrutura organizacional e propor um modelo que atendesse aos desafios do governo, do setor produtivo e da sociedade. O estudo durou cerca de um ano e meio e envolveu grande parte da instituição, com participação em oficinas e entrevistas. A partir desse diagnóstico, foi elaborado o novo regimento, que foi

encaminhado ao MCTI em 2019. Coincidentemente, o novo regimento foi publicado no início do meu mandato como diretora, em agosto de 2020. Contudo, devido à pandemia, as mudanças começaram a ser implementadas efetivamente apenas em 2022, pois antes estávamos trabalhando remotamente. Atualmente, estamos discutindo um novo plano diretor, o PDU, para os próximos quatro anos. Nesse processo, estamos avaliando, por exemplo, a criação de novas áreas e a introdução de ferramentas inovadoras para nossas pesquisas.

Sua gestão é descrita pelas pessoas do INT como um período em que o Instituto ganhou mais visibilidade e maior conexão com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Essas áreas foram prioridade para você?

Ieda: Como diretora, tenho um olhar atento para as questões internas da instituição. Dediquei-me a manter a infraestrutura predial e laboratorial funcionando adequadamente, além de garantir que o corpo funcional desfrutasse de um clima organizacional harmonioso. No entanto, sempre acreditei que o diretor é um embaixador de sua instituição, e que um dos seus papéis mais relevantes é o de representação e articulação institucional. Um desses espaços de articulação é o fórum dos 17 diretores das unidades de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Aqui no Rio, somos seis unidades de pesquisa e uma organização social. Sempre que a Ministra ou o Secretário Executivo vêm a um evento no Rio, fazemos questão de comparecer; estamos presentes no MCTI sempre que convocados pela Subsecretária das Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais, pelo Secretário Executivo ou pela Ministra. Também participamos de vários

conselhos de administração de outras instituições e mantemos diálogo constante com a FINEP, FAPERJ, CNPq, ABC, SBPC, lideranças políticas e outras organizações. Nosso objetivo não é apenas obter recursos, mas também mostrar a relevância de nossas instituições para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

A captação de recursos através de projetos de P & D e serviços tecnológicos em apoio ao setor produtivo é muito importante para o INT?

Ieda: Desde sua criação, há 103 anos, o INT tem apoiado o setor produtivo na solução de problemas que impactam as empresas, com o objetivo de aumentar sua competitividade e contribuir para a inovação de produtos e processos. Além disso, os recursos obtidos por meio dos projetos e serviços para empresas possibilitam a ampliação das equipes técnicas, a aquisição de equipamentos e instrumentos, e até mesmo a criação de novos projetos de P&D e serviços. Em 2023, o INT recebeu cerca de R$ 16 milhões do Orçamento da União, dos quais 85% foram destinados ao pagamento de contratos terceirizados, como os de vigilância, limpeza, informática, apoio administrativo e manutenção predial, entre outros. No mesmo ano, captamos aproximadamente R$40 milhões por meio de projetos e serviços, um valor significativo em receitas extraorçamentárias, que comprova nossa relevância para o setor produtivo.

Um aspecto importante do seu plano de gestão foi o apoio ao empreendedorismo. O que avançou?

Ieda: Desde 2019, temos discutido um novo formato de atuação em relação ao empreendedorismo.

Em 2020, conquistamos dois projetos da FAPERJ, sendo um liderado pelo INT e o outro pela Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (REDETEC), que está sediada no INT desde 2018. Esses projetos possibilitaram a implementação do coworking. A partir de 2022, com o financiamento do projeto INOVA INT pela FAPERJ e o apoio do nosso Núcleo de Inovação

Tecnológica e da REDETEC, estamos fazendo progressos significativos nas mentorias e na elaboração de procedimentos.

Como você avalia a estrutura de laboratórios do INT?

Ieda: No INT, temos orgulho de contar com uma moderna infraestrutura laboratorial, composta por 20 laboratórios e um Centro de Caracterização em Nanotecnologia. Esses recursos nos permitem realizar pesquisas e serviços com qualidade e elevado conteúdo técnico-científico nas áreas de tecnologia química, tecnologia de materiais e engenharia de produtos e processos. Mesmo durante a pandemia, mantivemos os equipamentos e laboratórios em funcionamento. Em 2025, devemos inaugurar mais um laboratório, o de Tecnologia em Mobilidade, que será crucial para o desenvolvimento de novas tecnologias de motorização, avaliação de novos combustíveis e biocombustíveis, além de emissões veiculares.

