Cordel na galeria oziel

Na galeria Oziel Wilson Queiroz -08.10.2017 Uma estudante se procurou Querendo poder encontrar Na Galeria Oziel, montada Seu trabalho a se destacar Na construção desta galeria Seu trabalho visualizar Ela bem que se procurou E logo também percebeu Seu trabalho não encontrou Quis saber o que aconteceu Professor, não ficou bom?

Ou meu trabalho, você esqueceu?

Ela bem que se procurou Na Galeria Africa Oziel A pergunta da estudante Aponta do trabalho um papel Visibilidade para africanidades Seja, registro, leitura ou painel.

Ela bem que procurou È importante poder dizer Alguns trabalhos guardados Para depois fazer acontecer Outros momentos possíveis Com africanidades conviver.

Ela bem que se procurou E alguns eu bem guardei Quase setecentos trabalhos Destes uns cem eu selecionei Afinal são importantes imagens Que aos negros bem celebrei.

Ela bem que se procurou Na galeria logo a procurar

A beleza do seu trabalho A vida desta poder mostrar O trabalho de cada uma Uma escola a transformar.

Ela bem que se procurou Talvez não tenha percebido O seu trabalho ali compunha O todo ricamente estabelecido Se o especifico ela não viu No todo ela estava refletido.

Ela bem que se procurou E fez questão de alto dizer Professor, o meu trabalho Também quis ver, localizar Na estética da nossa escola Um espaço que produz saber

Ela bem que se procurou Queria muito se identificar Na escola com seus murais No dia a dia poder encontrar A negritude na própria escola O racismo poder afrontar Que no amor, seja a cura Pro ódio racial que ainda há.

Ela bem que se procurou Me disse sem excitação O trabalho que eu fiz Professor, encontrei não A minha vida dignamente Retratada na educação.

Ela bem que se procurou Nos murais, nas fotos, nos painéis Na prática educativa cotidiana O amor vibrando em papéis

Pais, filhos, irmãos, amigos Agora explicito em cordéis.

Ela bem que se procurou Já sabe que não é invisível Faz questão de firmar o olhar Pois invisibilidade é inadmissível É preciso estar nas paredes No educação-respeito indivisível.

Ela bem que se procurou No corredor, na sala, na direção Na informática, no teto, no banheiro Nesta prática de afro-educação Não se trata de discurso apenas È preciso visibilidade em cada ação.

Ela bem que se procurou Disse-me na aula de reforço A consciência desta menina Fugindo do abismo, um esforço Educação cotidiana em africanidades Menina, ainda é só um esboço.

Ela bem que se procurou Menina, vou honesto te dizer Saindo desta nossa escola, talvez Tudo volte logo ao mesmo fazer Invisível, pontual ou distorcida “O negro como desumano ser”.

Ela bem que se procurou Na consciência negra, educação Ainda temos muito por fazer Para ter direito a libertação Do racismo na prática educativa Um processo em construção.

Ela bem que se procurou Consciência humana de fato

Porém quando for debater Verás que é apenas boato Quanto mais estudares verás A branquitude impera de fato.

Ela bem que se procurou E a consciência negra te dirá A consciência humana só existe Quando com a negra dialogar Junto com consciência indígena A dívida efetivamente pagar.

Ela bem que se procurou Na exposição poder se encontrar Na metáfora de toda a vida Ela quer mesmo é duvidar Por que sua vida não importa E até quando isso permanecerá.

Ela bem que se procurou E preciso também confessar Na exposição ela não estava E a curto prazo não constará O que acontece nesta escola É uma concessão racial secular.

Ela bem que se procurou Irão afirmar veementemente Olha melhor e direito menina Veja o que querem te mostrar Na “cegueira” racial cotidiana Seja cega para não evidenciar.

Ela bem que se procurou E o sistema cotidiano exalta Se você não esta se vendo Não reclama, não veja, não pauta Afinal na diversidade étnico racial As africanidades, o racismo ressalta.

Ela bem que se procurou Hoje posso te dizer menina Somos caminho, somos vida Diversidade precisa de melanina Nossos sonhos, nossas apostas Seus presentes, futuros e estimas.