Revista Oriente Ocidente N. 28 - INSTITUTO INTERNACIONAL DE MACAU 2012

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ISSN 1680-7855

EAST WEST

Número 28 Janeiro de 2012

Ilustração de Victor Hugo Marreiros

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www.iimacau.org.mo

Rua de Berlim, 204, Edifício Magnificent Court, 2º (NAPE), Macau, Tel (853) 2875 1727 – (853) 2875 1767 Fax (853) 2875 1797 email: iim@iimacau.org www.iimacau.org.mo

Este número de Oriente/Ocidente teve o patrocínio da Fundação Jorge Álvares

ORIENTEOCIDENTE “newsletter” do IIM Instituto Internacional de Macau Número 28 Janeiro de 2012 Director: Jorge A. H. Rangel Editor Rufino Ramos Produção IIM Design Gráfico victor hugo design Impressão Tipografia Welfare Lda. Tiragem 2.000 exemplares Preço MOP 30.00 / 3.00

EDITORIAL

05 EDITORIAL

IN Memoriam 06

In Memoriam – Delfino José Rodrigues Ribeiro

Exposições 08 10

Macau é um Espectáculo O Oriente de Influência Cultural Portuguesa

Seminários

12 III Seminário “O Papel de Macau no Intercâmbio Sino-Luso-Brasileiro” Macau Rio de Janeiro Lisboa

Festlatino 14

Macau Assinatura do Protocolo com o Observatório da Língua Portuguesa

Conferências 16 18 21

Colóquio Sun Yat Sen – A Fundação da República na China e em Macau Colóquios da Lusofonia – Vinte Sinais Premonitórios da Mudança Histórica Encontro de Escritores de Língua Portuguesa

Serão Macaense 22

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Evocando Graciete Batalha e J. J. Monteiro Com Pedro Barreiros – Arte Médica, Poética e Pictórica Com Padre Luís Sequeira – Missionários Com Rita Santos – À Descoberta da China e dos Países Lusófonos


Publicações

24 Macau Focus Colecção Missionários para o Século XXI Colecção Novos Caminhos 25 Colecção Mosaico Monografias

Prémio Identidade 2011 26

Prémio Identidade

Comemorações 28 30

Adé recordado na Academia Brasileira de Letras Arraial de S. João

Projectos 31

River Basin Governance in the European Union and China

Visitas 32 37 37

Visita de Quadros Superiores do Governo da RPC a Portugal Inauguração do Macau Cultural Centre em Fremont Cônsul Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e Dina das Neves, vice-presidente do Instituto Camões

Organizações Internacionais 38 38

IIM na V Reunião de Observadores Consultivos da CPLP IIM admitido na UCCLA

Sócios 39 39

Assembleia Geral Professor Lei Heong Iok distinguido com Medalha de Ouro ORIENTEOCIDENTE 3


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Editorial

EDITORIAL Macau é um organismo vivo. Como todos os organismos vivos, nunca permanece estático face a um mundo em constante evolução. A cada dia que passa, é mais global, mais cosmopolita, mais aberta ao mundo e para o mundo. A cada dia que passa, Macau é maior e o papel de Macau no Século XXI torna-se mais importante, para a China, para os países lusófonos e para o mundo. O Instituto Internacional de Macau é uma célula deste organismo vivo. Uma célula com uma função preponderante na expansão da imagem e da ideia, desta nova Macau, no contexto global. E evolui, assim como o território. Algures durante processo de evolução constante, vão-se experimentando métodos e alianças com outras células cujos papéis também são importantes para um desenvolvimento sustentado e sustentável. E evoluímos todos, em conjunto. Seguindo as linhas originais de orientação, nunca esquecemos o objectivo para o qual o IIM foi criado. A cultura e a identidade de Macau são os pilares da nossa actividade, e o desenvolvimento de Macau é o nosso objectivo. Através de protocolos de cooperação, exposições itinerantes, seminários internacionais, actividades culturais e uma parte editorial forte, conseguimos exportar Macau para o mundo e importar o mundo para Macau. Através da adopção de novos sistemas de divulgação e comunicação, apoiados na tecnologia, podemos chegar mais longe, mais rápido, e podemos criar espaços virtuais que competem, em área e importância, com o espaço físico a que pertencemos. Este número da

conta a história de um IIM em três continentes e dezenas de cidades, aliado a instituições de reconhecimento internacional, que continua, como sempre, a mudar e a evoluir, para melhor servir o território, organismo vivo do qual faz parte.

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In Memoriam

Em cima Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, no ano de 1927 Em baixo Delfino Ribeiro na companhia de amigos na esplanada do cafĂŠ Solmar

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IN Memoriam

Delfino Ribeiro

José Rodrigues

IN Memoriam

Delfino José Rodrigues Ribeiro nasceu em Macau a 24 de Maio de 1930 (na casa da avó à Rua do Campo) e licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa. Iniciou a carreira profissional como subdelegado do Procurador da República em 1955. Anos mais tarde, regressa a Macau, onde prosseguiu a carreira. Foi director do Arquivo Provincial do Registo Criminal, juiz do Tribunal de Polícia de Macau; director e docente dos cursos técnicos da Polícia Judiciária; inspector-adjunto da Polícia Judiciária (1969). A 22 de Abril de 1961 é confirmado como inspector-adjunto da Policia Judiciária que fundou. Enquanto estudante, desenvolveu diversas actividades no Centro Universitário da Mocidade Portuguesa. Foi ainda director-geral dos Serviços de Intercâmbios da Mocidade Portuguesa. Foi deputado por Macau à Assembleia Nacional entre 1969 e 1973 (X e XI legislaturas). Em 1973 publica o Exame Prévio sobre a Toxicomania (editado pelo Centro de Informação e Turismo). Em 1980 foi eleito deputado por sufrágio indirecto para a Assembleia Legislativa de Macau. Morreu no passado dia 17 de Janeiro de 2012. Esta é uma pequena biografia de um homem cuja vida dava um livro. Delfino José Rodrigues Ribeiro foi uma figura de importância indiscutível na Macau do Século XX e era Sócio do IIM. A sua ausência será sentida de uma forma tão forte como o foi, a sua presença.

Retalhos de uma vida, Colecção Mosaico, Vol XIV publicada pelo IIM em 2009 ORIENTEOCIDENTE 7


Exposições

Exposições

macau

é um espectáculo

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Exposições

MACAU É UM espectáculo no Brasil A Biblioteca Nacional de Brasília inaugurou, no dia 6 de Maio, a exposição “Macau é um Espectáculo”, é constituída por 51 fotografias que retratam as manifestações culturais das tradições orientais e ocidentais com todo o seu exotismo, colorido e exuberância nas ruas de Macau, organizada pelo Instituto Internacional de Macau, em cooperação com a Associação Fotográfica de Macau. A Biblioteca Nacional de Brasília é uma instituição jovem, incluída num programa para o conjunto cultural da capital administrativa do Brasil. Aberta ao público desde 2008, acolheu cerca de 170.000 visitantes em 2009, e o número cresceu para mais de 200.000 em 2010. A exposição está em itinerância no Brasil desde 2010. Foi mostrada anteriormente em São Paulo, na FECOMÉRCIO, no Rio de Janeiro, no Real Gabinete Português de Leitura e na Associação Chinesa, no Recife,no Gabinete Português de Leitura e na Universidade Paula Frassinetti. Da Biblioteca Nacional de Brasília, regressou a São Paulo, onde foi inaugurada, no átrio da Câmara de São Bernardo do Campo, no Grande ABC, integrada na cerimónia de abertura da Convenção do Elos Internacional. Este é mais um passo importante na missão do IIM, em direcção a mostrar Macau ao mundo, como um centro cultural, entre as dimensões oriental e ocidental. ORIENTEOCIDENTE 9