Você também investiu na segurança das equipes?

Na sua avaliação, quais foram os grandes destaques da sua gestão como diretora?

Ieda: Um dos principais destaques foi o fato de que, apesar da pandemia, conseguimos uma expressiva ampliação da carteira de projetos e serviços e, em 2022, alcançamos a primeira nota 10 (conceito A) no Termo de Compromisso de Gestão (TCG) assinado com o MCTI. Em 2023, a nota foi 9,7, mantendo-nos no conceito A. As notas são importantes, pois indicam o cumprimento das metas estabelecidas no TCG, refletindo o desempenho institucional. Outro destaque foi a ampliação do corpo funcional. Graças aos recursos extraorçamentários provenientes dos projetos e serviços, foi possível complementar a força de trabalho do Instituto com a contratação de bolsistas e celetistas (atualmente cerca de 220). Felizmente, com a realização de concursos, em breve receberemos mais 36 profissionais.

Que outros avanços ocorreram durante a sua gestão?

Ieda: Além do avanço na atuação em empreendedorismo, por meio do projeto INOVA INT, que já

Ieda: Sim, como minha atuação profissional sempre se deu em laboratório, considero fundamentais as questões relacionadas à segurança das equipes. Criamos uma Comissão de Segurança do Trabalho, contratamos uma consultoria para apresentar um projeto de Segurança contra Incêndio e Pânico no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, realizamos treinamento de brigada voluntária de 120 servidores e colaboradores e, recentemente, passamos a contar com bombeiros de plantão 24 horas por dia. Além disso, estamos adequando as nossas instalações e criando uma brigada de incêndio.

mencionamos, outro destaque foi a transformação que realizamos na comunicação. Mesmo sendo uma instituição centenária, o INT trabalha com tecnologia de ponta, acompanhando as mudanças do setor produtivo, e, por isso, não poderia manter uma comunicação antiquada. Fizemos uma grande virada nessa área, investindo fortemente nas redes sociais, o que resultou em um aumento significativo no número de seguidores e na ampliação da nossa visibilidade institucional. Além disso, investimos na recuperação do prédio e seus anexos, na atualização da subestação elétrica e na instalação de novos elevadores. Por fim, também celebramos o centenário do INT com seminários virtuais e uma solenidade presencial, que contou com a participação de autoridades, parceiros de longa data, do corpo funcional e a premiação de instituições e pessoas com a Medalha Fonseca Costa, destacando a relevância da nossa instituição científica e tecnológica para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.

No seu plano de gestão, você falava em construir uma gestão participativa. Houve avanços nesse sentido?

Então, seu sucessor vai encontrar uma instituição em boa forma?

Ieda: Encontrará a instituição otimizada em termos de infraestrutura física, laboratorial e de TI, com uma carteira significativa de projetos e serviços, além de ser reconhecida pelo MCTI por suas ações de governança e gestão estratégica. No entanto, sendo uma instituição centenária, ainda há muito a ser feito, tanto em relação à infraestrutura física e laboratorial quanto na atuação junto ao setor produtivo e às políticas públicas, buscando novos nichos de mercado, tanto no Brasil quanto no exterior. O INT melhorou consideravelmente sua visibilidade por meio de uma nova abordagem da comunicação institucional e deve continuar se atualizando, divulgando seus projetos e serviços junto aos atores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e à sociedade. Gostaria de destacar que, ao longo dos quatro anos de minha gestão à frente do INT, todo o esforço foi dedicado para que a instituição fosse reconhecida como merece, pela sua trajetória de 103 anos e suas relevantes contribuições ao desenvolvimento tecnológico do Brasil.

Ieda: Eu tive a sorte de trabalhar sempre em um ambiente harmonioso. Mesmo que as ideias não sejam iguais, trabalhar em equipe é sempre muito mais prazeroso. Possuo facilidade de comunicação, proatividade, criatividade, comprometimento, capacidade de motivar e liderar equipes, acredito que essas características facilitaram minha atuação como diretora. Realizo periodicamente reuniões de diretoria, reuniões gerenciais e reuniões gerais com o corpo funcional, visando à disseminação das informações institucionais, compartilhamento de ideias, debates e tomada de decisões. Acredito que integrar o quadro de servidores da casa há 48 anos trouxe a proximidade necessária com os servidores e maior facilidade em compreender e resolver demandas institucionais. Daí a construção de uma gestão participativa me parece acontecer naturalmente.

O INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA - INT

Situado na região Portuária, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) faz parte de um emergente polo de inovação e tecnologia no Rio de Janeiro , que conta com o hub tecnologia e inovação Porto Maravalley, que abriga empresas, startups e a IMPA Tech, nova faculdade voltada para ciência de dados e inteligência artificial. O INT também está próximo de centros como o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e o Observatório Nacional (ON).

O Instituto também faz parte do Arranjo NIT-Rio, que reúne instituições como o Centro Brasileiro de

Pesquisas Físicas (CBPF), o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST).

Seus 21 laboratórios, dotados de equipamentos de ponta, incluem o CENANO – Centro de Caracterização em Nanotecnologia para Materiais e Catálise, que tem o status de Laboratório Estratégico do Sistema Nacional de Nanotecnologia (Sisnano), especializado na prestação de serviços e desenvolvimento de tecnologias em escala nanométrica.

Com a implantação do seu novo regimento, em 2020, o INT passou a contar com três coordenações técnicas: Tecnologia Química, Tecnologia de Materiais e Engenharia de Produtos e Processos. A instituição também conta com a Coordenação de Negócios; Coordenação Geral de Administração; Coordenação de Tecnologia da Informação, Estratégia e Qualidade e a Coordenação de Planejamento Tecnológico.

Coordenação de Planejamento Tecnológico COPTE

Coordenação de Tecnologia Química COTEQ

Divisão de Catálise, Biocatálise e Processos

Químicos DICAP

Coordenação de Tecnologia de Materiais COTEM

Divisão de Corrosão e Biocorrosão DICOR

Divisão de Química e Biotecnologia DIQIM

Divisão de Materiais DIMAT

Coordenação de Engenharia de Produtos e Processos COENG

Divisão de Engenharia e Conformidade de Produtos DIPRO

Divisão de Avaliações e Processos Industriais DIAPI

Divisão de Design Industrial DIVDI

Coordenação-Geral de Administração CGAD

Coordenação de Tecnologia da Informação, Estratégia e Qualidade COTIE

Divisão de Integração Institucional DIVIN

Divisão de Planejamento, Orçamento, Finanças e Contratos DIPOC

Divisão de Certificação DICER

Coordenação de Negócios CONEG

Divisão de Estratégia DIEST

Divisão de Gestão da Qualidade DIGEQ

Divisão de Suprimentos e Patrimônios DISUP

Divisão de Tecnologia da Informação e Comunicações DITIC

Divisão de Gestão de Pessoas DIGEP

Divisão de Administração Predial DIAPE

Divisão de Inovação Tecnológica DINTE

Divisão de Comunicação DICOM

Estrutura Organizacional Conforme Regimento Interno publicado na Portaria MCTI nº 7.058 de 24/05/2023

DIRE TORIA

O último Plano Diretor (PDU) do INT definiu nove competências técnicas para a instituição:

Avaliação de processos, produtos e insumos

Corrosão, biocorrosão e degradação de materiais

Engenharia e design de produtos

Bioprocessamento e bioprodutos

Energias renováveis e eficiência energética

Manufatura aditiva

Catálise e biocatálise

Engenharia e ciência de materiais

Tecnologias de gestão da produção

Além das coordenações, o INT conta com um Conselho Técnico-Científico (CTC). Formado por sete conselheiros nomeados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com mandato de três anos, o Conselho tem a função de orientar e assessorar o Diretor no planejamento das atividades científicas e tecnológicas do INT.

Entre 2020 e 2024, o CTC foi integrado pelos seguintes conselheiros:

• Iêda Maria Vieira Caminha – diretora do INT;

• Javier Alejandro Carreno Velasco e Viridiana Santana Ferreira-Leitão – servidores de nível superior do quadro permanente escolhidos pelos servidores, através de eleição;

• Jorge Vicente Lopes Da Silva, diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer – CTI/MCTI;

• Silvia Cristina Alves França, diretora do Centro de Tecnologia Mineral – CETEM/MCTI;

• Angela Maria Cohen Uller, diretora de Tecnologia e Inovação da COPPE/UFRJ;

• Rafael Navarro, presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI).

