ROR DE COISAS #6

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Dez 2015


rordecoisas.blogspot.pt facebook.com/INDIEROR


Ficha Técnica Direcção: INDIEROR Redação: Diogo Martins Martins, Marta da Costa, Rúben Sevivas, Tiago Ribeiro Colaboradores (Residentes): Manuela Rainho, Paulo Coimbra, Tânia Santos, Wilson Pinto, David Sarmento Colaboradores António Araújo

(Convidado):

Manuel

Design: INDIEROR Grafismo: Tiago Ribeiro, Diogo Martins Martins Revisão: Marta da Costa Impressão: Gráfica Sinal Rua Doutor António de Carvalho e Sousa 5400 - 570 Chaves Tiragem: 50 6ª Edição | 2015

A ROR DE COISAS é propriedade da INDIEROR. O conteúdo apresentado é da inteira responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotografias ou ilustrações da revista ROR DE COISAS para quaisquer fins, incluido comerciais, sem autorização expressa da Direção. Revista isenta de registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar nº 8/99 de 9 de junho, artigo 12º, ponto 1, alínea a)


Índice A Natureza da Guerra

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Um Legado Romano Escondido Abaixo dos Nossos Pés

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Conto de Natal

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Entrevista a Angélica de Carvalho

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O (Futuro) Palco Cultural

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Conversas ao Serão

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O Misticismo de uma Terra Prometida

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Viagens na Minha Terra | A Ecovia do Tâmega

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Miasmas

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No Dia em que a Cultura Morrer

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Diafragma

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Coordenadas | Forte de São Francisco

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Agenda Cultural

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Entre Aspas “


zerbada | s.f. (origem obscura) substantivo feminino chuvada forte; boa golada de vinho ou รกgua.


A Natureza da Guerra

Em “O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde “, Robert Stevenson escreveu que “em cada um de nós, duas naturezas estão em guerra – O bem e o mal. Em todas as vidas há uma eterna luta entre elas, e apenas uma pode vencer. Mas nas nossas mãos está o poder de escolher – somos o que escolhemos ser”. Na escolha está o poder. O ano que agora termina foi marcado por escolhas marcadamente sociais e culturais, em que as nossas naturezas estiveram inevitavelmente em guerra, por vezes literalmente. Um ano em que Charlie Hebdo nos perguntou se queríamos ser tolerantes ou vingativos. Em que a Grécia nos fez repensar a proporção de uma Europa, quando comparada com a

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proporção do nosso próprio povo. Em que tivemos de repensar a abordagem que temos às mudanças do clima e à energia nuclear. Um ano em que decidimos chorar Paris, mas ignorar o mundo. Em que “A Guerra das Estrelas” e “Os Jogos da Fome” foram mais importantes que a guerra na Síria e a fome dos que ficaram nas nossas fronteiras. Para algumas destas questões e desafios, a guerra será eterna dentro de nós e dentro dos outros. Há guerras que não nos permitem vencedores. Na ROR DE COISAS nada foi diferente. Escolhas entre a luta e o facilitismo. Escolhas entre o lento, o rápido, o medíocre e o bom. Entre a rentabilidade e a necessidade. Entre os amigos políticos e a imparcialidade. Entre a toalha no chão

e o punho erguido. Entre questionar ou calar. Neste primeiro ano, foram muitos os desafios que despontaram esta guerra. Escolhemos quem quisemos ser e, pensando em retrospetiva, acreditamos que não poderíamos ter sido de outra maneira. Como Stevenson refere, está nas nossas mãos o poder de escolher. É com este desafio que terminamos este ano: que em todas as guerras das nossas vidas tenhamos a capacidade de escolher quem queremos ser - escolhas de futuro, escolhas de vontade -, e que nessas escolhas de bem e de mal possamos ter a capacidade de escolher o bem, mesmo quando as perguntas são difíceis e as respostas são limitadas.



Um Legado Romano Por Marta da Costa Escondido Abaixo dos Nossos Pés

A história termal da cidade de Chaves ganha novos contornos com a descoberta do balneário romano. A imensidão do achado foi desvendada aos poucos, à medida que as distintas fases de escavação prosseguiam. Nove anos depois o projeto ainda não está concluído, mas a expectativa mantém-se alta.


Em 2006, a propósito da construção de um parque de estacionamento subterrâneo no Largo do Arrabalde em Chaves, escavações arqueológicas permitiram descobrir aquele que outrora foi um balneário termal romano, que atraía inúmeras pessoas na ânsia de curarem doenças específicas. Entre 2006 e 2008 foi escavada a área central do monumento romano, havendo uma interrupção até 2012 para financiamento da obra. As escavações retomam nesse ano, tendo terminado em 2014, aquando da descoberta total do balneário termal. Sérgio Carneiro, arqueólogo e diretor científico dos trabalhos envolvidos nesta

descoberta, realça a necessidade de ser feita a distinção entre termas higiénicas – destinadas aos hábitos de higiene dos moradores – e as termas terapêuticas – às quais as pessoas acorriam com o intuito de curarem as suas doenças. O balneário descoberto corresponde efetivamente a esta última categoria, o que nos permite ter uma percepção da importância para o circuito termal do império romano. Por outro lado, a nível arquitectónico, este tipo de construção era concebida em função dos tratamentos e das próprias nascentes de água termal, distinguindose do esquema rígido a que os balneários higiénicos eram sujeitos.

