Edição 606

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FARROUPILHA, 19 DE SETEMBRO DE 2019

Inside

Gastronomia

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Dolores Maggioni doloresmaggioni@terra.com.br

Diversão com solidariedade

Recado de uma saudade

2º Baile do Chopp, realizado pelo Rotary Nova Vicenza, acontece em 5 de outubro Divulgação

Canecos prontos Evento já está com ingressos à venda com os integrantes do clube de serviço

C

omo o objetivo de arrecadar fundos para o Rotary Club Farroupilha Nova Vicenza, que presta serviço importante auxílio à comunidade, será realizado o 2º Rotary Chopp Fest Oktoberfest. Ele acontece no dia 5 de outubro, às 22h, no Centro Municipal de Evento Mário Bianchi, no Parque Cinquentenário. Um cardápio especial será servido e a noite será regada a chopp artesanal. O valor por casal é de R$ 200,00. Os ingressos podem ser adquiridos com qualquer rotariano ou por meio do Facebook da entidade. No ano passado cerca de 300 pessoas compareceram ao evento para prestar sua solidariedade e ainda se divertir. Neste ano a expectativa é de 450 pessoas. “O valor arrecadado será utilizado para nossa Campanha da Visão, com doação de consulta oftalmológicas, armações e lentes para crianças carentes das escolas públicas de Farroupilha”, adianta o diretor de

Relações Públicas do Nova Vicenza, Paulinho Raota. O projeto “De Olho no Futuro” já é consolidado na entidade e tem o objetivo de contribuir para a melhoria do processo de aprendizagem, identificando problema visuais em crianças do Ensino Fundamental na Rede Municipal.

Confira o cardápio do 2º Baile do Chopp

Galeto, batata frita, frios, cuca, água, refrigerante e chopp artesanal

Programe-se O que: 2º Baile do Chopp do Rotary Nova Vicenza Quando: dia 5 de outubro Onde: Centro Municipal de Eventos Mário Bianchi Quanto: R$ 200,00 o casal

Sou tua saudade! Ando pelos campos, saudando as borboletas, descobrindo as flores nas veredas, escutando o riso oculto do arvoredo... quantas chuvas caíram para que eu viesse, ainda molhada de intraduzível orvalho, trazendo o aconchego dos abraços e ensinando a linguagem dos abismos Doce é o fruto que se acolhe do tempo. Não a lembrança do que passou, mas a advertência de que passamos e nos deram um minuto para beber a eternidade. Sou tua saudade. Vizinha da volúpia e de um coro de serafins descendo a escadaria dos céus. Embelezo o teu dia dobrando cautelosamente a bainha da túnica dos tempos, atravesso as tuas horas sem molestar as gaivotas em seus voos ou as flores em seus canteiros. Que fizeste de tua vida? Não és aquela que, fascinada pelo gênio do desconhecido, içou as velas de um barco de vidro e rumou águas sem rumo? Não és aquela que inventou, desde a mais tenra infância, um vocabulário poético para conversar com a vida? Acorda. Não vês que é esta a hora da sonoridade das canções... do desfilar das enfeitadas caravanas... dos magníficos róseos crepúsculos? Não é esta a hora em que as lâmpadas se apagam e os navios temem que os outros portos não existam, sequer é esta a hora em que as estrelas passam por detrás dos sentimentos que te inundam... Sou eu... tua saudade. A mesma que te viu dançar ignorando o ranger das caravelas, a mesma que te viu abrir o trinco das tardes enfeitiçadas, escancarar os vitrais dos momentos das felicidades realizáveis, dos amores passionais, dos segredos das areias dançando no vento, dos pássaros transtornando as aragens macias. Espectadora de ti mesma, compões com maestria a clara geometria do silêncio e esqueces que guardas em ti o tesouro de estar amando, de estar sentindo um lúcido amor maior que a vida, porque a ultrapassa e semeia a tua alma lá onde a duração se consome no recado das marés, onde a ausência desvia o coração cativo e anula qualquer distância, onde cantam as cordas fantásticas da harpa da ternura, onde riem teus sonhos em soberbas gargalhadas, porque em teus braços reside um pacote de estrelas, na oferta de cristal e incenso, para teu singular modo de querer bem... Sou tua saudade. Abre a janela... perde teus passos na valsa imaginária, obedece os sinais da vida e dos sonhos, perde teus olhos nos rios que correm por entre musgos e cascalhos, nas matas, nas flores fugidas dos seus caules para assumirem a condição de borboletas...Em tudo há uma secreta aliança com o universo. Deixa cantar teu coração, descobrir o ignorado, desvendar o mundo, dar configuração ao imaginário, na missão de continuar tarefa da poesia para que ela não desapareça e transmita o intraduzível. Um dia partirás... entre dores e fanfarras... mas Ela, a Poesia, permanecerá afirmando que exististe e tentaste cumprir o mandato inefável. Desperta. Ouve a música que presume o dia desde a azul da amplidão da abóbada celeste. O domingo se assenta em teus joelhos... e se a substância domingueira deve guiar-te neste momento em que te divides entre o parco cotidiano e o sublime pressentido oculto nos lírios do teu jarro, alça ao céu o depositário das tuas vertigens e oferece-te aos deuses, sem, contudo, importuná-los com tuas vacilações. E que o céu esteja nu... sem aviões, sem passarinhos e sem anjos... apenas enfeitado com a imagem daquele a quem tu amas com toda a plenitude de um amor tão sem igual. Fica bem. Tua saudade. * Poetisa


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