A direção do INT agradece as relevantes contribuições de todos os conselheiros, pelo papel relevante que desempenharam ao acompanhar a estratégia e desempenho institucional e trazer sugestões que enriqueceram a missão da Instituição e sua visão de futuro.

“Foi uma grande honra ter participado de uma atividade tão importante como o Conselho Técnico e Científico do INT, sob o comando de Iêda Caminha, diretora do Instituto. O que mais me impressionou foram as informações contidas nos relatórios de desempenho anual, demonstrando os índices previstos e alcançados, em particular num período complicado como o da pandemia da COVID. Estas metas só puderam ser alcançadas pela competência, liderança e conhecimento científico da Iêda.”

Angela Uller, membro do CTC do INT 2021-2024 e ex-Diretora de Inovação da Fundação Coppetec [CTC]

“A importância do Instituto Nacional de Tecnologia - INT para o país é inegável. Ao longo de mais de 100 anos de existência, o INT tem atuado como uma mola impulsionadora da tecnologia industrial nacional, com melhoria de processos, desenvolvimento e aprimoramento de produtos. Embora esteja vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o INT tem atuação multidisciplinar, com importante permeabilidade nos Ministérios da Saúde (MS), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Ministério das Minas e Energia, dentre outros. Ressalto a ampla gama de projetos tecnológicos e a excelência da equipe técnica no atendimento às demandas do setor produtivo e das áreas estratégicas para o desenvolvimento tecnológico e inovador do país. Ao mesmo tempo, ações coordenadas de gestão e administração institucional possibilitam o desenvolvimento das atividades finalísticas (geração de tecnologia e inovação) e visibilidade institucional. Parabenizo Iêda Caminha pela excelente gestão, que deixa uma marca importante na instituição.”

Silvia Cristina Alves França, membro do Conselho Técnico Científico do INT e diretora do Centro de Tecnologia Mineral - CETEM [CTC]

INT: 100 ANOS DE INVENÇÃO A SERVIÇO DO BRASIL

Em 2021, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) comemorou seu centenário com uma logomarca especial e uma série de eventos que resgataram a história do instituto e discutiram o futuro da tecnologia. As restrições impostas pela pandemia de Covid-19 impediam aglomerações. Por isso, os 100 anos do INT foram lembrados em eventos online, que discutiram áreas essenciais para o desenvolvimento tecnológico do país. Também foi editada uma síntese sobre a história do Instituto, que pode ser acessada ao clicar na imagem ou QR code abaixo

Em 2022, com o arrefecimento da crise sanitária, a instituição pôde celebrar a história com festas e eventos carregados de simbolismo. Em todos os produtos e celebrações, teve destaque a logomarca criada especialmente para a efeméride, na qual o número 100 lembra o símbolo do infinito – uma referência ao futuro e aos ciclos do tempo.

Em 2021, o destaque foi o seminário Novos Futuros – Temas Estratégicos para o Desenvolvimento Tecnológico, realizado em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social também vinculada ao MCTI. A série de debates consistiu em três encontros online que trouxeram, cada um, dois painéis: um, científico-tecnológico; outro, estratégico.

Realizado em 30 de junho, o primeiro evento teve a Bioeconomia como tema e discutiu abordagens para a substituição de recursos fósseis, o aproveitamento de resíduos agroindustriais e o uso efetivo de processos mais sustentáveis, além de estratégias para a concretização destes objetivos. Antes dos debates, o público assistiu ao lançamento da animação INT faz 100 anos, com roteiro de Lucas Costa Barbosa e animação e edição de Lucca Araújo.

Em 10 de novembro, a terceira edição do seminário abordou o tema Tecnologias Digitais. Aprendizado de máquina, inteligência artificial e robótica foram alguns dos temas do painel científico-tecnológico. Já o painel estratégico reuniu lideranças do setor público e privado com foco em iniciativas e políticas para consolidar o uso das tecnologias digitais em inovações no País.

Já o segundo seminário, em 1º de setembro, foi dedicado aos Produtos para a Saúde, tanto na aplicação de tecnologias inovadoras, como para o controle de qualidade por parte das autoridades sanitárias, repercutindo diretamente na saúde da população. Esta é uma área em que o INT atua desde 1980, avaliando a conformidade de produtos como implantes ortopédicos e mamários, preservativos masculinos e luvas cirúrgicas, entre outros.