A descoberta corresponde a três piscinas de diferentes tamanhos e com diferentes funções, quatro salas (sendo que uma delas trata-se de uma enorme área pavimentada) e um sistema de regulação da própria água. Uma obra construída entre o século I (transição da era) e o século III. Sérgio Carneiro realça a qualidade e a importância da construção, bem como o facto de o balneário ter sido encontrado num excelente estado de conservação: “todo o sistema de abastecimento de água às piscinas e de escoamento de águas está a funcionar. As piscinas estão muito bem conservadas e perfeitamente estanques e com parte ainda do revestimento interno”.

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A curiosidade da comunidade científica Um achado desta proporção não cria apenas curiosidade na cidade. Apresentado em distintos congressos, o balneário termal de Chaves tem despertado imenso interesse por parte da comunidade científica. Sérgio Carneiro explica que o bom estado de conservação do monumento provém do desabamento da abóboda de cobertura do edifício, derivado a um tremor de terra ocorrido no final do século IV. A lama e o estancamento das águas permitiu conservar distintos materiais que, noutras condições, ficariam deteriorados. “Temos peças de metal, madeira e osso num estado de conservação

ótimo, o que vai enriquecer imenso o museu”, afirma Sérgio Carneiro, “uma coleção enorme de fauna que encontrámos nas condutas e nas piscinas e que nos dão uma informação muito importante para este período em relação à alimentação”. Por outro lado as madeiras encontradas trouxeram novas informações sobre o coberto florestal em torno da cidade.

encontradas ao longo dos anos limitam-se aos séculos XVII/XVIII e ao período romano, havendo uma lacuna relativamente ao período medieval da cidade de Chaves. Com a descoberta do balneário termal foi também identificada “estratigrafia medieval que nos dá informações riquíssimas em relação à organização da cidade”.

O arqueólogo destaca ainda o facto destas escavações não se terem reduzido ao período romano, pois a estratigrafia permitiu encontrar novos elementos para a história da cidade. As informações

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Museu termal: a abertura Apesar do projeto da estrutura exterior do balneário já estar praticamente concluído, há muito ainda para fazer. O orçamento inicialmente previsto foi alargado devido às soluções arquitectónicas que tiveram de ser encontradas, dado o facto de não ser possível colocar pilares dentro do museu. A solução passou por colocar vigas de grande proporção, o que tornou o projeto mais caro. Sem previsão para a abertura do futuro museu termal ao público, Sérgio Carneiro revela que será lançado um concurso público em janeiro de 2016, de

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modo a poder ser concluído o interior da obra e proceder-se à musealização - “será um concurso de ideias para a construção e musealização, mas também terá a componente de estratégia, de comunicação, marketing e de criação de uma marca; tudo isso será incluído no projeto”, informa Sérgio Carneiro. Tratarse-á de um concurso para uma equipa multidisciplinar, ao qual poderá concorrer qualquer pessoa, e que será avaliado por um júri especializado. A opção da equipa de trabalho tem passado pela divulgação através de

investigação científica, com a participação em congressos internacionais, onde é divulgado o sítio arqueológico. Sérgio Carneiro não tem dúvidas: o balneário termal descoberto no Largo do Arrabalde em Chaves “está a despoletar a expectativa face ao museu e certamente contribuirá muito para a atração de turistas”. O balneário termal é considerado, desde dezembro de 2012, Monumento Nacional. Pretende-se que, dentro de uns anos, atinja o estatuto de Património Mundial da UNESCO.


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Conto de Natal Por Manuel António Araújo Ilustrações | Sara Carvalho

Dos andares de cima vinham ininterruptas vozes em encruzilhadas babélicas, todas cheias duma alegria tão própria e tão triste. Napoleão apenas cheirava os aromas que com as vozes rolavam, numa levitação, por toda a casa. De resto, de olhos semicerrados na luz plástica da chaminé, muito paciente, à espera das nove. Napoleão jantava sempre às nove. Desde os tempos em que os esperava espapaçado no sofá, sacudindo levemente os tímpanos, quando eles chegavam, por causa dos

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beijos repenicados que ambos lhe davam, cada um em sua orelha. Que doidos! E depois largavam a correr um atrás do outro, à volta da mesa, e acabavam num enorme estrondo na tijoleira, beijandose também. Desde esses tempos que Napoleão jantava às nove. A única diferença, a enorme diferença, é que a alegria dos beijos acabara, as corridas acabaram, e até a Rosinha (há quanto tempo não via a Rosinha!), que lhe dava biscoitos embebidos em chocolate quente, nas noites de natal, nunca mais entrou naquela sala, nunca mais lhe coçou o nariz sensível, nunca mais o fez deitar de

costas para lhe amaciar o pelo branco, do fundo da barriga ao pescoço. Por falar em pescoço, não lhe fora renovada a coleira, e o guizo enrouqueceu com a ferrugem. Uma luz plástica vermelha a acender e a apagar... Era o seu primeiro natal sem rabanadas. No natal anterior comera de tudo, desde aletria aos figos secos com nozes incrustadas, desde as passas aos sonhos. Era um bicho omnívoro. Fazia, justamente, um ano que se enroscara no musgo do presépio, ao lado dos reis


magos, da vaquinha e do burrinho, para aquecer o Menino Jesus com o seu hálito ronronante. Mas seguia as traquinices da Rosinha que, de vez em quando, lhe trazia uma guloseima.

aos domingos. Imediatamente cheirou o molho, e a panela a fumegar representouse-lhe, e já não comeu o enlatado. Eduardo aborreceu-se, e Napoleão, pensativo e triste, refugiou-se no canto do sofá verde.

