ÁFRICATIVO – Nº 02 – Setembro - 2012
INFORM
EMEF/EJA Oziel Alves Pereira Projeto Afro – MST: Quem ocupa o Oziel? Diretora; Irene Gomes Lepore Vice-diretoras: Maria Odila Gerlin e Giselly Christiane Figueiredo Orientadoras Pedagógicas: Neusa Lima Medrado e Ana Rosa Mobilon. Responsável: Wilson Queiroz
Voltamos... Nesta segunda edição gostaríamos de agradecer a todas as manifestações de apoio que recebemos das pessoas que tiveram contato com o primeiro exemplar do InformÁFRICAtivo, e dizer da importância dos seus comentários, análises, criticas e sugestões. Agora com a continuidade das publicações, o desafio é apresentar fragmentos do repertório da História da África, que possa contribuir e modificar o cotidiano da escola. Afinal, conhecer a História da África e valorizá-la é condição fundamental para compreender a História da Humanidade. Neste sentido vai muito além de uma imposição legal é sobretudo, uma possibilidade para compreender a sociedade em que vivemos e buscar caminhos para um futuro e presente melhores para todas as pessoas do planeta. Assim encontro nos fragmentos de textos abaixo, contribuições que ajudam a pensar alguns aspectos destes estudos: “Diversos aspectos justificam a importância e a necessidade do movimento negro. A primeira justificativa é independente da existência de uma sociedade racista. A questão da identidade racial, na qual estão incorporadas formas culturais e sociais de origem afrobrasileira, implica existência de um movimento associativo que aglutine as nossas manifestações próprias e as explicite como contribuição à formação da sociedade mais ampla. Exemplo disto são as diversas associações existentes com origem nas populações vindas de países como Japão, Alemanha, Itália ou mesmo com significados regionais como as sociedades nordestinas e gaúchas. Em outros aspectos, a existência de um movimento negro tem um sentido político mais amplo e aí se integra no contexto das lutas de classe, quando partimos da origem escravocrata e racista da sociedade. Neste sentido, o movimento negro é uma forma de luta que enriquece a percepção da realidade brasileira e aponta para alternativas de formulação de propostas. ”( Henrique Cunha Junior) “Atualmente, na sociedade brasileira, têm-se a percepção de que o negro só pode ascender socialmente através do esporte e da arte. Portanto, os modelos para os negros provavelmente vêm desses dois tipos de atividades. Pesquisas mostram em alguns casos que “quando, numa população o número de modelos sociais e econômicos (pessoas que sejam pelo menos de “classe média”) chega a uma proporção muito baixa (algo em torno de 5%), a violência, o consumo de drogas, o abandono escolar e a gravidez na adolescência crescem explosivamente” (Sell, op.cit., há outras pesquisas no mesmo sentido comentadas nesta obra). Portanto, privar os negros brasileiros da esperança de conquistar um lugar ao sol também tende a mantê-los na situação marginal em que se encontram. ”(Mauricio Henrique Romano Tragtemberg). Nesta busca é que estamos cada vez mais nos empenhando para construir um trabalho cotidiano de valorização das diferenças étnicas na escola e procurando consolidar uma prática pedagógica com repertório amplo sobre a História da África, questionando os estereótipos, e buscando diversas possibilidades de diálogos.