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Opinião

31 DE MARÇO A 3 DE ABRIL DE 2016 WWW.IMPACTOMS.COM

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EDITORIAL

A corda mais bamba, ainda!

Por Jota Menon A saída do PMDB da base aliada coloca o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) na iminência de ter de enfrentar o temerário processo de impeachment que se encontra sob análise de um grupo de 65 deputados. Como o PMDB indicou oito integrantes, a saída do partido da base aliada significa a redução de 34 para 26 o número de aliados de Dilma na referida Comissão do Impeachment, número insuficiente para barrar a continuidade do processo. Pior do que a notícia já esperada de que o PMDB fisiologista de Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros deixou o governo, é a possibilidade de o PP –

Partido Progressista -, de Paulo Maluf e companhia limitada, também desembarcar da nau governista e passar a fazer coro com a oposição. Com 49 integrantes, o PP é a quarta bancada mais numerosa na Câmara – atrás do PMDB, com seus 66 filiados, do PT, com 58 deputados e do PSDB, com – e tem reunião marcada para o próximo dia 11, para decidir se continua ou se abandona a presidente Dilma Rousseff. Se prevalecer a tendência de abandono da nau petista, Dilma terá enorme dificuldade para continuar governando até o desfecho final do processo de impeachment. Em síntese, hoje, com a debandada dos peemede-

bistas, Dilma ainda contabiliza 216 votos. Ela precisa de 172 apoiadores para derrubar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, evitando que o mesmo seja enviado para análise do Senado, onde ela já não tem nem o número mínimo de 28 votos para segurar o processo. Caso o PP desembarque do governo, os 216 votos atuais caem para 169, número insuficiente para barrar a oposição no Plenário da Câmara. E, nesse cenário, os petistas, que tanto execraram o intragável ex-governador paulista, Paulo Salim Maluf (PP-SP), terão de ficar torcendo para que exatamente o líder progressista, condenado pela Justiça da França e procurado pela Interpol,

seja o grande interlocutor de Dilma e convença seus pares de que não é o momento e deixar o país à beira o caos. Caso Maluf, integrante da Comissão de Impeachment, não obtenha sucesso na busca pela manutenção do PP na base de governo do PT, infelizmente para Dilma só restará abreviar o sofrimento e renunciar, entregando o país nas mãos dos líderes peemedebistas que se mantiveram no poder durante todos os governos eleitos democraticamente pelo povo, sem que fossem eleitos e que, agora, por vias indiretas e bastante questionáveis, poderão atingir o tão almejado sonho de governar o país, ainda que seja um governo de efêmera duração.

MOMENTOS DE TENSÃO E DECISÃO Gaudêncio Torquato (*)

O

país está nervoso. A maioria do povo brasileiro quer a saída da presidente Dilma. É o que mostram as pesquisas. O processo de impeachment da mandatária-mor foi instalado. E a polêmica se estabelece. “Não vai haver golpe”, bradam milícias do PT, sob a orientação do maestro Luiz Inácio e da pupila presidente. Dois ministros do Supremo Tribunal, Carmen Lúcia e Dias Toffoli, e um ex-ministro que dirigiu a Corte, Carlos Ayres Britto, proclamam no mesmo dia: o impeachment é legal, se obedecido o rito determinado pela Justiça. As redes sociais se enchem de manifestações a favor e contra o impeachment. Qual será o desfecho da acirrada disputa? Partamos da hipótese de que o exército governista consiga vencer a luta. Significa: preservar o mandato da presidente, consolidar a figura do ex-presidente Luiz Inácio como ministro-chefe da Casa Civil e distribuidor das cartas do jogo administrativo. Segura no governo o PMDB e outros partidos governistas. Dentro de seis meses, Lula fará uma guinada na economia, pela qual o povo voltaria a ter dinheiro no bolso. Meio ano seria suficiente, como prometeu em discurso, para fazer voltar a alegria ao país. Deixemos de lado a análise de como realizaria o milagre. Admitamos apenas que Deus é brasileiro e, petista de carteirinha, faria jorrar dos céus o maná para apaziguar nossas desesperanças. Sob um manto vermelho, ajudaria Dilma, Lula, o PT, a CUT e o MST a recuperarem prestígio e força. Tentemos, agora, encaixar no entorno dos Pa-