Napoleão, deitado em cima do sofá verde, salivava quando a lembrança do bacalhau lhe trouxe o cheiro da ceia de natal. Acontecia-lhe muitas vezes. Sobretudo desde que Mariana e Eduardo se separaram. Por exemplo, ontem jantara uma lata de gatex, uma comida que dá na televisão e, enquanto comia vieramlhe à lembrança os refogados de cabrito,

A separação tornara-o muito sensível. Diziam que era frio e indiferente. Uma ova! Napoleão já chorara. Como agora. No andar de cima comia-se o bacalhau e o polvo, batiam-se os talheres, e os gritos excitados das crianças misturavamse com os estalidos palatais do vinho tinto, e ele lembrou-se da última ceia de natal. Quando a Mariana (sempre achara

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Mariana muito sedutora e perigosa) lhe fez umas festas no pescoço, sussurrandolhe um bom natal e feliz ano novo... quando Eduardo o pôs no colo e fez tilintar o guizo, enquanto bebia um cálice de licor trazido pelo Rui, amigo de infância de Mariana...quando a Rosinha, já ele no seu lugar junto ao presépio, lhe levou biscoitos embebidos em chocolate quente….quando, na distribuição das prendas, outra vez Mariana, lhe tirou o guizo velho e lhe ofereceu um novo, todo doiradinho, o mesmo que tem hoje...quando, premonitoriamente (ou talvez não), ela ofereceu a Eduardo um

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romance que se chamava História duma Infidelidade...quando pulava de colo em colo, petiscava aqui e ali... Napoleão chorava. Dos olhos amendoados escorregaram duas lágrimas tão quimicamente humanas!... Do sofá arrastou a sua melancolia para o peitoril da janela, espreitar a rua. Apenas as luzes dos postes públicos. Umas luzes amareladas e solitárias que iluminavam o asfalto escorregadio. Nem um carro passava. Apenas as casas, o céu negro e o silêncio. Passou um olhar

pelas janelas do prédio, e em todas era natal, pelo piscar multicolor refletido nos vidros. Lentamente, olhou a luz plástica e vermelha que piscava, solitária e pobre junto à lareira apagada... Voltou para o sofá. Enroscou-se ao canto, meio escondido pela almofada. Fechou os olhos para não ver os reflexos esfarrapados da luz plástica, fechou os ouvidos para não ouvir o natal feliz dos outros. Enquanto isso, esperou que Eduardo chegasse. E quando chegasse Eduardo sabia que lhe acariciaria o focinho, longamente, com os olhos postos na solidão, chorando...


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Desde que Mariana o deixou e levou a Rosinha, Eduardo chora sempre um pouco junto de mim...! A porta abriu-se, chegou Eduardo. - Olá, Napoleão! desculpa vir um pouco tarde, mas tu sabes que eu gosto de passear sozinho. As ruas não têm ninguém. Já viste as ruas? Nem gatos, Napoleão! Eduardo despiu o sobretudo preto, já muito arruçado nos cotovelos, tirou do bolso um embrulhinho em papel de prata, desembrulhou. Apareceu uma caixinha, abriu a caixinha e tirou um pequeno guizo

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de ouro que fez tilintar. Napoleão sorriulhe. Sorriu com a luminosidade que punha nos olhos de amêndoa quando estava feliz. Chegou-se a ele. Chegou-se mais a ele. A noite estava definitiva. Nos apartamentos próximos cantava-se e fazia-se uma algazarra no desembrulhar das prendas. Eduardo abraçou-lhe o pescoço, beijoulhe o focinho, um tanto áspero da velhice. Napoleão dava marradinhas, fazendo tilintar o guizo novo. Assim estiveram, abraçados, com a luz vermelha a projectar-lhes as sombras intermitentes nas paredes nuas e brancas. Eduardo chorava....



Entrevista a Por Manuela Rainho Angélica de Carvalho

Angélica de Carvalho é uma poetisa natural de Vieira do Minho (Braga). Desde os 10 anos que vive na cidade de Chaves. É autora do livro “Eros, Futebol e Rock & Roll”, com edições em Portugal (2011), em Santiago do Chile (2012) e em Buenos Aires (2014). É autora de um segundo livro de poesia com o título “Passione”, com edição em Buenos Aires (2014). A entrevista que se segue foi realizada via e-mail.

