Peixes do Nosso Mar
Projeto colaborativo 7 Escolas 1 Oceano

Peixes do Nosso Mar
Projeto colaborativo "7 Escolas 1 Oceano"


No âmbito do projeto Escola Azul
1ª edição Maio, 2023 (suporte eletrónico)
ISBN 978-989-33-4697-6
Texto e Ilustrações da autoria de Escolas | Professores Orientadores | Turmas 2022/2023
Escola Profissional de Campanhã (Porto)
Hugo Barbosa 11º MM
Jardim de Infância dos Girassóis (Vila do Conde)
Carla Lima Grupo JG1
Escola Básica de Campo de Besteiros (Tondela)
Paula Alves 6º A
Escola Secundária de Palmela (Palmela)
Helena Capela e Fátima Alves 10º GPSI e 9º E
Escola Básica Dr. João Rocha - Pai, Agrupamento de Escolas de Vagos (Vagos)
Otília Bola 5º B
Professores Corretores de Texto
Rosa Caçador
Professora de Português da Escola Básica Dr. João Rocha - Pai, Agrupamento de Escolas de Vagos
Isaura Matos
Professora de Português da Escola Básica de Campo de Besteiros
Pedro Guimarães e Laurinda Neves
Professores de Português da Escola Profissional de Campanhã
Era um dia de primavera. O mar estava calmo. As ondas batiam suavemente na areia macia e nas rochas. Um barco balançava sobre as águas cristalinas. Uma brisa leve e fresca batia no rosto da bióloga marinha, que se preparava para mergulhar até ao fundo do mar.
Maria Coral, uma jovem de 25 anos, era de estatura média e tinha longos cabelos lisos e dourados. Os seus olhos da cor do mar observavam a natureza à sua volta. Ao longe, via-se o farol vermelho e branco junto ao qual brincara e passara os verões da sua infância. Do lado oposto, as gaivotas sobrevoavam as ondas à procura de alimento. De vez em quando, um espadarte solitário realizava saltos na água, atingindo velocidades inacreditáveis.

Encostada à borda do seu barco a motor, a bióloga marinha vestiu o equipamento de mergulho e levantou a sua pesada botija de oxigénio. De seguida, colocou o tubo respiratório na boca e deixou-se cair de costas para a água. À medida que descia, Maria observou um cardume de atuns que se deslocava velozmente para nordeste. Mais abaixo, inúmeras sardinhas nadavam muito encostadinhas umas às outras, formando um manto cor de prata.

Ao chegar ao leito do oceano, encontrou uma zona rochosa e ficou, durante instantes, a observar a bela paisagem subaquática que a rodeava. O cenário era verdadeiramente mágico… Até que os seus olhos começaram a captar alguns objetos estranhos que não pertenciam àquele lugar. Observando melhor, apercebeu-se que pedaços de redes de pesca se misturavam com as ervas marinhas e as algas acastanhadas que a rodeavam. Mais à frente, um saco de plástico azul e branco preso a uma rocha saltitava na água, como se… estivesse vivo. E, por mais bizarro que parecesse, o saco de plástico também falava.

- Socorro, socorro! – chamava com uma voz, muito aflita.
A bióloga hesitou, com uma expressão de espanto, mas acabou por nadar até ao saco para tentar desvendar o mistério. Ao abri-lo, libertou uma criatura de corpo esverdeado e longos espinhos na barbatana dorsal, que saiu disparada e se foi esconder no meio das rochas, a uma distância segura. Parecia observar a jovem mergulhadora.
- Um peixe-galo! – pensou Maria.
De repente, um som profundo saiu da boca da criatura juntamente com algumas bolhas coloridas que se desfaziam na água como bolas de sabão.
- Humana, – disse o peixe-galo – estou-te muito grato pela tua ajuda.
- Por Neptuno! – exclamou a jovem – Será isto um sonho?!

- Não te preocupes, que eu sou bem real. Vocês, os humanos, é que conseguem transformar a vida no Oceano num verdadeiro pesadelo.
A bióloga marinha baixou os olhos, envergonhada.
- Nem todos – murmurou.
- Tens razão – retorquiu o peixe – Como te chamas? O que fazes aqui?
- Maria Coral. Gosto de estudar a vida marítima e de saber mais sobre a fauna e a flora dos oceanos… E tu?
O peixe-galo empertigou-se e olhou a rapariga bem nos olhos.
- Eu sou Dory. John Dory. Mais conhecido por “O REI DA COSTA”. Mas não te preocupes, que não sou nenhum ditador.


Fui eleito democraticamente e agora sou o governador dos peixes da nossa costa.
Maria devolveu o olhar, divertida.
- Ao seu serviço, senhor governador. Em que posso ser útil?
O Rei da Costa parou para pensar e, depois, disse:
- Penso que poderias ser a nossa embaixadora. O ser humano que vai alertar os habitantes terrestres para os perigos da poluição do Oceano, ou seja, uma espécie de ponte entre a terra e o mar.

