Hoje Macau 28 FEV 2018 #4001

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QUARTA-FEIRA 28 DE FEVEREIRO DE 2018 • ANO XVII • Nº 4001

GCS

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

SIN FONG GARDEN

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

PÁGINAS 4-5

PÁGINA 9

PÁGINA 19

Réplicas de Pequim

Lar de idosos projectado Leões em Macau

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hojemacau

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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A grande cavalgada Concessão da Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o Macau Jockey Club, foi renovada até 2042. A concessionária vai investir 1,5 mil milhões de patacas em equipamentos, onde se incluem uma escola de equitação e um centro comercial.

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PÁGINA 7

MOP$10


2 grande plano

CASO SULU SOU

A MESA COM SULU SOUA `

HO IAT SENG GARANTE EQUILÍBRIO DE PODERES E RESPEITO PELA LEI

HOJE MACAU

No habitual encontro de Ano Novo Chinês com os jornalistas, o presidente da Assembleia Legislativa não deixou passar em claro um dos casos que mais tem agitado o panorama político de Macau. Ho Iat Seng disse que existe o total

28.2.2018 quarta-feira

respeito

pela independência entre poderes e que, no caso Sulu Sou, foi cumprido “o princípio da não interferência nos órgãos judiciários” e das leis em vigor

Ho Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa

PESAR de suspenso, temporariamente, por votação dos membros do hemiciclo, Sulu Sou não quis deixar de marcar presença no almoço anual do órgão para o qual foi eleito directamente. “Estava a considerar não vir, porque não tinha muitas informações sobre este evento. Quando soube que os jornalistas também eram convidados decidir vir. Não compreendi, achei inicialmente que seria um encontro interno com os deputados, então pensei em não vir”, confessou, à margem do evento. Sulu Sou assistiu ao discurso do presidente do hemiciclo, Ho Iat Seng, que não deixou de fazer referência à sua polémica suspensão. “Acerca do caso que ultimamente suscitou um interesse particular, refira-se que todos os trabalhos da AL têm sido desenvolvidos com o devido respeito pela autonomia judicial e pelo princípio da não interferência nos órgãos judiciários”, começou por dizer. O presidente do hemiciclo também deixou claro que sempre foi cumprida a lei em todo o processo, marcado pela não decisão da Mesa da AL, que levou a uma votação de todos os processos e que culminou numa providência cautelar apresentada pelo próprio Sulu Sou junto do Tribunal de Segunda Instância. O pró-democrata considerou que o processo ficou marcado por diversas irregularidades, mas os juízes entenderam tratar-se de um caso político e decidiram não se pronunciar. “Ainda no princípio da não interferência no poder judicial, os trabalhos da AL têm também observado as disposições e os procedimentos contidos na Lei Básica, no Regime da Legislatura e do Estatuto dos Deputados à AL, e no Regimento da AL.”


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quarta-feira 28.2.2018

Sulu Sou discordou das palavras do presidente. “Em vários regimes políticos de todo o mundo há esta separação de poderes, mas penso que esse ponto não tem sido muito bem sucedido em Macau. Tenho vindo a observar que o poder Legislativo e Executivo têm sempre uma grande cooperação, e a monitorização por parte dos deputados é sempre muito fraca.”

ALA SILENCIOSA

O deputado suspenso temporariamente, e ligado à Associação Novo Macau, continua a defender que os tribunais têm e devem ter competência para se pronunciar sobre determinadas matérias. “Sempre concordei que deve ser respeitada a independência dos tribunais. Também enfatizamos que o procedimento na legislatura deveria ser verificado pelo sistema judicial independente. Nunca concordei que a AL deveria ser, a cem por cento, independente em relação ao sistema judicial, que deve monitorizar determinados procedimentos, se são ou não legais. Acredito que o procedimento teve alguns problemas que deveriam ser monitorizados pelo sistema judicial.” O mesmo não entenderam os três juízes do TSI, que no acórdão que recusou a providência cautelar apresentada por Sulu Sou, consiPUB

“Estava a considerar não vir, achei inicialmente que seria um encontro interno com os deputados. Quando soube que os jornalistas também eram convidados decidir vir.” SULU SOU DEPUTADO

deraram a votação “um exercício de uma pura acção política” e uma “prerrogativa de cariz político”. “Esta deliberação não é um acto administrativo, visto que não foi proveniente de nenhum órgão da Administração e no exercício de uma função administrativa, ou no quadro de uma actuação da administração pública em sentido material. Foi, em vez disso, praticado por um órgão eminentemente legislativo com um enquadramento político, claramente”, lê-se no documento. Noutras mesas sentaram-se os deputados Vong Hin Fai e Kou Hoi In, que não se pronunciaram sobre a matéria. Os membros do hemiciclo foram os autores de um projecto de resolução que visava clarificar que a AL não reconhece aos tribunais poderes para verificar se os procedimentos legais são cumpridos nos pro-

cessos de suspensão de deputados. No entanto, não houve declarações sobre esta questão, nem é sabido se o projecto, entretanto retirado, voltará a ser apresentado na AL.

“AGIMOS MAL, TODOS NÓS”

Ho Iat Seng poderia ter optado por não fazer referência a este caso no seu discurso, mas, de acordo com o deputado José Pereira Coutinho, não podia ignorar este assunto. “Tinha que mencionar porque se não os jornalistas lembrariam o facto. Ele [Sulu Sou] faz falta na Assembleia e eu, pelo menos, sinto na pele que agimos mal, todos nós. Demos uma má imagem à sociedade e no contexto internacional, o qual prezamos do ponto de visto democrático”, disse ao HM. Para Pereira Coutinho, tratou-se de um discurso “normal, de

“Acerca do caso que ultimamente suscitou um interesse particular, refira-se que todos os trabalhos da AL têm sido desenvolvidos com o devido respeito pela autonomia judicial e pelo princípio da não interferência nos órgãos judiciários.” HO IAT SENG PRESIDENTE DA AL

ocasião”. O deputado entende que a imagem da AL no corrente ano saiu manchada, e isso nada abona Macau no seu todo, como cidade internacional e cumpridora da Lei Básica. “Espero que estas

AL UM FUTURO MAIS DIFÍCIL

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o discurso proferido no almoço de Primavera, Ho Iat Seng não deixou de fazer referência às eleições de Setembro que trouxeram 12 novos deputados ao hemiciclo e ao “trabalho pesado e intenso” que a AL tem tido nos últimos meses. Na visão do presidente, “pelo trabalho desenvolvido durante estes quatro meses, pode-se constatar uma rápida adaptação dos novos deputados ao funcionamento do órgão legislativo”. Sobre o futuro, Ho Iat Seng lembrou que a população está cada vez mais atenta aos trabalhos do órgão legislativo. “Temos profunda consciência das crescentes expectativas e exigências da população em relação ao trabalho da AL, podendo-se antecipar, também, que serão maiores os desafios colocados a este órgão”, apontou.

situações não se voltem a repetir”, acrescentou. Há cem dias fora da AL, onde faz questão de marcar presença em todos os debates, Sulu Sou confessa sentir-se azarado e sortudo ao mesmo tempo, uma vez que a suspensão temporária lhe deu mais tempo para estar perto da população. “Sempre me senti desapontado, ao longo deste tempo, por estar a perder os debates na AL. Não posso participar nas reuniões permanentes nem nos debates, e faço o meu melhor por fazer coisas fora da AL. Uma situação interessante é que depois da minha suspensão passamos a ter mais tempo para ir à rua falar com os cidadãos. Tive azar, mas também tenho sorte nesse sentido.” Em relação ao recurso apresentado depois da decisão do TSI, não há novidades. “Ainda não há qualquer notificação sobre esse caso e o nosso advogado submeteu nova carta para saber mais informações. Não posso prever qual será a decisão do tribunal, mas tentamos o nosso melhor para lutar pela justiça do processo. É muito importante os cidadãos e a sociedade conheçam mais sobre este caso”, concluiu. Andreia Sofia Silva (com S.M.M.) andreia.silva@hojemacau.com.mo


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28.2.2018 quarta-feira

Efeitos colaterais PCC DEPUTADOS ANALISAM CONSEQUÊNCIAS LOCAIS DO FIM DE LIMITE DE MANDATOS

GCS

A alteração da Constituição da República Popular da China pode abrir espaço para alterações à Lei Básica de Macau. Essa é a opinião de Sulu Sou que entende que, numa perspectiva “optimista”, poderiam existir alterações para dar lugar ao sufrágio universal. Já Agnes Lam vê o território com políticas muito perto de Pequim, pelo que a figura de Chefe do Executivo perde relevo

PERIGO ATRÁS DA PORTA

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usência de limite de mandatos sem eleições pode ser muito perigoso. A ideia foi deixada ontem por Sulu Sou aos jornalistas. O deputado suspenso referiu ainda que o anúncio recente do Xi Jinping relativo à alteração constitucional para acabar com o limite de mandatos presidenciais tem sido alvo de várias discussões em que as opiniões divergem. “Há quem defenda que há muitos países no mundo com mandatos presidenciais sem limites, mas já lembrámos que em muitos deles se tratam de soberanias onde existe o sufrágio universal, o que não acontece na China, uma vez que não há um sistema democrático para eleger o Presidente e vice-Presidente”, aponta Sou. No caso da China, há razão para inquietações. “É fácil ficarmos preocupados com esta decisão, porque se não houver limites ao mandato e a não existir um sistema democrático, há muitos perigos associados”, apontou o deputado suspenso. Para já, Sulu Sou considera que é necessária mais informação acerca dos benefícios desta decisão que vai alterar as reformas propostas em 1982 por Deng Xiaoping. É cedo para garantir que Xi irá assumir presidência vitaliciamente, mas “de certeza, que esta alteração lhe vai dar mais possibilidades para que fique mais tempo na presidência. Pode ser Presidente até morrer”, apontou.

