Espaço Memória Ginásio São Francisco Instituto Espinhaço

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1ª Parte

A Pesquisa

A

Pesquisa foi realizada durante um período de cinco meses, de junho a dezembro, em arquivos de instituições públicas e particulares. Desses arquivos foi reunida uma enorme documentação de natureza manuscrita, impressa e fotográfica, abrangendo praticamente toda a existência do Colégio, que vai de 1918 a 1979. Por documentação entende-se todo registro de cunho manuscrito, impresso, fotográfico, iconográfico e oral produzido pelo e sobre o Colégio São Francisco. No entanto, algumas considerações metodológicas devem ser tecidas inicialmente: O Ginásio Agrícola foi fundado e mantido até o seu final pelos Frades Capuchinhos, que estiveram atuando em Conceição desde 1915, quando ali chegaram, para assumir a Paróquia e a Irmandade de Bom Jesus, permanecendo lá até 1979. Foi considerado, em certo momento de sua história, como o principal centro educacional em regime de internato do nordeste mineiro, formando várias gerações de alunos que se destacaram em diversos campos do saber, nas áreas da ciência, cultura e política.

Lamentavelmente, o arquivo “institucional” do Colégio não chegou até os dias de hoje reunido em sua integridade; além de se ter perdido boa parte de sua documentação oficial, o acervo se fragmentou em vários pequenos arquivos, soltos, separados e desorganizados, espalhados por várias instituições que, à época, mantiveram relações com a escola, sem contar que alguns vieram parar em mãos de particulares. Esta constatação determinou, em primeiro lugar, a identificação de arquivos que pudessem ter “recebido” partes dessa documentação. A primeira ação que se impôs, então, foi descobrir quais poderiam ser esses arquivos. Para tanto, foi elaborada uma lista prévia de todo e qualquer arquivo de instituição pública ou particular, que interagiu com o Colégio durante seu período de existência, como secretarias de educação ou órgãos relacionados, sedes de bispados, no caso de Diamantina, paróquias, jornais etc.

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Geralmente, inicia-se uma pesquisa fazendo-se um levantamento bibliográfico, levantando-se títulos relacionados ao assunto em questão. Assim, a pesquisa direcionou-se a algumas bibliotecas, como às do Arquivo Público Mineiro, em Belo Horizonte; à da Fundação Amilcar Martins, também em Belo Horizonte, e à própria Biblioteca Pública de Conceição.

Biblioteca Pública de Conceição do Mato Dentro (BPCMD) Levantamento bibliográfico sobre pessoas que tiveram um estreito contato com a escola, como o Frei Vicente de Licodia, seu fundador; o ex-secretário da Agricultura Daniel de Carvalho, filho da cidade; e o arcebispo Dom Joaquim Silvério da Silva, que teve a iniciativa de criar um educandário agrícola em Conceição.

Arquivo do Santuário do Bom Jesus de Matozinho (ASBJM) Arquivo com documentação referente à Paróquia de Conceição que, por longos anos, ficou sob controle dos frades Capuchinhos, que também dirigiram o Colégio. Portanto, era de se supor que ali se encontrasse uma boa parcela do arquivo do Ginásio, o que não veio a se concretizar. O arquivo guarda, sim, uma pequena parcela de documentos, referentes ao Centro de Treinamento Agrícola, que funcionou a partir de 1947, anexo ao Ginásio, e alguns documentos soltos sobre a escola. Assim, os documentos ali localizados, datados em sua maioria da década de 1950, são relatórios referentes aos trabalhos realizados no Centro, listas de alunos e folhas de pagamentos. Do Ginásio encontram-se guardados estes documentos: relação de atividades realizadas em alguns anos, lista de recuperação, ofícios, balancetes e termos diversos.

Biblioteca da Fundação Amilcar Martins (BFAM) Foram levantadas informações sobre a atuação dos frades menores capuchinhos em Minas.

Arquivo da Superintendência de Ensino de Diamantina (ASED)

Os livros pesquisados com esse intento foram os seguintes:

Contém uma documentação importante sobre o funcionamento educacional e administrativo da escola, podendo-se citar as Atas sobre a administração do Ginásio, como as Atas de Eleição da Diretoria do Colégio, relativas aos anos de 1949 a 1970; Atas Extraordinárias; relatórios das inspetorias realizadas no Colégio, de 1936 a 1979; Regimento Escolar de 1971, diários de classe, provas, livros de pontos, recibos, lista de alunos e professores, notas, folhas de pagamento, certificados etc. Possui também um acervo de fotos sobre o Colégio.

• Os capuchinhos em Minas Gerais, de Frei Thiago Santiago. • Nas Selvas dos Vales do Mucuri e do Rio Doce, de Frei Jacinto de Palazzolo O.F.M, companheiro de Frei Vicente de Licodia. • Crônicas dos Capuchinhos do Rio de Janeiro, de Frei Jacinto de Palazzolo, O.F.M. • Missionários Capuchinhos - 1840-1997, de Serafim J. Pereira. Ultrapassada esta fase e de posse de informações precisas sobre os primeiros anos do Ginásio, processou-se, então, a etapa de localização e levantamento do arquivo do educandário – ou do que restou dele – em arquivos pertencentes às seguintes instituições:

Arquivo da Cúria Diocesana de Diamantina (ACDD) Neste arquivo foram encontradas informações importantes sobre os primeiros anos do Colégio Agrícola, levantadas em dois tipos de fontes: em edições do Jornal


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