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Manuela Rainho: Para si, o que representa escrever? Angélica de Carvalho: Escrever representa uma atitude de estar presente na vida, no mundo e procurar eternizar esse tempo. MR.: Considera-se um ser criativo? Como se processa/decorre o seu processo criativo? AC.: Deverão ser os meus leitores a dar opinião sobre a nossa criatividade. O processo criativo surge de imprevisto. A

partir das vivências pessoais, ou sociais ou com base na grandeza do universo, surge um pensamento ou um conceito que origina uma frase. Esta frase não tem lugar marcado no texto; a partir daqui desenvolve-se o todo. MR.: Explicite o que é para si criatividade. AC.: Será uma mescla de amor e beleza, com cultura, doseada com uma saudável loucura. MR.: Pensa que existe uma crise de identidade cultural transmontana? De que

forma ela se manifesta na sua obra? AC.: Antes da alfabetização e da globalização existia uma identidade cultural transmontana para além da antropologia, que se manifestava na invenção de lendas e contos que se transmitiam de geração em geração. Estas narrativas que alguns escritores já registaram têm um sabor surrealista. Embora a minha escrita não navegue neste campo, os dois livros já publicados terminam com um ou dois textos que colocam o par amoroso a viver a “eternidade”.

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MR.: Enquanto pessoa de cultura, que vive na era da globalização, de que forma ser do Norte/ Transmontano o condiciona e/ou integra? AC.: Eu nasci em Vieira do Minho, mas vivo desde os 10 anos na cidade de Chaves. A nossa vinda para Chaves, deveu-se ao facto de o meu pai, António Carvalho, ter sido transferido da biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, daquela vila para esta cidade, onde era funcionário. No que respeita ao município de Chaves, o que realmente me alegra com total

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assombro é a grande quantidade de pessoas criativas, em todos os géneros literários, algumas com livros publicados e outras com obra divulgada nas redes sociais e isto num concelho de apenas 40 000 habitantes! É verdade, que a gente do norte/ transmontana é dotada de um “ethos” poderoso e audaz. Possuidora de uma fortaleza tal que ao lutar com uma natureza rude e agreste surge vitoriosa. Consideramos então que ser do Norte me condiciona e integra porque me abre um imenso espaço de liberdade.

MR.: Como definiria Angélica Carvalho enquanto pessoa de cultura e de escrita? AC.: As definições são sempre redutoras. Como pessoa de cultura procuro caminhar a par com as novidades do mundo. Como pessoa da escrita de poesia, e à semelhança de todas as outras que também o fazem, procuro emocionar os outros, através da beleza que chega na surpresa da simplicidade. Tomámos como nossas uma paráfrase do poeta português que esteve radicado na Venezuela, Jorge de Amorim (1928-2011) “ Só existe a religião da poesia”.


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O (Futuro) Por Tânia Santos Palco Cultural Fotografia | Tania Santos Obra | Escola de Música, Artes e Ofícios de Chaves Arquitetos | Manuel Graça Dias / Egas José Vieira Projecto | 2004-2008

A “Escola de Música, Artes e Ofícios”(ou “Academia” como é vulgarmente designada) é da autoria da parceria Graça Dias e Egas Vieira. O reconhecido arquiteto lisboeta Manuel Graça Dias é igualmente autor das obras “Prédio Golfinho” (na Praça Brasil) e “Prédio Azul” (recém construído na Avenida Miguel Torga), situadas em Chaves. Dadas as condicionantes definidas pelo próprio lugar, o projeto da Academia foi certamente encarado como um exercício desafiante. A obra completa o rico núcleo arquitetónico formado pelos antigos

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edifícios da Estação Ferroviária (atual Centro Cultural) e do Cais de Mercadorias (atual sede da Associação Chaves Viva).

o lugar; explorar não (apenas) o carácter comercial, mas sobretudo aproveitando a vertente cultural que lhe está associada.

O referido conjunto define hoje, a meu ver, um dos espaços públicos da cidade com maior potencial de desenvolvimento. Espero que no futuro este não seja, tal como o é, um mero espaço de atravessamento e que gradualmente se transforme numa espécie de ‘palco cultural’, trazendo as Artes e os Ofícios dos flavienses para a rua. Estão reunidas as perfeitas condições para nascer aqui o próximo ponto de encontro da população. Falta porém saber explorar

Quanto à obra da Academia, o conjunto é composto por três corpos “posicionados em T”. Enquanto dois dos corpos respeitam o alinhamento do antigo edifício da Estação, o volume central está orientado perpendicularmente e ganha identidade com o enorme arco que desenha a sua forma. Este gesto formal, além de anunciar subtilmente a entrada principal da Academia, também delimita o espaço publico anteriormente


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mencionado, conferindo-lhe a proporção ajustada. Como se percebe, optei por analisar a obra na relação que estabelece com o contexto urbano e, nesse sentido, a solução encontrada parece-me exemplar. E se a arquitetura cumpre a sua parte, significa que agora é a vez do homem cumprir a sua. Estou neste momento a escrever de Berlim e o que mais me fascina é justamente a dinâmica que a sua população consegue oferecer à cidade. Sem dúvida que aqui a

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soma do capital disponível é enorme; sem dúvida que aqui as entidades culturais se envolvem arduamente nos processos; mas é somente o homem, com vontade e entreajuda, que consegue enfrentar as dificuldades económicas e vencer os interesses políticos que dominam o nosso país. Cabe assim a cada um de nós contribuir para o desenvolvimento da cidade. Criticar é natural, mas ajudar é fundamental.