A bióloga sentiu o peso da responsabilidade. Mas, sim. Fazia todo o sentido. Aceitou a proposta do governador, despediu-se amavelmente e regressou à sua cidade, a qual se chamava “A-Ver-OMar”.

Após a experiência vivenciada, a bióloga passou diversos dias a tentar alertar os habitantes terrestres para os perigos da poluição no oceano, porém sem sucesso.

Posteriormente a essas ações que se revelaram infrutíferas, Maria Coral, sentindo-se impotente, decidiu encontrar-se com a sua mãe para abordar este assunto.
- Mãe, já não sei o que mais posso fazer! - desabafou a jovemRecentemente contactei com um peixe-galo que se autodenomina “O Rei da Costa” e, a partir desse momento, passei a ser a embaixadora, ficando assim incumbida de sensibilizar as pessoas para a problemática da poluição marítima.
- Minha filha, sabes que com esta idade, não consigo ajudar-te pessoalmente com este assunto. Contudo, tenho um conhecido que, por ventura, trabalha na área de jornalismo e que julgo que poderá ajudar-te. Além disso, acho que esta questão também está relacionada com o tema do livro que eu escrevi e que se intitula “O Recife”.
- Onde é que eu posso encontrar esse jornalista? - perguntou Maria.
- Vai ao centro da cidade e dirige-te ao prédio com a sigla estampada IJRU (Instituição Jornalística Rural e Urbana) e pergunta pelo João Peixe-Espada. Certamente, que o deves aí encontrar. Maria, não te esqueças de dizer “Que a Brisa do mar te Abençoe”.
Ambas se despediram, e assim a bióloga partiu para a cidade à procura do tal prédio IJRU.
Dentro do edifício, Maria pediu informações à rececionista. Esta informou-a de que a sala do Diretor-geral, João Peixe-Espada, se situava no 5º andar.
De imediato, deslocou-se para o elevador. Quando chegou ao 5º andar, foi abordada pelo Diretor-geral, que a recebeu de forma muito cordial.
- Olá, jovem! O que te traz à minha Companhia?
- Olá, João! Sei que conhece a minha mãe, Joana Coral, que recentemente escreveu um livro sobre cavalos-marinhos e poluição. Ela disse-me que talvez pudesse ajudar na divulgação de toda a problemática decorrente da poluição do oceano.
De seguida, Maria partilhou com João a sua experiência no mar, manifestando-lhe a sua preocupação com o que ali poderá acontecer, caso não se atue.

Após compreender as intenções de Maria, João Peixe-Espada proferiu:
- Eu sou um grande amante de peixes e animais marinhos e foi desta forma, que conheci a tua mãe. Tenho ali, na sala ao lado, um aquário com animais resgatados. Se estiveres interessada, posso mostrar-te, mas já estou a desviar-me do ponto principal. Eu concordo sinceramente com essa ideia de proteger o nosso oceano, portanto irei pedir aos meus jornalistas mais qualificados para se encarregarem de fazer as melhores reportagens sobre o assunto. Todavia, peço-te que tentes arranjar mais histórias verídicas sobre esta questão, já que a minha Companhia apenas trabalha com a verdade. Até posso trabalhar com o material jornalístico que já tenho, mas não terá o alcance que tu pretendes.
- Pode contar comigo! Trarei mais histórias verídicas para o jornal e assim poderemos propagar a ideia de preservação dos oceanos, afirmou Maria, entusiasmada.
Despediram-se, mostrando-se ambos focados em alcançar o seu objetivo em comum. Porém, antes de Maria descer para ir em busca de histórias, ela dirigiu-se ao tal aquário de animais resgatados. Entretanto, estranhamente, ouviu uma voz vinda do aquário, que lhe disse:

- Olá, embaixadora. Não imaginava que a veria com os meus próprios olhos. Peço desculpa por não me ter apresentado logo. O meu nome é Angelino Tortuga. Sou uma tartaruga resgatada pelo senhor João Peixe-Espada. As outras devem estar espalhadas pelos aquários que se encontram distribuídos pelos vários andares.

- Espera, como é que sabes que eu sou a embaixadora? Isso só aconteceu recentemente! – afirmou Maria, um pouco intrigada.
- Nós, as criaturas marítimas, aprendemos desde novinhos como nos comunicarmos. Às vezes também partilhamos esses conhecimentos com outros seres, mas isso agora não é o mais importante. O Rei da Costa tentou contactar-te para te dar uma informação extremamente importante.
- E qual era essa informação, Angelino?
- Ele queria comunicar que, no final do ano, um carregamento enorme de petróleo será despejado no nosso oceano. Implorou, portanto, que tu impeças esse desastre de alguma maneira.
- Eu estou a tentar dar o meu melhor, porém não sei muito mais o que posso fazer. Irei tentar mostrar às pessoas, através do jornal, relatos verídicos relacionados com a poluição do mar. No entanto, neste momento, ainda não os tenho.
- Folgo em saber que farás isso pelo oceano! Por favor, ajuda-nos!
- implorou o Angelino - Só tu poderás fazer tal coisa!