Exposições

O Oriente de Influência

Em Abril, o Clube Militar foi palco de mais uma exposição de postais antigos da colecção de João Loureiro, organizada pelo Instituto Internacional de Macau. Nesta mostra, a exposição conta com cento e setenta postais fotográficos datados dos finais do Século XIX até aos anos sessenta do Século passado, que referentes ao Estado da India (Goa, Damão e Diu), Macau e Timor, incluindo ainda uma breve introdução com propósitos de contextualização histórica relativa aos testemunhos dos antigos Império e Padroado do Oriente. Nas palavras de João Loureiro: “O Oriente que na era quinhentista começou a ser percorrido por navegadores, militares, comerciantes e missionários lusitanos teve a sua matriz na mítica Ilha de Moçambique, por onde passaram, entre tantos outros vultos ilustres,

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Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque, Camões e S. Francisco Xavier. Desde então e até ao último ano do Século XX, quando ocorreu a transferência da administração de Macau para a China, decorrera cerca de cinco centúrias em que, a uma escala global, a língua e a influência cultural portuguesas chegaram a terras distantes do Índico e do Pacífico. É precisamente esta herança cultural lusitana no Oriente, bem como variados aspectos da

paisagem geográfica, urbanística, arquitectónica, social e humana dos territórios por ela impactados - documentados de forma singular e muito expressiva nos bilhetes postais - que esta exposição pretende pôr em relevo, contribuindo, desse modo, para ampliar o seu conhecimento e incentivar a sua preservação.” No programa de itinerância desta exposição pelo Brasil, o “Oriente de Influência Cultural Portuguesa” esteve exposta no Gabinete Por-


Cultural Portuguesa

tuguês de Leitura do Recife e na abertura do Festlatino/2011. João Loureiro nasceu em Lisboa no ano de 1949. É magistrado judicial aposentado, tendo iniciado a sua carreira no quadro ultramarino em Angola. Foi também gestor de um grupo multinacional de publicidade e comunicação, sendo actualmente administrador não-executivo de uma empresa.

Exposições

Sociedade Histórica da Independência de Portugal e membro-fundador e da direcção do Instituto Internacional de Macau. Começou a coleccionar postais por influência familiar, mas depressa o hobby se transformou numa fixação “saudável”. Antiquários, livrarias, alfarrabistas: correu tudo e, hoje, tem uma colecção de mais de 12 mil postais, conseguidos em vários países e circunstâncias.

É sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, vice-presidente da Assembleia Geral da

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III seminário Seminário

SEMINÁRIO

III SEMINÁRIO “O Papel de Macau no intercâmbio

O Seminário “O Papel de Macau no intercâmbio Sino-Luso-Brasileiro” teve em 2011 a sua terceira edição, tendo os seus trabalhos, face ao êxito alcançado em anos anteriores, sido alargados a Lisboa, e cremos ser uma experiência única, um seminário deste tipo decorrer em três continentes diferentes. O seminário é organizado pelo IIM em parceria com o Instituto Brasileiro para o Estudo da China e da Ásia-Pacífico (IBECAP), que tem sede no Rio de Janeiro. Macau A primeira sessão do III Seminário “O Papel de Macau no intercâmbio Sino-Luso-Brasileiro” teve lugar em Macau no dia 6 de Outubro, e decorreu no auditório do IIM. Lourenço Cheong, empresário intimamente ligado ao Brasil e a Macau e ex-quadro superior do IPIM, e Severino Cabral, professor universitário e presidente do Instituto Brasileiro dos Estudos da China e da Ásia Pacifico (IBECAP), protagonizaram a sessão de abertura da fase de Macau. “Vivências no Brasil” e “O Diálogo SinoLuso-Brasileiro e o seu papel na Nova Ordem Mundial Multipolar” foram os temas apresentados e debatidos, nas perspectivas política e económica. A importância de Macau como plataforma de entendimento entre a China e o mundo lusófono foi relevada nas comunicações apresentadas, mas com a sugestão de que é necessário ampliar o fluxo de intercâmbio entre os países de língua portuguesa e Macau e aumentar a consciência política do potencial de Macau como porta de entrada para a China. Nesta sessão, Severino Cabral afirmou que “é preciso enviar [para Macau] professores, jornalistas, estudantes, pesquisadores, ampliar o intercâmbio académico, cultural e até empresarial. O intercâmbio não tem crescido ao ritmo necessário e por isso é preciso fazer mais esforços para que cresça. (...) Há uma percepção a nível político desta questão, mas ORIENTEOCIDENTE 12

está longínqua. (...) O desafio é saber como utilizar Macau como plataforma da língua e da cultura portuguesas de forma a difundi-las para toda a China.” Na mesma sessão foram lançadas as edições do IIM, “Macau e o Intercâmbio Sino-LusoBrasileiro — Impor tância do Fórum de Macau para o Brasil”, da Embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, “Liou She-Shun, Plenipotenciário do Império da China – Viagem ao Brasil em 1909”, de Carlos Francisco Moura, investigador e colaborador do IIM no Rio de Janeiro, e “Sun Yat-Sen e a fundação da República Chinesa vista de Portugal” do Prof. António Vasconcelos de Saldanha. Lisboa A segunda sessão do Seminário decorreu em Lisboa, no Palácio da Independência, no dia 14 de Outubro. Desta vez, os protagonistas das conferências foram o Doutor Luís Cunha, com o tema”Vectores Estratégicos da Política Externa da China”, seguida por uma apresentação da

artista plástica e pesquisadora associada do IBECAP, Marilda Machado, do tema artístico “O Caminho do Vazio” e terminou o Prof. Severino Cabral, Presidente do IBECAP com a comunicação “Interesse Vital do Brasil no Atlântico Sul e Relacionamento SinoBrasileiro: Desafios e Oportunidades”. Foram também feitas as apresentações das obras anteriormente apresentadas em Macau. Rio de Janeiro Após as sessões em Macau e em Lisboa, a terceira parte do seminário “Macau e o Intercambio Sino-Luso-Brasileiro”, organizado conjuntamente pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) e pelo Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia Pacífico (IBECAP) teve a sua conclusão no Rio de Janeiro, com sessões realizadas na da Confederação Brasileira do Comércio, no dia 26 de Outubro, e no dia 27, no Real Gabinete Português de Leitura, a mais emblemática instituição cultural lusa do Brasil. As sessões tiveram larga audiência, entre a qual se destaca a


Seminário

Sino-Luso-Brasileiro” decorreu em 3 continentes

presença do Cônsul-Geral de Portugal e do Cônsul-Geral interino da República Popular da China no Rio de Janeiro. A sessão na Confederação do Comércio, moderada pelo prestigiado jornalista Carlos Tavares de Oliveira, contou com intervenções da Embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, Secretária-Geral para os Assuntos Políticos do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, responsável pela zona da ÁsiaPacífico, do presidente do IBECAP, Severino Cabral, e do presidente do IIM, Jorge Rangel. Na ocasião, foi feita a apresentação do opúsculo “Macau e o intercâmbio Sino-

Luso-Brasileiro -- Importância do Fórum de Macau para o Brasil”, palestra proferida pela embaixadora Maria Edileuza Fontanele Reis no II Seminário realizado no Rio de Janeiro em 2010 e o lançamento de uma nova edição do IIM, intitulada “À Descoberta da China e dos Países Lusófonos -- Potencialidades Turísticas e Estratégias Promocionais”, um volume com mais de 300 páginas, ricamente ilustrado e com ampla informação sobre o turismo na China e no mundo lusófono.

investigador Carlos Francisco Moura sobre “Liou She-Shun, Penipotenciário do Império da China, Viagem ao Brasil em 1909”. O Prof. Arno Wehling, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, comentou e enalteceu a qualidade e a oportunidade da obra, tendo também usado da palavra o presidente do Real Gabinete e os Cônsules-Gerais da RP China e de Portugal, todos referindo a acção relevante e as múltiplas iniciativas levadas a efeito pelo IIM nos últimos anos, no Brasil.

No Real Gabinete Português de Leitura foi feita a apresentação de mais uma co-edição do IIM e do Real Gabinete: um estudo do

O Cônsul-Geral da RPC, Wang Xian, obsequiou a delegação do IIM com um jantar.

