Audiovisual Capixaba

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Ficou evidente que o parque tecnológico é também insuficiente quantitativa e qualitativamente em relação ao avanço das mudanças no setor. Certamente este fato se explica pela insatisfação por parte dos agentes no que concernem seus custos – que sofrem com a alta taxação das importações – e a dinâmica de “substituição forçada” dos equipamentos à produção em nível internacional dos que buscam atualização tecnológica. De modo geral, a percepção sobre a questão legal e tributária, em suas diferentes esferas governamentais, se configura como entrave para metade dos entrevistados. Em média, a metade dos agentes entrevistados nos segmentos da pesquisa de campo acreditam que trata-se de uma questão importante a ser equacionada. Há uma posição também latente em torno da seleção pública dos recursos disponibilizados ao setor, citando de forma bastante incidente a burocracia excessiva, a idoneidade dos processos e consequência falta de publicização das regras que as norteiam. Ainda nesta questão, vale ressaltar que a maioria da mostra dos clientes do setor disse conhecer as leis de incentivo ao setor cultural em seus diferentes níveis, mas não fazem uso delas. Quanto à relação com instituições de ensino e pesquisa, o estudo revelou que os segmentos identificados não tem parcerias com estas, mas gostaria de firmá-las. Convém ressaltar que os dados primários do estudo revelaram que a cadeia do audiovisual capixaba move recursos consideráveis anualmente se considerarmos o nível de faturamento dos agentes que produzem no setor, além de contratar um contingente de força de trabalho importante para a região metropolitana do ES. Foram caracterizadas 164 agências de publicidade e propaganda na região. Através da pesquisa, pudemos identificar que estas faturam em média 100 milhões de Reais ao ano e contratam cerca de 1500 pessoas diretamente – segmento com maior nível de assalariamento.

Os 149 produtores independentes caracterizados na pesquisa faturam cerca de 3.300 milhões de Reais ao ano com as atividades da cadeia do audiovisual. Das 70 produtoras caracterizadas, pôde-se mensurar o número de colaborares com as quais elas contam normalmente ao ano. Cerca de 300 pessoas são contatadas por ano neste segmento, a maioria sob a forma de contratos temporários. As ocorrências quanto à faixa de faturamento destas produtoras foi muito heterogênea, impossibilitando seu cálculo médio anual. Dito isto, seguem os módulos segundo os quais o Instituto Gênesis classificou as proposições das iniciativas de fortalecimento do setor do audiovisual capixaba os quais procuram coincidir com os elos da cadeia produtiva, aqui apresentados sob a forma pontuada. FORMAÇÃO / INFORMAÇÃO / ARTICULAÇÃO / PRÉ-PRODUÇÃO Nesta seção, viu-se ser possível agrupar diferentes elos da cadeia produtiva do audiovisual com fluxos que se relacionam mutuamente se considerarmos um plano de ação do setor. • Criação de um Centro Tecnológico do Audiovisual no estado – CTAV/ES que abrigasse processos de formação continuada, tanto técnica como gerencial, de empreendimentos e empreendedores culturais voltados especificamente para o setor. O Centro integraria ainda ações voltadas para o aumento do acesso à tecnologia e estímulo à produção e incitaria a articulação e comercialização dos agentes envolvidos. • As empresas produtoras de mídias do estado precisam se capacitar para atuar com vídeos de maior resolução e no desenvolvimento de programas interativos, usando as linguagens de programação da TV digital, os novos ambientes de desenvolvimento de software e a criação de ambientes de testes de uso conjunto, aproveitando o parque tecnológico existente no setor, como o do Centro 3D instalado na TecVitória5 ou

Capítulo 13 : Proposições para setor do audiovisual capixaba

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