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Opinião

6 A 12 DE MARÇO DE 2016 WWW.IMPACTOMS.COM

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EDITORIAL

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A Lava Jato em perigo!

presidente da República, Dilma Rousseff, aceitou, no começo da tarde da última segunda-feira, o pedido de demissão do agora exministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele sai do governo num momento difícil para a presidente e para o seu partido, o PT. Ela, porque enfrenta um processo de impeachment, o partido porque vê a situação do seu líder maior, o ex-presidente, cada vez mais perto de uma cela. Cardozo deixou o governo exatamente por não suportar as pressões vindas da ala mais radical do Partido dos Trabalhadores que entendiam que, se ele quisesse, poderia interferir na política da Po-

lícia Federal objetivando amenizar as investigações da Operação Lava Jato que tem promovido um verdadeiro estrago nas hostes governamentais. Embora fosse o superior imediato da Polícia Federal, organismo do Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo em nenhum momento aceitou a ideia de interferir nas investigações. Pelo contrário, talvez, sob seu comando, a Polícia federal tenha vivido o período de maior liberdade de toda a história brasileira, levando para a cadeia personalidades do mundo empresarial até bem pouco inimagináveis de serem presos, algemados, execrados publicamente. Com a demissão de Car-

dozo e a nomeação de seu substituto, o procurador baiano, Wellington César, ligado ao ministro chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, comenta-se nos bastidores políticos que a Operação Lava Jato corre sério risco de ser “esfriada”, uma vez que já se cogita mudanças na alta cúpula da Polícia Federal. Quanto à nomeação de Wellington César pesou na decisão da presidente Dilma o bom trânsito que ele junto a ministros do STF (Superior Tribunal Federal) e o fato dele ser um nome de fora do meio político, o que o tornaria menos suscetível a pressões para segurar as investigações da Operação Lava Jato. Ao mesmo tempo, a no-

meação de um aliado político de Wagner também teve como objetivo acalmar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vinha acusando nos bastidores Cardozo de não controlar a Polícia Federal. A posse dos novos ministros deve ocorrer na quinta-feira (3) a pedido de Adams, que pediu para ficar até a referida data de forma que pudesse participar da audiência na Comissão Mista de Orçamento no Congresso Nacional, ocorrida ontem, bem como de anúncio do acordo do governo federal com a Samarco para reparo dos estragos causados em Mariana (MG), programado para a manhã da quinta-feira (3).

Pelo fim da sala de aula Luciana Maria Allan (*)

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palavra Escola tem origem no grego scholé, que significa, curiosamente, lugar do ócio. Fundadas por filósofos na Grécia, as escolas eram espaços para ocupar o tempo livre e refletir, geralmente enfatizando uma área específica do conhecimento. Os alunos estudavam informalmente, sem que fossem separados por séries e em salas de aula, e as disciplinas eram ensinadas por um modelo pedagógico de questionamentos. Foi somente no século 12 que surgiram as escolas como conhecemos hoje, com crianças enfileiradas e professores como os únicos detentores do conhecimento. Centenas de anos depois, no século 19, as aulas passaram a ser divididas em disciplinas básicas, como ciências, matemática, história e geografia. E nunca mais isso mudou. Até hoje o aluno exerce um papel coadjuvante no processo

de aprendizado. Sufocado em aulas entediantes e soterrado por conteúdos, a única indagação que faz é "por que tenho de aprender isso?" Para passar de ano e ser avaliado no funil estreito do vestibular. E mais nada. Mas, quando chegar a hora de entrar no mercado de trabalho, de que irá adiantar ter decorado a musiquinha da tabela periódica? Com a digitalização e a organização do conhecimento em bancos de dados, as escolas da geração C, da geração conectada, que não conhece um mundo sem internet, tablets e smartphones, começam a romper com os modelos tradicionais de ensino para colocar os alunos como protagonistas da construção de seu futuro. É chegada a hora de virar a mesa (ou a carteira) e começar a aprender o que realmente interessa. Essa transformação vem sendo liderada por empresas como a Knewton, que criou um sistema de aplicação do con-