DECISÕES PONDERADAS

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fim do limite de mandatos à presidência chinesa é visto por Ho Iat Seng como uma decisão ponderada. “Como sabemos, a China é um país com 1.4 biliões de pessoas e temos um poder de um partido único, pelo que qualquer medida que venha a ser tomada tem que ver com o bem da população e é muito bem ponderada”, disse ontem aos jornalistas à margem do almoço anual promovido pela Assembleia Legislativa.

LIMITES NECESSÁRIOS

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ara Agnes Lam, no caso de se querer avançar com mais mandatos, o ideal teria sido avançar com um limite, mesmo que superior aos dois previstos actualmente pela Constituição da República Popular da China. “Se se achar que dois mandatos não é o suficiente, as pessoas podem sugerir três ou quatro mandatos sendo que deviam ter, pelo menos, algum tipo de limite”, disse a deputada. Entretanto, Agnes Lam duvida que a medida possa dar origem a uma maior estabilidade do país até porque a limitação de mandatos decretada por Deng Xiaoping tem sido positiva. “Não tenho a certeza que estas mudanças possam dar origem a um melhor Governo”. A deputada acrescenta que “apesar de agora a China estar estável com o poder centralizado numa pessoa, o facto de uma pessoa estar permanentemente na mesma posição poderá tornar mais fácil cometer erros”. Apesar de existirem alguma comparações com o regime de Mao Tse Tung , Agnes Lam considera que não estamos nesse ponto. “Na altura de Mao não existia qualquer regulamentação nem nada a definir mandatos e não podemos comparar com esses tempos porque eram muito diferentes”, remata.


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“Temos uma nova esperança com esta decisão, porque se podem mudar a Constituição, também podemos alterar a nossa Lei Básica para que seja implementado o sufrágio universal para a eleição dos deputados na Assembleia Legislativa.” SULU SOU DEPUTADO SUSPENSO

Trata-se de uma opinião optimista, considera Sulu Sou. “Para ser honesto é difícil mudar o regime político em Macau, mas podemos ser optimistas. Se a Constituição é alterada, os activistas podem clamar pela mudança na Lei Básica”, sublinhou o deputado suspenso. Colocada a possibilidade da mudança da Lei Básica ir no sentido do proposto por Xi para o continente, Sulu Sou refere que além de ser uma ideia descabida é também improvável. “Seria uma decisão louca alterar a Lei Básica para eliminar os limites ao mandato do Chefe do Executivo. Não me parece que isso vá acontecer”, disse.

PERTO DE PEQUIM

Agnes Lam encara as alterações previstas para o continente como podendo ter dois tipos de consequências para o território. De acordo com a deputada não é assim tão importante quem governa o território. “No caso de Macau penso que não se trata de quem é o líder, até porque já temos uma política a que podemos chamar de Central”. Por outro lado, independentemente do Governo regional, “se falarmos em termos políticos, por exemplo da Grande Baía ou de “Uma Faixa, uma Rota”, não vão existir mudanças dependentes do Chefe do Executivo.

é muito mais complicada do que me Macau”, aponta.

SOFIA MARGARIDA MOTA

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E a constituição chinesa pode ser alterada, a Lei Básica também. A ideia foi deixada ontem pelo deputado suspenso Sulu Sou aos jornalistas. À margem do almoço anual com a comunicação social promovido pela Assembleia Legislativa (AL), o pró-democrata referiu que o recente anúncio de Xi Jinping relativo à alteração constitucional para acabar com o limite de mandatos dos cargos de Presidente e de vice-Presidente pode ter uma consequência positiva para Macau. “Temos uma nova esperança com esta decisão, porque se podem mudar a Constituição, também podemos alterar a nossa Lei Básica para que seja implementado o sufrágio universal para a eleição dos deputados na Assembleia Legislativa”, disse. O deputado suspenso com ligações à Associação Novo Macau, avança ainda que as leis são para ser alteradas e justifica a sua posição. “Defendemos que todas as leis devem ser alteradas, caso seja esse o desejo das pessoas, em prol de um sistema mais democrático. Insistimos na alteração da Lei Básica e queremos que não haja deputados nomeados no futuro”, apontou.

HOJE MACAU

quarta-feira 28.2.2018

DE OLHO NO POPULARISMO

“No caso de Macau, penso que não se trata de quem é o líder, até porque já temos uma política a que podemos chamar de Central.” AGNES LAM DEPUTADA

Quanto à possibilidade de alterações à Lei Básica, a deputada que se estreia na AL neste mandato, considera que não serão prováveis. “Não penso que em Macau a lei vá mudar. Aqui é diferente. No continente a política

Apesar das teorizações, há que ter em conta o factor da popularidade da medida. “No continente, a maioria das pessoas que não vive nas grandes cidades ou que não são, digamos, intelectuais, gostam de Xi Jinping. Mas em Macau, mesmo quando Edmund Ho governava, houve quem defendesse que deveria continuar por mais um mandato por ser visto como um excelente líder”, começa por justificar. A possibilidade gerou algum ruído na sociedade mas nada aconteceu, recordou Agnes Lam. “Em Macau estamos habituados a modelos mais ocidentais e, por isso, penso que a alteração à Lei Básica não será fácil”, rematou a deputada. O presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, preferiu remeter-se ao silêncio e não tecer considerações sobre o tema. “Estamos neste momento a falar na alteração da Constituição da República Popular da China e não da Lei Básica de Macau. Não respondo a questões de suposição”, referiu aos jornalistas. Sofia Margarida Mota (com A.S.S. e J.S.F.)

Sofia.mota@hojemacau.com.mo

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Anúncio Concurso Público N.º 7/ID/2018 « Serviço de venda de bilhetes para as Edições 65.ª e 66.ª do Grande Prémio de Macau » Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 12 de Fevereiro de 2018, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para o serviço de venda de bilhetes para a 65.ª e 66.ª Edições do Grande Prémio de Macau. O prazo para a prestação dos serviços é conforme o estipulado no ponto 2 do Anexo V – Normas técnicas do índice geral do processo de concurso. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo de concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento de $ 500,00 (quinhentas) patacas. Podem ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de download da página electrónica do Instituto do Desporto: www.sport.gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. A sessão de esclarecimento deste concurso público terá lugar no dia 5 de Março de 2018, segunda-feira, pelas 10,00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio, sito na Avenida da Amizade n.o 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora da sessão de esclarecimento acima mencionada, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora estabelecidas para a sessão de esclarecimento serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 21 de Março de 2018, quarta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $ 60 000,00 (sessenta mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na Região Administrativa e Eespecial de Macau e à ordem do Fundo do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do Fundo do Desporto) na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial, sita na sede do Instituto do Desporto. O acto público do concurso terá lugar no dia 22 de Março de 2018, quinta-feira, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público do concurso, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 28 de Fevereiro de 2018. O Presidente, Pun Weng Kun

Anúncio Concurso Público N.º 8/ID/2018 « Aquisição e remodelação da unidade de aquecimento e resfriamento do sistema de climatização central do Estádio, Pavilhão Desportivo e Piscina Olímpica do Centro Desportivo Olímpico » Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 12 de Fevereiro de 2018, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para a aquisição e remodelação da unidade de aquecimento e resfriamento do sistema de climatização central do Estádio, Pavilhão Desportivo e Piscina Olímpica do Centro Desportivo Olímpico. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.º 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo de concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de $ 1 000,00 (mil) patacas. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 26 de Março de 2018, segundafeira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $ 176 000,00 (cento e setenta e seis mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na Região Administrativa e Eespecial de Macau e à ordem do Instituto do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque (emitida a favor da «Caixa de Tesouro») na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial, sita na sede do Instituto do Desporto. O acto público do concurso terá lugar no dia 27 de Março de 2018, terça-feira, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público do concurso, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 28 de Fevereiro de 2018. O Presidente, Pun Weng Kun


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HOJE MACAU

28.2.2018 quarta-feira

Pelas mulheres e pela pátria Chui Sai On elegia trabalho da Associação Geral das Mulheres

O Davis Fong “Quando assinaram o contrato, as concessionárias sabiam que o Governo precisava de lançar novo concurso público e seguir a lei. É uma exigência que não pode ser violada.”

JOGO DAVIS FONG SAI EM DEFESA DO GOVERNO NO PROCESSO DAS NOVAS LICENÇAS

Tudo a seu tempo

O académico e deputado nomeado considera que o Executivo está a seguir a lei e que as concessionárias do jogo estão informadas sobre uma eventual perda da licença, desde que assinaram os contratos em 2002

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AVIS Fong negou ontem que o Governo esteja a demorar demasiado tempo na definição do processo para a atribuição das novas licenças do jogo. De acordo com o académico especializado na área do jogo e deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, as operadoras estão cientes de que podem perder a licença, desde que assinaram os contratos em 2002. “O Governo precisa de tomar uma decisão muito importante e de fazer uma revisão da lei. Independentemente da decisão, esta vai ser enviada para a Assembleia Legislativa para ser discutida. Nessa altura, vai perceber-se qual é a decisão. Mas será um processo muito transparente e espero que motive uma discussão muito profunda sobre o assunto”, começou por dizer Davis Fong, em relação ao processo. “Faltam dois anos para o final da primeira licença, o que ainda dá espaço para haver uma boa discussão. O Governo ainda tem tempo”, acrescentou.

