Revista Iate - 41

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ar não duraria tanto a essa profundidade e somente no primeiro mergulho do dia. Os mergulhos seguintes, à tarde, precisariam de muito mais tempo para a descompressão, pois o residual de nitrogênio no nosso organismo iria aumentando e o tempo para eliminá-lo, também. Desde que não voltem à superfície entre as expedições, pesquisadores e estudantes podem trabalhar debaixo d’água até nove horas por dia, e só têm de despressurizar quando a missão estiver completa. É que no interior da base a pressão atmosférica é igual à pressão da água circundante. “Você olha para fora pela escotilha e vê uma garoupa gigante te olhando, então pega seu celular e faz uma chamada Face Time com Wi-Fi”, diz Michael Heithaus, diretor-executivo da FIU, afirmando que a conexão com a internet na base é melhor que em muitos pontos na superfície. Em 2012, a base Aquarius Reef esteve perto de ser levada à superfície pela National Oceanic and Atmospheric Administration pelo alto custo de mantê-la nas profundezas do mar. O único laboratório submarino do mundo foi salvo graças a uma campanha de arrecadação de fundos privados por meio de uma fundação criada para a ocasião – a Fundação Aquarius. “Temos um agressivo plano de negócio para garantir a viabilidade financeira por meio de bolsas, doações e missões garantidas”, disse na época o decano da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade Internacional da Flórida, que assumiu a operação do laboratório para expandir suas capacidades de pesquisa e educação marinhas. Nesse lugar interessante foram realizadas dezenas de estudos sobre recifes, corais, esponjas, peixes, correntes marinhas, pesquisas médicas e tudo relacionado ao oceano e ao impacto do homem sobre a grande massa de água que domina, embeleza e regula o clima do nosso planeta. A FIU estuda recifes e vida marinha, investigando os efeitos da poluição, as alterações climáticas e a acidificação dos oceanos. Como a base fica em uma área marinha protegida, os peixes são saudáveis e a população de coral é maior do que em muitos outros locais. Heithaus tem planos de usar a base para uma parte da população de tubarões: “O laboratório é também um centro para testar novas tecnologias subaquáticas. E estamos usando uma nova tecnologia de sonar para criar imagens em vídeo que podem ajudar a estudar os tubarões”, conta. O Medina Aquarius Program é dedicado a estudar e preservar os ecossistemas marinhos em todo o mundo. Como parte da FIU Marine Education and Research Initiative, o programa está empenhado em melhorar o alcance e o impacto da FIU em pesquisa, extensão educacional, desenvolvimento de tecnologia e formação profissional. A bordo do Aquarius os cientistas estão na vanguarda da pesquisa sobre recifes de coral, acidificação, mudanças climáticas, pesca e saúde geral dos oceanos. u


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