Extracto do discurso de A. Gomes da Costa, presidente do Real Gabinete Português de Leitura, na cerimónia de encerramento do III Seminário “Macau e o Intercâmbio Sino-Luso-Brasileiro” “Na qualidade de presidente do Real Gabinete Português de Leitura, cabe-me dizer, na abertura dos trabalhos, algumas palavras. Primeiro, para manifestar a alegria por termos entre nós o Dr. Jorge Rangel e o José Lobo do Amaral, Presidente e Vice-Presidente do Instituto Internacional de Macau, respectivamente, e qua há muitos anos, com o seu trabalho e dedicação constantes, têm levantado e mantido ‘pontes’polivalentes a ligar o Oriente, a Portugal e ao Brasil. Nesse múnus e nessa devoção distinguiram sempre ao lado de outras instituições o Real Gabinete Português de Leitura e devemos, por isso, manifestar-lhes o nosso profundo reconhecimento.” “Nunca será de mais enaltecer o trabalho admirável que a despeito das mutações políticas, das transformações económicas e do impacto nas estruturas administrativas do território e da própria China, tem sido desenvolvido pelo Instituto Internacional de Macau. Desde as vertentes culturais e tecnológicas e científicas, ao apoio às “Casas de Macau” espalhadas por diversos países; desde os estudas na área económica ao intercâmbio universitário; desde as exposições artísticas à edição de obras raras; desde a cooperação com outras instituições à recuperação de acervos históricos e literários de raíz lusíada em grande parte do Oriente, do antigo Estado Português da Índia a Mombaça e Malaca, desde a promoção do turismo à difluência dos valores macaenses pelo espaço da Língua Portuguesa, o Instituto e os seus dirigentes tem vindo a assumir um papel cada vez maior e um protagonismo cada vez mais activo que até as próprias Autoridades chinesas e, obviamente, os países da lusofonia consideram ser de grande interesse e relevância. Macau foi ao correr da História um ponto de encontro do Ocidente com o Oriente. As transformações do mundo moderno e a integração do território na grande nação chinesa não lhe tiraram, como diz o Dr. Jorge Rangel, as imensas e inúmeras potencialidades de continuar a ser uma plataforma de diálogo e de cooperação entre a China continental e os povos de Língua Portuguesa. Por isso, não há de faltar o nosso incentivo e a nossa admiração a todos aqueles que no âmbito do Instituto Internacional de Macau, continuam a investir na construção de futuros e no destino da Região Administrativa Especial, sem que ao longo dessa construção e desse destino sejam perdidos os símbolos de uma presença e os legados de um percurso lusíada e o apagamento de um passado que foi ungido pela coragem, pela determinação e pelo talento do povo português. A eles, mais uma vez, o nosso louvor e a nossa gratidão. Bem hajam pelo que já fizeram. Bem hajam pelo que continuam a fazer.”

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Festlatino

Festlatino em Macau O Seminário “A Língua Portuguesa no contexto do diálogo entre a China e o Mundo Lusófono” realizado no dia 28 de Setembro, organizado pelo Instituto Internacional de Macau e pelo Movimento Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas – FESTL ATINO, constituiu mais uma importante actividade na execução dos objectivos do Instituto Internacional de Macau, para a divulgação e promoção da Língua Portuguesa. No primeiro dia do evento, foi assinado um protocolo de cooperação entre o Instituto Internacional de Macau e o Observatório da Língua Portuguesa, onde se prevê que o IIM passa a representar o Observatório junto de instituições culturais e académicas em todo o Extremo Oriente, funcionando como delegação do OLP na RAEM. Na sessão de aber tura do seminário, o Presidente do Obser vatório da Língua Portuguesa, Embaixador Eugénio Anacoreta Correia apresentou uma comunicação subordinada ao tema “Perspectivas actuais da Língua Portuguesa”.

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Num mundo lusófono com imensas pe r spe c tiva s de cre scime nto, c om a s economias florescentes de Angola e do Brasil, o orador disse acreditar que “a muito curto prazo, o português acabará por ter a consagração internacional que hoje ainda não tem. Porque apesar de não ter esse reconhecimento na ONU, é uma das três línguas mais faladas em todos os continentes. Acaba por ter um perfil que lhe dá força.” Acredita ainda que “a língua portuguesa terá um futuro muito grande” e que o acordo ortográfico será indispensável para uma maior união do português, que pode levar a essa consagração. Realçou, também, a importância de Macau enquanto ponto-chave para as relações entre a China e o mundo lusófono. Depois, o coordenador geral do Movimento Festlatino, o Prof. Humberto França, fez uma apresentação dos objectivos do movimento e referiu a importância que para o movimento tem a realização em Macau deste seminário. Na manhã do dia a abertura do FESTLATINO, o Presidente do Observatório da Língua

Por tuguesa e o Coordenador- Geral do FESTLATINO, acompanhados pela Direcção do IIM,colocaram um ramo de flores no busto de Camões. O programa do segundo dia do seminário foi cancelado devido à aproximação de um tufão, tendo sido transferido para os dias 28 e 29 de Novembro. Patuá, literatura lusófona traduzida e jornalismo. Estes foram os três ingredientes base do primeiro dia da segunda parte do seminário “A Língua Portuguesa no contexto do diálogo entre a China e o mundo lusófono”. Sendo realizada no auditório da Escola Portuguesa como que a desafiar a jovem plateia a reflectir e descobrir alguns dos diferentes legados que os portugueses deixaram pelo mundo. A abrir o programa, esteve o Patuá, com uma apresentação de Miguel de Senna Fernandes, que desafiou o público acerca da Língua Macaísta, atraindo a atenção mesmo


Festlatino

“famoso [acordo] ortográfico”, esclarece a professora. “E é disso que vamos falar, porque Macau ainda não aderiu, ou seja está a dormir”. O IIM aproveitou a oportunidade para lançar o livro “Perspectivas actuais da Língua Portuguesa”, contendo a conferência, com igual título, que o Presidente do Observatório da Língua Portuguesa, Embaixador Eugénio A nacoreta Cor reia profe riu ao abrir o FESTLATINO Macau, no dia 28 de Setembro.

do público mais jovem. O presidente da Associação dos Macaenses (ADM) confessou que gostava de ver a elevação do patuá a património intangível da Humanidade, mas para isso “tem de haver um envolvimento ainda maior, tanto de académicos como da sociedade civil”. O tradutor, poeta e professor, Yao Jing Ming apresentou neste seminário “Um breve esboço sobre a tradução de escritores de Língua Portuguesa para Chinês”. Conclusão: durante muito tempo, a literatura lusófona não foi objecto de interesse para quem habitava as terras do Oriente. No entanto, esta realidade foi mudando ao longo dos tempos e, hoje, nomes como Fernando Pessoa, Jorge Amado, José Saramago ou Paulo Coelho fazem parte das estantes das livrarias chinesas. No caso do Nobel português, Yao Jing Ming disse mesmo que “é muito apreciado na China devido à sua reflexão sobre a condição humana”, sendo por isso, ao lado de Pessoa, “o mais conhecido”.

as vantagens culturais e linguísticas para converter a RAEM num centro de ensino e investigação da Língua Portuguesa na China”, referindo que é fácil de entender em tempos de aposta nos mercados dos países falantes de português. “O português tornou-se importante economicamente, antigamente não havia essa necessidade, agora, a China quer sair para mercados como o Brasil ou Angola e precisa de formar pessoal”, referiu. A oradora seguinte foi a Profª. Doutora Maria Antónia Espadinha com a comunicação “Acordamos ou não, Macau”. Aqui o “acordar” não significa sair do sono, mas refere-se ao

A publicação foi enriquecida com a inclusão do protocolo de cooperação assinado, durante a referida sessão, entre o IIM e o OLP, onde se prevê que o IIM passa a representar o Observatório junto de instituições culturais e académicas em todo o Extremo Oriente, funcionando como delegação do OLP na RAEM. O livro transcreve também uma resolução adoptado pelo Conselho de Ministros da CPLP, em 31/3/2010, em Brasilia, sobre o Plano de Acção para a Difusão, a Promoção e a Projecção da Língua Portuguesa. Os eventos e congressos do FESTLATINO têm como objectivo disseminar e incentivar o estudo de línguas e literaturas neolatinas, em especial, a Língua Portuguesa, assim como as manifestações literárias e culturais dos dos países de línguas neolatinas, fomentando o diálogo entre os povos que constituem este grupo, através da realização de estudos, cursos, seminários, palestras, eventos literários, musicais e de teatro, cinema e artes plásticas.

