Ariana lobato

O DESASTRE DE HILLSBOROUGH 1989

Toda a vida aprendemos que o futebol junta gerações, passa valores, ensina o mais novo a acompanhar o mais velho.

Mas essas são ideias modernas coisas que os mais velhos nos ensinaram depois de passar pela época em que valia afinal o contrário.

Nos dias de hoje meninos, todos vamos à bola e pensamos apenas em rir, chorar, sofrer e acreditar nos nossos clubes apoiar apenas.

Hoje em dia vamos ao futebol e levamos os nossos filhos os nossos amigos que às vezes não são do nosso clube e sabemos conviver em harmonia, vivendo apenas o momento festejando, sentimonos seguros, bem acompanhados, os estádios têm condições e acima de tudo aprendemos o valor da palavra fairplay. MAS….

Nem sempre foi assim e esta, esta é uma dessas histórias.

Estamos em 1989 País: Inglaterra.

Numa época em que o mesmo povo estava separado não só geograficamente, mas também pelas cores que defendiam.

Existiam dois clubes que marcavam a porta de entrada e saída do ódio.

Tumultos, pequenas guerras, momentos de tensão, tiravam toda a felicidade que este evento deveria trazer ao seu público, foram apelidados para toda a eternidade de Hooligans.

Bom dia!

Estamos no dia 15 de abril, um grande dia…

Liverpool, Nottingham Forest! Semifinais da Taça de Inglaterra, é o tudo ou nada!

-Bilhete pronto, camisola pronta, cachecol pronto Estádio Hillsborough aqui vou eu!!

-Liverpool! Nottingham! Liverpool! Nottingham!

Liverpool! Nottingham! Liverpool! Nottingham!

- Que multidão enorme!

- Chegou o pessoal do Nottingham, isto vai ser feio, nem os posso ver!

- Mas! Não vejo polícia em lado nenhum, mais uma vez o governo esqueceu-se de nós da classe baixa. Este governo é uma vergonha, depois querem prender todos como se só por ser pobre fosse escumalha.

-Chega te para lá pah! Dá me espaço!

- you suck! you suck!

- HAAA! A porta de entrada para mais um momento feliz, se tudo correr bem vamos sair daqui a mais um paço da taça, desta vez eu entro dentro do campo não há policias que cheguem para nos deterem!!

- Tanta gente para entrar no estádio começo a achar que nem vamos caber todos, mas eu tenho que ver este jogo “NEM QUE SEJA A ÚLTIMA COISA QUE EU FAÇA”.

Neste momento Jonathan f. Smith não sabia o que ainda haveria de acontecer.

Os pouco policias que estavam destacados para o local decidiram abrir todas as portas para a multidão sem bilhete entrar no estádio.

Para explicar aos meninos presentes existiam 6 portões para a claque do Liverpool que tinha quase 16 000 pessoas entrar (mas existiam só cerca de 14 mil lugares disponíveis), existiam apenas cerca de 15 policias para cobrir este mega evento com nada mais do que 25 000 pessoas, esses decidiram erradamente abrir os portões destinados às saídas do estádio para a entrada da restante multidão e o que aconteceu a seguir apenas ele vos pode contar.

- Boa o jogo vai começar, mas ainda não consegui chegar lá para ver.

- Abriram os outros portões boa! vou já por ali.

- O estádio está tão cheio, tanto barulho tanta gente e o jogo já começou, 3 minutos xiiii bola na trave! (ouvem -se festejos) -estão-me a empurrar daqui a pouco estou dentro do campo.

-Estou a ficar apertado, vou para mais perto da grade assim fico seguro.

- Caramba!! Ainda estão a entrar pessoas não há espaço para tanta gente na bancada do forest ainda há espaço podiam ir para lá.

- Estou a ficar sem espaço! Será que foi um erro vir a este jogo?

- Estou a ficar sem espaço, estou a ficar sem espaço, estou sem ar.

- Será que esta vai mesmo ser a última coisa que faço?

- A minha família que me perdoe!

Resumo do que aprendemos com esta história: Este desastre matou 96 pessoas e feriu 800 outras, um estádio sem condições, pouco policiamento, incapacidade por parte da polícia para gerir situações de pânico com multidões.

Um governo que culpou os adeptos do clube ao invés de a si, pois mantinha políticas erradicas em relação ao futebol, pois ligava adeptos apenas e só a pessoas de classe baixa e por essas razões não mantinha nem os espaços nem policiamento adequado nos locais.

Foram erros graves, que valeram vidas!