As actuais concessões do jogo chegam ao fim entre 2020 e 2022. Neste momento, o Governo tem duas opções: pode renovar anualmente as licenças até a um máximo de cinco anos; ou lança um concurso público novo para a atribuição das concessões. Contudo, mesmo que opte por não esperar, terá sempre de lançar um concurso público. “Quando assinaram o contrato, as concessionárias sabiam que o Governo precisava de lançar um novo concurso público e seguir a lei. É uma exigência que não pode ser violada”, respondeu, quando questionado se a incerteza não poderia causar danos para o sector.

SÉTIMA LICENÇA

Enquanto académico especialista na área do jogo, Davis Fong foi convidado, ainda antes de ser deputado, para coordenar a revisão intercalar sobre a principal indústria de Macau. Ontem, considerou que a introdução de uma sétima, ou mesmo oita-

va, licença de jogo vai depender de se ter alcançado o objectivo de fazer do território um Centro Mundial de Turismo e Lazer. “O mais importante é perceber que Macau tem um novo posicionamento como Centro Mundial de Turismo e Lazer. Temos de perceber se as seis operadoras conseguem ajudar Macau a alcançar esse posicionamento”, explicou. “Se a resposta for sim, não me parece que precisemos de ter sete ou oito licenças. Se for não, significa que temos de manter uma mente aberta e ter as operadoras número sete e oito a ajudarem”, respondeu. Sobre a eventual aprovação da colocação de mesas de jogo no casino 13, o deputado sublinhou que não há nenhuma pedido conhecido nesse sentido. Porém, considerou que poderá ser um processo complicado, porque o historial mostra que o Governo tentou evitar o desenvolvimento de actividades de jogo em Coloane.

princípio “Um país, dois sistemas” tem sido promotor do desenvolvimento da causa feminina, disse ontem o Chefe do Executivo, Chui Sai On no encontro organizado pela Associação Geral das Mulheres de Macau. “A implementação histórica em Macau do principio veio dar garantias e proporcionar um espaço mais amplo e uma plataforma mais sólida para o desenvolvimento da causa da mulher”, referiu Chui. Exemplo disso são as mulheres de Macau que, apontou, “têm vindo a trabalhar com diligência e persistência, e são capazes de alcançar o seu pleno potencial, contribuindo para o desenvolvimento da RAEM”. É neste sentido que o Chefe do Executivo sublinha o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Associação Geral das Mulheres de Macau. “Tem sido uma grande promotora da defesa dos direitos e interesses das mulheres e crianças”, disse. Paralelamente, cabe ainda àquela entidade o fomento de “valores de patriotismo e de amor a Macau e a união das organizações das mulheres de diferentes estratos sociais”, apontou. Às mulheres, Chui Sai ON deixou ainda algumas promessas. Além do trabalho já feito para a “formação de talentos femininos, [o Governo] continua a proporcionar à mulheres mais oportunidades e a habilitá-las para uma maior participação na gestão dos assuntos socioeconómicos”, recordou. De acordo com Chui Sai On o trabalho não está acabado. “Continuamos empenhados na melhoria da qualidade de saúde e da vida das mulheres, bem como na promoção da família harmoniosa”, referiu o Chefe do Executivo.

AMOR À PÁTRIA

No mesmo discurso Chui Sai ON não deixou de exortar a pátria e de sublinhar o seguimento local das demandas de Pequim. “Iremos dar pleno cumprimento aos princípios e exigências que o secretário-geral Xi Jinping apresentou no seu relatório ao 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China para as regiões de Hong Kong e de Macau”, apontou. O Chefe do Executivo deixa antever a criação de novas medidas de modo a acompanhar as reformas que estão a acontecer no continente. “O Governo da RAEM está determinado para, com a população, explorar novas ideologias, dinamizar novas sinergias e planear novas iniciativas”, disse.

João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

Sofia Margarida Mota

Sofia.mota@hojemacau.com.mo

CATÁSTROFES RELATÓRIO DEIXA RECADOS PARA GESTÃO DE EMERGÊNCIAS

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Governo da RAEM deve priorizar o aperfeiçoamento do sistema de gestão de emergências local, incluindo o sistema e mecanismo de resposta, prevenção, redução de desastres e salvamento. A recomendação foi deixada pelo “Relatório geral de avaliação sobre os danos causados pelo tufão Hato e

propostas para a optimização do sistema de gestão de emergências”, discutido ontem na sede do Governo. O documento recomenda também a necessidade de reforçar os trabalhos de socorro e salvamento. Ao mesmo tempo , o Executivo deve e aumentar a capacidade de prevenção e redução

de desastres nas principais infraestruturas da cidade; aperfeiçoar o sistema de cooperação e acção conjunta para responder a emergências na região Guangdong-Hong Kong-Macau e elevar a capacidade de reacção a grandes catástrofes. O documento não se fica por aqui e salienta que cabe ao Executivo “dar resposta a

riscos, melhorar o sistema jurídico de gestão de emergências, prevenção e redução de desastres e realizar campanhas de educação e sensibilização para a segurança. Ficam ainda recados que apontam para a necessidade de desenvolvimento do território enquanto cidade inteligente.


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quarta-feira 28.2.2018

Um plano de investimento de 1,5 mil milhões de patacas convenceu o Governo a renovar o contrato de exploração das corridas de cavalos do Macau Jockey Club, que expirava hoje, até 31 de Agosto de 2042

MACAU JOCKEY CLUB CONCESSÃO RENOVADA POR MAIS 24 ANOS E MEIO

A todo galope

O

contrato de concessão da Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o Macau Jockey Club, vai ser prorrogado por 24 anos e seis meses, anunciou ontem o Secretário para a Economia e Finanças. Lionel Leong justificou o longo período com a promessa de um forte investimento por parte da empresa concessionária, incluindo na componente extrajogo. “O investimento que vai fazer é de 1,5 mil milhões e também vai alargá-lo ao não-jogo, por isso, [tomámos] esta decisão”, argumentou Lionel Leong, apontando que a empresa “tem que mostrar essa capacidade financeira”. Neste sentido, o Governo exige-lhe que, durante o processo de investimento, cumpra os prazos estipulados para cada tranche, sob pena de ver suspensa a prorrogação do contrato. Embora remetendo os detalhes para o contrato, que vai ser publicado hoje em Boletim Oficial, o Secretário para a Economia e Finanças sinalizou mexidas nas cláusulas. “Vamos reduzir o tempo de reembolso”, indicou Lionel Leong, referindo-se ao prazo para a liquidação do imposto em falta. Em breves declarações aos jornalistas, à margem de um almoço da Associação de Bancos de Macau, o Secretário para a Economia e Finanças manifestou ainda confiança de que o plano apresentado pela Companhia de Corridas de Cavalos possa contribuir para recompor as suas contas, que estão no ‘vermelho’ desde 2005. “Como sabem, no passado, houve prejuízos. Esperamos que, com este grande investimento, possa inverter a sua situação financeira e, mais importante, que a sua existência possa contribuir para a RAEM com elementos não-jogo”, observou. O plano de investimento “favorece o desenvolvimento da RAEM como Centro Mundial de Turismo

e Lazer”, complementou a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) em comunicado, indicando que visa “o melhoramento das instalações” e “o desenvolvimento de mais actividades correlativas não-jogo”, com vista a “intensificar a competitividade” da empresa e a “proporcionar mais escolhas de entretenimento e lazer aos residentes e visitantes de Macau”. O Macau Jockey Club, ligado ao universo de Stanley Ho, tem como vice-presidente do conselho de administração e administradora executiva Angela Leong, quarta mulher do magnata e deputada à Assembleia Legislativa.

EQUITAÇÃO E LOJAS

Apesar de afirmar desconhecer os “assuntos em concreto”, Angela Leong levantou um pouco o véu sobre os planos delineados para viabilizar o Macau Jockey Club. “Vamos introduzir factores diversificados”, afirmou, mencionando uma escola de equitação e um centro comercial. “Nós, como investidores, apoiamos todas as políticas de investimento da companhia”, disse a deputada à margem de um almoço da Assembleia Legislativa, falando em “mais de 2 mil milhões de patacas” – um valor superior ao referido tanto pelo Secretário

para a Economia e Finanças como pela DICJ. Angela Leong, “muito contente” com a prorrogação do contrato até 31 de Agosto de 2042, também se mostrou confiante de que a empresa vai “ultrapassar” a actual situação de avultadas perdas e garantiu que, apesar da pressão, não há lugar a cortes de pessoal. Isto graças a “Stanley Ho, que não quis ver funcionários do Macau Jockey Club despedidos”. “Espero que continuem a ter emprego” e que “trabalhem com alegria”, afirmou a empresária. A Companhia de Corridas de Cavalos fechou 2016 com prejuízos acumulados de mais de 4 mil milhões de patacas. De acordo com as contas auditadas e aprovadas pela assembleia-geral

“Daqui a uns anos, provavelmente não agora porque daria demasiado nas vistas, dizem que [o modelo] não funciona e que querem reconverter a área para mais imobiliário.” ALBANO MARTINS

de accionistas, em finais de Março do ano passado, registou também um passivo de 1,3 mil milhões de patacas. Os dados relativos ao exercício de 2017 ainda não são conhecidos. Neste momento, sabe-se apenas, por via dos dados publicados pela DICJ, que as receitas das corridas de cavalos foram de 104 milhões de patacas – menos 26,2 por cento face aos 141 milhões arrecadados no ano anterior –, com o volume de apostas a cair de 709 milhões para 517 milhões. A primeira concessão do exclusivo da corrida de cavalos remonta a 1978, tendo o contrato sido alvo de prorrogações, e por vezes revisões, até aos dias de hoje. O mais recente, que expirava precisamente hoje, tinha a validade de apenas seis meses, enquanto o imediatamente anterior uma duração dois anos.

