quarta-feira 3.4.2013
cultura
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30 quadros de Margarida Alfacinha à venda na Mercearia Portuguesa este fim-de-semana
Quando uma dívida se torna uma dádiva José C. Mendes info@hojemacau.com.mo
A
designer portuguesa Margarida Alfacinha, ao ver-se confrontada com uma dívida de cerca de 70.500 patacas à Segurança Social, por trabalhar a “falsos recibos verdes”, decidiu
pintar e vender ao público 375 desenhos para angariar dinheiro e pagar ao Estado. O caso chegou à comunicação social que em peso tornou um evento de facebook num caso mediático: todos os desenhos disponíveis foram adquiridos, alguns deles por grandes personalidades portuguesas
ligadas às artes, que deram mais voz ao projecto/ protesto e que encheram a Casa da Achada em Lisboa nos dias 16 e 17 de Março. ‘375 desenhos’ é uma dor de estômago tomada pelo impulso criativo. Um projecto artístico que nasce de uma dívida mas que é uma dádiva, pode ler-se no
Pintura Nuno Santiago expõe na Casa Garden
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Vinte anos depois
pintor Nuno Santiago está de regresso a Macau para uma mostra das suas mais recentes obras que estará patente ao público, na Casa Garden, a partir do próximo dia 12 de Abril até 12 de Maio. Nuno Santiago nasceu em Lisboa e estudou pintura no Brasil, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. O artista viveu em Macau entre 1987 e 1993, ano em que obteve o 1º prémio da 1ª Bienal de Arte de Macau. É no território da RAEM que Nuno Santiago se afirma como artista e onde define o fio condutor do seu trabalho, segundo o comunicado de imprensa da organização. O equilíbrio que procura
na manipulação da cor e das texturas, na sobreposição de materiais, no jogo entre luz e sombra, na criação de transparências, são elementos constantes nas telas do pintor, acrescenta a nota. A forte ligação a Macau, responsável por muito do que Nuno Santiago é hoje como artista e como pessoa, transporta-o de novo ao território, ao fim de longos anos de ausência. Desde 1986 o artista português expôs em vários países como o Canadá, Inglaterra, Holanda, ou Portugal. A inauguração da mostra das suas obras mais recentes está marcada para as 18h30, de sexta-feira dia 12 de Abril. - J.C.M.
Escritor francês Arno Bertina apresenta-se
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Para cultos e incultos
rno Bertina vai estar em Macau para uma conferência literária na Livraria Portuguesa onde apresentará o seu trabalho como romancista. Este é um evento promovido pela Alliance Française de Macao e a Livraria Portuguesa. Arno Bertina vai centrar a conferência na apresentação do seu trabalho como romancista e, especialmente, na sua obra Anima Motrix. No mesmo encontro, o autor francês vai abordar a sua contribuição para a revista Inculte, criada em 2004. A Inculte representa um grupo de autores, que foram considerados como “a nova geração de escritores franceses”. Arno Bertina abordará, também, assuntos, tais como, as últimas novidades sobre o
dinamismo de “uma certa” literatura francesa, baseada na herança do “Nouveau Roman» (dos anos 50 e 60), bem como na geração de escritores e pensadores das décadas de 70 e 80.
Nascido em 1975, Arno Bertina é autor de Le Dehors e La Migration des truites, (Actes Sud, 2001), Appoggio, (Actes Sud, 2003), Anima motrix, (Verticales 2006),Ma solitude s’appelle Brando, (Verticales,2008). Sob o pseudónimo de Pietro di Vaglio, publicou La déconfite gigantale du sérieux. O autor colabora, também, com revistas de arte e de crítica literária. Publicou uma biografia ficcionada dedicada a Johnny Cash. É co-fundador da revista e faz parte do colectivo Inculte (http:// www.inculte.fr/), uma publicação literária e filosófica, que fundou juntamente com François Bégaudeau, Jérôme Schmidt, Mathieu Larnaudie ou Oliver Rohe, com quem co-editou Devenirs du Roman (Naïve).
comunicado de imprensa do evento em Lisboa. Os sócios da Mercearia Portuguesa, admiradores do trabalho de Margarida Alface que desenhou a imagem da empresa (em parceria com Maria Nogueira), reservaram 30 desenhos seleccionados dos 375 numerados e assinados pela pintora. São essas 30 obras que estarão disponíveis a partir das 18h da próxima sexta-feira dia 5 de Abril na Mercearia Portuguesa, Albergue SCM, pelo preço de 220 patacas. Segundo os promotores desta iniciativa os trabalhos da autora têm, habitualmente, um valor 30 vezes superior. Nascida em 1975, em Lisboa, Margarida Alfacinha tirou a Licenciatura em Design de Comunicação Visual no IADE, que completou com o Curso de Pintura e Estética da S.N.B.A. e com o Curso da Fundação Gulbenkian de Monitores pub
de Expressão Plástica e Psicologia da Criança. Desenhou figurinos para teatro e trabalhou num departamento gráfico em ficção de televisão. Recentemente, criou a imagem gráfica dos projectos Mercearia Portuguesa” (juntamente com a designer Maria Nogueira) e “Pop Doces” (em parceria com Helena Carvalho). Como pintora, já participou em 28 exposições
colectivas e 17 individuais. Alguns dos seus temas mais recorrentes são o universo feminino, o quotidiano doméstico, o mundo do trabalho ou até o fado, tendo recebido diversos prémios e menções honrosas. A iniciativa da Mercearia Portuguesa, sem carácter lucrativo, conta com o apoio do Albergue SCM. As obras estarão à venda até às 20h de Domingo.