Conversas ao Por Ernesto Salgado Areias Serão

A escola é por excelência o espaço de aprofundamento do sentido ético da liberdade e de construção do pensamento critico. A Universidade Sénior de Chaves, entre muitas outras iniciativas, lançou este ano letivo um programa denominado “Conversas ao serão “ que pretende assumir-se como um espaço de debate público. Até ao momento foram realizadas duas sessões: a primeira versou sobre “Holocausto – uma outra perspetiva” e

a segunda sobre os “Direitos Humanos – estratégias para paz”. Nesta última estiveram representadas quatro organizações, mais concretamente, Rotary Internacional, Amnistia Internacional, Educadores para a Paz e Auditores de Defesa Nacional. Estas sessões públicas de debate terão lugar uma vez por mês na última ou penúltima sexta-feira, pelas 20h30 na Biblioteca da Universidade. Numa altura em que alguns partidos se converteram em plataformas de negócios e

de assalto ao Estado e autarquias, cumpre aos cidadãos criar espaços de debate onde a sua voz se faça ouvir. A escola é por excelência o espaço de aprofundamento do sentido ético da liberdade e de construção do pensamento critico. Sem estes vetores não há escola mas antes um espaço de formatação para uma cidadania sem chama e intervenção. O maior legado da escola não é o conhecimento mas sim a liberdade de pensamento. Ao conhecimento vamos chegando sempre, mas de pouco servirá se não soubermos usá-lo enquanto cidadãos

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de corpo inteiro. É esta a filosofia da Universidade Sénior: espaço de liberdade e cidadania, espaço onde os alunos são ouvidos e têm absoluta liberdade de pensamento orientando a sua formação de acordo com o seu gosto e opções pessoais. Quando pensávamos que estes direitos estavam conquistados e o caminho se faria para a frente, a verdade, é que há regressões que apenas podem encaminhar-nos no sentido do empobrecimento material e espiritual.

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Aos que consideram, referindo-se aos mais velhos, e aos que recebem pensões de reforma, tratar-se de “Peste grisalha” dos tempos modernos, nós respondemos que venham para a nossa Universidade onde se sentirão cidadãos de pleno direito. Os mais velhos não são a “Peste grisalha” mas sim os portadores da memória e os grandes construtores e impulsionadores do mundo de hoje, exemplo vivo e construtores da liberdade.

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O Misticismo de Uma Por Rubén Sevivas Terra Prometida

VEREDAS (1977) João César Monteiro 121min Realização: João César Monteiro Assistente de Realização: Margarida Gil Director de Produção: Henrique Espírito Santo Fotografia: Acácio de Almeida Efeitos Especiais: Luís de Castro Iluminação: Emílio Castro (chefe), Carlos Alberto e Carlos Fernandes Director de Som: João Diogo Montagem: João César Monteiro Formato:35 mm cor 35mm

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João César Monteiro é um peregrino. Portugal oferece os caminhos a serem percorridos e o espirito estético e intelectual de César Monteiro exploramnos ousadamente. Veredas é um filme construído por belas paisagens, belos enquadramentos e belos textos que fragmentam um filme poeticamente formal. O poder da imagem é o mais importante. Não me parece que o próprio filme saiba o seu caminho. O importante é a viagem e as veredas percorridas. No final existirá um renascer. Uma purificação do ser.

O filme é um retorno às origens, à autenticidade, à terra e às tradições orais, onde se valoriza o povo e a cultura popular em relação à cidade e à cultura citadina. As cenas são compostas por situações documentais da vida na terra – invadidos por momentos fantásticos, saídos de lendas e contos -, tal como o de BrancaFlor. Estes momentos fazem com que os aldeões comentem tais assuntos e até profiram palavras que parecem demasiado artificiais para terem sido ditas por eles. João César Monteiro parece recorrer ao mais remoto e ancestral que existe

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em Portugal para desmistificar a sua preocupação interna: a sua viagem interior. Sendo assim filma Trás-osMontes. Uma terra esquecida, idílica e coberta de misticismos e mitos ainda vivos, para conseguir transmitir o seu próprio interior povoado de seduções e de fantasias. Filmam-se as pessoas, as músicas e os montes de modo a transparecer a ancestralidade do percurso de Veredas. A este, juntam-se enquadramentos fantásticos e mitológicos que transportam tal realidade para um interior muito pessoal: o de João Cesar Monteiro. Acredito que tal recurso seja demasiado rebuscado e que à primeira vista o

filme soe a uma combinação entre a intelectualidade de César Monteiro e o popular Português. O filme não é exclusivamente filmado em Trás-os-Montes, mas é de onde parte para conseguir estabelecer um maior distanciamento face ao que é apresentado no filme e ao que existe na vida quotidiana. O filme é fantástico, não nos esqueçamos. Recorre a metáforas e a imagens que nos transferem em tempo e em espaço. Trás-os-Montes é belo! Trás-os-Montes é o lugar mítico onde os contos fantásticos têm lugar e onde as mais belas ninfas se vêm banhar.