A FAVOR E CONTRA

As reacções à renovação da concessão do Macau Jockey Club divergem. Para Davis Fong, deputado e director do Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo na Universidade de Macau, é uma “boa notícia”. Por um lado, porque é “um grande investimento” e que, portanto, precisa de “algum tempo para ter retorno”. Por outro, porque “Macau não é uma cidade que se cinge apenas aos casinos”, mas que

tem também outras actividades de jogo, como as apostas em corridas de cavalos, que representam alguma diversificação. Agnes Lam mostrou-se mais cautelosa. “Se o Governo renovou o contrato, tendo em conta o negócio, pode ser positivo porque aquela zona pode vir a ter outras actividades”, observou a deputada, ressalvando, porém, ser preciso ver com cuidado a intenção final. Neste sentido, afirmou esperar que “o Governo não use este tipo de renovações de forma a que a concessão do terreno se possa também tornar vitalícia ou para assegurar algum tipo de monopólio”, defendendo ainda que o tratamento dado aos cavalos deve ser alvo de atenção por parte do Executivo. Albano Martins lamenta a opacidade do processo: “Não há transparência nenhuma e é lamentável que uma decisão desse tipo surja nas costas de toda a gente”. O presidente da Anima – Sociedade Protectora dos Animais entende que a renovação por quase 25 anos serve “para dizer que é apenas uma concessão de terreno”. “Para mim é muito simples: daqui a uns anos, provavelmente não agora porque daria demasiado nas vistas, dizem que [o modelo] não funciona e que querem reconverter a área para mais imobiliário e, portanto, ficam com todo o terreno, que é valiosíssimo, para a exploração de imobiliário”, disse Albano Martins. O economista lamenta a oportunidade perdida, porque aquela zona seria ideal para escolas ou para habitação para a classe média. “Pelos vistos outros valores mais altos se levantaram”, criticou. O investimento anunciado também desperta a curiosidade de Albano Martins. “É tudo muito esquisito. Se vão fazer investimento de 1,5 mil milhões é só para pagar as dívidas? Então e o resto?”, questiona o economista, defendendo que “é preciso que a DICJ explique tudo muito bem”. As “condições degradantes” do Macau Jockey Club, cujos estábulos continuam por recuperar apesar das promessas, também preocupam Albano Martins, a par do tratamento dado aos cavalos, sobretudo aos que são retirados das corridas. “Há dias soube que os animais são abatidos em cima do cimento. Com a convulsão da morte batem com a cabeça várias vezes no solo, quando há relva um pouco ao lado – é completamente desumano”. “Não acredito nada que façam qualquer coisa para melhorar o negócio. O que querem é o terreno”, afirmou. Diana do Mar (com S.M.M. e J.S.F.)

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Os responsáveis da Lai Si, Harry Lai, representante de Macau na CCPPC da Província de Cantão, e o pai, Lai Ieng Man, negam qualquer prática ilegal e dizem que estão a ser vítimas de um “ataque intencional”

28.2.2018 quarta-feira

CONSTRUÇÃO PROPRIETÁRIOS DA LAI SI ACUSADOS DE MANIPULAR VALOR DAS ACÇÕES

Eles negam tudo

Lai nunca esteve à venda e não há qualquer intenção de reduzir a participação. Não há qualquer prova para justificar as alegações de que o clã Lai tenha prometido vender acções correspondentes a 37,5 por cento do capital da empresa”, é acrescentado.

QUEIXA NA PJ

A

construtora Lai Si nega estar envolvida em actividades de manipulação do valor das suas acções na bolsa de Hong Kong. A posição da empresa de Macau, ligada a Harry Lai foi assumida através de um anúncio, publicado ontem na imprensa local. Harry Lai é um dos 35 representantes do território no Comité Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Cantão (CPCCPPC). Segundo um comunicado da Lai Si, com a data da semana passada, Harry Lai, na qualidade de director executivo, e Lai Ieng Man, presidente e pai de Harry, estão a ser acusados de terem manipulado o preço das acções. A queixa terá partido de um grupo de accionistas minoritários e foi apresentada junto do regulador da bolsa de Hong Kong. Consta na documentação alegadamente apresentada ao regu-

Comunicado da Lai Si “Tanto Lai Ieng Meng, como Lai Meng San, nunca manipularam, de nenhuma maneira, o preço das acções da empresa”

lador que o presidente da Lai Si e o director executivo, Harry Lai Meng San, teriam prometido que as acções iam valorizar entre oito a dez vezes, antes da entrada na bolsa. Além disso, havia, alegadamente, uma garantia de retorno de 20 mil patacas por título. Lai

Ieng Man e Harry Lai são ainda acusados de ter chegado a acordo com dois indivíduos para venderem metade da sua participação na empresa. As queixas foram desmentidas na semana passada, mas a empresa voltou ontem à carga, num comu-

nicado assinado por Lai Ieng Man e Harry Lai. “Tanto Lai Ieng Meng, como Lai Meng San, nunca manipularam, de nenhuma maneira, o preço das acções da empresa”, pode ler-se. “A participação de 75 por cento na empresa do clã

CONFERÊNCIAS E EXPOSIÇÕES FIM DE ANO EM ALTA

N

O quarto trimestre, o número de reuniões e conferências aumentou em termos anuais, tendo atingido 86.000 participantes (+23,8 por cento), em virtude do acréscimo de 34 por cento nos participantes dos eventos com 200 ou mais indivíduos (72.000). De acordo com os dados divulgados ontem pelo Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), realizaram-se 244 reuniões e conferências (-8, em termos homólogos). A duração média geral de reuniões e conferências foi de 1,6 dias, permanecendo no nível do trimestre homólogo de 2016. No trimestre de referência foram realizadas 18 exposições (+2, em termos anuais), em

que participaram 591.000 visitantes (+45,8 por cento). Destaca-se que 16 exposições foram organizadas por entidades não governamentais, tendo atraído 459.000 visitantes (+31,0 por cento), enquanto duas exposições foram organizadas por entidades governamentais, tendo atraído 132.000 visitantes, com um crescimento acentuado de 140,7 por cento. De acordo com informações recolhidas junto das entidades organizadoras das 18 exposições, no quarto trimestre as receitas e despesas das exposições cifraram-se em 76,73 milhões e 114 milhões de patacas, respectivamente. Refira-se que as receitas eram provenientes, principalmente, dos

“subsídios concedidos pelo Governo e por outras instituições” (75,3 por cento do total), enquanto as despesas eram efectuadas essencialmente em “serviços de produção, construção e decoração” (27,1 por cento). Em 2017, realizaram-se um total de 1.381 reuniões, conferências, exposições e eventos de incentivo (+105, em termos anuais), que tiveram 1.901.000 participantes e visitantes (+10,4 por cento, em termos homólogos). De acordo com as informações recolhidas junto das entidades organizadoras das 51 exposições realizadas em 2017, as receitas cifraram-se em 184 milhões de patacas.

Na defesa de Harry Lai e Lai Ieng Man é clarificado que a Lai Si recorreu a empresas licenciadas, junto do regulador de Hong Kong, para tratar do processo de entrada da bolsa, que aconteceu em Fevereiro do ano passado. Segundo o clã Lai, foram igualmente pagas legalmente todas as comissões necessárias. Por outro lado, os visados falam de um “processo difamatório” e de um “ataque intencional” e referem que o caso vai ser tratado pela Polícia Judiciária, a quem já apresentaram queixa. No mesmo comunicado é sublinhado que a situação financeira da empresa é “saudável” e é feito um apelo para que as pessoas confiem nos directores. Em Fevereiro, as acções da Lai Si valiam 1,74 dólares de Hong Kong, quando a empresa entrou para a bolsa, ontem fecharam a valer 0,85. João Santos Filipe

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DSPA Três empresas candidatas a concurso para análise à qualidade da água

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) realizou ontem o acto público da abertura das propostas ao concurso público para a prestação de serviços de “Análise da Qualidade da Água”. De acordo com um comunicado, foram recebidas propostas de oito empresas, tendo sido admitidas três e rejeitadas cinco. Os valores das propostas variam entre 3.240.000 patacas e 3.811.680 patacas. O prazo do contrato para a prestação deste serviço público é de três anos, sendo que a empresa “adjudicatária deve prestar à DSPA serviços de recolha de amostras de água e análise da qualidade da água costeira de Macau”.