A encerrar o seminário, coube ao director do Jornal Tribuna de Macau (JTM) traçar o futuro dos media no território. Futuro esse que, na opinião de José Rocha Dinis, é indissociável da revisão da Iei de lmprensa. A última sessão do seminário realizou-se no auditório do Instituto Internacional de Macau, com a apresentação do Doutor Choi Wai Hao, com o tema - “Desenvolver ORIENTEOCIDENTE 15


Conferências

Conferências

SUN YAT SEN

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Conferências

evocado em Lisboa

A vida e obra de Sun Yat Sen, fundador da República na China, foram evocados em Lisboa, num colóquio organizado pelo Instituto Internacional de Macau (IIM), realizado a 22 de Junho 2011, no Palácio da Independência, sede da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, onde funciona a delegação do IIM. O tema do colóquio foi «Sun Yat Sen - a fundação da República na China e Macau». O Professor António Vasconcelos Saldanha, catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, apresentou a comunicação «Macau visto pelas duas Repúblicas», e o Prof. Ming K. Chan, da Universidade de Stanford, proferiu a prelecção intitulada «The Luso-Macau connections in Sun Yat Sen’s modern Chinese revolution». O historiador António Vasconcelos Saldanha deu a conhecer a correspondência diplomática trocada no período revolucionário chinês até à implantação da República da China, onde destacou aspectos de estreita ligação e de compromisso entre as forças revolucionárias chinesas e as autoridades portuguesas, tanto em Cantão como em Macau. Um aspecto suscitado pelo historiador, foi a profunda amizade e espírito solidário entre o macaense Francisco Hermenegildo Fernandes e Sun Yat Sen. Vasconcelos Saldanha disse que «Sun Yat Sen ficou a dever a vida nos tempos da perseguição» ao seu amigo macaense e ainda foi este, logo em Janeiro de 1912, que felicitou o primeiro Presidente da República chinês, alertando de imediato para perigos acreditando «ser essencial que sejam dados passos imediatos no sentido de fazer parar e evitar abusos desses chefes privados de Cantão, de recrutar o que eles próprios designam por Soldados Republicanos, já que eles contribuem para tornar caótica a situação». Por outro lado, teve um papel fundamental o Cônsul de Portugal em Cantão, Carlos d›Assumpção, que acompanhou com minúncia os acontecimentos do período revolucionário, informando o Governador em Macau e reportando e pedindo instruções ao Ministério em Lisboa.

Se por um lado as então potências estrangeiras na China iam mantendo a sua neutralidade durante o período de transição, deixandose conduzir pelo interesse prático para a salvaguarda dos avultados investimentos até à data feitos na China, Vasconcelos Saldanha adianta também que a República Portuguesa «demonstrou uma inegável e desinteressada simpatia de regime». O investigador do Centro de Estudos da ÁsiaOriental da Universidade de Stanford, nos EUA, Ming K. Chan na sua comunicação deu ênfase a três momentos chave da implantação da República da China, focou a dimensão geopolítica e sócio-cultural única de Macau, na sua tradicional ligação às regiões de Guangdong e do Delta do Rio das Pérolas, ao espaço imperial português e de Língua Portuguesa, acrescentando o Brasil e ainda como plataforma de ligação Oriente-Ocidente e, intercontinentalmente, à Europa, África e Américas. O segundo momento baseia-se na influência cultural que a Macau cristã teve na vida de Sun Yat Sen, transmitindo valores, visões e missões para com uma nova China, e o terceiro período em destaque, baseou-se na inspiração que Sun Yat Sen absorveu das campanhas republicanas do estilo europeu, fundado nos valores da social-democracia. O historiador da Universidade de Stanford não quis deixar de frisar que a revolução de 5 de Outubro de 1910, em Portugal, serviu de estímulo ao que veio a tornar-se no primeiro Presidente da República chinês, e que as relações lusófonas e latinas serviram

também de base de apoio financeiro para levar a cabo a revolução. Sublinhou, ainda, que infelizmente ainda é pouco conhecida a dimensão do relacionamento de Sun Yat Sem e a Comunidade Macaense ou Portuguesa de Macau, do relacionamento com o próprio governador de Macau, com as elites políticas e profissionais de Macau, como refere, citando o caso do seu colaborador e amigo, Francisco Hermenegido Fernandes, director do jornal Echo Macaense. Em jeito de conclusão, recordou Ming K. Chan, que não obstante as contínuas reivindicações da então recém implantada República chinesa sobre o retrocesso de Macau à China, o tratamento dos casos de Hong Kong e de Macau, acrescentou o historiador, «foram dois casos diferentes. Se no caso da colónia britânica a atitude era de inimizade generalizada e que urgia a expulsão de toda a influência britânica na China, no caso de Macau, seria muito bem vinda a continuação da presença portuguesa em Macau se a praça ultramarina portuguesa retornasse à soberania chinesa. Seguiu-se um animado debate, no final do qual foram sugeridas novas pistas para trabalhos de investigação sobre este tema, especialmente no que respeita ao papel de Macau na formação e afirmação política daquela grande figura da China moderna. Ambas as comunicações do Prof. António Vasconcelos Saldanha e do Prof. Ming K. Chan foram publicadas pelo IIM, integradas na colecção “Mosaico”.

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Conferências

Vinte Sinais Premonitórios da Mudança Histórica

COLÓQUI dA LUSOF A visita dos dois antigos governadores de Macau, General Garcia Leandro e Engenheiro Carlos Melancia coincidiu com a realização dos Colóquios da Lusofonia em Macau, desta vez com o tema: “Macau – Quatro Séculos de Lusofonia: Passado, Presente e Futuro”. Aproveitando a coincidência temporal, o Instituto Internacional de Macau organizou duas sessões, uma no Clube Militar e outra no Auditório do IIM. Na primeira sessão, no Clube Militar, foi apresentada a obra do General Garcia Leandro, “Macau nos Anos da Revolução Portuguesa – 1974-1979”. Nesta obra, Garcia Leandro, que foi Governador de Macau durante aquele período, leva-nos aos quatro anos da sua vida depois da revolução de Abril, numa Macau frágil e confusa (ligada a Portugal e, num plano regional, à China e a Hong Kong), às suas muitas dificuldades políticas, sociais e

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económicas, ao conflito contínuo dos interesses em movimento. Cada situação é enquadrada no tempo que a precede e, em muitos casos, o desenvolvimento relatado.

Pela primeira vez, neste livro, a reestruturação local do Governo e da Administração é explicada, assim como os caminhos que foram tomados na direcção de estimular a economia (a dinâmica dos investimentos, a reavaliação dos contratos da indústria do jogo, etc.) no reforço das relações entre as comunidades e a resolução de problemas reais da população. Conta-nos também, como Portugal era visto no Extremo-Oriente – no Japão, Malásia, Filipinas, Índia (especialmente Goa), – e também na Austrália e Indonésia, apresentando-nos alguns novos elementos sobre a crise em Timor. Em alguns capítulos somos apanhados de surpresa por episódios cheios de tensão.


Conferências

o ONIA Garcia Leandro termina este livro referindo a ética ao serviço do Estado e confessando a sua frustração pelo Portugal de hoje que, considera, vive uma situação previsível e evitável. Escrito na primeira pessoa, este livro é um testemunho essencial para o estudo da nossa história contemporânea.

Na segunda sessão, incluida no programa dos Colóquios da Lusofonia, no auditório do IIM, após uma breve apresentação do IIM pelo seu presidente, Jorge Rangel, foi assinado um protocolo de cooperação entre a Associação Internacional de Colóquios da Lusofonia e o Instituto Internacional de Macau. De seguida, o Gen. Garcia Leandro apresentou uma conferência intitulada “Vinte Sinais Premonitórios da Mudança Histórica”.

