A arte Brasileira de Dircéa Mountfort
Por Edmundo Cavalcanti
Dircéa Mountfort A aquarela é uma técnica muito antiga cujo aparecimento se supõe esteja relacionado com a invenção do papel e dos pincéis de pelo de coelho, ambos surgidos na China há mais de 2000 anos.
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Autodidata, iniciou sua carreira artística em
1970, em Curitiba, pintando em óleo sobre tela. Dircéa surpreendente domínio cromático cuja vocação poética surpreende pela luminosidade Todas suas obras são inspiradas no No ocidente, há vários exemplos do empre- meio ambiente. go desta técnica desde a Idade Média, como Tadeo Gaddi, discípulo de Giotto. Ele viveu Suas paisagens, suas florestas e suas arvores, até 1366, e teria produzido uma série de de- referências topográficas precisas, são na dissenhos aquarelados, feitos sobre papel tipo tância do tempo reencontradas na memória e pergaminho. O método foi utilizado por artis- confiadas ao papel, seja para satisfazer uma tas flamengos, e amplamente empregado em exigência representativa, como também para Florença e Veneza. Foi com Albert Dürer que seguir uma vocação de ordem poética. a aquarela pode resistir ao tempo, já que ele Dircéa desenvolve em suas aquarelas hiperdeixou pelo menos 120 obras suas. -realistas, um trabalho de conscientização da A aquarela há muito tempo se tornara um há- devastação das florestas brasileiras, na expecbito nas cortes europeias, o que lhe dava certo tativa de chamar a atenção para a necessidade “ar” de futilidade, de feminilidade espontânea de sua preservação. e, embora surgissem novos pintores aquarelista, esta técnica começa a ser vista com pre- Nos anos 90, já em São Paulo, a artista parconceito. Com o passar dos anos, surge uma ticipou de vários cursos no Paço das Artes, grande contradição em torno deste método, no Museu de Arte Contemporânea, no Ateliê notadamente no Brasil, onde a aquarela é vis- Xilos e Metais e na Organização Paulista de Artes, tendo a oportunidade de desenvolver ta como um método escolar. várias técnicas estagiando com artistas reApreciada por alguns, desprezadas por ou- nomados, tais como, Cezira Carpanezzi, Ida tros e incompreendida por muitos, o certo é Zami, Aldemir Martins, Alberto Martins, que a aquarela deve ser defendida pelas suas Carlota Baukelman, Philip Hallawel, Myra qualidades intrínsecas, como uma técnica em Pilloto, Sylvia Fairbanks, Luis Castañón. si mesma. Em 1996 passou a apresentar publicamente Dircéa Mountfort, pseudônimo artístico de seu trabalho em exposições e salões de artes. Dircéa Alves Mountfort, nasceu em Sete La- Em 1997 ela já participava de grandes salões goas, MG. Graduou-se em ciências sociais como o Salão Paulista de Belas Artes onde foi pela Pontifícia Universidade Católica de São premiada. Paulo e pós-graduação em história.