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quarta-feira 28.2.2018

HABITAÇÃO CONTERRÂNEOS DE KONG MUN CONSTROEM CENTRO DE IDOSOS NO SIN FONG GARDEN

A chegada do donativo

A associação que tem como vice-presidente o deputado Mak Soi Kun vai assinar hoje o contrato para a entrega de um donativo que cobre 60 por cento do custo da reconstrução do edifício Sin Fong Garden

A actividade “Troca de Livros”, promovida pelo Instituto Cultural (IC) e inserida na “Semana da Biblioteca de Macau 2018” arranca já no próximo dia 1 de Março. De acordo com um comunicado, o objectivo é “promover a leitura e a incentivar a criação de amizades bem como a partilha de recursos entre os residentes amantes da leitura”. O prazo limite para a entrega de livros usados nas bibliotecas públicas decorre até 8 de Abril. Cada pessoa receberá pontos que poderá depois trocar por outros livros, de acordo com o valor que o livro usado custou no acto da compra. Será atribuído um ponto por cada dez patacas. “A pontuação máxima por livro ou colecção é de 100 pontos, enquanto os livros que não têm preço assinalado serão considerados como valendo dez patacas.”

Parque Temático Plano concreto por definir

O parque temático que foi, em 2010, apresentado como o primeiro grande empreendimento turístico sem jogo na zona do Cotai, continua em banhomaria. “Estamos a pôr em prática as obras”, “mas ainda não temos plano concreto”, afirmou a empresária Angela Leong, indicando que, “até agora, as coisas ainda estão por definir”. Inicialmente, o projecto, que conta com o investimento do também deputado Chan Chak Mo, previa a criação de uma “Hello Kitty Land”. No entanto, essa ideia foi descartada com o aparecimento de um projecto idêntico na Ilha da Montanha.

A

Associação de Conterrâneos de Kong Mun assina hoje um acordo com os moradores do edifício Sin Fong Garden para a reconstrução do prédio, que vai passar a ter um centro de idosos. Segundo o vice-presidente da associação, Mak Soi Kun, o passo vai ser dado depois de ter havido uma visita ao Ministério Público, que permitiu concluir que a recolha de provas sobre o processo está praticamente terminada. “Fizemos uma visita ao Ministério Público e viemos a saber que a recolha de provas e os procedimentos administrativos [a cargo do MP] estão quase concluídos. Por isso, amanhã [hoje] vamos ter uma cerimónia de assinatura do contrato para a entrega do donativo que vai ajudar na reconstrução do edifício”, disse Mak Soi Kun, à margem do almoço dos deputados com a comunicação social. “As pessoas devem ter as casas disponíveis dentro de três ou quatro anos. Mas é um processo que leva algum tempo porque é necessário demolir o edifício e reconstrui-lo. Também muitos moradores ainda precisam de recolher o financiamento para as obras”, apontou. “Agora, queremos construir um centro de idosos no edifício”, acrescentou. Anteriormente a Associação de Kong Mung tinha assumido o compromisso de pagar 60 por cento do valor das obras, que na altura foram avaliadas em

Esperamos que o Governo possa dar uma atenção especial para acelerar o processo”, sublinhou. O caso Sin Fong Garden surgiu em Outubro de 2012, quando cerca de 144 famílias tiveram de ser retiradas do edifício, por haver perigo de um dos pilares colapsar. O MP está neste momento a tentar apurar a responsabilidade do sucedido.

CASAS PARA HABITAR

A Associação de Kong Mung tinha assumido o compromisso de pagar 60 por cento do valor das obras, que na altura foram avaliadas em 200 milhões de patacas 200 milhões de patacas. Ontem, Mak Soi Kun afirmou não esperar diferenças no orçamento e apelou ao Governo para seja célere a tratar de todos os procedimentos.

Reconhecimento insular

Cabo Verde distingue David Chow com medalha de mérito turístico

O

Governo de Cabo Verde atribuiu ao empresário luso-chinês David Chow, promotor do empreendimento Gamboa/ilhéu de Santa Maria, a medalha de mérito turístico pelo seu contributo para o desenvolvimento económico do país. A distinção ao empresário, proprietário do grupo Macau Legend, foi aprovada, na Sexta-feira, pelo

primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva e publicada no Boletim Oficial. A Macau Legend está a construir, na cidade da Praia, um complexo turístico, que inclui hotel, marina, centro de convenções e casino. Trata-se do maior empreendimento turístico previsto para Cabo Verde, num investimento, estimado em 250 milhões de dólares, que representa cerca de 15 por

cento do Produto Interno Bruto de Cabo Verde. A distinção, segundo o despacho governamental, visa “reconhecer o extraordinário papel” de David Chow no desenvolvimento “económico e social do Estado” cabo-verdiano e fazer “uma justa homenagem” ao empresário pelo “relevante serviço prestado no fomento da indústria do turismo”.

“Todos conseguem imaginar o impacto que tem para a vidas das pessoas comprar uma casa e depois não poder viver nela. Este é um caso que já se arrasta há anos, quanto tempo ainda temos de esperar?

David Chow Kam Fai, 68 anos, empresário luso-chinês nos sectores do turismo, entretenimento e jogos em Macau, iniciou os primeiros contactos com Cabo Verde em 2001, quando assumiu funções de cônsul honorário de Cabo Verde. Em 2015, acordou com as autoridades cabo-verdianas a construção do empreendimento Gamboa/ Ilhéu de Santa Maria, cuja primeira pedra foi lançada em fevereiro de 2016. Há uma semana, o empresário esteve em Cabo Verde para relançar o em-

Mak Soi Kun voltou a abordar o mercado do imobiliário e a defender-se das imagens manipuladas em que aparecia a dizer que em Macau as casas servem para especular. “Grande parte da população considera que o mercado do imobiliário está muito virado para a especulação. Esta é uma situação que não é normal. Tem de haver uma maior oferta de habitação para resolver o problema”, disse o deputado. “As casas não são para especular”, sublinhou. O legislador defendeu que o Governo pode considerar entregar os terrenos a associações de solidariedade, como uma forma destas resolverem o problema da habitação. Na mesma conversa, Mak Soi Kun recordou que a primeira casa que comprou em Macau foi com recurso ao crédito, ainda antes da transição da soberania, e que teve de poupar para conseguir pagar a entrada. João Santos Filipe

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HOJE MACAU

IC Troca de Livros começa dia 1 de Março

preendimento, cujo projecto sofreu algumas alterações, e anunciou ter cumprido todos os requisitos junto do banco central cabo-verdiano (BCV) para a abertura de uma instituição bancária no

país. Anunciou igualmente a intenção de diversificar os investimentos em Cabo Verde, nomeadamente através da aposta em sectores como a agricultura e as energias renováveis.


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28.2.2018 quarta-feira

Um grupo de intelectuais chineses, encabeçado pelo colunista Li Datong, pediu a vários legisladores chineses que impeçam a emenda constitucional que prevê remover o limite de dois mandatos no exercício de cargo de Presidente

REACÇÃO INTELECTUAIS PEDEM VOTO CONTRA FIM DA LIMITAÇÃO DE MANDATOS

A pior emenda

POSIÇÃO TOMADA

A

emenda, cuja proposta foi tornada pública no Domingo pelo Comité Central do Partido Comunista Chinês, permitirá ao atual Presidente chinês, Xi Jinping, ficar no cargo depois de 2023, quando termina o seu segundo mandato. Será votada em Março, na sessão anual da Assem-

Li Datong, o antigo editor da “Bingdian”, revista próxima à Juventude Comunista da China, e outros intelectuais, advertem que a emenda “causará o ridículo entre todos os países civilizados do mundo” e “será um passo atrás na História que poderá semear o caos”.

bleia Nacional Popular (ANP), o órgão máximo legislativo da China, que é composto sobretudo por

membros do PCC, pelo que é certa a sua aprovação. Numa carta difundida através da rede social Twit-

ter, que está bloqueada na China, Li Datong, o antigo editor da “Bingdian”, revista próxima à Juventude

Coisas insondáveis M importante advogado e activista chinês para os direitos humanos, Li Baiguang, morreu no Domingo num hospital militar na China na sequência de condições “misteriosas”, disse o presidente de uma associação que pediu a responsabilização do regime. Li Baiguang, que representou agricultores e pastores cristãos, morreu poucas horas depois de dar entrada num hospital militar na província oriental de Jiangsu. Através de um comunicado, Bob Fu, um activista religioso e presidente da associação não-governamental China Aid, apontou que “o regime chinês deve ser responsabilizado” pela súbita e “misteriosa” morte de Li. “O hospital alegou que ele tinha um problema no fígado e que sangrou até à morte, mas Li estava saudável”, disse Fu, que

acusou a China de ter “um histórico de negligenciar cuidados médicos a activistas dos direitos humanos até à sua morte ou de declarar pessoas anteriormente saudáveis como mortas. Segundo a agência noticiosa AP, um funcionário do departamento de comunicação do hospital disse não ter ouvido do caso de Li Baiguang. “Não sei de quem se trata”, disse o funcionário, de apelido Yang, que acrescentou que a morte e as causas de morte são “assuntos privados”.