- Agradeço a informação prestada. Irei, o mais rápido possível, em busca de factos e histórias para o jornal, já que o tempo urge.
E assim a bióloga retirou-se do Prédio IJRU, determinada, não só em recolher as narrativas reais sobre a poluição do mar, mas também em informar a população sobre a poluição, antes que a carga de petróleo fosse descarregada no oceano.
Logo que a bióloga chegou a casa, decidiu investigar mais sobre a vida marinha. Leu, então, um artigo sobre as dragagens do rio Sado e o seu processo. Compreendeu, desta forma, que a dragagem consiste na remoção da areia e sedimentos do fundo do estuário, criando assim um canal suficientemente profundo para embarcações com grandes dimensões passarem.
Ora, o Sado, enquanto rio rico em flora, formando os chamados prados marinhos, sofre muito com este processo de retirada de areias. Efetivamente, as ervas marinhas são semelhantes às terrestres, têm raízes, flores e sementes, e quando são desenraizadas, morrem. Maria Coral pesquisou também sobre a importância delas, bem como sobre o facto de servirem de alimento para espécies marinhas, ou de habitat para animais diversos tais como cavalos marinhos. Além disso, salientou o importante facto de produzirem oxigénio e promoverem a limpeza do oceano, absorvendo os nutrientes poluentes.
Dispondo destes dados, a bióloga tomou a decisão de fazer uma viagem para investigar o rio Sado. Decidiu ir para Setúbal. Apanhou o comboio na estação de Campanhã, até à estação do Oriente, em Lisboa. Ao sair da estação, avistou o Tejo e percebeu o quanto os seus olhos tinham dificuldade em abranger a sua vastidão. Viu a comprida ponte Vasco da Gama, que liga o Parque das Nações à margem sul. Depois de admirar o rio e passear ao longo da margem, foi apanhar o metro, até à estação de Entrecampos para, posteriormente, ir no comboio da Fertagus para Setúbal. No dia seguinte, Maria Coral foi visitar a praia do Portinho da Arrábida. Depois de subir a serra e passar pela praia da Figueirinha, avistou a fenomenal baía do Portinho, com as suas águas límpidas e de um azul celeste e vibrante. Chegada à praia, viu uma draga um pouco afastada e um rapaz de fato de mergulho e óculos, na água. Esperou que ele saísse e foi ter com ele.
- Olá! Eu sou a bióloga marinha Maria Coral e vi uma notícia que falava sobre as dragagens do Sado. Então aqui vocês têm ervas marinhas? - perguntou.
- Olá! Eu sou o Pedro Ervinhas. Sim, aqui há uma imensa variedade de ervas marinhas. Tens curiosidade em conhecê-las?
- Sim, gostaria muito! - exclamou Maria Coral.
Ambos viram com os seus olhos a pradaria marinha. Ficaram maravilhados com os seres que observaram: ovos de choco, de raia, cenouras do mar, cavalos marinhos, polvos, pequenos peixes, entre outros.

De repente, um ser muito rápido passou à frente da Maria várias vezes. Ela tentou apanhá-lo , mas ele virou-se para ela, com ar zangado, e perguntou:
– O que querres, humana?
– Eu sou a Maria Coral, bióloga marinha. Porque andas tão rápido?
– Sou o Osvaldo Sadino e estou prreocupado em encontrrar um sítio parra os ovos da minha família. As errvas estão a desaparrecerr e eu não sei o que fazerr.
Maria estranhou a forma de falar de Osvaldo. “Tantos rrs!, pensou. Só depois se lembrou que em Setúbal, por vezes, se fala Charroquês.
A bióloga encontrava-se num impasse, pois não sabia o que fazer para ajudar o Osvaldo Sadino a encontrar um sítio seguro para a sua família. Mas, subitamente, surgiu uma criatura, seguida de várias outras. Todas atacaram a draga, afastando-a.
Osvaldo aproximou-se do líder misterioso e questionou, impetuosamente:
-Ei, tu! Quem És?
O animal aproximou-se, apresentando-se:
- Eu sou a golfinha Delphina. Já sou amiga de longa data da sua esposa. Ela disse-me que estava com problemas para proteger os vossos ovos.

