Camerata Antiqua de Curitiba - temporada 2013

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Alfonsina y el Mar de Ariel Ramires e Felix Luna

A canção “Alfonsina y el Mar” é baseada na história de Alfonsina Storni. Poetisa, filha de pais argentinos, nascida na Suíça, imigrou com seus pais para a província de San Juan na Argentina em 1896. Em 1901, muda-se para Rosario, onde tem uma vida com muitas dificuldades financeiras. Trabalhou para o sustento da família como costureira, operária, atriz e professora. Descobrese portadora de câncer de mama em 1935. O suicídio de um amigo, o também escritor Horacio Quiroga, em 1937, abala-a profundamente. Alfonsina suicidou-se em 1938. Consta que suicidou-se andando para dentro do mar – o que foi poeticamente registrado na canção “Alfonsina y el Mar”, gravada por Mercedes Sosa. Seu corpo foi resgatado do oceano no dia 25 de outubro de 1938. Alfonsina tinha 46 anos. Tiempo para un Tiempo de Roberto Valera

“Tiempo para un Tiempo”, texto: Roberto Valera, 1980. Carinhoso de Pixinguinha e João de Barro

É uma das obras mais importantes da música popular brasileira, foi composta entre 1916 e 1917 por Pixinguinha e posteriormente recebeu letra de João de Barro, sendo gravada com grande sucesso por Orlando Silva. Se Equivocó la Paloma de Carlos Guastavino

Composição de 1941 sobre texto do poeta espanhol Rafael Alberto. A peça, posteriormente, integrou a Suíte Argentina, música para o Ballet Español de Isabel Lopez e versão para orquestra de cordas, coro feminino e tímpanos, essa versão coral é do próprio compositor. Iré a Santiago de Roberto Valera

É uma obra-prima do canto coral. Foi composta com base nos versos do poeta andaluz Federico Garcia Lorca. Sobre a construção do poema:

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CAMERATA ANTIQUA DE CURITIBA

“Os Olhos do andaluz Federico Garcia Lorca se inundaram de luz no Vale de Yumuri, na província cubana de Matanzas, onde alguém falou apaixonadamente sobre a paisagem de Santiago de Cuba, um pouco mais a leste. Ao voltar para o hotel, seu gênio foi capaz de visitar a cidade com a imaginação – estímulo em vez de obstáculo – escreveu os versos mais universais de sua obra, ‘Iré a Santiago’. Impregnados de ardor, urgência de criação e símbolos, o poema parte de um estrangeiro que não conhece a cidade, o que aumenta infinitamente o seu valor. O ‘coche de agua negra’ que tem despertado muita curiosidade, não é mais que uma locomotiva alimentada por carvão, imagem graciosa, capaz de enobrecer a viagem desconfortável de quase mil quilômetros, feita em 1930. Uma vez em terra oriental cubana, pronunciou uma coonferência na Escola Normal para professores, onde explicou os versos de ‘Iré a Santiago’. Lorca dedicou os versos ao estudioso cubano Don Fernando Ortiz. O poema coral foi dedicado ao coro de Santiago de Cuba, Orfeón Santiago, dirigido por Electo Silva. As palavras de Roberto Valera sobre o poema: “O poema tem um poder enorme e certamente me deu força. Lorca não era músico, mas foi capaz de prever a música, a poesia tem uma natureza antifonal, com um lugar para coros. Um coral é um grupo de pessoas felizes, e eu creio nisso...” Pueblito mi Pueblo de Carlos Guastavino

Excelente pianista, Guastavino foi um compositor prolífico, publicou mais de 200 trabalhos em que predomina uma melodia espontânea e clara com um refinado senso de harmonia. Embora a maior parte de suas obras não são consideradas “folclóricas”, suas composições sugerem um leve aroma do folclore argentino. Sua música faz parte desse “folclore imaginário”, do qual falava Bela Bartók. Guastavino manteve uma forte continuidade com a tradição romântica de 1800. Como na vida cotidiana, compunha e tinha um respeito supremo para com o texto, sempre zelou pela prosódia musical. Em suas composições conseguiu uma simbiose entre a


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