TEORIA DA INCERTEZA

Devido ao seu trabalho e à defesa de pastores cristãos, Li recebeu várias lesões após ter sido, alegadamente, atacado por agentes de segurança à paisana em Outubro de 2017. “Não sabemos exatamente se estas lesões contribuíram para

Comunista da China, e outros intelectuais, advertem que a emenda “causará o ridículo entre todos os paí-

A alteração desse princípio pode “causar danos intermináveis”, pelo que Li pede aos legisladores de Pequim (uma pequena parte dos cerca de 3.000 que participarão na sessão anual da ANP), que votem contra. A limitação de mandatos vigora na política chinesa desde os anos 1980, visando prevenir os desastres causados pelo totalitarismo de Mao Zedong (governou entre 1949 e 1976). Xi Jinping, o mais forte líder chinês das últimas décadas, afastou já os principais rivais políticos, enquanto legitimou a sua liderança aos olhos da população, através da mais ampla e persistente campanha anticorrupção de que há memória na China, que puniu já mais de 1,5 milhões de membros do PCC, incluindo 400 altos quadros do regime.

CRIME POLÍCIA CONFISCA 3,5 MILHÕES DE YUAN EM JOGOS DE AZAR NO ANO NOVO

A misteriosa morte de um activista e advogado

U

ses civilizados do mundo” e “será um passo atrás na História que poderá semear o caos”. A carta encabeçada por Li, um colaborador habitual da publicação britânica openDemocracy, defende que a limitação de dois mandatos (cinco anos cada um) foi introduzida em 1982 na Constituição para “evitar a ditadura pessoal e que um indivíduo possa sobrepor-se ao partido”.

A o declínio da sua saúde, mas enquanto membro da convenção das Nações Unidas contra a tortura, o Governo chinês deve conduzir uma investigação imediata e imparcial para determinar se estes ferimentos determinaram a morte” de Li, disse William Nee, um investigador da Amnistia Internacional. “O Governo tem a obrigação de assegurar que os advogados conseguem realizar os seus deveres profissionais sem medo de intimidação ou de interferência, e sem serem identificados com os seus clientes ou causas”, acrescentou Nee. Em 2008, como resultado do trabalho na luta para a liberdade religiosa, Li Baiguang foi distinguido pela Fundação Nacional para a Democracia dos EUA.

polícia da região da Mongólia Interior, noroeste da China, confiscou 3,5 milhões de yuan durante a semana do Ano Novo Chinês, numa operação contra jogos de azar. Segundo o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, a operação, que contou com 25.000 polícias e resultou em 76 processos penais, ilustra as dificuldades em combater o jogo ilegal no continente chinês durante as festividades do Ano Novo.

Milhões de trabalhadores migrantes regressaram às suas terras natais entre os dias 15 e 21 de Fevereiro, trazendo consigo as poupanças de um ano de trabalho, que muitos resolvem apostar em jogos de azar, descreve o jornal. Em Fevereiro, poucos dias antes do Ano Novo Chinês, o Ministério de Segurança Pública do país apelou às autoridades para que se organizem no combate aos jogos de azar. No entanto, “as apostas decorrem em locais escondidos e novos espaços são escolhidos para cada nova sessão de apostas”, afirma Zhao Jiannan, responsável por uma brigada da polícia, citado pelo Diário do Povo. Segundo a lei chinesa, organizar jogos de azar com mais de 30 jogadores, ou até três jogadores, quando o valor apostado excede os 50.000 yuan (6,4 mil euros), é punível com pena de prisão até três anos.


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quarta-feira 28.2.2018

FILIPINAS INVESTIGAÇÃO À GUERRA CONTRA DROGA SÓ SE EXCLUIR RELATORA DA ONU

Pedra no sapato

As Filipinas só aceitarão uma investigação da ONU à “guerra contra as drogas”, liderada pelo Presidente Rodrigo Duterte, se a actual relatora das Nações Unidas sobre execuções extrajudiciais, Agnès Callamard, for excluída

S ESPIONAGEM JAPÃO LANÇA SATÉLITE PARA RECOLHER INFORMAÇÕES NA COREIA DO NORTE

O

Japão lançou ontem com êxito um foguetão com um novo satélite “espião” destinado a recolher informações sobre as instalações de mísseis na Coreia do Norte, noticiou a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA). O satélite foi colocado em órbita a bordo de um modelo de foguetão H2-A lançado do centro espacial Uchinoura, na prefeitura de Kagoshima, conforme previsto pela agência. Este satélite de reconhecimento tem como objectivo verificar os desenvolvimentos em instalações de lançamento de mísseis ou testes nucleares da Coreia do Norte, elevando para um total de sete

o número de instrumentos deste tipo. O Japão pretende desenvolver até uma dúzia de satélites “espiões”, incluindo ópticos (destinados a capturar fotografias a uma grande distância) e equipados com radares (capazes de fotografar à noite em condições atmosféricas adversas). O Executivo japonês não divulga as imagens capturadas por este tipo de satélite, embora também se sirva do instrumento para observar áreas afectadas por catástrofes naturais. O Japão iniciou o programa de satélites de reconhecimento em 1998, em resposta a um teste de míssil norte-coreano em território japonês.

Justiça MP pede 30 anos de prisão para ex-Presidente da Coreia do Sul

O Ministério Público da Coreia do Sul pediu uma pena de prisão de 30 anos à antiga Presidente Park Geun-hye por suspeita de suborno, abuso de poder e outros crimes, num mediático caso de corrupção. O tribunal distrital de Seul deverá marcar ainda esta terça-feira a data para anunciar o veredicto. Se o tribunal a considerar culpada, Park será a terceira Presidente sul-coreana a ser condenada por crimes. Os outros foram antigos generais, envolvidos num golpe, em 1979, e num massacre de civis, em 1980. A antiga Presidente não esteve presente na sessão no tribunal desta Terça-feira. Após fortes protestos por milhões de pessoas e a decisão dos parlamentares de a impugnar, em Dezembro de 2016, Park foi formalmente removida do cargo e detida em Março do ano passado.

E G UNDO o porta-voz presidencial, Harry Roque, as Filipinas não se opõem à investigação à campanha antidroga, a que se atribuem mais de 7.000 mortos em ano e meio. Mas, para tal, Manila exige que a ONU envie um novo relator “fiável, objectivo e imparcial” e que seja “uma autoridade neste domínio”. “Não. Definitivamente, não Agnès Callamard”, frisou o porta-voz de Duterte, referindo-se à relatora a quem o presidente filipino ameaçou “esbofetear” no ano passado. Durante o trabalho desenvolvido, a relatora da ONU sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias nas Filipinas tem denunciado “inúmeras violações” desde o início do mandato de Duterte, em Junho de 2016. A “ofensiva” contra a droga foi uma das promessas de Duterte durante a campanha eleitoral, que culminou com a sua eleição como Presidente, garantindo que iria “limpar o país de narcotraficantes e de toxicodependentes”. Em Dezembro de 2017, o Governo filipino considerou que as acusações apresentadas pela investigadora francesa são “arbitrárias” e exigiu “desculpas públicas”. “É por sua culpa [de Callamard] que o Estado (objecto da investigação) não a quer”, sublinhou hoje o porta-voz presidencial filipino.

SÓ A CONVITE

O primeiro “choque frontal” da relatora da ONU com o Governo filipino ocorreu em Maio de 2017 quando, a convite de um grupo independente de advogados progressistas das Filipinas, Callamard efetuou uma visita extrao-

ficial ao país e acabou por denunciar a existência de execuções extrajudiciais. Na sequência dessas decla-

rações, Duterte ameaçou “esbofetear” Callamard se a relatora da ONU investigasse os seus métodos para

erradicar a droga e o crime. O Governo filipino pediu, então, que Callamard não regressasse ao país sem ser convidada. Dados oficiais indicam que mais de 3900 suspeitos foram mortos em rusgas da polícia na “guerra contra as drogas”, embora se estime que o número de seja superior a 7000. Além da ONU e da União Europeia (UE), vários países e organizações, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, têm denunciado alegadas violações aos direitos humanos e irregularidades na acção de Duterte.

PUB

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 001/DSPA/2018

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 002/DSPA/2018

Visto ter sido impossível informar os infractores, pessoalmente ou via postal, de acordo com o disposto previsto nos n.ºs 2 e 4 do artigo 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, informa-se os seguintes infractores, por via edital, da decisão sancionatória, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da mesma lei.

Visto ter sido impossível informar os interessados através da notificação pessoal ou via postal, ao abrigo das disposições dos n.ºs 2 e 4 do artigo 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, são deduzidas acusações contra o seguinte interessado, por via edital, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da Lei acima mencionada:

Para assegurar que os infractores em causa sejam ouvidos e exerçam o seu direito à defesa, estes serviços notificaram os seguintes infractores das respectivas acusações. Posteriormente, após analisadas as provas disponíveis (o auto de notícia, as testemunhas e a eventual defesa escrita apresentada pelo infractor), verifica-se que o seguinte infractor violou as disposições da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”. Usando da faculdade conferida pelo artigo 14.º da lei acima referida e de acordo com as respectivas disposições do artigo 12.º da mesma lei, aplico ao seguinte infractor a multa correspondente.