Delphina era um golfinho-roaz de 3,50m, que pesava cerca de 600 kg. Tinha um nariz-de-garrafa, curto, e uma barbatana alta e falcada. Capaz de ouvir qualquer som rapidamente e também de se comunicar com a sua família por ecolocalização, fazia parte de um grupo de aproximadamente 30 membros, sendo ela a líder do mesmo.
- Obrrigado, miga, a ti e ao teu grrupo pela ajuda - agradeceu Osvaldo Sadino.
- De nada! Assim que a tua esposa me contou o que estava a acontecer, vim a correr, com o meu grupo. - explicou Delphina.

Com o problema resolvido, Maria Coral tirou algumas fotos como recordação do que acontecera. Seguidamente, equipou-se com o fato de mergulho e botija de ar e nadou até ao fundo do rio, tirando fotografias, com a ajuda de Osvaldo Sadino, que foi o seu guia.
Passado algum tempo, Maria veio à superfície, preparando-se para enviar as evidências de degradação do rio Sado ao João PeixeEspada, da IJRU. Este, semanas depois, viria a publicar um artigo numa importante revista científica, fazendo com que fosse chamada a atenção de toda a população para a degradação do rio Azul. Impedidas as dragagens, o choco Osvaldo Sadino agradeceu, com emoção, à bióloga, por esta se ter empenhado tanto naquela causa.
Por fim, com a situação solucionada, Maria despediu-se de todos os peixes, preparando-se para intervir noutras causas, noutras cidades. Acabara de conseguir impedir a degradação do rio, porém ela precisaria de mais para resolver o problema da sustentabilidade marinha e do previsto descarregamento do petróleo no mar.
Desta feita, a bióloga pôs os pés ao caminho, desta vez, rumo ao Litoral Norte pois, nas suas pesquisas, tinha ficado a saber que aí havia praias muito poluídas. Ao chegar a uma dessas praias deparou-se com uma grande manifestação. Logo percebeu que as notícias divulgadas pelo jornalista João Peixe-Espada já tinham dado os seus frutos. A população apelava ao cancelamento do descarregamento de petróleo no oceano e à necessidade da limpeza do mesmo. Ela juntou-se ao grupo de manifestantes e viu que, no meio deles, se encontrava o presidente da Câmara Municipal, preparado para usar o seu poder político e ajudar a combater a poluição.

As pessoas empunhavam grandes cartazes feitos em papel reciclado e gritavam:

- PAREM a poluição dos mares!!!
- Esse petróleo NÃO PODE ir parar ao mar… Será o fim dos seres marinhos!!
- NÃO QUEREMOS poluição nos nossos oceanos!!!
-
QUEREMOS VOLTAR A VER A ÁGUA DO NOSSO MAR CRISTALINA
E OS SERES MARINHOS A SORRIR DE NOVO!!!
O ruído era tanto que, à tona da água, começaram a surgir uns seres curiosos para saber o motivo daquele barulho. Eram tubarões, baleias azuis, orcas, golfinhos, focas, leões marinhos e cardumes de pequenos peixes, que perguntavam:
- O que é que está a acontecer?!! Qual é o motivo de tanta algazarra?
- Estamos todos unidos e empenhados para lutar contra a poluição dos oceanos. Queremos contribuir para que vocês, seres vivos aquáticos, sejam mais felizes e saudáveis - respondeu entusiasmado o Presidente da Câmara.
- BRAVO! - clamaram os tubarões. - Já não era sem tempo! Vocês, humanos, parecem ter recuperado o juízo, finalmente!
- Acabaram por perceber que, ao poluir o nosso mar azul, transparente e cristalino, estavam a autodestruir-se também –acrescentaram os simpáticos golfinhos, em tom reprovador.

Todos aplaudiram, batendo ruidosamente com as barbatanas na água, provocando ondas de espuma que salpicaram o rosto pasmado das pessoas que estavam na praia. Estas, que inicialmente tinham parado os seus discursos, desataram a bater palmas também, percebendo que estavam no rumo certo.
Maria pediu aos animais marinhos que fossem avisar todos os seus vizinhos do mar desta intenção dos humanos, prometendo que tudo faria para evitar a poluição das suas confortáveis grutas e dos seus maravilhosos corais...
No final da manifestação, os habitantes colocaram um grande cartaz na praia que dizia “PROTEGE o mar! ACABA com a poluição! SEPARA o teu lixo!”. A notícia do que se estava a passar ecoou e, ao local, acorreram jornalistas e repórteres de várias estações de televisão. Todo o país tomou consciência que havia um grande problema a resolver e que, para isso, todos tinham que colaborar.
Alguns dias depois, quando estava no escritório da sua casa, em “A ver o mar”, a bióloga Maria recebeu uma carta de uma empresa de barcos, anunciando que tinham dado novo destino ao petróleo que era para ser despejado no mar. Feliz e entusiasmada, decidiu viajar no seu pequeno barco, até ao sítio onde tinha conversado com o peixe-galo, John Dory, o rei da costa, para lhe dar a grande notícia. Já no mar alto, um velho e sábio golfinho avistou-a e nadou, nadou, nadou até junto dela. Conversaram sobre a desistência do descarregamento de petróleo no mar e ele ofereceu-se para orientar o barco até à rocha do encontro desejado. Até lá, enfrentaram ventos furiosos e ondas alterosas, mas Maria manteve sempre a coragem e a determinação que a caracterizavam.
Ao chegar, o golfinho despediu-se. Dory estava sentado no seu trono de madrepérola, rodeado de conchas e búzios sem brilho.
Tinha um ar preocupado mas, ao vê-la, deu uma grande gargalhada e puxou-a para a água, abraçando-a, dando saltos e fazendo círculos à volta do rochedo. Ela ficou um pouco aflita, sem conseguir respirar, mas ele deu-lhe umas pedrinhas azuis mágicas que lhe permitiam respirar debaixo de água. Quando a bióloga lhe contou sobre o petróleo, ele nem queria acreditar que, afinal, era verdade. Informou que já tinha ouvido falar da mudança de atitude dos humanos, através dos seus companheiros marinhos que tinham assistido à manifestação na praia, mas não tinha confiado naquilo.