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Viagens Na Minha Terra Por David Sarmento A Ecovia do T창mega

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Com a constante ameaça de chuva e frio, decidi, desta vez, fazer uma viagem mais curta. Tão curta que a considero mais um passeio que viagem, mas nem por isso menos interessante e belo. A Ecovia do Tâmega, pelo seu valor natural e declive suave e acessível a todas as pessoas, pareceu-me uma escolha óbvia. Este percurso, fruto da parceria dos dois municípios e da Eurocidade, estende-se por mais ou menos dezoito quilómetros ao longo do Tâmega e une as cidades fronteiriças de Chaves e Verín. A ele estão associadas outras rotas como a Rota Termal e da Água da Eurocidade Chaves-

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Verín, a Rota de Observação de Aves, Rota das Águas Fluviais e da Galeria Ripícola e Rota das Lagoas e dos Areeiros. A ecovia em si ainda não está completa mas para lá caminha. De qualquer maneira, é possível fazer grande parte do trajecto da parte transmontana. A metade galega, está praticamente construída, as vias de comunicação estão estabelecidas, sinalética, pontos de descanso e alguma informação sobre a fauna e florado que estamos a ver. O passeio começou em Chaves junto ao Museu de Arte Contemporânea Nadir

Afonso projectado por Álvaro Siza Vieira. Daí pedalei a ciclovia existente e atravessei o rio na ponte/açude da galinheira. Neste ponto deparei-me com máquinas e trabalhadores que me deixaram continuar o passeio pela futura ecovia. A primeira paragem foi pouco depois quando dei de caras com um posto de observação de aves virado para uma belíssima paisagem: uma lagoa enorme, produto da exploração desenfreada de inertes destinados à construção há umas décadas atrás. Resolvi entrar na casota e esperar por alguma ave. Logo a seguir, aterrou uma cegonha num galho rasteiro à água, mesmo à


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minha frente! Achei aquela situação um golpe de sorte e, imediatamente, comecei a desenhá-la no meu caderno. Numa questão de segundos, voou para longe. Seria assim ao longo de todo o passeio nas várias lagoas ricas em vida animal. Desisti de desenhar garças, patos, cegonhas e outros pássaros igualmente vistosos, vendo que, ao mínimo sinal, levantavam voo. A escassos metros da fronteira com a Galiza, os estradões e ruas da veiga de Chaves levaram-me ao açude – gloriosa praia fluvial do passado –, ora esquecida por muitos, ora lembrada por alguns. O potencial continua lá e com a ecovia a ser cozinhada, não tenho dúvidas de que este pequeno paraíso balnear possa regressar do seu adormecimento com uma força renovada. Feitas as despedidas, deixei o açude para me dirigir à sede da Eurocidade: o antigo edifício da alfândega onde a ecovia da parte galega começa. A partir daqui segui a sinalização clara e desfrutei da paisagem com sucessivas lagoas, partilhando a via com ciclistas de ambas as nacionalidades e alguns agricultores. Continuei no meu passo lento e contemplativo até avistar o castelo de Monterrey, adjacente à cidade

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de Verín, anunciando o final do passeio. O castelo está em fase de recuperação e, para quem não conhece, vale a pena visitar. Chegado ao meu destino, fui directo à feira que estava a decorrer na Praça García Barbón e Praça de Alameda para almoçar e apreciar a azáfama que transpirava do mercado de rua.

automóvel numa nacional como tantas outras. No fundo, o rio Tâmega, a montante de Chaves, adquire o carácter de um parque linear polivalente relacionando a educação e sensibilização para a protecção do meio ambiente com o lazer inerente a este corredor de vegetação ribeirinha.

Olhando para trás, facilmente se percebe que a Ecovia do Tâmega veio unir estas duas cidades fronteiriças de uma forma mais rica do que uma simples viagem de

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Rua de Santo António, 37 5400-069 Chaves Tel. 276 318 460 | Fax. 276 318 461 email: opticaliachaves@gmail.com

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Miasmas Por Wilson Pinto

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Entre Aspas “ Por Manuela Rainho ”

Segundo Mário Vargas Llosa, «os escritores são exorcistas dos seus próprios demónios.» Pois bem, a propósito da obra de Angélica Carvalho, diria que os poetas são exorcistas dos seus próprios deuses… Quem é Angélica Carvalho? Mulher, poetisa, intensa, ousada, arquitecta das palavras e emoções. A sua obra, “Eros, Futebol e Rock & Roll” é a prova cabal da tentativa de categorização que explicitei no parágrafo anterior. Comecemos precisamente pelo epíteto arquitecta das palavras e das emoções. Há na poesia de Angélica Carvalho uma plasticidade em que geometria e erotismo se encontram e o improvável e inesperado acontece: «O trapézio ilusório que me sustenta/ Apresenta o risco da incerteza