Infractor

劉繼洋, portador do salvo-conduto da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau n.º C493XXXX

N.º de Data de processo e de Data de decisão notificação de infracção sancionatória multa

Infracção

Multa

A prática de actividades da vida quotidiana geradoras de Processo n.º ruído perturbador 00001/ em edifícios PCRA/DIA/ 27 de 29 de habitacionais.O DSPA/2017 Mil Dezembro Novembro de respectivo Notificação de patacas de 2016 2017 acto violou o Multa n.º disposto no n.º 1 6059/1337/DIA/ do artigo 7.º da DCPA/2017 Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.

Os infractores em causa podem fazer uma marcação, no horário de expediente, antes de se dirigirem ao 1.º andar do Edifício CEM, sito na Estrada de D. Maria II, n.os 32 a 36, Macau, para obter a cópia do despacho da decisão sancionatória e a guia de receita eventual da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), no sentido de efectuar o pagamento da multa na Recebedoria da Repartição de Finanças da DSF (Avenida da Praia Grande, n.os 575, 579 e 585, Edifício “Finanças”, r/c, Macau), mediante a apresentação dessa guia, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital, ao abrigo do n.º 3 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental” e nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M. Na falta do pagamento voluntário da multa no prazo fixado, a DSPA enviará cópias de toda a documentação, acompanhadas do comprovativo da cobrança coerciva, à Repartição das Execuções Fiscais da DSF, para se proceder à cobrança coerciva. Para além disso, os infractores podem, nos termos dos artigos 145.º, 148.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, apresentar reclamação contra a decisão sancionatória ao Director da DSPA, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital (a reclamação deve ser redigida em chinês ou em português e apresentada por via postal ou pessoalmente à DSPA, sita na Estrada de D. Maria II, n.os 32 a 36, Edifício CEM, 1.º andar, Macau, na qual deve ser indicado o número do processo), e/ou, nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, interpor recurso contencioso para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação deste edital. Caso não seja impugnada a decisão, a DSPA procederá à execução da respectiva decisão sancionária. O Director da DSPA, Tam Vai Man 28 de Fevereiro de 2018

Interessado

高海洋, portador do salvoconduto da República Popular da China para deslocação a Taiwan n.º T196XXXX

N.º do processo N.º do auto e da notificação de notícia de acusação

Suspeita de Infracções

A prática de actividades da vida quotidiana geradoras de Processo ruído perturbador n.º 00073/ Auto de em edifícios PCRA/DIA/ notícia n.º habitacionais. DSPA/2017 R-0001351 de O respectivo Notificação de 11 de Outubro acto violou o acusação n.º de 2017 disposto no n.º 1 6125/1319/DIA/ do artigo 7.º da DCPA/2017 Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.

Multa

É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.

Nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, do n.º 1 do artigo 93.º e do artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo, e do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, o interessado acima referido pode, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação do presente edital, apresentar as alegações e defesa escritas em chinês ou em português, juntamente com os eventuais documentos comprovativos, por via postal ou pessoalmente, à Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, sita na Estrada de D. Maria II, n.os 32 a 36, Edifício CEM, 1.º andar, Macau. Considera-se renúncia ao supracitado direito quando apresentadas fora do prazo fixado. Caso o interessado não apresente as alegações e defesa escritas no prazo fixado, não é afectada a execução da sanção decidida por estes serviços nos termos legais. Além disso, nas alegações e defesas escritas deve ser citado o número do processo. Os mencionados interessados podem fazer uma marcação antes de se dirigir à DSPA para consultar o dossier do respectivo processo no horário de expediente, podendo também ligar para o número de telefone da DSPA, 2876 2626, no mesmo horário, em caso de dúvida. O Director da DSPA, Tam Vai Man 28 de Fevereiro de 2018


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28.2.2018 quarta-feira

Terceiro Grupo de Membros da Equipa da Sands China a formar-se pelo Programa do Diploma Único da Universidade de Macau PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE UM ANO RECEBEM DIPLOMAS EM GESTÃO DE NEGÓCIOS

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Sands China Ltd. e o Centro de Educação Contínua da Universidade de Macau homenagearam recentemente o terceiro grupo de diplomados por completarem a formação personalizada de um ano do Programa Diploma em Gestão de Negócios, com uma cerimónia de formatura na Universidade no passado dia 30 de Janeiro. • “Uma das melhores formas de investir na nossa empresa e em Macau é investir nos membros da nossa equipa”, afirmou António Ramirez, vice-presidente sénior de recursos humanos da Sands China Ltd. “O programa do diploma único ajuda os membros locais da Sands China a desenvolver-se do ponto de vista académico, profissional e pessoal. Daqui resulta que a sua posição enquanto membros da equipa e enquanto profissionais da indústria sai fortalecida e, assim, podem aumentar o seu contributo para o desenvolvimento de Macau enquanto centro mundial de turismo e lazer.” • Os 44 diplomados representam diversos departamentos da Sands China, nem todos relacionados com o jogo, incluindo os sectores de jogos de mesa, infra-estruturas, restauração, análise de mercado, vigilância, entre outros. Feito à medida das necessidades dos membros da equipa da Sands China, este pragmático programa pode ser ajustado de forma a melhor servir as conveniências dos estudantes. Por exemplo, alguns dos conteúdos académicos do ano lectivo 2017/18 foram ajustados de forma e ir mais eficazmente ao

encontro das necessidades práticas dos membros da equipa. • A Sands China é a primeira empresa a desenvolver em conjunto com a Universidade de Macau um programa de formatura de um ano. Desde que foi lançado, no ano lectivo de 2014/15, formaram-se mais de 140 membros da equipa. Para obter o diploma, os estudantes têm de completar oito cadeiras, que compreendem mais de 330 horas de trabalho escolar, na totalidade. Para encorajar os membros da equipa a frequentar este programa, a Sands China oferece a cada estudante uma bolsa de 10.000 patacas para pagamento de propinas, e solicita aos departamentos que ajustem os horários de trabalho dos estudantes de forma a serem compatíveis com os horários das aulas. • Empenhada na criação de uma força de trabalho especializada, a Sands China oferece aos membros da sua equipa uma variedade de oportunidades de mobilidade horizontal (inter-departamental) e vertical (ascensão na carreira). Estas oportunidades traduzem-se em promoções e acesso a programas de desenvolvimento da carreira de resorts integrados. A Sands China dedica-se também à formação e ao crescimento profissional dos cidadãos de Macau, mesmo daqueles que não trabalham directamente para a Sands China – como os empregados dos parceiros comerciais – com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento de Macau enquanto centro mundial de turismo e lazer.

• A Sands China Ltd. e o Centro de Educação Contínua da Universidade de Macau homenageiam o terceiro grupo de membros da equipa da Sands China a obter o Diploma do Programa em Gestão de Negócios personalizado de um ano, numa cerimónia de formatura na Universidade no dia 30 de Janeiro.


eventos 13

quarta-feira 28.2.2018

ART BASEL FEIRA DE ARTE REVELA 59 FILMES COM CURADORIA DE LI ZHENHUA

IC Bolsas para investigação académica abrem a 1 de Março

O Instituto Cultural (IC) começa a receber, entre os dias 1 de Março e 31 de Maio, candidaturas para o programa de bolsas académicas, que tem como objectivo “estimular o desenvolvimento de estudos académicos originais sobre a cultura de Macau e sobre o intercâmbio cultural entre Macau, a China e outros países”. Destinado a doutorados, “locais ou estrangeiros”, o programa prevê a concessão de subsídios que variam entre as 250 e 280 mil patacas a detentores de doutoramento “com comprovada experiência de investigação académica e com ampla experiência que tenham produção académica de nível reconhecido”.

FAM Programa dedicado a Karl Marx

A 29ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) já tem um programa provisório de espectáculos dedicado aos 200 anos do nascimento de Karl Marx. A edição do FAM, organizada pelo Instituto Cultural, terá lugar entre finais de Abril e Maio e tem como tema “A Origem”, como símbolo da “Fonte da Vida”. Tudo para “explorar uma variedade de tópicos para expandir o pensamento do público sobre a vida”. Um dos espectáculos da edição deste ano do FAM é feito graças ao convite ao Centro de Artes Dramáticas de Xangai, que vem transformar “a sua obra-prima na peça de teatro Das Kapital, onde se discute o que é o capital, com elementos próprios de Macau, tratando-se de uma peça que ilustra as duas faces do capital recorrendo ao humor negro”. Há também mais dois espectáculos já agendados.

Películas em movimento

No quinto ano de presença em Hong Kong, a Art Basel traz também uma extensa mostra de cinema. O público poderá ver, de forma gratuita, um total de 59 filmes, sete deles “exibições especiais”, com curadoria do artista e cineasta Li Zhenhua. A sétima arte estará patente entre 29 e 31 de Março

É

considerada uma das maiores feiras de arte em todo o mundo e, pela quinta vez consecutiva, volta a marcar presença em Hong Kong. A Art Basel regressa ao Centro de Convenções e Exposições de Hong Kong entre os dias 29 e 31 de Março e, além de trazer obras de diversos artistas, tem também um programa destinado ao cinema, revelado ontem. O público poderá ver, de forma totalmente gratuita, um total de 59 filmes “inspirados pelo actual clima sociopolítico” e apresentados pelas 38 galerias que terão presença na Art Basel. Há também sete “exibições especiais” escolhidas a dedo por Li Zhenhua, um artista multimédia e também produtor de cinema. Está prevista uma colaboração com a Videotage, uma organização não-governamental de Hong Kong especializada na área do vídeo e novos media. É graças a esta organização que serão exibidos os trabalhos de vídeo de Nam June Paik, bem como de outros artistas de Hong Kong e da China cujo trabalho tem vindo a ser influenciado por este artista. A película “The Future is in the Past” traça um retrato das colecções de vídeo-arte que foram iniciadas por esta ONG e também pelo Centro de Arte Nam June Paik, entidade que homenageia o artista nascido em 1932 e falecido em 2006. “Futuro Imaginado’vai revelar os trabalhos de vídeo feitos em Hong Kong e inspirados por Paik. A exibição será seguida de ‘Imaginaries Beyond the Past’, que apresenta uma nova geração de jovens artistas do continente e de Hong Kong que trabalham com vídeo ou com

imagens em movimento”, aponta um comunicado.