Posteriormente, o rei da costa resolveu chamar todos os animais marinhos para uma reunião. Ambos apelaram aos habitantes do fundo do oceano para se juntarem e colaborarem com os habitantes da terra, fazendo a limpeza dos areais, das grutas e dos corais, juntando os lixos que forem encontrando.
- Podemos até formar equipas, para ser mais fácil e mais rápido –sugeriu uma jovem lontra, entusiasmada.
- BOA IDEIA! – gritou um cardume de peixes-balão.

Maria Coral deu alguns conselhos aos habitantes do mar. Pediu a todos que tivessem mais cuidado ao alimentar-se, para não ingerirem plásticos, e que ficassem vigilantes relativamente a redes e outros lixos.
Entretanto, os mais fortes juntaram os lixos mais pesados, que se encontravam no fundo do oceano. Os tubarões pegavam nos objetos, com a sua enorme boca; as baleias, com o seu esguicho, atiravam-nos para a camada de cima da água e os golfinhos, com a cauda em forma de raquete, atiravam-nos para a praia. Os outros animais marinhos arrastavam os lixos mais leves, metiam-nos em pequenas redes que descobriram entre as algas. As gaivotas, juntamente com outras aves marinhas, transportavam-nos para o areal.
Ao mesmo tempo, os habitantes da terra, com a ajuda de máquinas cedidas pelo presidente da Câmara Municipal, encaminhavam todos os lixos para a reciclagem, ou reutilizavam alguns, fazendo esculturas para decorar a sua cidade.
No entanto, contra todas as previsões, depois de meses de calmaria, a semanas do ano acabar, outra notícia sobre uma descarga de petróleo voltou a aparecer nas televisões, informando que o curso original tinha sido retomado e agora a todo o vapor.
Sabendo disso, Maria, preocupada, voltou para a IJRU, para falar com o João Peixe-espada:
- João, não sei mais o que fazer, a carga voltou para o curso original, pelo que não me parece que o que fiz valeu alguma coisa.
- Maria, calma! O que tu fizeste ajudou muitos animais marinhos. Porém, acredito que necessitamos de uma forma mais persuasiva para impedir o despejo. As opções são escassas. Posso tentar arranjar algo, mas não será instantâneo. Dá-me um... dois dias. Farei o meu melhor! Conheço um realizador e tenho ideia que ele anda, há algum tempo, a preparar uma história em grande, sobre a importância de preservar o oceano. Mas já não falo com ele há alguns anos.

- Agradeço por tentares ajudar, mas ainda estou muito preocupada com isto.
- Maria, entendo completamente como te sentes. Mas penso que tens de relaxar um pouco. Eu vou arranjar uma forma para resolver isso. Entretanto, tira umas mini férias! - sugeriu o seu amigo jornalista.
- Acho que tens razão. Ando há muito tempo preocupada com este assunto. Primeiro vou respirar e depois entro em grande. E até já tenho uma ideia do sítio para onde irei.

- Ainda bem que estás de acordo com a minha sugestão. Gosto de te ver assim. Agora, vai descansada que, assim que tiver alguma informação, entro em contacto contigo.
Os dois amantes do Mar despediram-se. Maria foi para uma cidade próxima, para se reencontrar com um parente.
Após uns trinta minutos de autocarro, ela chegou à Cidade das Bolhas, uma cidade pequena, inicialmente fundada por pescadores profissionais, o lugar calmo e perfeito para relaxar.
Chegada a casa do seu pai, Maria foi recebida pelo seu antigo cão Arthur, um Husky que tinha um olho de cada cor, um amarelo e outro azul, com saltos e lambidelas que a levaram a dizer :
- Há quanto tempo, Arthur! Pensava que nunca mais te ia ver.
Com aquele barulho, a porta abriu-se e de lá saiu Letício Coral.
- Há quanto tempo, minha filha! Entra!!! Felizmente estava a preparar o almoço. Aproveitas e comes alguma coisa e colocamos a conversa em dia.
Ambos entraram e, enquanto o pai acabava de preparar o almoço, Maria explicou-lhe o motivo de estar ali. Depois de compreender as motivações e angústias de Maria, o pai disse, indignado:
- Estes decisores de hoje em dia são realmente complicados. Fico preocupado com os perigos que aquela descarga pode causar. Nem imagino o que estás a sentir! Sabes muito bem que eu parei as minhas pescarias por amor aos animais. Tenho pena destas pessoas!