da queda/» poema 2; «Estar a ti ligada/ Por arcos e anéis invisíveis/ Designados amor, paixão» poema 17; «Para linhas geométricas/ Em Picasso/Estilizada nas passarelas» poema 32; «O estreito rectângulo/ De luz na janela/Faz perceber um espaço cúbico» poema 34; «todos os desenhos são possíveis/”O amor desenha uma curva/propõe uma geometria”» poema 42; « Em linha recta/Em curva/ Em espiral/ Para» poema 57. Há ainda uma síntese em que poesia e cor ocorrem de forma natural, quase instintiva. Se não vejamos: «Em que paleta procuras/As cores que emolduram/A cena dos meus dias?» poema 2. Ou a palavra que ao falar de amor remete para a pintura como se o espaço de amar fosse o espaço plasmado pela pintura ou escultura: «Como que

saído do modelo de Cristo*/ Para pintura cubista//Não sei de mim nem de ti//Deus poderá observar uma tela/Picassiana» poema 18; «Desde a Vénus de Milo/ Que deliras comigo// Ora alta, ora baixa/ Mas sou eterna com Velasquez// De mamas super-abundantes/ Com Renoir//» poema 32. Se em termos plásticos podemos falar de uma poesia marcadamente espacial, em termos rítmicos poderemos falar numa simbiose entre a palavra e a música que se harmonizam para enaltecer o erotismo do amor físico, real e palpável. Atentemos nos excertos seguintes: «Em eu violinos dedilhas/ A surreal sinfonia/Que trazes aos meus ouvidos?» poema 2; «Quando tocam para nós/ A mais bela sinfonia de

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amor/Amamo-nos como deuses» poema 3; «os nossos corpos/Cantam uma canção de amor/Em uníssono/ É bela// (…) Para que tens mãos de artista/Senão para tocar as teclas do meu corpo/ que o fazem vibrar» poema 5; «Envoltos/Num ritmo e musicalidade celestiais/Amamo-nos/ Sobre o leito feito altar/ Como sacrifício divino» poema 18. Todo o poema 59 é um hino a essa harmonia que entrelaça amor erótico e música expressos através da dança. Aqui o espaço plástico da dança, seja ela qual for, e o tempo do compasso da música estão ao serviço da sedução, da paixão e do desencontro até. Vejamos

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então no poema, como Angélica Carvalho expressa essa identidade marcada pelas diferentes fases do amor a dois: «A forma gráfica da música e da dança/Que não se instale o fado, meu amor// “ Que neste quarto fechado/ O fado chora-se bem”**// Como símbolo do desamor, com um único perdedor/ Do tipo “estou a viver este momento e dele já tenho/ saudades”**// Com o ballet não terá graça/ Desapareceres à noite num lago de qualquer floresta/ Transformado em cisne/ Para ficar a imaginar o que poderia ter sido// No tango o ciúme é a dois/Um romance segue-se a outro com igual esplendor// “Na minha casa ou na tua?/Para o rock and roll”// Mas, meu

amor,/ Não gastes tanto suor nesse/ Sapateado de flamenco// Já sabes nisto do amor/Tem algo de festa brava/ E ao toureiro não convém/ Vacilar ante o touro». Esta é a minha leitura da obra “Eros, Futebol e Rock & Roll”, publicada por Angélica Carvalho. Sei da existência duma outra a sair brevemente. Outras leituras poderão ocorrer. Aquilo que é fascinante na poesia e na literatura em geral é que cada um de nós pode apropriar-se da obra do autor e mediante a sua história pessoal e secreta ler e interpretar o que o escritor muito provavelmente não quis significar.


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No Dia em que a Cultura Morrer Por Diogo Martins Martins Morre a Diferença

No dia em que a cultura morrer, morrem as perguntas. Morre a justiça, a controvérsia, a coragem e a luta. A vontade de querer e de ganhar. Os guerreiros e os heróis sem armas. Morrem os gritos de uma multidão e ficamos sós. Morrem as pessoas e ficam os indivíduos. Morrem as conspirações, as desconfianças e as pistas que nos fazem curiosos. Morre a única arma que temos num mundo de questões: a vontade de querer questionar.

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Morre a aceitação, a compaixão, a igualdade e a paz. No dia em que a cultura morrer, não haverá diferenças. Não teremos defeitos nem virtudes. Não teremos pesos, alturas, orientações, países, cores ou profissões. Nesse dia entenderemos que essas diferenças merecem luto e não comemoração; que sem elas não somos e não estamos. No dia em que a cultura morrer, morre a diferença. Seremos todos semelhantemente vazios.


Diafragma Por facebook.com/chaves.intemporal A pedido do autor, o texto que se segue não foi alvo de qualquer tipo de revisão.

“... Ao fotografar estamos a registar uma sensação, mas ao utilizar ou reutilizar uma fotografia estamos a criar sentido.” Daniel Blaufunks Instado a escrever algo sobre a fotografia, e, no que diz respeito ao projeto Chaves Intemporal, confrontamo-nos com o inconveniente “papel em branco”, que nos servirá de positivo a esta nossa explanação. Desta forma, tentamos dar conteúdo às ideias, mais ou menos soltas, de quatro

amigos cujo interesse pela fotografia é comum, e, a paixão por esta nossa Aquae Flaviae, nos conduz a tal desiderato. Se assim o pensamos, melhor o entendemos iniciar, envolvendo a diáspora Flaviense, utilizando para o efeito meios de comunicação hoje disponíveis, e, tendo sempre como ponto de referência esta nossa região, potenciando o que tem de melhor e permitindo, a quem dela diretamente não possa usufruir, pelo menos, consiga afagar saudades e ou, criar necessidades de a conhecer.

