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Opinião

20 A 26 DE MARÇO DE 2016 WWW.IMPACTOMS.COM

E-mail: jornalimpactoms@hotmail.com

EDITORIAL

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O que não pode, pode; o que pode, às vezes, não!

o Brasil tudo pode. Até o que não pode, pode. Foi assim com a prisão de Delcídio do Amaral (ex-PT) que acabou ficando 87 dias na prisão, depois de sofrer um “flagrante técnico”, ou seja, foi o primeiro flagrante sem o flagrado ter sido flagrado no local do crime. Delcídio não poderia ter sido preso em flagrante por causa de um áudio gravado de forma clandestina. Na verdade, não poderia ser preso por ser senador no exercício do mandato. Mas pôde ser preso, sim, porque falou demais. O (ainda) ministro Aluízio Mercadante teria cometido crime idêntico ao de Delcídio, ou seja, tentou

obstruir as investigações da Operação Lava-Jato ao oferecer vantagens para que o senador se calasse e não colaborasse com a Justiça. Foi gravado clandestinamente tal e qual o senador. Mas está ministro e quem está ministro não pode ser preso. Mercadante poderia ser preso, sim, com base na “jurisprudência” da prisão de Delcídio, mas não foi. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poderia assumir um cargo no Ministério da presidente Dilma Rousseff porque está sendo investigado pela Polícia Federal acusado de vários crimes. O fato de ele não poder assumir o cargo de ministro

nada tem a ver com as investigações saírem da esfera do Ministério Público Federal no Paraná e subir para o Supremo Tribunal Federal (STF). O problema é que agente público enrolado com a Justiça, investigado pela justiça não pode ser ministro. O Lula não poderia ser nomeado ministro de estado. Já está nomeado e é ministro chefe da Casa Civil do governo da presidente Dilma Rousseff. A nomeação de Lula é produto de um ato jurídico eivado de vício e vai trazer ainda mais dor de cabeça para a presidente porque vai chover contestações junto ao Supremo Tribunal

Reprodução

Federal e, embora a maioria dos ministros da mais alta corte de justiça do país tenha sido nomeada pelo expresidente, as decisões por eles tomadas não denotam nenhuma subserviência ao ex-mandatário maior da nação brasileira. Ou seja, no país onde o que não pode, às vezes pode e o que pode, muitas vezes não pode, porque não é conveniente, ter um ministro que já chega ao Ministério com a reputação sob suspeita é a coisa mais normal que pode acontecer, afinal quase todos os ministros da Dilma são investigados, o presidente da Câmara dos Deputados, também; o presidente do Senado, idem...

Ruas: Quo Vadis? Reprodução

Rosildo Barcellos (*)

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nação clama por mudanças e estas ações estão sendo acompanhadas pelo mundo todo. As manifestações versaram os tópicos corrupção, injustiça e desmandos. E o que se via eram pessoas ordeiras,trabalhadores, engajados na cultura, e com o mesmo olhar esperançoso mas que refletiam a insatisfação com as políticas de condução do governo, e nada ofuscou a grandeza dos atos. Entretanto a continuidade dos movimentos nas ruas revigora o fato de que a pauta de reivindicações é ampla incluindo solicitações por melhorias nas mais diversas áreas além de transparência dos gastos públicos, análise de superfaturamentos nas obras, e combate a corrupção. Em suma são recados claros a classe política e ao poder público instituído. As ruas dizem que o governo precisa realizar com eficiência sua lição de casa, comunicar que está fazendo e como está fazendo e ainda explicar os óbices que o impedem de fazer mais e melhor. Hoje o Brasil tem 80.9 milhões de usuários de internet. Na zona rural, apenas 10% dos domicílios estão conectados mas também mostrou a força que outrora não existia

do Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp. Isto posto, negligenciar demandas populares e movimentos sociais, é temeroso. Há uma necessidade imperiosa de se ter em mente, o valor de se estar sempre consultando as prioridades das pessoas, e que tem faltado aos governos, pastas que tratem das articulações com a sociedade civil. É um equívoco governar perdendo a interlocução com as lideranças sociais. E é preciso lembrar que existe um outro grupo da população brasileira que neste momento se encontra silencioso momentaneamente, mas que certamente, seu grito será ouvido com extrema clareza nas urnas em 2016. Nós deixamos o país solto, acreditando ingenuamente na bondade e nos

discursos doces daqueles que lideraram até aqui. Mas saibam todos que nós articulistas empunharemos a mesma bandeira. Os preços altos estão prejudicando o planejamento familiar e a vida das pessoas. O ano começou difícil com a alta dos alimentos, problemas de safra, chuvas constantes, buracos nas vias e gargalos nos portos. Aliado a isso o valor dos aluguéis subiu acima das expectativas e projeções. Faltam médicos em 41% das cidades do nordeste, faltam remédios e falta merenda na escola e comida na mesa. São muitos motivos mas um só objetivo: que as leis sejam cumpridas, que os ocultos sejam esclarecidos e que possamos viver com um mínimo de conforto e segurança para nossas famílias. Certamente que o dia “13”

também ficará marcado na história.

