Audiovisual Capixaba

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CRIAÇÃO DE PROJETOS CINEMATOGRÁFICOS

de produções realizadas são autorizados a captar até R$ 7 milhões pela Lei do Audiovisual.

O empreendedor cinematográfico, em geral um produtor ou um diretor, abraça uma idea que lhe soa irresistível e original. Originalidade aqui, tal qual a inovação em qualquer setor, é essencial. O cineasta australiano George Miller, autor de filmes geniais – das sequências “Mad Max” e “Baby, o Porquinho Atrapalhado”, ao musical “Happy Feet”, entre outros, costuma dizer que a motivação definitiva para um espectador sair do conforto de casa e ir ao cinema “é a novidade!”

O AUXÍLIO DA PESQUISA

A idea de projeto cinematográfico pode ser uma concepção inédita ou a adaptação de um livro, peça de teatro, ou até uma notícia de jornal, por exemplo. Contudo, deve ter o compromisso com a originalidade. Testada essa idea junto ao públicoalvo, se ela resistir, terá de ser transformada em argumento pelo idealizador com a indispensável parceria do roteirista. O argumento será desenvolvido em uma escaleta, dividido em sequências, já na forma de cenas do filme. A escaleta, o próprio esqueleto do roteiro, com cerca de 20 ou 30 páginas, poderá ser lida e relida facilmente em 15 minutos de modo que se descubra a melhor ordem das cenas e se otimize a narrativa da história. Incluídos os diálogos, chega-se ao roteiro que receberá inúmeros tratamentos até se encontrar a versão ideal que guiará o filme. O próximo passo é o registro do roteiro na Biblioteca Nacional. De posse do protocolo do registro, junto com orçamento de produção e de comercialização, relação do elenco, da equipe, do estudo de viabilidade, e de certidões negativas de débitos fiscais, o produtor registra o projeto na ANCINE. A Agência de Cinema estabelece limitação orçamentária para produtores iniciantes, em R$ 1 milhão. Produtores com histórico

Antes de começar uma produção é fundamental a realização de testes com o roteiro tal como no início do trabalho a idea do filme foi testada. Um caminho indicado é a discussão em grupo. O empreendedor do projeto seleciona 8 ou 10 pessoas, componentes do público-alvo do filme, e pede que leiam o roteiro. Depois, reúne estas pessoas e discute as opiniões, problemas e propostas de solução. Em caso de dúvida, esta operação deve ser repetida com outros grupos, sempre do público-alvo, a quem o filme é direcionado. Há quem diga ser temerário tomar decisões ouvindo 8, 16 ou 32 pessoas. Mas certamente é melhor do que tomá-las sem ouvir ninguém. Pesquisas qualitativas ajudam a dimensionar o grau de receptividade ou rejeição do público a um filme desde o roteiro. Depois de filmado, ajudam a indicar a maneira como ele deverá ser apresentado no trailer ou na sua própria montagem, motivando alterações nas peças de comunicação e até no corte final para que a história seja contada aos espectadores da maneira mais sedutora. ORÇAMENTO E ROTEIRO O valor do orçamento depende do desenho da produção, de como o filme será captado, se em película, em 35 mm ou em super 16 mm ou, ainda, em HD, se rodado em locações ou estúdio, com quais atores, quais cenários, quais equipamentos, em quantas semanas de preparação, de filmagem e de pós produção. Eventualmente, o roteiro requer adaptações para caber na estimativa de custo justificada no estudo de viabilidade aprovado na ANCINE. O produtor do filme supervisiona a otimização do orçamento, em benefício do possível resultado comercial. O orçamento é administrado pelo produtor executivo em reuniões com o diretor, o fotógrafo,

Capítulo 5 : A cadeia produtiva do cinema pelo olhar de um produtor

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