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Conferências

II ENCONTRO de Escritores de Língua Portuguesa em Natal, Rio Grande do Norte

Promovido pela Prefeitura Municipal de Natal, pela Fundação Cultural Capitania das Artes e pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), realizou-se na capital do Rio Grande do Norte, Brasil, entre 23 e 25 de Novembro, o II EELP - II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa. Os temas das sessões foram – Poesia Escrita para Música, O Estado e a Evolução da Língua Portuguesa, e Literatura de Viagens. As sessões contaram com conferências de professores universitários, escritores, jornalistas e músicos oriundos de todos os países de Língua Portuguesa. Macau esteve presente neste Encontro através da participação de Rui Lourido, historiador português, presidente do Observatório da China, que apresentou o tema “A Viagem – Paradigma do Encontro: Percepções Portuguesas e Chinesas sobre Macau/China e o Brasil”, pesquisa que vem desenvolvendo com o investigador Jin Guo Ping (historiador e tradutor chinês) e Wu Zhiliang, presidente da Fundação Macau, e por Carlos Francisco Moura, investigador do Rio de Janeiro, que representou o IIM, e apresentou o tema “A Jornada de Antonio Albuquerque Coelho de Goa a Macau em 1717-1718”. O Encontro, cujas sessões decorreram sempre com grande participação, cumpriu a sua finalidade, prevendo-se a continuidade dad sua realização em 2012. As conferências e comunicações apresentadas serão objecto de publicação pela Prefeitura de Natal.

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Serões Macaenses

SERÕES MACAENSES no IIM e no Albergue da SCM O Serão Macaense esteve fora de cena mas regressou para falar do passado e trazê-lo a um presente que lhe guarda espaço. Foi o que aconteceu no dia 4 de Abril, quando, entre histórias e memórias, foram recordados dois nomes que marcaram Macau, Graciete Batalha, a ‘grande professora’ com intervenção cívica e política, e J. J. Monteiro, o ‘homem simples’ que deu poesia a esta terra. Américo Leong Monteiro e Jorge Cavalheiro apresentaram, respectivamente, as obras “Meio Século em Macau, Volume I e II”, de J. J. Monteiro, e “A Professora Graciete Batalha”, de António Aresta. Este retorno ao Liceu de Macau, através

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da homenagem póstuma a duas personalidades marcantes da história da instituição, cada um à sua maneira, marcou a vontade do IIM de reinstalar a periodicidade do Serão Macaense, como lugar comum de partilha de histórias e memórias, não só na primeira pessoa. No dia 21de Abril, desta vez no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau, teve lugar mais um Serão Macaense, com Pedro Barreiros, Major-General médico, natural de Macau, Sócio do IIM, artista, escritor e fundador da Associação Wenceslau de Moraes, sobre Arte Médica, Arte Poética e Arte Pictórica.


Serões Macaenses

No dia 9 de Dezembro, no auditório do IIM, o Pe. Luís Sequeira e o Presidente do IIM, Jorge Ranhel, apresentaram os dois novos volumes da colecção Missionários para o Século XXI. O primeiro, “P. Benjamim Videira Pires, meu irmão”, da autoria de Francisco Videira Pires, retrata a vida do sacerdote que “levou a cabo obra multiforme, desdobrando-se, com igual naturalidade, por iniciativas de apostolado, de alta cultura, de educação, de ensino, de construtor de uma instituição escolar que hoje vale milhões, escrevendo sempre para diversíssimos órgãos de Imprensa e, mais ainda, livros de variados géneros literários.” Nas palavras de Jorge Rangel, este “Missionário, educador, historiador e escritor, o Padre Benjamim

Videira Pires foi, por muitos, justamente considerado um dos mais respeitados vultos da cultura portuguesa, no Oriente”. O segundo, “Luigi Versiglia e Callisto Caravario – Mártires Salesianos na China”, da autoria de Luís Cunha, trata da vida destes dois missionários salesianos italianos, martirizados durante a fase conturbada das disputas pelo poder político nas décadas iniciais do regime republicano. No mesmo dia, Rita Santos, secretária-geral adjunta do Fórum China/ Países de Língua Portuguesa, apresentou a obra “À descoberta da China e dos Países Lusófonos” que constitui o 2ª Volume da Colecção “Novos Caminhos” que o IIM dedica

ao tratamento das Relações Económicas, Comerciais e Culturais entre a China e os Países de Língua Portugueses. Um volume com cerca de 300 páginas, profusamente ilustrado, que identifica as potencialidades e as principais atracções turísticas da China, de Macau e dos países lusófonos, bem como as estratégias promocionais utilizadas. Foi elaborado com a colaboração de dez investigadores, e a coordenação da obra esteve a cargo de Gonçalo César de Sá e do presidente do IIM, Jorge Rangel.

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Publicações

Publicações

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Macau Focus Macau and the Economic Relations between China and the Portuguese Speaking Countries

Colecção Missionários para o Século XXI P. Benjamim Videira Pires, Meu Irmão, de Francisco Videira Pires Luigi Versiglia e Callisto Caravario – Salesianos na China, de Luís Cunha

Colecção Novos Caminhos Volume II À Descoberta da China e dos Países Lusófonos – Potencialidades Turísticas e Estratégias Promocionais


Publicações

Colecção Mosaico Volume XVIII - Mal-de-ar in Macau, de Ana Maria Amaro Volume XIX – Mal de Susto or Subissalto (A Queda da Alma), de Ana Maria Amaro Volume XX – The Portuguese Community in Hong Kong, de António M. Pacheco Jorge da Silva Volume XXI – Sun Yat-Sen e a Fundação da República Chinesa vista de Portugal, de António de Vasconcelos Saldanha Volume XXII 十九世紀上半葉活躍在澳門的葡藉漢學家 — 江沙維神父 Volume XXIII – Perspectivas Actuais da Língua Portuguesa, de Eugénio Anacoreta Correia

Monografias Sons and Daughters of the Soil – The first Decade of Luso Chinese Diplomacy, de Ana Maria Amaro Liou She-Shun, Plenipotenciário do Império da China – Viagem ao Brasil em 1909, de Carlos F. Moura Macau e o Intercâmbio Sino-Luso-Brasileiro, de Maria Edileuza Fontenele Reis 澳門與中葡巴三國的交流 The Luso-Macau Connections in Sun Yatsen’s Modern Chinese Revolution, de Ming K. Chan 紀念辛亥革命成功一百周年 — 緬懷孫中山澳門革命摯友飛南第

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Prémio Identidade 2011

PrÉMIO 2011 CONTEMPLA DOIS PROJECTOS DA MEMORIA MACAENSE Os órgãos sociais do Instituto Internacional de Macau deliberaram atribuir, para o ano de 2011, o Prémio Identidade, ex-aequo, a “Macanese Families” e ao Projecto Memória Macaense”, ambas páginas electrónicas, criadas e mantidas respectivamente pelo Emérito Prof. Henrique d’Assumpção e Rogério da Luz. Muitos dos participantes do último Encontro das Comunidades Macaenses tiveram oportunidade de apreciar a apresentação da página digital

“Macanese Families” (www.macanesefamilies.com)

“Macanese Families”(www.macanesefamilies.com) (PMM) – http://www.memoriamacaense.org/projectomemoriamacaense

feita pelo Prof. Henrique António d’Assumpção, mais conhecido por “Quito”. Encontra-se nela incluída a genealogia das famílias macaenses e bem assim informações variadas, de natureza cultural e histórica. O sistema está concebido de modo a permitir a actualização do registo das famílias macaenses, desde que a informação chegue ao administrador do projecto. “Existe mais nessa página electrónica do que genealogia. Há artigos sobre a história dos Macaenses, cultura, culinária, patuá e mesmo música, e ligações a outros sítios digitais”, diz o seu autor que quis: • Incutir um sentimento de orgulho pelo património Macaense; • Aumentar o interesse entre as novas gerações de Macaenses pelas raízes dos ascendentes;

• Ajudar a preservar os registos culturais e históricos; • Prover continuidade ao trabalho indefinidamente para o futuro. Pelo alcance da iniciativa que visa perpetuar o registo e a memória de pessoas e dos legados históricos e culturais de Macau, o IIM considerou ser oportuno prestar homenagem a este projecto, em boa hora criado pelo Emérito Prof. Henrique d’Assumpção.