- Eu tenho que pensar no que fazer a seguir. Afinal de contas, não posso deixar tudo nas mãos do João, o jornalista. Só queria poder ajudar mais, afirmou Maria, com voz trémula e triste.
- Não digas isso! Estás a fazer o que está ao teu alcance. Nestes dias vais relaxar e quando voltares, estarás pronta para todas as adversidades, assegurou-lhe o pai, com carinho.
- De facto, ultimamente ando a ver as coisas todas de forma negativa! Olha, vou dar uma caminhada pela praia. Queres vir?
- Claro que sim. Adoro passar tempo com a minha filhota! - disse o pai visivelmente feliz.
Ambos saíram de casa e foram à praia aproveitar o incrível sol com brilho aconchegante. Mas, estranhamente, começaram a ouvir-se sons de agonia e, indo em direção aos mesmos, encontraram um tubarão bebé encalhado numa pedra. Ajudaram-no, e ele agradeceu:
- Obrigado por terem ajudado.
- Não é preciso agradecer, jovem tubarão. Eu e a minha filha tínhamos o hábito de ajudar animais marinhos.
- Agora que cheiro melhor, reconheço este perfume, tu és a embaixadora! Desculpa não te reconhecer logo mas, como podes ver, estou um pouco desorientado.
- Não há problema, tubarãozinho. Como anda a vida dos animais marinhos, recentemente?

- Melhorou, desde que nos ajudaste. Mas trabalhas tanto, que todos nós achamos que tu precisas de férias.
- Ironicamente, é isso que estou a fazer. Mas estou preocupada com a vossa segurança, devido à descarga de petróleo que está para acontecer.
- Não te preocupes tanto! Por enquanto, foca-te em ti. Nós sabemos cuidar de nós e acreditamos fielmente em ti. Agora, se não se importam, eu tenho que ir. Foi uma honra encontrar-vos. Depois de se despedirem, Maria e Letício continuaram o passeio e as suas pequenas férias. Após dois dias de divertimento em que visitaram diversos pontos da cidade, o telefone de Maria tocou. Era, infelizmente, o jornalista João.
- Olá, Maria. Desculpa estar a interromper as tuas férias, mas houve um acidente muito grave no mar Báltico que vai afetar muito a sua vida marinha.
- A sério?! Mas o que é que aconteceu ao certo? - perguntou Maria, preocupada.
Trata-se de dois grandes derrames de metano, um com cerca de 900 metros de diâmetro e outro mais pequeno de cerca de 200 metros, onde foram libertadas 300 mil toneladas deste gás para a atmosfera.
- E como é que isso está a afetar a vida marinha desse mar?

- Estas libertações aliadas ao barulho das explosões que geraram, estão a afetar a vida marinha daquele lugar. Os efeitos ainda não
estão todos à vista mas é sabido que os animais que se guiam por eco-sonares, como o boto, ficaram afetados. Também a bexiga natatória dos peixes, um órgão que regula a sua flutuabilidade, ficou fragilizada. E o metano, como sabes, é um gás que tem o poder de acelerar as alterações climáticas.

- Há alguma coisa que eu possa fazer? Como é que eu posso ajudar a combater este problema?
- Neste momento, estou na Alemanha. Será que poderias vir ter comigo para irmos visitar e ajudarmos estas populações.
- Claro que vou! Estarei aí dentro de dois dias. Obrigada por me avisares. Fica bem.
Passados dois dias, Maria Coral estava na Alemanha e pronta para ir ajudar as populações que necessitavam de apoio.
Na tarde em que ela chegou, encontrou-se com o João, na região mais próxima do mar Báltico, na Alemanha.
- Ainda bem que chegaste! Temos muito a fazer. Consegui uma autorização para mergulhares no mar Báltico, mas só poderás estar dentro de água durante uma hora, visto que os efeitos que esta catástrofe causou afetam a tua saúde.
- Compreendido, João! Com quem é que tenho de me encontrar?
- Claro, quase me esquecia. Tenho mantido alguns contactos nesta região e há um guia que conhece bem a zona e que te ajudará a encontrar as populações que estão mais seriamente afetadas. Quando chegares lá, a Greifswald, junto da costa, conhecerás o boto Tommy e ele irá guiar-te.

