Hoje Macau 30 ABR 2013 #2841

Page 13

terça-feira 30.4.2013

vida

www.hojemacau.com.mo

Alterações climáticas Dezasseis países europeus têm estratégia de adaptação

apesar de já haver exemplos concretos, mesmo os países com estratégias aprovadas “não estão a pôr em prática um grande número de acções”. Segundo o relatório, o mais comum, por ora, são programas de investigação, mapas de vulnerabilidade e planeamento. O que a agência recomenda são abordagens integradas, que reúnam diferentes tipos de medidas. “A adaptação requer novas formas de pensar e de lidar com riscos, incertezas e complexidade”, afirma a directora executiva da Agência Europeia do Ambiente, Jacqueline McGlade, num comunicado. “Vai exigir aos europeus que cooperem entre si, que aprendam uns com os outros e que invistam nas transformações de longo prazo necessárias para manter o nosso bem estar perante as alterações climáticas”, completa McGlade. Uma estratégia de adaptação para todo o espaço da UE foi adoptada este mês pela Comissão Europeia e será alvo de uma apresentação esta segunda-feira, no Instituto de Ciências Sociais, em Lisboa.

Ainda está a ser feito pouco

D

ezasseis países europeus – incluindo Portugal – já possuem uma estratégia nacional de adaptação às alterações climáticas, mas a sua aplicação prática ainda está na primeira infância, conclui um relatório da Agência Europeia do Ambiente divulgado esta segunda-feira. O relatório traz alguns exemplos do que já está a ser feito por países, regiões ou cidades europeias para melhor enfrentar um mundo mais quente. Há três tipos de acções em prática. As medidas “cinzas” são soluções tecnológicas ou de engenharia, como obras no litoral para protegê-lo da subida do nível do mar já realizadas na Holanda, Bélgica e França. As “verdes” fazem uso da própria natureza, como a plantação de vinhas em regiões mais altas ou com castas diferentes em

13

Espanha. E as “brandas” baseiam-se na organização administrativa, na governação e no comportamento, como um sistema de alerta para doenças tropicais em Itália. “Os exemplos de acções já implementadas mostram que a adaptação dos sistemas tanto naturais como humanos já está a acontecer na Europa”, sustenta o relatório. Portugal adoptou a sua Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas em 2010. Outros 15 países também já o fizeram: Áustria, Bélgica, Suíça, Alemanha, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Lituânia, Malta, Holanda, Suécia e Reino Unido. Outros 12 países estão a desenvolver a sua estratégia, mas ainda não aprovaram. A Agência Europeia do Ambiente chama a atenção, porém, para o facto de que,

Arqueologia Descoberta trouxe uma nova tese

A

A origem dos Maias

questão é sobre pirâmides e cerimónias, mas é principalmente sobre origens. Viaje-se no tempo e no espaço até à América Central, na actual região da Guatemala, ao ano 1000 a.C.. Estava-se então no início daquilo a que os arqueólogos chamam “período pré-clássico médio”. Naquela região existia uma constelação de povoações. As famílias, depois de séculos a viverem da agricultura, agregaram-se em grupos mais complexos onde as classes sociais começaram a germinar. No meio desta efervescência, nasceram as primeiras praças e pirâmides, que mais tarde seriam a marca de água das cidades-estado da cultura maia. Os arqueólogos

descobriram agora no local arqueológico maia de Ceibal que estas estruturas nasceram dois séculos mais cedo do que se conhecia, revela um artigo publicado na Science. Estas praças e pirâmides fazem parte de um complexo construído em conjunto e são expressões arquitectónicas de uma mudança social que existiu, por esta altura, desde o Sul da Guatemala até ao golfo do México. Já se sabia que o aparecimento da civilização maia como a conhecemos esteve ligada a este desenvolvimento, mas os autores defendem no artigo que os maias participaram nessa mudança regional. “Há esta ideia da origem da civilização maia como um

acontecimento interno e isolado, e há esta outra ideia de que foi uma influência externa que desencadeou a complexidade social da civilização maia. Agora, estamos a pensar que o que se passou não é nem preto nem branco”, diz Victor Castillo, um dos autores do artigo que pertence à Faculdade de Antropologia na Universidade de Arizona, nos Estados Unidos. Foi no período clássico, entre 250 e 900 d.C., que as cidades mais espectaculares da civilização maia prosperaram, como Tikal, situada a norte de Ceibal, já no início da península de Iucatão. Mas, durante os séculos anteriores, verificou-se a ascensão e a queda de cidades e de outras civilizações como

a olmeca, que é outra das personagens desta história. A civilização olmeca englobava cidades situadas na costa do golfo do México, centenas de quilómetros a norte de Ceibal. Centros como o de San Lorenzo, no istmo de Tehuantepec, atingiram o auge antes de 1200 a.C.. Mas as prospecções arqueológicas feitas até hoje ainda não revelaram em San Lorenzo as estruturas arquitectónicas de praças e pirâmides que se tornaram depois presentes nos maias. Contudo, La Venta, o grande centro olmeca que floresceu por volta dos 800 anos a.C., após o esvaziamento de San Lorenzo, já apresentava estes complexos.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.