Expediente

lácios do Planalto e da Alvorada outras hipóteses. A sobrevivência da presidente e do ex, sob o prisma da preservação de forças, depende fundamentalmente do Poder Judiciário. Que não poderá enterrar as bombas tiradas do arsenal do senador Delcídio Amaral, das delações de executivos da Odebrecht e de outros artefatos em preparação, como a aguardada carga de informações do ex-presidente do PP, deputado Pedro Correa. Ele garante que Lula foi o inspirador do mensalão e do petrolão. Desse modo, a Operação Lava Jato puxará Dilma e Lula para o meio do furacão. Imaginar que estariam livres da Operação comandada pela “República de Curitiba”, como Lula se refere ao juiz Sérgio Moro, é apostar alto na tese de que Deus é um fanático petista. Pois bem, ambos serão investigados, a presidente permanecendo na alçada do STF e Luiz Inácio descendo para o foro da 1ª. instância. O pedido de impeachment, mesmo sob o argumento da irresponsabilidade cometida com o uso de pedaladas fiscais, ganha impulso na onda da contrariedade social, alavancada pelo desemprego, alta inflação, maracutaias descobertas e políticos recebendo recursos de empresas. Soma-se a esse acervo negativo mais um pedido de impeachment, desta vez feito pela Ordem dos Advogados do Brasil, que junta outras situações. A fogueira do impedimento não se apagará. Mas há um prazo fatal para queimar as últimas estacas: junho. Se Dilma conseguir entrar como presidente no mês de agosto, será salva. Julho é mês de férias e agosto abrirá as campanhas municipais. Brasília será um deserto. Os congressistas estarão fa-

Editor Valdovir José Jota Menon - DRT 180/MS jota.menon@uol.com.br

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zendo campanhas nas bases de seus candidatos a prefeito. Ainda na esteira da reflexão lateral, pensemos no papel de Lula. Se conseguir ser ministro, posição que vai depender do julgamento do STF sobre suspeita que recai sobre ele e a presidente de tentarem obstruir a Justiça, perde a condição de palanqueiro e assume a vanguarda do governo Dilma. Realizará o milagre da multiplicação de pães e peixes? A propósito, esse milagre ocorreria em anos de vacas magras, padarias sem massa de trigo e mar sem piaba. Deixemos, porém, que ele e Nelson Barbosa arrumem a grana para abrir o crédito, enfiar dinheiro no bolso dos pobres e massificar o consumo. Mesma receita de 2008? Pois é, Luiz Inácio não se deu conta que o mundo mudou. Se Dilma for mantida, Lula não for condenado, enfim, se nada acontecer com eles no desfecho da Lava Jato, a economia sairá da recessão? Hum, possibilidade zero. Emerge a hipótese: a instauração de um novo governo. Que se dará pela via do impeachment. O processo, como já se disse, será rápido, ao contrário da análise e julgamento das contas de campanha pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nessa via, os corredores são longos, com oitivas, provas e contraprovas, embargos e recursos, fazendo com que o processo suba ao Supremo. Se houver impeachment, aliás, a tendência será a de arrefecimento dos recursos que correm no TSE. A temperatura social seria mais amena ante a perspectiva de um novo rumo para o país. Os setores produtivos querem resgatar a confiança perdida. Crer no país- essa é a chave que poderá reabrir

