Boletim da Igreja Adventista do 7º Dia Várzea - Ano XIII - nº 67 - 06 de junho de 2015
N
ão adianta, ele veio pra ficar! Foi o presente mais desembrulhado do planeta no final de ano, é o recorde
de busca nas lojas on-line, enriqueceu ainda mais a China, está em todas as plateias e virou ponto turístico dos pontos turísticos. Apresento: o Pau de Selfie. (...) Por que pedir cafonamente pra alguém tirar uma foto? Fala sério! É só esticar telescopicamente o bastão de metal, clicar no botão pareado via bluetooth com o celular, fazer uma cara de paisagem e “click” – mais um arquivo abarrotando a memória do aparelho. (...) Todo mundo quer se fotografar, mostrar-se pro resto do mundo, sobrepondo seu mundo pra todo mundo. Narcisismo virtual? Não, digamos independência real. Afinal, se antes éramos auto-paparazzis com selfies, agora somos autosuficientes com estes tais bastões esticáveis – e ninguém mais precisa de alguém pra se imortalizar numa imagem. Com o selfie stick todos nÓs viramos sozinhos. É por isso que este novo gadget de autonomia portátil me faz pensar em outros palcos da vida. Desde a criação, parece que as criaturas humanas vêm tentando substituir o criador. Pra que buscar alguém fora de mim se posso tentar me virar sozinho? Por que pedir ajuda alheia se sou dono do meu próprio nariz com o rei na barriga? (...) Só que o umbigo continua ali – feito memorial incômodo nos lembrando de que
fomos gerados.
Tirar foto de si não é o
problema. A questão visceral é saber quando passei a viver somente pra mim mesmo. Nesta geração independente do Pau de Selfie, o inimigo só vai nos tentar em uma única coisa: pormos nossa dependência de Deus no pau de sebo. Escorregadio por natureza, o pecado usará a arma mais letal não para nem chegarmos perto de Jesus, mas para não permanecermos lá. Entende o perigo dos nossos tempos? Um Sansão se acomodando na própria força, um Pedro se achando demais por desfilar na onda ou até mesmo um Moisés agredindo a pedra d’água, todos alertaram nossa pior luta: não deslizar da proximidade vital do Salvador, pois não haverá jamais um subterfúgio humano capaz de resolver o mal que devastou nosso próprio “selfie”. “Queres ser curado?” (João 5:6). Que pergunta, hein?! Soaria ridícula se não fosse extraordinariamente divina dirigida a um aleijado que por 38 anos só pensava na cura de si mesmo. Se ao lado do tanque ele conseguia apenas se fotografar com seus sonhos despedaçados, continua na próxima página...