- Muito obrigada por esta oportunidade! Prometo que não te vou desiludir!
Após uma longa e cansativa viagem de autocarro até Greifswald, na Alemanha, a Maria Coral chegou ao seu destino: a costa do mar Báltico. Imediatamente avistou um grupo de animais marinhos e perguntou:
- Desculpem estar a interromper a vossa conversa, mas algum de vocês conhece o boto Tommy?
- Sou eu, o próprio! - disse.
- Oh! Muito prazer em conhecê-lo. Imagino que ande bastante atarefado por estes dias e cheio de preocupações, mas tenho algumas perguntas para lhe colocar.
- Claro, diga!
- Gostaria de começar por perguntar como está a vida por estes lados desde os últimos e traumáticos acontecimentos. Há muita falta de alimento? Houve muita destruição?
- Isto está um caos! Imensos peixes estão a ser recolhidos para quarentena, pois têm a bexiga natatória danificada. Há também muito stress provocado pelas ondas de ruído e pelas explosões.
- Oh meu Deus! Estava eu de férias a divertir-me e, ao mesmo tempo, tantos estragos e sofrimento a acontecer aqui. Tantas criaturas a morrer e a sofrer! Sinto-me tão mal, como se eu não tivesse feito o meu papel como embaixadora do mar. Eu devia ter vindo mais cedo para a Alemanha! - exclamou Maria, desolada e desapontada consigo mesma.
- Ah, não digas isso! Não era algo que pudesses evitar. Já salvaste bastantes criaturas marinhas e, por isso, estamos-te eternamente gratos - disse o boto Tommy a Maria, numa tentativa de a consolar.
- Obrigada, Tommy. Isso foi muito simpático da tua parte. É o meu trabalho proteger as espécies marinhas. Foi por isso que eu decidi tornar-me bióloga marinha. Sempre tive uma ligação muito especial com o mar e com os oceanos. O máximo que eu posso fazer é ajudar-vos na recuperação do vosso mar - explicou Maria Coral, confiante de que ia conseguir ajudar as criaturas.

- Essa é a atitude! Vamos evacuar os habitantes do mar Báltico até que este local assegure a sobrevivência marinha! - sugeriu Tommy com entusiasmo.
Então, Maria Coral e o boto Tommy foram evacuando todos os seres vivos do mar Báltico para lugares seguros.
Alguns dias depois, quanto a situação do mar Báltico estava já controlada, a bióloga regressou a Portugal e reuniu com João Peixe-Espada, atualizando-o sobre todos os acontecimentos. Mas ele também tinha novidades…

- Maria, tenho de te contar uma coisa fantástica que aconteceu. Eu reuni com o meu amigo realizador, quando regressei a Portugal, e ele está interessado em conhecer-te. Quer entrevistar-te para sensibilizar as pessoas sobre a poluição nos oceanos e a forma como esta afeta, tanto os humanos como as criaturas que vivem no mar.
- Incrível! Vamos conseguir mostrar a destruição que a poluição causa e como é importante reciclar e cuidar, não só dos oceanos, mas também do planeta- declarou Maria, entusiasmada com a notícia.
- Ainda bem que gostas da ideia! O que achas de eu te dar o número dele para vocês poderem trocar umas ideias? - perguntou João Peixe-Espada, a Maria Coral.
- Por mim, tudo bem. Seria até mais fácil para organizar a entrevista.
Ainda no mesmo dia, a bióloga telefonou ao realizador, com o objetivo de marcarem a entrevista, pois estava ansiosa para denunciar tudo o que sabia acerca da poluição e dos seus efeitos devastadores, tanto no mar como em terra, em todos os seres. A conversa entre os dois durou horas e, no final, o Sr. Miguel pediu-lhe que autorizasse a transformar aquele testemunho num filme/ documentário, para que o mesmo chegasse a toda a gente, em todos os cantos do mundo. Propôs-lhe usar imagens reais, capturadas por ela. A sua intenção era apresentar alguns locais do planeta e do fundo do mar, antes e depois de poluídos, para além de imagens de pessoas com doenças causadas pela poluição.
Maria ficou emocionada com a proposta. Os seus olhos brilhavam e as lágrimas transbordaram, escorrendo como ribeiros até ao queixo. O coração batia de esperança e o rosto, sorridente, revelava o desejo de ver um planeta limpo, um imenso mar azul cristalino e pessoas saudáveis e felizes.
- Desta vez vão ter que compreender que a situação é séria. Não se pode continuar a fingir que nada se passa e que o lixo é só dos outros – declarou Maria.

- Vamos mexer com os sentimentos de todos, podes acreditar! –disse convictamente o realizador. - Depois deste documentário ninguém vai querer continuar a contribuir para o seu próprio mal estar. Todos vão perceber que a poluição e a não preservação do ambiente é culpa de cada um.

