Revista de História da Arte (n.º3 / 2007)

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Fig. 9 – Diana e as duas ninfas Joaquim Machado de Castro; 1782-1796; modelo de barro cozido; Lisboa; MNAA, inv. 97 Esc. © IPM

A Diana no sopé da cascata da Quinta Real de Caxias constitui um caso muito mais complexo. Neste caso, olhar para a narrativa de Ovídio é uma forma de perceber a autonomia do escultor, mesmo num período onde os escultores eram cada vez mais encorajados a seguir os poetas. Machado de Castro possuía na sua biblioteca várias mitografias66 em edições vernaculares e ilustradas, como várias edições da Iconologia de Cesare Ripa67, não tão interessantes para esta análise uma vez que se tratam de deuses 66 Vide Jean SEZNEC – The Survival of the pagan gods, Princeton: Princeton University Press, 1972. 67 Uma de 1669, já muito conhecida e utilizada, pois encontra-se conservada na Biblioteca Nacional e está assinada pelo próprio, também inclusa no inventário, como se pode ler:“Iconologia di Cesare Ripa Venetia mil e Seis Centos e Sesenta e nove / duzentos e quarenta Reis Com que Sesahe $240 / 1 Tombo”, in INA / TT, Inventário Orfanológico, Fl. 75v. A outra é a de 1603, primeira edição ilustrada de Cesare RIPA, Iconologia, overo Descrittione di diverse imagini cauate dall’antichità, & di propria inuentione/trouate, & dichiarate da Cesare Ripa…; Di nuouo reuista, Roma: Appresso Lépido Facij., 1603, que consultámos na biblioteca do Warburg Institute. Cf. “Iconologia o Discrittioni de/ de diverse Imagine Loccatte (sic) dall Antichitta Roma mil e seis Centos e tres “duzentos e quarenta Reis Com que Sesahe $240/1 Tombo”, in INA / TT, Inventário Orfanológico, fl. 70 e 70v.

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