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Prémio Identidade 2011

IDENTIDADE O outro premiado, Projecto Memória Macaenses

(PMM) – http:// www.memoriamacaense.org/ projectomemoriamacaense foi criado em 2003, e mantido desde então por Rogério dos Passos Dias da Luz, que jovem emigrara para o Brasil. Foi dos primeiros projectos, dessa natureza, a ser colocado no espaço cibernético, especialmente dedicado a Macau. Como o título sugere, trata-se de “...uma iniciativa pessoal e independente, tendo como objetivo, como o próprio nome diz, a memória macaense. Falar e mostrar imagens daquele Macau, com o qual o seu autor se identifica,

pelas suas origens, formação, a vivência familiar, os tempos de escola e das amizades, e pela saudade que bate no peito e faz chorar por aqueles belos tempos que muita história, cada macaense, tem a contar. O Projecto Macaense acredita que “um povo sem memória é um povo inexistente, um povo sem saudade é um povo sem sentimento. Seguir em frente, sem olhar o passado, é matar as raízes que sustentariam a eternidade de um povo. É o que a gente macaense não deseja, quer ver a sua existência estendida, não quer ser um povo em fase de extinção”. Julga que esta tarefa cabe a cada macaense e este Portal é mais um contributo, vindo a somar às inúmeras iniciativas de outros macaenses, em Macau e em outros Países.” De então para cá, o espaço tem sido actualizado e enriquecido com fotografias de pessoas, lugares e acontecimentos, dos velhos tempos como dos mais recentes, constituindo-se um verdadeiro repositório da memória de muitos que viveram em Macau e quiseram manter-se a ela ligados pelo coração.

Neste ano, o IIM decidiu dar igual reconhecimento ao Projecto Memória Macaense pela obra desenvolvida, ao longo de anos, a qual, de forma desinteressada e dedicada, serviu de instrumento para manter ligados os macaenses, disseminados pelos quatro cantos do mundo. Em anos anteriores e desde 2003, o IIM tinha atribuído este Prémio a várias instituições designadamente à Diocese de Macau, Santa Casa da Misericórdia, Universidade de Macau, etc., pela sua contribuição para a preservação da identidade macaense. No dia 23 de Outubro, na Casa de Macau de São Paulo (Brasil), foi entregue a Rogério Passos da Luz o troféu e o diploma do Prémio Identidade 2011, pelo seu projecto “Memória Macaense”, Usaram da palavra, na ocasião, Jorge Rangel, Presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), Gilberto Quevedo da Silva, presidente da Associação Casa de Macau de São Paulo, e o contemplado, que recebeu o prémio visivelmente emocionado, acompanhado duma ovação de pé de todos os conterrâneos e convidados presentes.

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Comemorações

AdÉ

Comemorações

recordado na Academia Brasileira Jorge Rangel e José Lobo do Amaral, respectivamente presidente e vice-presidente do Instituto Internacional de Macau, foram recebidos na Academia Brasileira de Letras para uma singela homenagem a José dos Santos Ferreira (Adé). Um poema em patuá dedicado ao Brasil, da autoria deste saudoso poeta macaense, ilustrado por Victor Hugo Marreiros (na página anterior) foi oferecido pelo IIM à Academia. Este gesto simbólico veio na sequência da sessão realizada há dois anos naquela prestigiada instituição, por iniciativa conjunta do IIM e da Academia, de homenagem ao escritor macaense Henrique de Senna Fernandes. Na sua intervenção, Jorge Rangel havia lido esse poema, tendo o então presidente da Academia, Prof. Cícero Sandroni, revelado interesse em ter o poema no seu acervo. Durante este novo encontro do IIM com altos responsáveis da Academia, foi decidida a preparação de mais um seminário sobre temática macaense a incluir no programa daquela instituição em 2012.

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Comemorações

SÃO JOÃO

Dia de

O Instituto Internacional de Macau aliou-se, mais uma vez, a várias outras instituições do território para comemorar o Dia de São João Baptista, Santo Padroeiro da cidade, nos dias 25 e 26 de Junho. O bairro de São Lázaro acolheu as celebrações como tem vindo a ser tradição, com uma série de actividades gastronómicas, culturais e de entretenimento, diferindo dos anos anteriores pela ausência de um convidado de honra que não costuma falhar, a chuva. As barraquinhas e os enfeites típicos voltaram a dar vida àquela parte da cidade, habitualmente tão calma. O campeonato de “chiquia” voltou a animar o público e a atrair uma série de participantes ávidos de demonstrar qualidades atléticas que hibernam durante o resto do ano. A preservação das tradições de Macau é uma das principais preocupações do IIM, e o dia de São João mantém um espaço de referência na manutenção da cultura e identidade Macaense.

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Projectos

Projectos

Actividades do Projecto RiBaGo (River Basin Governance in the European Union and China)

Teve lugar no dia 5 de Setembro na Universidade de Macau, a conferência “Water Governance: European and Chinese Perspectives” co-organizada pelo Programa Jean Monnet da Universidade de Macau e o Instituto Internacional de Macau (IIM), no âmbito do projecto “River Basin Governance in the European Union and China”. A conferência contou com cinco apresentações dedicadas à evolução do direito da água no contexto da União Europeia, pelo Professor Paulo Canelas de Castro; ao paradigma de gestão integrada de recursos hídricos, pelo Dr.Timothy Moss; ao processo de implementação da Directiva Europeia da Água no contexto irlandês, pelo Professor Keith Richards; ao carácter policêntrico do sistema de governança dos recursos hídricos na República Popular da China; e finalmente ao sistema de controlo da poluição da água, por Simon Spooner, representante do Programa de Cooperação UE-China no domínio da Gestão de Bacias Hidrográficas. A conferência serviu ainda o propósito de apresentação de resultados do projecto RiBaGo que beneficia do co-financiamento do Instituto Internacional de Macau, através do apoio da Fundação Macau. O projecto nasceu da cooperação entre a Universidade de Cambridge e a Academia de Ciências Sociais de Pequim, e mereceu o apoio de várias entidades europeias e chinesas. O apoio do IIM tem-se traduzido não só no apoio logístico ao primeiro workshop do projecto RiBaGo, organizado em 2009, mas também no apoio financeiro a uma participação mais alargada de peritos chineses nos trabalhos do segundo e terceiro workshops realizados em Cambridge, em 2010, e em Pequim em 2011, entre os dias 29 de Agosto a 2 de Setembro último.

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Visitas

I Programa de Formação para Quadros Superiores do Popular da China na Região Administrativa Especial de de Portugal A sessão inaugural do Programa contou com uma breve apresentação da estrutura lectiva, que esteve a cargo do Presidente do IIM, Dr. Jorge Rangel, na presença do VicePresidente do IO-ISCSP/UTL, Prof. António Vasconcelos de Saldanha, do Presidente da Direcção Central da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Dr. Alarcão Troni, e do Dr. Nuno Rogeiro, professor universitário e analista político, que proferiu a lição de abertura, subordinada ao tema, “Portugal na Encruzilhada”.

O Instituto Internacional de Macau (IIM) organizou pela primeira vez o “I Programa de Formação para Quadros Superiores do Gabinete de Ligação do Governo Central da República Popular da China na Região Administrativa Especial de Macau sobre o Sistema Judicial, Administrativo e Político de Portugal” que decorreu, em Portugal, de 6 a 24 de Setembro de 2011. A delegação de 24 quadros superiores foi chefiada pelo Vice-Director do Gabinete de Ligação da República Popular da China na Região Administrativa Especial de Macau, Chen Qiming, coadjuvado pelo sub-chefe da delegação, Chang Yuxing, e pelo porta-voz, Sun Da. A visita de estudo e informação teve quatro principais componentes, sendo a primeira c e n t r a d a e m c o n fe r ê n c i a s te m á ti c a s , realizadas no Palácio da Independência, a

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segunda composta por visitas a instituições do Estado português e da sociedade civil, incluindo empresas com ligações ou interesse na China. A terceira componente baseou-se em visitas a locais turísticos de norte a sul de Portugal, sendo a quarta componente constituída por um seminário de quatro dias no Instituto do Oriente do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, entidade parceira do IIM. Esta iniciativa inédita do IIM teve por objectivo promover um maior entendimento dos Quadros do Governo Central da RPC na RAEM sobre o modo de funcionamento das instituições públicas e privadas de Portugal, para além de dar a conhecer o ambiente geral sobre o País, focando em especial os aspectos históricos, culturais, sociais e os laços privilegiados com o mundo lusófono.

