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novos desafios
SOBRE A AÇÃO E COMUNICAÇÃO PÚBLICA DE NOSSOS COMPROMISSOS
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Outra nota sobre o debate da teoria da ação e da comunicação ética e pública (que parece ser um dos nossos maiores gargalos): pensar a comunicação, sua dimensão ética em relação ao grande público não associado e não formador de opinião e a questão relativa à nossa nitidez política.
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Economia da cultura: se economia é produção e reprodução da vida, o que é cultura? Devemos evitar separar isso e trabalhar com essas noções articuladas. É preferível a indeterminação do que um período de ideias determinadas.
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Por que nossas temáticas não ocupam espaço na sociedade? Não é só um problema dos meios de comunicação, que se encontram nas mãos de poucos, mas, também, o conservadorismo dos próprios jornalistas. Temos como um dos nossos desafios pensar de que maneira devemos nos comunicar com outros universos.
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“Política é Exu!”. A comunicação pode te levar à desgraça, assim como a um lugar vitorioso. Linguagem e comunicação radicais e transcendentes em relação ao que experimentamos hoje são culturas. Precisamos trabalhar mais esse potencial.
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A discussão sobre comunicação é absolutamente estratégica e a mídia é dominada por empresas. Por exemplo, a Globo representa hoje o maior interessado na luta contra a previdência e não vai abrir espaço, por exemplo, para os movimentos de mulheres que lutam pela previdência social. Observamos que perdemos criatividade ao trocarmos nossas iniciativas e experiências, e que não há, de fato, um debate intelectual relevante na sociedade brasileira que dê ressonância às nossas questões. O discurso da ordem é sempre mais fácil. O discurso que analisa e complexifica é sempre mais difícil porque quer romper a ordem (Bobbio).
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Nunca o mundo foi tão desigual. Não há vitória que termine na vitória. É um estado permanente de luta.
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A ideia de constituição é a da mobilização. Esse é um espaço público com diversidade de ideias e formas de identificação para a construção de uma percepção coletiva sobre a realidade. As manifestações artísticas são potenciais para o alargamento do espaço público.
SOBRE OS CONFLITOS E SEUS PONTOS DE PARTIDA
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Os conflitos fundamentais da nossa existência vêm sofrendo deslocamentos estratégicos de forças externas que impactam diretamente na nossa solidez ético-política. Ressignificar os conflitos e suas origens pode nos ajudar a pensar com quem podemos contar. Seria, portanto, uma nova oportunidade para discutir o tema da identidade, da constituição dialética dos sujeitos e da capacidade que dispomos para examinar as correlações de forças, sem tanta ingenuidade totalizante.
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Legitimidade dos discursos: nos aprisionamos a ela devido aos nossos paradigmas e nossa ortodoxia, embora vivamos mais processos de renovação do que de congelamento de valores. O problema é enfrentar meios para romper essas práticas paralizantes em relação ao necessário debate das nossas divergências.
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Temos avanços grandes que não nos podem deixar paralisados. Podemos enfrentar a segunda onda do setor da filantropia brasileira, que hoje disputa conosco através da bandeira da responsabilidade social. Também devemos aprofundar o debate sobre os fundos públicos e como eles são acessados hoje.
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