Temos consciência que ao fotografar, estamos a selecionar, logo a excluir, contudo, assumimos que a fotografia também é memória, logo é passado e transmite seguramente “o nosso olhar”, sobre um presente, que nos é comum e partilhado, deixando a possibilidade de expressar diferentes caminhos possíveis, de uma poética interpretativa em que o observador toma parte ativa. É com base nestes pressupostos, e parafraseando Diane Arbus que entendemos que “A fotografia é um segredo sobre um segredo”, pelo que,

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estas não carecem de descrições que seguramente as condicionariam, e, muito menos de títulos que as limitem. Estas por si só, transmitem um “real” partilhado, em que convidamos o contemplador a participar neste jogo de sensações e recordações, aportando as suas vivências e momentos de particular interesse que a memória seguramente colorirá.

no mesmo âmbito, visando apenas a divulgação e promoção simultânea desta nossa região, através da fotografia, atribuindo sentido a esta estética, que simultaneamente aprendemos, gostamos e queremos divulgar. Fica o compromisso deste nosso sentir...

Foi com estes propósitos que demos início a este nosso projeto, que hoje se vê complementado com outras atividades

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Coordenadas | Forte de São Francisco Por Tiago Ribeiro 41.742635 -7.469984

Construído bem no coração da cidade de Chaves, o Hotel Forte de São Francisco situa-se, como o nome indica, no interior do Forte de São Francisco. Este marco da cidade flaviense é considerado, desde 1938, Monumento Nacional Protegido. As características do local onde o Hotel se instala tornam o espaço único, proporcionando aos seus hóspedes e a todos aqueles que por ali passam, uma experiência muito especial.

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Passear pela cidade de Chaves e não passar por este local é quase impossível. A imponência do edifício convida qualquer um a dar um passeio pelo seu interior e não é preciso muito para ficarmos impressionados. Um passo em frente pela entrada principal é o suficiente para ficarmos boquiabertos: a modernidade das instalações do hotel contrastam com a antiguidade envolvente. Contudo, essa mesma decoração moderna, em junção com os elementos rústicos, contribuem para o ar acolhedor, familiar e ainda assim com um toque de ostentação.

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Os imensos corredores, que estabelecem a ligação entre os quartos e o restaurante situado no interior do Hotel – remontam à arquitetura proveniente do outrora convento de Nossa Senhora do Rosário (século XV). A intensidade histórica deste local torna cada canto, cada quadro e cada momento único; classificando este espaço como um dos maiores monumentos e espaços turísticos da região. É, sem sombra de dúvida, um ponto obrigatório de visita.


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Forte de S.Francisco -Hotel Forte de São Francisco 5400-435 Chaves Tlf. 276 333 700

Para além do serviço de estalagem, o Hotel Forte de São Francisco oferece também serviços de restaurante, bar e piscina. Todos os serviços, aliados ao requinte do espaço e à simpatia dos flavienses, assumem um estatuto de excelência.

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Agenda Cultural

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Star Wars O Despertar da Força 2 e 3 de Janeiro Cine Teatro Bento Martins Chaves

A continuação da saga criada por George Lucas, tem como ponto de partida 30 anos depois de O Regresso de Jedi... sábado às 15h30, 18h00 e 21h30 domingo às 15h30, 18h30 e 21h30 Org.: Teatr0 Experimental Flaviense

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Cineclube de Chaves

Snoopy and Charlie Brown - Peanuts O Filme

5 e 19 de Janeiro | 21h Cine Teatro Bento Martins Chaves

Apresentação e exposição projeção, debate e convívio. Apareça e inscreva-se. Org.: Cineclube de Chaves

22 e 24 de Janeiro Cine Teatro Bento Martins Chaves

do

filme,

Charlie Brown, Snoopy, Lucy, Linus e o restante gang dos “Peanuts” fazem a sua estreia no grande ecrã, uma animação como nunca antes vista. sexta às 21h30 // domingo às 15h30, 18h30 e 21h30 Org.: Teatr0 Experimental Flaviense


Os Poetas Não Morrem 30 de Janeiro | 21h30 Cine Teatro Bento Martins Chaves

Sabores de Chaves 2016 Feira do Fumeiro 29 a 31 de Janeiro Sexta - 14h até 22h30 Sábado - 10h até 23h

Domingo - 10h até 20h

Pavilhão Municipal de Chaves Mercado Municipal Chaves

Duarte Luz declama Fernando Pessoa, Miguel Torga, Eugénio de Andrade, José Régio e Herberto Helder.

Mais um ano de sabores tradicionais genuínos e autêntivos de elevada qualidade e reputação. Venda de produtos locais, artesanato, gastronomia e muita animação onde a tradição tem gosto. Este ano, os Sabores de Chaves estarão em direto sábado, dia 30, entre as 14h e as 20h, para todo o país no programa “Aqui Portugal” do canal 1 da RTP.

Org.: Teatro Experimental Flaviense

Org.: EHATB e Município de Chaves

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