REVISTA ORIENTE OCIDENTE N.35 II SÉRIE - 2018 IIM MACAU - www.iimacau.org.mo

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O Prémio Identidade do Instituto Internacional de Macau: propósitos...

2012 – Club Lusitano, Hong Kong

Fundado em 1866 como clube recreativo para a comunidade portuguesa residente em Hong Kong, o Club Lusitano situa-se na Ice House Street, mesmo no centro da cidade. Este é o local da sua segunda e actual sede, tendo a primeira sido estabelecida em Shelley Street, onde nos finais do século XIX viviam muitos portugueses. Os seus fundadores foram Delfino Noronha, J.A. Barreto, Eusébio Honorato d’Aquino, João Luís Salavisa Alves e Filomeno Francisco d’Azevedo e, ao longo de mais de um século, todas as mais destacadas personalidades da comunidade portuguesa ficaram activamente ligadas a esta instituição. Ao longo da sua história, o Club Lusitano foi um recanto de Portugal naquela colónia britânica, sabendo manter viva a sua ligação à Pátria. Governantes e outras altas entidades do Estado Português foram sempre muito bem recebidas nas suas excelentes instalações, onde estão expostos bandeiras, condecorações, estatuetas e quadros ligados a Portugal. As relações com as autoridades e instituições de matriz portuguesa de Macau foram também permanentes e sempre positivas. O Club Lusitano é das mais sólidas e prestigiadas agremiações nesta cidade devido à sua exemplar gestão, além da importância histórica e das acções de solidariedade so-

cial que promoveu, e tem procurado manter vivas a sua acção e a sua missão como uma verdadeira Casa de Portugal no Extremo Oriente. Nas suas modelares instalações existe um restaurante de comida portuguesa, bem como salas de reuniões e recintos para actividades recreativas e de convívio. 2013 – Grupo Dóci Papiaçám di Macau

Em 1993 foi criado um grupo de teatro macaense chamado Dóci Papiaçám di Macau (“A doce língua de Macau”). O nome foi escolhido em homenagem ao poeta macaense José dos Santos Ferreira, mais conhecido por Adé, que usou “Dóci Papiaçám di Macau” como título de uma das suas obras em patuá e que foi também actor em diversas récitas no Teatro D. Pedro V. As peças, escritas e encenadas por Miguel de Senna Fernandes, advogado e um dos co-fundadores do grupo, são em patuá, com alguns momentos falados em português, cantonense e até inglês, dependendo das personagens da peça e também da capacidade linguística dos actores. A primeira peça chamou-se Olâ Pisidente (Ver o Presidente), criada especialmente para a visita a Macau do Presidente da República Mário Soares e apresentada com sucesso no Teatro D. Pedro V. Em 1994 seguiram-se as peças Mano Beto Vai Saiong (Mano Beto vai a Portugal) e Unga Sonho di Na-

tal (Um Sonho de Natal). Em 1995 o grupo fez uma digressão a São Francisco (EUA), São Paulo (Brasil) e Lisboa com a peça Chacha Querê Festa! (A Avó Quer Festa!). No ano seguinte, o Dóci Papiaçám di Macau marcou presença no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica e, em 1997, participou, pela primeira vez, no Festival de Artes de Macau. Desde então tem levado ao palco uma peça por ano, integrada no programa deste Festival. Excluindo velhas famílias que ainda usam o dialecto, este é quase o único contexto onde actualmente se fala o patuá, sendo uma óptima oportunidade para os mais jovens entrarem em contacto com o dialecto. O Prémio Identidade foi entregue a este grupo numa sessão cultural organizada e coordenada pelo Instituto Internacional de Macau, a qual foi integrada no programa do Encontro das Comunidades Macaenses de 2013. 2014 – Escola Portuguesa de Macau

Em 1966 foi inaugurado o novo complexo escolar da Escola Comercial Pedro Nolasco na Avenida Infante D. Henrique, zona privilegiada no centro da cidade de Macau. Esta escola funcionou até 1998, quando foi extinta (juntamente com o Liceu de Macau e a Escola Primária Oficial) para dar lugar à Escola Portuguesa de Macau (EPM), estabelecimento de ensino criado para garantir a existência de uma escola com língua vei-

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