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Opinião

TERÇA-FEIRA, 1º DE MARÇO DE 2016 WWW.IMPACTOMS.COM

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EDITORIAL

Quem é quem na política?

No Brasil, é muito difícil saber se um partido político pertence à oposição ou à base de apoio do governo. É uma verdadeira bagunça generalizada! O PMDB, só para citar um exemplo, possui entre seus integrantes aqueles que apoiam a presidente Dilma Rousseff, como o próprio vice-pre-

sidente da República, Michel Temer, e outros que são radicalmente contra o PT, como o deputado federal Darcísio Perondi. Até mesmo o atual líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani, apoiou publicamente o candidato Aécio Neves, do PSDB, nas últimas eleições presidenciais, em 2014.

Infelizmente, os partidos políticos trabalham um contra o outro, buscando fortalecer seus próprios poderes em detrimento dos oponentes. Nesse vai e vem de forças, o povo sofre com a falta de políticas públicas e acaba sendo a parte mais danificada do processo. Em tempos de tanta crise econômica, com a

inflação batendo os recordes mais altos dos últimos tempos, as vendas do comércio diminuindo a cada mês e as empresas demitindo para manter seu equilíbrio financeiro, torna-se cada vez mais necessária uma mudança no desempenho dos políticos. Essa mudança, porém, ainda não aconteceu.

O PERFIL POLÍTICO QUE O BRASIL QUER Gaudêncio Torquato (*)

Q

ual é o perfil político mais adequado ao momento que o país está atravessando? Invariavelmente, a resposta a esta pergunta abarca uma bateria de princípios e valores de feição muito previsível. Os eleitores apontariam certamente, entre outros, conceitos como ética, respeito, responsabilidade, compromisso, decência, zelo, integridade. Tanto nas regiões mais distantes e ainda sob influência de caciques políticos quanto nos centros de maior consciência política, a valoração ancorada na moralidade assume a liderança das preferências. As demandas nessa direção são diretamente proporcionais ao intenso noticiário midiático dando conta da ladroagem que, nos últimos anos, assaltou o Estado brasileiro. Por isso, as eleições de outubro próximo deverão ser mais seletivas que as de 2012, na crença de que o eleitorado comparecerá às urnas com um sentimento de que poucos políticos estão a merecer o seu voto. A constatação mais comum que se flagra na interlocução cotidiana é a de que “todos os políticos são farinha do mesmo saco”. Ante a expansão da descrença social, é oportuno resgatar os traços que ornam o perfil político do gosto do eleitor. Vejamos. A primeira exigência que a população faz é que ele mantenha sintonia fina com as demandas sociais. Não precisa ser ele necessariamente um despachante ou um assistente social distribuindo benefícios. Infelizmente em algumas regiões a figura do despachante é ainda bem

Expediente

popular. Esta sintonia fina se ampara no contato rotineiro com as bases. Por isso, a proximidade com o povo é um conselho a ser respeitado. A desconfiança que se espraia em relação a tudo que se liga à política leva o eleitor a querer ouvir candidatos, sentir seu pulso, examinar de perto se a palavra dada será cumprida. Afinal, político é, hoje, sinônimo de mutreta. O cidadão quer enxergar o valor da autoridade. Regra geral, o brasileiro médio sente-se atraído pela figura do pai, que expressa autoridade, respeito, domínio do ambien­te doméstico, o homem providencial capaz de suprir as necessidades da família. Não se deve confundir autoridade com autoritarismo, conceito este que abriga outras componentes, como a arbitrariedade, o castigo imerecido, a brutalidade. Equilíbrio é outro valor que se exige, pela necessidade de se distinguir um sujeito harmônico, sereno, capaz de traduzir sentimento de justiça. Estes valores se integram e acabam conferindo ao político confiabilidade e respeita­bilidade, valores que foram esgarçados ou mesmo eliminados pelo tufão de escândalos que assola a vida política. Resgatar a crença na política não é tarefa fácil. E só alguns conseguirão ser bemsucedidos nessa missão. Os desafios da administração pública e as demandas crescentes das comunidades estão a exigir conhecimento e experiência dos políticos, fer­ ramentas necessárias para o encontro de soluções rápidas, factíveis e justas. Quanto à experiência, não carece ela ter sido realizada na vida pública, podendo o candidato trazer da iniciativa privada uma bagagem de empreendimentos e feitos. As pessoas,

Editor Valdovir José Jota Menon - DRT 180/MS jota.menon@uol.com.br

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regra geral, desconfiam de aventureiros e ignorantes por consi­derá-los uma “aposta cega, um tiro no escuro”. O preparo, o discurso bem ordenado, a fluidez de ideias compreensíveis pode ajudar a elevar a ima­gem. Será melhor ainda se as propostas e os programas dos políticos fossem endossados por grupos sociais organizados e consolida­dos. Ou seja, se ele tiver o endosso de uma entidade de fins sociais. Seria uma maneira de puxar das margens para o centro a matéria política, o ideário, na esteira da desejável democracia participativa. A sociedade brasileira está bem organizada e representada por enti­dades, algumas muito fortes. Quem tiver condições de fazer esta articulação, de lá para cá, do poder centrípeto para o poder centrífugo, estará intermediando com legitimidade os interesses da coletividade. Este grupo que assim se comporta abre mais espaços de futuro. Ao contrário, ao permanecer todo tempo trancado em gabinetes e escritórios, aquele que aspira a vida política corre o risco de jamais sentir o calor das ruas ou o “cheiro das massas”. Distancia-se e se desequilibra, pois os pés de um político devem, todo tempo, caminhar nas trilhas percorridas por suas bases. E o que as pesquisas indicam como valores negati­vos? Indecisão é um deles por estar associado à ideia de político fraco, temeroso, tíbio. (A propósito, a imagem de ficar em cima do muro é colada aos integrantes de um partido. Por uma questão ética, este escriba omite o nome). Encrenqueiro e corrupto são outros traços negativos. O brasileiro continua