ceito de big data na educação, um ensino adaptativo, personalizado para cada aluno e capaz de envolver, engajar e entender quais são as dificuldades e os próximos conteúdos a ser estudados para uma evolução de acordo com as necessidades e as particularidades de cada aluno. Atuando como mentores, os professores passam a inspirar e a orientar. Acompanham os alunos na leitura de textos, nos vídeos que assistem, nas tarefas em que têm mais dificuldades. Podem testar qual metodologia de ensino alcança maior engajamento e analisar os melhores resultados de acordo com as habilidades de cada estudante. Com a adoção da tecnologia de cruzamento de dados estruturados em conteúdos multimídia, os alunos não mais assistem às mesmas aulas, ministradas por um professor postado em um pedestal. Com o big data, no lugar de provas, os alunos são avaliados por suas competências, e não mais

como another brick in the wall (referência à música protesto do grupo Pink Floyd), e pela evolução nos exercícios e conteúdos acessados no software educacional. Milhares de alunos concluem a faculdade e tentam ingressar no mercado de trabalho todos os anos, mas alegam ser muito difícil encontrar o primeiro emprego. As empresas, por sua vez, dizem que não conseguem preencher as vagas porque não há profissionais preparados para os desafios de uma economia cada vez mais global e competitiva. As escolas que têm a coragem de quebrar as fronteiras das salas de aula e que respeitam a individualidade de seus alunos podem preencher esse gap. As que resistem continuam formando só mais um tijolo na parede. (*) É doutora em educação pela Universidade de São Paulo (USP), tem especialização em tecnologias aplicadas à educação

Abordagem do zika vírus na escola Marisa Ester Rosseto (*)

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ão se fala em outra coisa: o avanço do zika vírus, via Aedes aegypti, e suas consequências. Todos estão alerta. No Brasil, 18 Estados confirmaram a circulação do vírus, e países como Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela também foram afetados. Por conta do grande registro de casos e da associação entre a doença e a má formação cerebral em bebês, a Organização Mundial de Saúde (OMS), junto com a Organização PanAmericana de Saúde (OPAS), emitiu um alerta mundial com recomendações em relação ao diagnóstico e monitoramento dos casos. Neste cenário de emergência mundial, nós, educadores, trouxemos o assunto às nossas aulas. Professores de Ciências, do Ensino Fundamental, e de Biologia, do Ensino Médio, do

Expediente

Colégio Marista Arquidiocesano, alguns inclusive com especialização em virologia pela USP, têm abordado diferentes aspectos que envolvem o zika vírus. Os professores da área de Ciências Biológicas, César Lisboa (4° ano do Ensino Fundamental 1), Renato Reis (7° ano do Ensino Fundamental), Leandro Alcerito (2ª série do Ensino Médio) e Edmari Paulino (3ª série do Ensino Médio) tratarão este tema do vírus (doença, prevenção e consequências) a partir das abordagens biológicas, ecológicas, sociais e culturais, com graus de complexidade diferentes, dependendo da faixa de desenvolvimento dos alunos e do currículo proposto no ano/série. No 4° ano do Fundamental, o tema do zika vírus está ligado a um conteúdo conceitual maior, que faz parte do programa: pragas urbanas. Uma das questões abordadas é a da dengue,

Editor Valdovir José Jota Menon - DRT 180/MS jota.menon@uol.com.br

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e, como o vetor de transição é o mesmo, os assuntos são trabalhados em conjunto. Na 7ª série do Ensino Fundamental, diversas reflexões serão feitas com os alunos, a partir de questões como: será que não deveríamos ter controlado a população do mosquito transmissor (Aedes aegypti) durante as décadas prévias ao aparecimento do zika vírus? Trata-se de negligência? Se sim, por parte de quem? Na 2ª série do Ensino Médio, o tema “Vírus, viroses e epidemias” será tratado sob uma ótica abrangente e complexa, abordando aspectos biológicos, fazendo análises sociais, geográficas, históricas e fatores que favorecem a dispersão das doenças. Na 3ª série do Médio, na área de Biologia, as explicações girarão em torno do estudo e da construção do conceito de vírus, sobre como ele ataca, sua forma de propagação e a doença