Uma das homenagens recebidas pelo INT em 2021 foi a Medalha de Mérito 2021, categoria Pessoa Jurídica, concedida pela Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração – ABM. A comenda foi concedida como um reconhecimento da atuação do Instituto na difusão do conhecimento, intercâmbio tecnológico e desenvolvimento dos setores de metalurgia, materiais e mineração.

Agenda e Celebração do Centenário

Com a volta gradual ao trabalho, em 2022 foi possível organizar uma agenda de eventos comemorativos. Uma das iniciativas foi a campanha Sou INT 100 Anos, que reuniu dezenas de depoimentos de servidores, prestadores de serviço, antigos colaboradores e personalidades conectadas ao Instituto, incluindo o Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.Em

janeiro de 2022, Pontes inaugurou um novo espaço no INT, voltado ao empreendedorismo e inovação, assim como um grande painel com uma linha do tempo do Instituto, exposto no saguão de entrada. “Nenhuma instituição sobrevive 100 anos se não tiver qualidade. Este instituto tem essa qualidade e importância muito grande, e isso me dá muito orgulho”, disse Pontes.

Em novembro, quando a maioria já podia circular sem máscaras, uma grande solenidade no Centro de Convenções do RB1, na Praça Mauá, Região Portuária do Rio de Janeiro, reuniu parceiros, servidores do Instituto e autoridades. A festa contou com a visita do sucessor de Pontes no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. Alvim destacou o papel do INT e de seus pesquisadores. “Várias coisas que aconteceram no país têm sua origem nos pesquisadores do INT. Seus feitos são marcos relevantes para o país” – ressaltou.

Um dos pontos altos da cerimônia foi a entrega das medalhas de mérito INT 100 anos, contemplando, primeiramente, o ministro Alvim e, em seguida, a diretora Iêda Caminha e ex-diretores do INT: Haroldo Mattos de Lemos; Maria Aparecida Stallivieri Neves; João Luiz Hanriot Selasco; Fernando Rizzo e, in memoriam, Attilio Travalloni, Domingos Naveiro e Ernesto Lopes da Fonseca Costa. Também foram agraciadas instituições que se estruturaram a partir do INT – como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), além de instituições parceiras como ABM, ABRACO, CGEE, CNPq, EMBRAPII, FAPERJ, FINEP e REDETEC.

“O Inmetro nasceu a partir da divisão de meteorologia no INT. Hoje, somos instituições irmãs. Ao longo dos anos, temos realizado muitos projetos em conjunto, recebido especialistas estrangeiros e desenvolvido atividades de acreditação dos laboratórios do INT. Recentemente, o INT e o Inmetro deram início a um novo projeto na área de saúde, com recursos da FINEP, demonstrando a robustez e relevância dessas instituições no cenário de ciência e tecnologia do país. É gratificante parabenizar a diretora Iêda Caminha pela sua brilhante atuação à frente do INT.”

Jorge Antônio da Paz Cruz, Coordenador Geral de Articulação

Internacional do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)

Em dezembro de 2022, foi lançado o livro eletrônico INT: um século de inovações para o Brasil . A obra, escrita por Maurício Moutinho, da Divisão de Estratégias do INT, traz histórias sobre a trajetória do Instituto.

“Quero parabenizar o INT, em nome da diretora Iêda Caminha, pela excelente gestão desenvolvida no período de 2020 a 2024, em especial no ano de 2021, um ano de pandemia. Iêda é uma grande gestora, uma grande mulher que, com muito afinco e responsabilidade, ficou à frente desta grande instituição que é o INT, o qual eu admiro muito e onde fui pesquisadora até o ano de 2016. Esta gestão foi de grandes desafios, mas também de grandes conquistas. Iêda estava à frente disso, com muita responsabilidade e comprometimento, enfrentando o desafio pandêmico, o desafio dos recursos escassos. Com muita criatividade e resiliência, ela está construindo um INT sempre mais forte.”

Giovanna Machado, pesquisadora e ex-diretora do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE)

Cápsula do tempo

Outro marco do centenário foi a cooperação do INT com o Museu Nacional, da UFRJ, para a confecção de uma nova cápsula do tempo, a ser aberta em 2072. Passados 50 an os da instalação da primeira cápsula, também projetada pelo INT, as equipes da Divisão de Materiais (DIMAT) e da Divisão de Corrosão e Biocorrosão (DICOR) se dedicaram a produzir o novo artefato. Em 25 de novembro de 2022, pesquisadores e estudantes do Ensino Fundamental participaram do evento em que a cápsula foi selada e enterrada a um metro de profundidade em frente ao Museu.