Seguiram-se outras sessões no Palácio da Independência, sobre os temas “Perspectivas Actuais da Língua Portuguesa”, pelo Embaixador Eugénio Anacoreta Correia, Presidente do Obser vatório da Língua Por tuguesa, “A Imprensa e as Edições em Portugal”, pelo Dr. João Palmeiro, Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, e “Conceitos de Protecção de Dados Pessoais”, pelo Dr. João Novais de Paula, Presidente da Associação Portuguesa de Marketing Directo. No campo do sistema judicial, interveio o Juiz Conselheiro António Santos Carvalho sobre “A Estrutura dos Tribunais Portugueses, quer Interna, quer como Sistema Constitucional e o Tribunal Constitucional e os recursos e apelo de constitucionalidade”, e no da área da Segurança e Defesa, a lição esteve a cargo do General Garcia Leandro, ex-Governador de Macau, sobre “Macau no período pós -Revolução Portuguesa de Abril (1974/1979)”, “Sinais Premonitórios da Mudança Histórica “ e “Defesa e Segurança em Portugal”. Nos temas relacionados com a Política Externa Portuguesa e Lusofonia, foram os conferencistas convidados o Embaixador António Martins da Cruz, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Eng. Miguel Anacoreta Correia, ex-Conselheiro de Estado e actual Secretário-Geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa ( UCCLA) respectivamente com as comunicações, “A Política Externa Portuguesa - As Relações com a República Popular da China” e “Portugal e sua relação com África”. Ainda durante a primeira fase do Programa, os participantes assistiram à apresentação de temas relativos à comunicação social, nomeadamente sobre o “Papel da Sociedade Civil no acompanhamento da prestação do serviço público de Rádio e Televisão”, pelo Presidente do Conselho de Opinião da RTP, Dr. Manuel Coelho da Silva, sobre “Aspectos relacionados com sondagens e previsão de resultados eleitorais em emissões televisivas” pelo Vice-Presidente do Conselho de Opinião, Dr. Rui Oliveira Costa, culminando com a apresentação de uma comunicação


Visitas

Gabinete de Ligação do Governo Central da República Macau sobre o Sistema Judicial, Administrativo e Político

sobre a cobertura das eleições legislativas de 2011, por Luís Nestor Ribeiro, da Direcção de Assuntos Jurídicos e Institucionais da RTP. Intercalando as lições do Programa, a delegação manteve encontros de trabalho e recepções de cortesia com os dirigentes da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, da Casa de Macau e da Fundação Jorge Álvares, da Rádio e Televisão de Portugal, e da Confederação Empresarial Portuguesa, onde foi recebida pelo Presidente e pelo Director Executivo da Confederação. A componente cultural durante a primeira fase da visita de estudo e informação contou com a visita ao Museu de Macau do Centro Científico e Cultural de Macau, e a vários museus de Portugal, e ao Clube do Fado em Alfama. O programa da segunda fase começou com visitas aos principais museus e locais turísticos de Lisboa, designadamente o Museu de Marinha, a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, o Monumento aos Combatentes do Ultramar, o Museu dos Coches, a vila do Estoril, onde visitaram o Casino, Cascais e Sintra, para além da visita ao emblemático local do Cabo da Roca. A delegação chinesa depois de deixar Lisboa rumo à cidade do Porto, visitou Óbidos, o Mosteiro da Batalha, o Santuário de Fátima, a região da Mealhada e ainda as famosas termas do Luso. Na região norte de Portugal, o programa da visita de estudo contemplou a visita à cidade de Guimarães, o Berço de Portugal, onde foram recebidos na Câmara Municipal de Guimarães, pelo Presidente da Câmara, Dr. António Magalhães. Ainda na região norte, foi realizada uma visita ao Parque da Ciência e Tecnologia da Maia (TECMAIA), onde esteve presente o Director-Geral do Centro de Inovação, Dr. António Tavares. Já no dia 13 de Setembro, a delegação chinesa foi recebida pelo Director da Presidência da Câmara Municipal do Porto, Dr. Manuel Cabral, tendo assistido a uma apresentação sobre o sistema político autárquico em Portugal. De seguida foi visitado um projecto de reabilitação urbana para a preservação do património imobiliário, acompanhado pelo Presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto, Dr. Rui Moreira. O programa prosseguiu com a visita à Casa do Infante, onde ouviram uma breve palestra pelo Dr. José Valle de Figueiredo e um passeio no Douro, seguido de uma breve visita a um centro de controlo de energias renováveis da EDP. ORIENTEOCIDENTE 33


Visitas

António Silva Ribeiro e, finalmente, no campo cultural, foi apresentado o tema “Panorama da Arte e da Cultura Portuguesa”, por André Dourado, especialista em Arte e Consultor do Governo Português, à qual se seguiu uma visita ao Museu de Arte Antiga, em Lisboa.

Em Aveiro, a delegação participou, na Universidade de Aveiro,num colóquio inteiramente dedicado à cooperação internacional e ao papel da Universidade no desenvolvimento regional. No programa cultural foi visitado o Museu Underground, nas Caves Aliança e a Costa Brava. A delegação rumou, depois, a Coimbra, para visitar a mais antiga Universidade portuguesa, onde foi recebida pelo reitor, Prof. João Gabriel Silva, prosseguindo depois para a recepção organizada pela Câmara Municipal de Coimbra, onde esteve também presente o membro do IIM, António Leite da Costa, finalizando com a visita à Igreja de Santa Cruz e ao túmulo do primeiro Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques. Em Vilamoura, participaram num colóquio sobre o tema “O Turismo em Portugal e novos empreendimentos no Algarve”, que esteve a cargo do ex-Director da Confederação do Turismo Português, Dr. Jorge Catarino. Já de regresso a Lisboa, e antes do início da componente lectiva organizada pelo Instituto

do Oriente, houve tempo para uma visita ao Centro de Estágio e Formação do Benfica, no Seixal, e pela tarde, para assistir à partida de futebol, Benfica-Académica, no Estádio da Luz, onde a delegação foi recebida pelo presidente Luís Filipe Vieira. Durante a partida de futebol, o Vice-Director Chen Qiming, encontrou-se com o recém eleito Primeiro-Ministro de Cabo Verde, para apresentação de cumprimentos e de felicitações. A componente lectiva organizada pelo Instituto do Oriente contou com intervenções tão variadas como, o “Panorama das Relações Políticas e Diplomáticas Luso-Chinesas”, por António Vasconcelos Saldanha, a “Administração de Estado”, por João Bilhim, o “Sistema Judicial Português”, pelo Juiz Desembargador Rui Rangel e o “Regime Político Português”, pelo Prof. Narana Coissoró. Foi também abordado o tema “Portugal e o Mundo Lusófono”, pelo Eng. Miguel Anacoreta Correia, e já no domínio económico foi tratado o tema “Economia e o Sistema Financeiro Português”, por António Rebelo de Sousa, no domínio marítimo, foi apresentado o tema “O Mar como Espaço de Afirmação Estratégica de Portugal”, pelo Contra-Almirante

Para além das componentes lectivas no Instituto do Oriente, seguiram-se duas visitas de estudo e informação: uma ao Partido Social Democrata, o partido do Governo, outra aos Trabalhadores Sociais-Democratas, onde a delegação foi recebida, respectivamente, pelo Secretário-Geral-Adjunto, Luís Vales e o Secretário-Geral, Pedro Roque. Estas duas visitas tiveram por objectivo dar a conhecer o funcionamento interno de um partido político num regime democrático e do relacionamento político-partidário com as estruturas sindicais em Portugal. Nesta fase final deste primeiro Programa, foram realizadas visitas de estudo institucionais ao Gabinete da Presidência da República, à Assembleia da República, onde foram recebidos pelo Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. Tiveram um encontro de cortesia com o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, e onde esteve presente também o presidente do IIM, Jorge Rangel. O grupo teve ainda um encontro com o Embaixador da RPC em Lisboa, Zhang Beisan. Na componente informativa sobre a Defesa, já no último dia de visitas, a delegação foi recebida pelo Chefe do Estado Maior do Exército, General Pinto Ramalho, no Centro de Tropas Comando, na Serra da Carregueira em Sintra, onde se assistiu à cerimónia de Homenagem aos Mortos, a um “briefing” sobre a história da Unidade e assistiram ainda a dois exercícios de treino com fogo real, para projecção de forças integradas nas Brigadas de Reacção Rápida para o Afeganistão, ao abrigo da cooperação NATO. No final da visita, o Presidente da Associação de Comandos, José Lobo do Amaral, ofereceu ao Vice-Director Chen Qiming, uma versão em língua chinesa do Código Comando Na cerimónia de encerramento do Programa, realizado no Instituto do Oriente, os participantes receberam das mãos do Presidente do IIM, Jorge Rangel, do Presidente do IO-ISCSP/ UTL, Narana Coissoró e do Vice-Presidente do IO-ISCSP/UTL, António Vasconcelos Saldanha, os certificados de participação neste curso intensivo de visita e informação sobre o sistema judicial, administrativo e político de Portugal.