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causada por ele. Considerando a questão ecológica, serão abordados os cuidados para evitar a propagação do Aedes, sob os pontos de vista sociais e culturais. A ideia é discutir as responsabilidades. Devemos tratar com responsabilidade e profundidade os assuntos de atualidades com nossos alunos. A escola deve auxiliá-los na construção de conhecimentos atrelados aos diferentes níveis de competências, a partir do enriquecimento de vocabulário, leitura de jornais e revistas, debates, filmes, pesquisas para que saibam, aqui e agora, se posicionar ética e criticamente mediante os problemas e contextos das diversas áreas. Devemos, assim, pensar em uma escola produtora de culturas, em um ensino orientado à formação integral dos sujeitos. (*) É diretora educacional do Colégio Marista Arquidiocesano, do Grupo Marista

Sucursal Dourados Pastor Waldemir Fone (67) 8125-4991 Sucursal Rochedo Zé Fotógrafo Sucursal Corguinho Flores

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A CASA CAIU – Operação batizada de ‘Aletheia’ deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (4), chegou aos endereços do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o arauto da honestidade. ** O ESQUEMA – Segundo PF, cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal cumprem 44 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva. ** MERO DETALHE – A prisão domiciliar concedida ao senador Delcídio do Amaral, coincidência ou não, fez eclodir a 23ª fase da Operação Lava Jato. Será que ele negociou com o juiz Sérgio Moro? ** CONFIRMADA! – A especulação da coluna passada acerca do possível acordo de delação premiada do senador Delcídio foi confirmada pela revista IstoÉ, edição de quinta-feira, dia 3 de março. ** O CHÃO TREMEU – A revista descreve com riqueza de detalhes o possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e da presidente da República Dilma Rousseff, na Lava Jato. ** NÁUFRAGO – Literalmente abandonado pela cúpula petista, o senador sul-mato-grossense encontrou no ‘barco da delegação’ a única ‘boia no mar de lama’ para não morrer solitariamente. ** DOIS PESOS... – Os defensores de Lula, Dilma, José Dirceu, Delúbio Soares, Sílvio Pereira, João Vaccari Neto e outros, tentam agora desqualificar as denúncias feitas pelo ex-líder do governo petista no Senado. ** LAVA JATO – O maior escândalo político e financeiro já presenciado no Brasil está longe de acabar. A equipe responsável pela caça de corruptos e corruptores está preparando novas delações. ** DISPUTA INTERNA – A vice-governadora Rose Modesto almeja entrar na disputa e conquistar a prefeitura de Campo Grande. O principal problema consiste em tirar do páreo os neotucanos. ** LEGO ENGANO – Não existe a menor possibilidade da liderança maior do PSDB de Mato Grosso do Sul determinar que os neotucanos sejam potenciais candidatos à sucessão em Campo Grande. ** VOO DA CEGONHA – O até agora único representante do PTdoB (Partido Trabalhista do Brasil) na Assembleia, deputado Márcio Fernandes, está dando adeus à ‘barriga de aluguel’. ** ÁGUA E ÓLEO – Não existe a menor possibilidade de uma composição política amigável entre o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e o presidente da Câmara, João Rocha (PSDB). ** TRANSPARÊNCIA - PT, PP e PMDB não receberam um centavo sequer de dinheiro escuso. Tudo foi feito de acordo com o princípio da legalidade, certo? Proponha a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico pra vê o que acontece. ** EDUARDO JUAN COUTURE – “Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça”. **

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