Mais de 100 itens, entre cartas, objetos e informações digitais, foram inseridos na cápsula produzida em aço inoxidável, com revestimento interno em polipropileno. Entre os itens escolhidos pelos pesquisadores do Museu Nacional para preservação no artefato estão uma réplica do crânio de Luzia, fóssil mais antigo das Américas, digitalizado e impresso em 3D pelo INT, e uma carta do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, a ser lida pelo diretor da instituição no ano de 2072. Já a diretora do INT, Iêda Caminha, colocou na cápsula produtos associados à atividade tecnológica do Instituto, começando por uma escultura comemorativa do centenário, representando o carro movido a álcool que o INT desenvolveu, ainda na década de 1920. Como exemplos das atividades atuais do Instituto, foram selecionadas uma prótese de quadril e uma amostra de grafeno, material atualmente considerado estratégico pelo MCTI e pesquisado pelo INT.

Coleção do INT integra acervo do MAST

Também fez parte do centenário a abertura da exposição “Uma trajetória de inovação contada pelos artefatos”, no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). A exposição reuniu 20 peças do acervo histórico do INT doado ao Museu pelo Instituto. Na inauguração, o diretor do MAST, Marcio Rangel, e a diretora do INT, Iêda Caminha, assinaram um termo de doação ao Museu, localizado em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao todo, 160 peças foram doadas – uma coleção de objetos e equipamentos científicos de diversos laboratórios que mostram a evolução da pesquisa no INT. Entre os itens mais preciosos, estavam os “Óleos de Lobato”: amostras extraídas da cidade de Lobato, na Bahia, em 1939, que foram analisadas pelo INT comprovando se tratarem de petróleo.

INT 2020-2024

RESILIÊNCIA E INOVAÇÃO PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Comprometido com a tecnologia e inovação desde a sua criação, o Instituto Nacional de Tecnologia passou por um intenso processo de renovação entre 2020 a 2024. Neste período, a instituição implantou novas ferramentas e estratégias para responder às demandas da sociedade e das políticas públicas priorizadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A mudança começou com um novo regimento, publicado em setembro de 2020, pouco depois da posse da diretora Iêda Caminha, que alterou a estrutura do Instituto, e de um novo Plano de Gestão. Apesar da pandemia da Covid-19, a gestão implantada em 2020 avançou na direção das metas defendidas no Plano de Gestão apresentado na candidatura de Iêda Caminha e aprovado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Neste período, o INT também conseguiu ampliar o investimento privado na instituição, através da sua unidade Embrapii e da área de negócios, ampliando assim as receitas de projetos e serviços. Os recursos extraorçamentários permitiram manter os laboratórios e complementar com bolsistas e celetistas a força de trabalho do INT, reduzida pelas aposentadorias.

Um aspecto em que o INT teve grandes avanços foi na visibilidade institucional. As redes sociais, como

Instagram, e plataformas de vídeo, como o Youtube, tornaram-se meios preferenciais de difusão de informações, utilizando uma linguagem moderna e acessível a todos os públicos. A realização de eventos, inclusive online, também foi prioridade, assim como o investimento na participação em congressos, feiras e seminários.

26

Eventos online

+43%

Inserções na Mídia +900%

Visitantes no YouTube

Alcançe no Instagram +643%

A renovação do INT também alcançou a estrutura física do Instituto. O prédio, com mais de 90 anos, passou por reformas abrangentes, incluindo a revitalização da fachada, com pintura, recuperação de portas e letreiros, além da aquisição de novos elevadores. Com a casa arrumada, o Instituto hoje está melhor preparado para receber parceiros e enfrentar novos desafios.

CONTRA A PANDEMIA, NOVAS FERRAMENTAS E ADAPTAÇÃO

A pandemia de Covid-19 se alastrou rapidamente por todos os continentes, causando a morte de mais cerca de 14,9 milhões de pessoas , com enormes impactos sociais. As medidas de segurança implantadas provocaram a interrupção das atividades e causaram extensas mudanças no comportamento social e nas relações de trabalho.