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as portas dos investimentos e dos negócios. A militância lulopetista ameaça incendiar o país, caso a presidente Dilma seja afastada. É previsível o acirramento de tensões, que poderá gerar incidentes em alguns espaços, principalmente na arena de guerra paulistana, a Avenida Paulista, onde as alas contrárias e a favor do governo costumam se enfrentar. A tensão social deverá se expandir em função dos bolsos esvaziados das classes sociais. O conflito social no Brasil tende a se agravar. Diante desse cenário, não se descarta a possibilidade de intervenção de forças do Exército nas ruas para evitar catástrofes. As próximas semanas serão decisivas para desanuviar os horizontes. Se o impeachment passar pela Câmara, será difícil que o Senado deixe de acolhê-lo. Afinal, quem fala pelo povo é o deputado. O Senado tende a aceitar eventual decisão a ser tomada por 342 votos. Na frente da Justiça, a liturgia também é previsível. As investigações continuarão, propiciando mais condenações e delações. É o que a sociedade espera. Apesar da sensação de que o exercício de “passar o Brasil a limpo” não tem retorno, indagações surgem aqui e ali: quantos parlamentares serão condenados? Que medidas são necessárias para mudar efetivamente os rumos da política? “Que o passado esteja diante de nós, vá lá… Mas o passado adiante de nós, sai pra lá.” A expressão artística é do poeta Carlos Ayres Britto, ex-presidente do STF. (*) É jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato

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GOLPE – A tropa de choque da presidente Dilma Rousseff, mesmo sendo minoria, consegue fazer barulho. Ostentando a cor vermelha os defensores dilmistas continuam insistindo que ‘impeachment é golpe’. ** DEFESA - O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou na quinta-feira (31) que não há base legal para o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, tudo foi feito de acordo com a legislação em vigor em 2015 ** IMPEACHMENT – A reação dos opositores ao governo petista busca em farta documentação provar que houve ato de improbidade administrativa e que por conta disso defende o afastamento da presidente. ** OS DENUNCIANTES - Os deputados ouviram, na quarta-feira (30), os juristas Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal. Para Reale Junior, não há dúvidas sobre a gravidade dos fatos nem sobre a qualificação de crime de responsabilidade. ** NOTA DE ‘REFÚGIO’ – Vereador do interior que ganhou espaço na mídia acusado de contratar pessoas para agredir uma jornalista, teria ocupado a tribuna do legislativo para apresentar uma nota de ‘REFÚGIO’. Não seria repúdio? ** ENTORNOU – O Partido Trabalhista Brasileiro campograndense cresceu tanto que os que estavam na casa se viram obrigados a buscar guarida em outras siglas partidárias. Carregar andor somente em caso de promessa. ** PRÉ-CANDIDATA – Apesar da preferência do governador Reinaldo Azambuja pelo amigo Eduardo Riedel, o nome do PSDB para a disputa da prefeitura da Capital é o da vice-governadora Rose Modesto. ** ATÉ BREVE - O deputado estadual José Carlos Barbosa (PSB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa para se despedir dos colegas. Ele assumiu no dia 1º de abril o cargo de secretario de Estado de Justiça e Segurança Pública. ** ACONSELHADO – Teria o novo titular da Sejusp conversado com o ex-governador André Puccinelli – seu mentor político – antes de confirmar o aceite ao governador Reinaldo Azambuja? ** GANÂNCIA – Acreditando que diminuindo o peso – sem reduzir o preço – seria fácil ludibriar o consumidor, a indústria de chocolate ainda não se apercebeu que a população está muito esperta. Resultado: o estoque encalhou! ** DUROU POUCO – Os consumidores estavam comemorando a chegada da ‘bandeira verde’ quando receberam abruptamente um choque: a energia elétrica vai ficar mais cara no mês de abril: 7% ** SEMPRE ATENTO – O ex-vereador e deputado estadual Youssif Domingos postou no Facebook: Ministro Marco Aurélio sai em defesa de Dilma, e Dilma nomeia filha de Marco Aurélio Mello como desembargadora do TRF-2. (folha.uol.com.br, 19.03.14). ** CPI DO GENOCÍDIO – O depoimento do cacique Elpídio Pires, da Aldeia Potrero Guassu, de Paranhos (MS), revelou diversos acontecimentos de violência ao seu povo de etnia Guarani. ** GABRIEL PENSADOR – “Eles querem acabar com a violência, mas a paz é contra a lei e a lei é contra paz”. **

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