(*) É articulista Quo vadis? é uma frase latina que significa "Para onde vais?" ou "Aonde vais?". O uso moderno da frase refere-se a uma tradição cristã aonde São Pedro encontra Jesus quando fugia de uma provável crucificação em Roma. Pedro pergunta a Jesus "Quo Vadis", e Jesus lhe responde, "Eu estou indo a Roma para ser crucificado de novo." (Roman vado iterum crucifigi.); prontamente Pedro ganha coragem para continuar seu ministério e a partir daquele momento torna-se um mártir e se transforma na personagem mais importante para o crescimento da fé cristã na época.Também é título de um filme épico americano de 1951

VOZES DE MARÇO Aécio Neves (*)

O

s brasileiros fizeram bonito neste domingo. De forma pacífica, em centenas de municípios, milhões de pessoas de todas as idades ocuparam as ruas do Brasil para protestar contra o governo e pedir uma solução para a crise em que fomos — e estamos —

Expediente

mergulhados. O grito que ecoou das multidões foi incontestável: basta, não suportamos mais. Homens e mulheres, famílias inteiras, jovens, idosos e crianças, gente de todas as raças e credos, de cabeça erguida, se irmanaram no sentimento de revolta e indignação contra um governo que esgotou sua capacidade de iludir e mentir.

Editor Valdovir José Jota Menon - DRT 180/MS jota.menon@uol.com.br

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Não dá mais para enganar ninguém: além do fracasso na gestão, há um fracasso ético e moral que arruinou o projeto de poder em curso. É contra este estado de coisas que o Brasil foi às ruas. Foi uma manifestação de consciência cívica como poucas já vistas no país. É impossível ficar insensível ao grito unís-

Assessoria Jurídica Dr. Wellington Coelho OAB-MS 15.475 Gerente Luzia Helena Coutinho

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sono contra a corrupção e a gestão calamitosa, contra a mentira e a favor do trabalho independente das instituições brasileiras. Em defesa da democracia e das conquistas que tanto nos custaram em sacrifício e luta. (*) É senador por Minas Gerais e presidente nacional do PSDB

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IRONIA DO DESTINO – “No Brasil é assim: quando um pobre rouba vai para cadeia; quando um rico rouba, vira ministro”. Luiz Inácio Lula da Silva – 1988. ** OFUSCADA – A posse do ex-presidente da República no cargo de primeiro-ministro (Chefe da Casa Civil), Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não pode ser comemorada pela militância petista. ** PENETRA – O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, suspendeu, por meio de uma decisão liminar, a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chefia da Casa Civil. ** DECUPAGEM – As gravações liberadas pelo juiz Sérgio Moro, revelando a podridão existente nos porões da política, continuam fazendo estragos e causando indignação em todos os setores da sociedade. ** DECUPAGEM I – De acordo com a transcrição das gravações, Lula ofendeu da forma grosseira o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça, além de achincalhar o procurador-geral de justiça Rodrigo Janot. ** REPÚDIO – O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), repudiou veementemente notícias publicadas na imprensa, as quais classificou de injustas e grosseiras, de que Suprema Corte estaria “acovardada" perante o cenário político e institucional do País. ** GRAMPO – A afirmação a qual o ministro se refere foi feita pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva em conversa telefônica interceptada por ordem judicial. O ministro afirmou que “ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade das leis e da Constituição de nosso País”. ** GUARDIÃ – “Eu queria dizer que os constituintes de 1988 atribuíram a esta Suprema Corte a elevada missão de manter a supremacia da Constituição Federal e a manutenção do Estado democrático de direito. Eu tenho certeza de que os juízes dessa Casa não faltarão aos cidadãos brasileiros no cumprimento deste elevado múnus”. Vilmar Lewandowski, presidente do STF. ** FORA DE FOCO – A convulsão política nacional fez tirar de cena as delações premiadas do senador Delcídio do Amaral, do ex-deputado federal Pedro Corrêa, e da esposa do marqueteiro João Santana, Mônica Santana. ** POVO NA RUA – Desde que o nome de Lula foi anunciado para compor o secretariado da presidente Dilma Rousseff, as manifestações contrárias eclodiram praticamente em todo o país. ** RESPALDANDO – O desempenho até o presente momento do juiz Sérgio Moro, do procurador Rodrigo Janot, da Polícia Federal, do Gaeco, tem o total apoio dos brasileiros que não suportam mais serem roubados. ** E NÓS AQUI?! – A hecatombe política – como diria o advogado e jornalista Pierre Adri – fez tirar de cena as mais recentes mudanças, o troca-troca partidário ocorrido na Capital e no interior do Estado. ** “Quando você acha que já viu de tudo, vem a política e te mostra que as coisas podem piorar ainda mais”. Pablo Gabriel Ribeiro Danielli. **

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