Como as demais instituições de pesquisa no Brasil, o INT sofreu o impacto da pandemia. Além disso, a desaceleração econômica que marcou o período fez com que as empresas reduzissem seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o que afetou a entrada de recursos. Mesmo a Petrobras, um dos principais stakeholders do INT, reduziu os convênios de cooperação tecnológica durante a crise.

Apesar das dificuldades, o INT não parou. O trabalho presencial suspenso a partir de março de 2020 foi substituído pelo teletrabalho, exigindo rápida adaptação ao ambiente virtual. Esse novo modelo de trabalho afetou principalmente as áreas de produção tecnológica e os processos de gestão interna, que precisaram de novas ferramentas e tecnologias para manter as operações, adquiridas com agilidade pela direção do Instituto para manter as operações. Os resultados deste período mostraram a resiliência e o compromisso do INT com o setor produtivo, governo e sociedade.

“Foi uma honra, mas também um grande desafio, assumir a direção de uma instituição centenária como o INT e consolidar sua importância no Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em um momento de crise econômica e pandemia”, lembra a diretora Iêda Caminha. A nova diretora tomou posse em 24 de agosto de 2020 e um mês depois, em 28 de setembro, realizou a primeira reunião geral online.

A transformação das rotinas de trabalho foi complexa, lembra Ricardo Ferreira, coordenador de Tecnologia da Informação, Estratégia e Qualidade (COTIE). “Foi preciso implantar sistemas de segurança, já que algumas pessoas passaram a usar os computadores das suas casas. Outros precisaram levar computadores do INT, o que exigiu processos de gestão de patrimônio. O desafio era grande, já que precisávamos estar atentos para impedir ataques cibernéticos aos bancos de dados”, conta.

Balanço do período mostra produção do INT na pandemia

Um balanço do período mostra que os esforços foram bem-sucedidos. “Conseguimos que o INT não parasse. O trabalho continuou. Foi uma mudança drástica, mas nos adaptamos. Começamos a usar outras formas de fazer validações e aferições, muito ajudados por novas normativas”, lembra Valéria Pimentel, que à época atuava como Coordenadora de Engenharia. As avaliações feitas pela Divisão de Certificação, por exemplo, passaram a ser realizadas online, por vídeo. Já a equipe da Divisão de Avaliação e Processos Industriais, que costuma colher dados em viagens a campo, concentrou a coleta de dados no Rio de Janeiro, utilizando métodos estatísticos para que os resultados fossem representativos nacionalmente.

A execução da Lei Orçamentária Anual de 2020 enfrentou desafios no contexto do trabalho remoto, que exigiu a adaptação das rotinas administrativas. Ainda assim, ao longo daquele ano, o Instituto conseguiu executar aproximadamente 87% do orçamento e contratou 69 novos projetos de P&D e serviços, totalizando pouco mais de R$6,5 milhões. Além disso, a capacitação de servidores foi ampliada: em 2020, 49 servidores de áreas técnicas participaram de cursos de capacitação, em comparação com 27 no ano anterior.

Na pandemia, projeto financiado pela EMBRAPII cria peça para respiradores

Coordenadora da Unidade EmbrapiiINT. Com o projeto “Desenvolvimento de válvula proporcional para ventilador pulmonar”, o INT elaborou uma peçachave do equipamento: a válvula de ar que controla a interação do aparelho com a respiração do paciente. “O ventilador pulmonar para cuidados críticos foi desenvolvido em tempo recorde, apenas 12 meses, possuindo várias inovações no design funcional”, contou Avelar.

Diante da emergência representada pela Covid-19, o INT aliou esforços com a empresa CPMH para desenvolver um item essencial para o atendimento aos infectados: válvulas de respiradores. “A CPMH foi provocada pelo INT sobre a necessidade de aumentar a capacidade de resposta da sociedade brasileira no enfrentamento da pandemia através da oferta de insumos e equipamentos para saúde” relata Rander Avelar. “Embora a sua atuação estivesse voltada para a fabricação de dispositivos médicos implantáveis, o Dr. Avelar topou o desafio”, lembra Maurício

Monteiro, Coordenador de Planejamento Tecnológico.

O desenvolvimento foi realizado com financiamento da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial –Embrapii. “Colocamos a contrapartida da empresa no valor mínimo possível para que o projeto fosse realizado rapidamente”, conta Marcia Oliveira,

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