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< entrevista
Jornal de Tábua N.º 958 - 14.Fevereiro.2014
Exclusivo Jornal de Tábua
Ângelo Oliveira, pensando o amanh T|F
Tiago Filipe Silva
Nasceu em São Paulo, Brasil, filho de pais tabuenses. Em Portugal abraçou a profissão de técnico de contas, mas há 20 anos que tem a política como segunda paixão. Apesar de ser um dos autarcas mais novos do concelho, já conseguiu deixar marca e encontrou seguidores. Cumprindo atualmente o terceiro e último mandato à frente da Junta de Freguesia de Póvoa de Midões, Ângelo Oliveira prepara-se para implementar uma medida pioneira no concelho. Todos os pormenores, em exclusivo, ao Jornal de Tábua. Jornal de Tábua. Obteve quase 70% dos votos. A que acha que se deveu este resultado. Ângelo Oliveira. À semelhança do que aconteceu noutras freguesias, também em Póvoa de Midões a oposição
Ângelo Oliveira aguarda chegada da “cegonha” a Póvoa de Midões
nas pessoas escolhidas e no trabalho realizado, e atribuo a vitória a toda a lista e não apenas a mim. J.T. Sente mais pressão, comparativamente ao último mandato. A.O. Pressão não sinto, mas sinto mais dificuldades, porque nos dois primeiros dois mandatos houve mais dinheiro e conseguia fazer-se mais obras. Os tempos eram outros, lembro-me que se fizeram grandes obras, com o apoio da Câmara Municipal de Tábua. Hoje a autarquia também ajuda mas noutras vertentes e através de parcerias. Acima de tudo será um mandato de menos tijolo e mais a pensar nas pessoas, com obras destinadas a um número maior de utilizadores, porque os presidentes de Junta têm mais responsabilidade criminal, e há um maior acompanhamento de Lisboa na questão das contas públi-
«Falta de crianças é assustador» nunca teve um número de votos tão baixo. Confesso que estava um pouco receoso quanto ao resultado, visto ser o meu último mandato à frente da Junta de Freguesia e ainda por cima tivemos que reconstituir uma equipa toda nova, porque os elementos hierarquicamente abaixo de mim saíram todos. Julgo que as pessoas reconheceram competência
cas. Neste mandato estamos conscientes de que há menos dinheiro e isso obriga a uma gestão mais económica. Posso dizer que desde 2005 a Junta não tem funcionários, por motivos financeiros, mas temos tido várias pessoas a trabalhar através de medidas do Centro de Emprego.
J.T. Está satisfeito com a sua equipa. A.O. Sim, estou muito satisfeito. De fato não era de supor uma renovação neste último mandato, mas acho que era a altura certa de colocar mais alguém no trilho da liderança da freguesia. Optei por escolher pessoas novas na política e também na idade, com uma média de 30 anos, e desde a minha tomada de posse, em Outubro, faço questão de que eles estejam presentes em reuniões e que acompanhem mais de perto a gestão da vida autárquica.Ando a preparar a sucessão mas sei que não é fácil ser-se líder, porque requer uma entrega total e
liberdade total. Foi isso que fiz, porque considero que era preciso algo novo e pessoas novas. Até então já temos feito algumas coisas. J.T. Há 9 anos, o seu antecessor pediu insistentemente um sistema de saneamento para Póvoa de Midões. Qual é o ponto da situação atualmente. A.O. Já temos saneamento básico em 80% ou 90% da freguesia. Na Póvoa de Midões há casas sem saneamento porque as pessoas não querem, jáVale de Taipa não está abrangido pelo sistema de saneamento, mas penso que sejam cerca de duas dezenas de habitações. No entanto, a Junta de Freguesia decidiu pagar o despejo da fossa aos habitantes de Vale de Taipa enquanto não tiverem saneamento, mas com alguns limites. Todo este processo foi complicado de resolver, porque são obras caras e, apesar de a Câmara ter avançado com a tubagem, depois teve muitos anos a aguardar por um destino a dar aqueles esgotos.Aí apareceu um outro problema, o terreno onde instalar a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) porque nunca ninguém as quer. Inicialmente estava prevista a sua construção entre Vale de Taipa e Babau, uma opção economicamente bem pensada, uma vez que iria agregar o saneamento das duas localidades, mas não se conseguiu. Entretanto a Câmara tinha aqui um terreno livre, que era de uma antiga lixeira, e instalou lá a ETAR, um sistema que
«Subsídio foi medida arrojada» obriga a que se abdique da nossa vida particular, da família. Não é fácil articular tudo, mas o importante é fazê-lo por gosto. J.T. Se a lei eleitoral autárquica o permitisse, voltaria a recandidatar-se. A.O. Isso nunca podemos responder. Eu já neste mandato tinha dito que não me recandidatava, e que preferia apoiar outra pessoa, mas a Comissão Política do PS entendeu que eu devia recandidatar-me e formar uma lista com
está no exterior, mas que, com o passar dos anos, não tem emitido muitos cheiros e está a funcionar muito bem. As pessoas também estão satisfeitas. J.T. Como encontra Póvoa de Midões atualmente. A.O.Temos uma rede viária melhor, mas continua a faltar-nos uma estrada para Tábua e restruturar a estrada para Vale de Taipa. Mas tirando isso, temos um Centro de Dia, uma Casa Mortuária, uma Escola, um Parque Infantil muito moderno e um Jardim de Infân-