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Visitas

IIM NA INAUGURAÇÃO DO

MACAU CULTURAL CENTer NA CALIFORNIA Foi inaugurado em Fremont, nos subúrbios de San Francisco, o novo Centro Cultural de Macau. Instalado num edifício histórico de três pisos, o novo complexo é gerido, sob a presidência de Maria Roliz, por um Conselho Directivo constituído por membros das três principais associações macaenses nos E.U.A.:a União Macaense Americana (UMA), o Lusitano Club da California e a Casa de Macau (USA). No dia 7 de Maio de 2011, na presença do Cônsul da R. P. China para a Cultura, em San Francisco, Jianhua Sun, decorreu a cerimónia da sua inauguração, realizando-se o corte de fita simbólico, seguido de um tradicional chá gordo, com a participação de uma centena de membros das citadas associações e convidados. Entre estes, contavam-se Joe Chan, presidente do Macau Club (Toronto); José Cordeiro, presidente

colecções de livros e revistas oferecidas por Macau, muitas delas pelo IIM.

da Amigu di Macau (Toronto); Micky da Roza, vice-presidente da Casa de Macau (Vancouver); Arthur Britto, presidente da Macau Arts, Culture & Heritage Institute, dos EUA e Rufino Ramos, Secretário-Geral do IIM.

A abertura do complexo culmina um demorado período de instalação e de remodelação do edifício, cuja traça arquitectónica, por se encontrar classificada, foi sujeita a extensas obras de preservação, cumprindo-se as leis estaduais americanas, após a sua aquisição ter sido efectivada com fundos facultados às três instituições no tempo da Administração Portuguesa de Macau, através de uma das Fundações.

A cerimónia incluiu também uma parte religiosa, com a bênção do edifício que foi realizada pelo Pe. Daniel Nascimento, ele também macaense, a exercer a sua prelatura em San Francisco. Além de dois espaços comerciais sitos no andar térreo cujas rendas irão aliviar os custos da manutenção, o Centro Cultural dispõe ainda de um amplo salão multifuncional no primeiro piso e de uma sala para actividades, de menor dimensão, no último andar, além de um espaço que pode servir de sala de reuniões e de biblioteca, com

Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e Vice-presidente do Instituto Camões visitam IIM O Cônsul Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Dr. Manuel de Carvalho e a vice-presidente do Instituto Camões, Dra. Dina das Neves, foram recebidos na sede do Instituto Internacional de Macau no dia 28 de Julho, por ocasião da visita desta à RAEM. A visita das instalações, em tom informal, foi guiada pelo Secretário-Geral do IIM, Rufino Ramos.

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Organizações Internacionais

Organizações Internacionais IIM participa na V Reunião de Observadores Consultivos da CPLP O Instituto Internacional de Macau participou na V Reunião entre os Observadores Consultivos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Secretariado Executivo da CPLP, que teve lugar no dia 20 de Junho, em Lisboa.

respectiva mobilização de recursos financeiros, a organização do I Fórum da Sociedade Civil da CPLP e a criação da Comissão Instaladora para a Constituição das Comissões Temáticas no âmbito do Fórum da Sociedade Civil da CPLP.

Esta V Reunião teve como agenda de trabalhos a apresentação do plano indicativo de cooperação da CPLP, de projectos de cooperação das organizações da sociedade civil no espaço lusófono, o debate sobre o aprofundamento da cooperação entre as organizações da sociedade civil e a CPLP e a

Actualmente cerca de meia centena de organizações da sociedade civil do espaço de Língua Portuguesa integra o órgão consultivo da CPLP. Em representação do IIM, esteve presente o seu vice-presidente, José Lobo do Amaral que fez a

apresentação da instituição e acompanhou os trabalhos desenvolvidos na sessão. Actualmente cerca de meia centena de organizações da sociedade civil do espaço de Língua Portuguesa integra o órgão consultivo da CPLP. Recorde-se que foi durante a XIV Reunião do Conselho de Ministros da CPLP, na Cidade da Praia, em 20 de Julho de 2009, aprovada, via Resolução, o Regulamento dos Observadores Consultivos da CPLP que, entre várias matérias, estabelece os mecanismos da cooperação dos Observadores, entre si e com a CPLP.

UCCLA

Instituto Internacional de Macau admitido na

O Instituto Internacional de Macau foi admitido como membro da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) durante a realização dos trabalhos da sua XXVIII Assembleia Geral realizada em Luanda, no dia 11 de Maio de 2011. A UCCLA é uma associação intermunicipal de natureza internacional, sem fins lucrativos, criada a 28 de Junho de 1985, com sede em Lisboa e dela fazem parte 21 cidades da África, América Latina, Ásia e Europa, entre as quais Luanda, Maputo, Bissau, Praia, S. Vicente, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Macau, Dili, Lisboa, Coimbra e Guimarães, além de dezenas de empresas e instituições culturais e académicas do vasto mundo lusófono como, entre outras, a Sonangol, a TAP, a ESCOM, a Caixa Geral de Depósitos, a LUSA, a Cabo Verde Telecom, Aeroportos de Moçambique, o Instituto de Investigação Científica Tropical e a Associação das Universidades de Língua Portuguesa. ORIENTEOCIDENTE 38

A UCCLA intervém, entre outros, nos domínios da cooperação e do desenvolvimento económico, científico e empresarial, da cultura lusófona e da formação profissional. Na Assembleia Geral de Luanda foram, ainda, admitidas como membros da UCCLA as cidades de Almada, Benguela, Odivelas, Oeiras e Sintra, e ainda a TAAG (Linhas Aéreas de Angola), a Visabeira e a TV-Ponta Negra (Natal).


Sócios

Sócios

Assembleia Geral No dia 7 de Abril teve lugar, na sede do IIM, a Assembleia Geral Ordinária de 2011. Durante a sessão, foi apreciado e aprovado o relatório de contas do ano transacto; discutido e aprovado o plano de acção para o ano de 2012 e decididos, por unanimidade, os recipientes “ex-aequo” do Prémio Identidade 2011 atribuído aos projectos. “Macanese Families” e “Projecto Memória Macaense”, duas páginas electrónicas mantidas respectivamente pelo Emérito Prof. Henrique d’Assumpção, Austrália e Rogério da Luz, de São Paulo.

Lei Heong Iok Lei Heong Iok, Presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), recebeu a Medalha de Ouro de Mérito, conferida pelo Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos de Portugal (CCISP), por unanimidade. Esta foi a primeira medalha atribuída desde a data da criação da homenagem. A cerimónia de entrega teve lugar durante o Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), no dia 6 de Junho, em Bragança.Nos discursos, o Presidente do CCISP e o Vice-Presidente da Academia de Ciências de Lisboa, ambos reconheceram o mérito da contribuição do galardoado, no fortalecimento da relação académica entre Portugal e a RAE de Macau, assim como na promoção e confirmação do valor da Língua e Cultura Portuguesas, através do IPM. A apresentação de Lei Heong Iok foi feita pelo Presidente do IIM, Jorge Rangel. ORIENTEOCIDENTE 39


Sรณcio do IIM

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