Assessoria Jurídica Dr. Wellington Coelho OAB-MS 15.475 Gerente Luzia Helena Coutinho

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desconfiado de estilos rompantes, im­petuosos, viradores de mesa. É claro que mudanças são desejáveis, contanto que sejam gradativas, sem grandes sustos. Infelizmente, nos últimos tempos, grupos partidários têm se engalfinhado nas ruas em defesa e ataque a seus maiores protagonistas. Quem está ligado a coisas suspeitas, à teias de corrupção, mensalão e petrolão, enfim, à situações embaraçosas e não bem explicadas, será visto com desconfiança. Precisa se esforçar muito para se purgar. As Operações Lava Jato e Zelotes, que apuram desvios e eventos imorais, serão acompanhadas atentamente pelo olho mais apurado do eleitor. A população está mais atenta aos fatos da política, distinguindo os espaços do bem e do mal, do bom e do mau político. Perfis sem ideias na cachola, sem programas, sem conhecimento, terão voo curto na campanha que se aproxima. Alguns não passarão no primeiro teste. Há, porém, um valor-conceito que expressa o esqueleto vertebral do político: trata-se da identidade, que abrange a história, o pensamento, a coerência, os sentimentos e a maneira de ser. Se a identi­dade é forte e positiva, o candidato será sempre associado às lembranças boas de seus eleitores e admiradores. Uma boa imagem, porém, não nasce e cresce da noite para o dia. Foquem a lupa para enxergar erros e acertos, pois a população já usa lentes há muito tempo. (*) É jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato

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Consumismo: impactos para o bolso e para o planeta Carlos Eduardo Costa (*) Há vários anos, a sociedade moderna tem sido rotulada como a sociedade do consumo. A grande questão, na verdade, é que temos assistido à consolidação de uma sociedade consumista. E esse é o grande problema. Em uma sociedade de consumo, as pessoas adquirem produtos e serviços necessários para sua vida. Consumismo, ao contrário, é o ato de comprar produtos e serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo e descontrolado. Não basta se vestir, é preciso acompanhar todas as tendências da moda. Não é suficiente o conforto proporcionado por alguns produtos tecnológicos, é necessário possuir os últimos lançamentos. Numa sociedade consumista, o consumidor é permanentemente incentivado a adquirir novos produtos. E essa onda consumista traz graves consequências para a nossa sociedade. No plano individual, um grande número de pessoas se encontra em uma situação de endividamento extremo estimulado pelo desejo de consumo. E isto acaba prejudicando não só a saúde financeira, mas também a saúde física e mental dos endividados. Além de comprometer os relacionamentos e prejudicar inclusive a vida profissional. Já no plano coletivo, é o nosso planeta que sofre bastante com o consumismo. O meio ambiente é diretamente afetado, pois o consumo desenfreado e o desperdício, muitas vezes causado pela falta de conhecimento, requerem o uso de mais matériasprimas, e, consequentemente, também geram grande quantidade de resíduos. Por causa disso, os ambientalistas acreditam que o nosso planeta está gravemente doente e, alguns dos sintomas já são sentidos e estão piorando as condições de vida na Terra, como por exemplo, o aquecimento global. Felizmente, já existem diversos movimentos questionando esse tipo de sociedade, e, adotando práticas que rompem com esse modelo de consumo que vai além da real necessidade de cada indivíduo. Em diversos países, pessoas estão adotando como filosofia de vida uma tendência que foi chamada de "new sumerism". Elas acreditam que é possível ter qualidade de vida sem apelar para o exagero no consumo. Buscam viver bem, com o essencial. Muitas empresas já focam nesse segmento. Por exemplo, indústrias de confecção que passaram a utilizar como matériaprima sobras de tecidos de

grandes confecções. O crescimento da chamada economia compartilhada também é uma reação ao consumismo. A lógica para as empresas desse modelo não é a produção de bens e serviços para cada indivíduo, mas sim o compartilhamento pessoa-para-pessoa (peerto-peer), o chamado consumo colaborativo. Carros, alimentos, serviços, motos, moradia, informação, tecnologia, entre outros bens, já podem e devem ser compartilhados. A economia compartilhada permite que as pessoas mantenham o mesmo estilo de vida, sem precisar adquirir mais, o que impacta positivamente não só o bolso, mas também, o planeta. Novo modelo de consumo – impactos positivos para a vida financeira - Adotar um novo padrão de consumo pode ter impactos significativos na vida financeira. Sem comprometer o orçamento com o consumo de uma série de supérfluos, sobrará mais dinheiro para a realização dos mais diversos objetivos. Recentemente, a revista Época publicou uma coluna que ilustra isso. Adriana Zetti conta a história de seus pais. Profissionais ultra-bem-sucedidos que, com mais de 60 anos, decidiram passar uma espécie de ano sabático em Barcelona, onde moram dois dos seus filhos. Alugaram o seu apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, colocaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para lá. Em pouco tempo, fizeram uma constatação que os surpreendeu. Estavam gastando muito menos mensalmente para viver na Espanha do que gastavam no Brasil. A explicação não era a diferença de preço entre os produtos nos dois países, mas sim, a mudança do estilo de vida. Eles mesmos passaram a limpar a casa, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais sustentável. Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, agora, eles podem passar cada vez mais tempo viajando e convivendo com outras culturas, ou seja, conseguiram direcionar os gastos para o que é essencial para eles. Planeje bons hábitos para 2016. Invista em sua educação financeira. (*) É economista e consultor do site de Educação Financeira do Mercantil do Brasil

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