A preparação do filme levou alguns meses que, à bióloga, mais pareceram anos. Cada dia que passava, ela sentia aumentar a ansiedade dentro de si. Mas o momento chegou. Foi numa manhã de céu azul e com algumas nuvens a querer tapar o sol. Na televisão, nas redes sociais e até em outdoors começaram a passar imagens daquela mulher que defendia o ambiente com unhas e dentes. Nas ruas, os que passavam, paravam para ver, perpassando olhares atónitos pelas imagens. Era como se todos estivessem a ser atraídos por ímanes e, mais conscientes do que nunca, várias vozes afirmavam em uníssono:
- Como o planeta mudou! E a culpa é toda nossa! Nós é que ainda não tínhamos parado para pensar em tudo isto!
- Sim, é verdade! Tens toda a razão! Nós temos mesmo errado muito. Temos de mudar as nossas atitudes: começar a separar os lixos e a levá-los para os ecopontos. Vamos unir-nos, tal como fizemos quando iam fazer descargas no mar e salvar o planeta!
A partir desse dia, as pessoas levaram mais a sério tudo o que tinham observado e iniciaram um processo de limpeza e de atitudes contra todo o tipo de poluição. As Câmaras Municipais resolveram também colaborar, arranjando brigadas de vigilância para se certificar de que tudo estava a ser feito como era exigido, de forma a que a poluição deixasse de causar tantos danos e mortes.
Na verdade, este despertar da população para as questões ambientais foi tão eficaz, que deu origem à criação de leis para garantir a preservação dos oceanos, os quais, como todos sabemos, são tão importantes para a vida no Planeta!

Todos os setores da sociedade compreenderam como era da responsabilidade de todos usar conscientemente os recursos naturais e apostar nas energias renováveis. Além disso, todos se uniram nos propósitos comuns de deixar de poluir, de reduzir o uso de materiais descartáveis (como o plástico) e de reciclar. Por último, a prática da pesca sustentável foi finalmente encarada como fundamental para preservar a biodiversidade marítima…
Perante tal conjugação de vontades, foi nesta altura que a bióloga marinha Maria Coral e o conceituado jornalista João Peixe-Espada, na qualidade de diretor geral da sua empresa IJRU (instituição jornalística urbana, como sabemos), tiveram uma ideia genial e resolveram pô-la em prática. Assim, contactaram com várias entidades do país, como o chefe de governo e até com o Sr. Presidente da República, o Professor Doutor Singelo Modelo de Souza.
E, no dia 1 de janeiro do ano seguinte, todos os meios de comunicação social lançavam o seguinte desafio:

ALERTA
Procura-se: Cidadão responsável e amigo do Oceano.
Recompensa: Um Planeta mais saudável.
Colabora com a tua instituição ou empresa onde estudas ou trabalhas e, no próximo dia 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, divulga, através de: fotos, vídeos, cartazes, manifestações… o que de bom se faz na tua família, na tua escola ou no teu local de trabalho para proteger o nosso Planeta.
As Escolas também se uniram e formaram uma rede a que chamaram Escola Azul. Deste modo, como se fosse uma corrente, formada por crianças dos Jardins de Infância e alunos das Escolas de todo o país, que trabalhavam muito para proteger o Oceano. Por outro lado, sete dessas Escolas tiveram a ideia de construir, ao lado das suas Escolas, um farol. Não era um farol vermelho e branco como aquele que Maria Coral e muitas crianças conheciam.
Estes faróis eram azuis e brancos e, em vez de indicar aos pescadores o caminho para casa, indicava aos peixes o local onde havia uma Escola que protegia o Oceano. Aos poucos, mais Escolas se juntaram a estas sete Escolas. E todas foram construindo os seus faróis azuis e brancos, com uma estrela de luz no topo, para que os peixes soubessem que cada vez havia mais pessoas a protegê-los. Quanto mais distantes as Escolas se encontravam do Oceano, mais altos eram os faróis que construíam, para que os peixes os pudessem ver do mar. E assim, os peixes começaram a procurar os locais no Oceano onde avistassem um farol azul e branco. Aí sentiam-se protegidos. Nessas Escolas, nessas Câmaras Municipais, nessas Juntas de Freguesia, todos trabalhavam em conjunto e assim passaram a ter uma maior consciência acerca dos problemas ambientais do mar. E assim, as crianças e os alunos dos Jardins de Infância e das Escolas de norte a sul do país, passaram a entender como o oceano influencia as nossas vidas, como nos une a todos, independentemente da aldeia, vila ou cidade em que vivemos, ou da distância a que nos encontramos do mar.

Hoje, neste dia de outono, temos orgulho de pertencer a uma rede que, em vez de arrastar as espécies do nosso mar danificando-as, arrasta para a importância dos oceanos, protegendo os peixes do nosso mar. E os peixes sabem disso!