SETE FILMES, TRÊS DIAS

‘Days Gone By – Yu Hong’, feito em 2009 pelo cineasta Wang Xiaoshuai, abre o programa dedicado aos sete filmes, que arranca na quarta-feira, dia 28 de Março. A película conta a história da artista contemporânea chinesa com o mesmo nome. “O filme não retrata apenas a vida de uma artista individual mas também mostra o crescimento do panorama artístico na China durante

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uma Era de mudanças dramáticas.” Segue-se um conjunto de filmes que fazem uma “fusão de cortes tradicionais com experiências visuais em 3D”, tal como “Time Spy”, de Sun Xun, que será exibido ao público no dia 29 de Março, Quinta-feira. A Sexta-feira, dia 30, é dia de ver “Deep Gold” de Julian Rosefeldt, e “Mrs. Fang”, de Wang Bing. Este documentário ganhou o Leopardo de Ouro no Festival de Filmes de Locarno o ano passado e conta a história da última fase da vida de uma camponesa que sofre de Alzheimer.

O público poderá ver, de forma totalmente gratuita, um total de 59 filmes “inspirados pelo actual clima sociopolítico” e apresentados pelas 38 galerias. Há também sete “exibições especiais” escolhidas a dedo por Li Zhenhua, um artista multimédia e também produtor de cinema

O público poderá ainda ver uma selecção de filmes onde se inclui “The War That Never Was”, uma selecção de obras de Edgardo Aragón, Bae Yoon Hwan, Chien-Chi Chang e Sutthirat Supaparinya. Há também lugar à visualização de “Looking for Mushrooms”, de Bruce Conner, ou “A Sense of Warmth”, que incorpora um total de dez filmes que exploram relações sociais de autoria de Nevin Aladağ. Em “How Happy a Thing Can Be” podem ser vistos filmes que mostram como objectos físicos e situações determinam “emoções e crenças”. Além de fazer o trabalho de curadoria desta mostra, Li Zhenhua promove uma palestra no Sábado, dia 31 de Março, às 16 horas, com a presença de Isaac Leung, presidente da Videotage . O tema da conversa será “O conteúdo social na Era da distribuição digital”. A.S.S.

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ATÉ QUE CONSIGAS VOAR • José Gameiro

A FAMÍLIA PORTUGUESA NO SÉCULO XXI • Vários autores

Um livro pessoal e profundo, em que o psiquiatra é tão humano como os pacientes; em que todos somos muito parecidos no sofrimento e na esperança. Quando as pessoas chegam ao consultório de um psiquiatra, já esgotaram todas as suas alternativas. Sentem-se perdidas, vazias ou profundamente tristes. Neste livro, José Gameiro, psiquiatra há 40 anos, dá-nos a oportunidade de sermos os seus olhos e os seus ouvidos. Em Até que consigas voar, encontramos relatos intimistas sobre o luto, os medos, a conjugalidade e todo um conjunto de feridas que não se vêem. Mostra-nos que podemos voltar a encontrar um rumo, mesmo quando enfrentamos o pior dos desgostos.

Abordando problemáticas tão diversas como o divórcio, as novas formas de casamento e de família, a adopção, o acolhimento e a mediação familiar, a delinquência, a violência ou a doença no seio da família, entre muitas outras realidades, cerca de trinta especialistas da família dão-nos, pela primeira vez em Portugal, em textos rigorosos e científicos, o seu parecer sobre os (des)conhecidos e muito distintos universos familiares. A Família Portuguesa no Século XXI é um livro fundamental para olhar com rigor a sociedade portuguesa dos nossos dias.


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Água mansa que flui no desfiladeiro encherá o abismo até à borda

A Poesia Completa de Li He

帝子歌 洞庭帝子一千里,涼風雁啼天在水。 九節菖蒲石上死,湘神彈琴迎帝子。 山頭老桂吹古香,雌龍怨吟寒水光。 沙浦走魚白石郎,閒取真珠擲龍堂。

Canção à Deusa Luar brilhante sobre o lago Dong-ting Mil léguas em redor. Gritam gansos selvagens no vento fresco. Céu no seio da água, O cálamo de nove nós Jaz morto nas pedras. 1 Espíritos de Xiang tocam seus alaúdes Para receber a deusa. No cume, velhas caneleiras Soltam arcaico aroma. Uma Dama Dragão canta sua mágoa. A água chispa fria. Nas margens arenosas onde nadam peixes O Senhor da Pedra Branca 2 Lança, despreocupado, uma pérola preciosa No pavilhão do drago.

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O poema comenta a morte da mãe de Xiang-zong no outono de 816. O evento foi acompanhado por inundações devastadoras, tomadas por sinal do desagrado dos céus para com o Imperador. Mais uma vez, He satiriza a fútil demanda de Xiang-zong pelo elixir da longa vida (que nem sua mãe pode salvar). O cálamo, planta que se supunha conferir a imortalidade, é uma alusão à ineficácia das drogas que deveriam ter curado a imperatriz. Um espírito menor das águas.

Tradução de Rui Cascais • Ilustração de Rui Rasquinho Li He (790 a 816) nasceu em Fu-chang durante a Dinastia Tang, pertencendo a um ramo menor da casa imperial. A sua morte prematura aos vinte e sete anos, a par da escassez de pormenores biográficos, deixam-nos apenas com uma espécie de fantasma literário. A Nova História dos Tang (Xin Tang shu) diz-nos que He “nunca escrevia poemas sobre um tópico específico, forçando os seus versos a conformarem-se ao tema, como era prática de outros poetas [...] Tudo quanto escrevia era inquietantemente extraordinário, quebrando com a tradição literária.” Segundo um crítico da Dinastia Song, o alucinátorio idioma poético de Li He é a “linguagem de um imortal demoníaco.” A versão inglesa de referência aqui usada é a tradução clássica da autoria de J.D. Frodsham, intitulada Goddesses, Ghosts, and Demons, publicada em São Francisco, em 1983, pela North Point Press.


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quarta-feira 28.2.2018

Diário de um editor João Paulo Cotrim

Aparelhado para gostar de passarinhos METRO, LISBOA, 21 FEVEREIRO Que imagens nos podem ainda chocar se a cada segundo o horror sobe e desce nos ecrãs que se fizeram pele do mundo? Da Síria chega-nos a conta-gotas cada um dos sinais da catástrofe, mas a nossa indiferença responde como tão bem sabe: quieta. Habituámo-nos à guerra, na lonjura ou no íntimo. Há 60 anos, lembro-me como ontem, em manifestada marcha contra o armamento nuclear, nascia um símbolo que me está algures tatuado. O designer e objector de consciência à II Guerra Mundial, insisto, na segunda das grandes, Gerald Holtom (1914-1985) achou que a Campaign for Nuclear Disarmament (CND) precisava de um sinal gráfico que dissesse não. Começou por pensar na omnipresente cruz, mas afastou a ideia por cheirar a cruzadas. O desânimo que experimentava trouxe-lhe Goya e o desespero do camponês enfrentando o pelotão de fuzilamento, braços no ar e, com eles, o grito suspenso, juntou-lhe a sinalética das bandeiras dos navios para dizer o N e D, para Nuclear Disarmament, logo a antena ganhou raízes no globo, e assim concebeu forma universal de dizer paz. Os hippies tomaram-no de empréstimo para assinalar o coração e não mais deixou de vociferar esperança. Pode um símbolo vencer a realidade? CORRENTES D’ESCRITAS, VERMAR, PÓVOA, 21 FEVEREIRO Entrada a pés juntos no festival deste ano, com tripla função logo à chegada: entalada entre a gravação do Obra Aberta, com a Manuela Ribeiro trazendo infâncias e o Afonso Cruz nomadismos, e a esforçada tentativa de conversa, sob o mote «as palavras são música de ninguém», com o Valério [Romão] e Valter Lobo, intérprete à guitarra de virtual Mediterrâneo, deu-se o lançamento do muito esperado fecho da trilogia Paternidades Falhadas, do Valério, de par com Rua Antes do Céu, do José Luiz [Tavares]. Arménio Vieira concentrou o seu olhar no percurso do conterrâneo, pouco entrando em obra, que resulta, afinal e ironicamente, da leitura autor sobre o seu próprio amadurecimento. Eric Nepomuceno, do seu lado, compôs calorosa canção em torno do romance. No meio da confusão habitual de bar subindo a noite, rasgaram-se relâmpagos que revelaram carne e ossatura de duas vozes únicas, irmanadas na invencionática. CORRENTES, GARRETT, PÓVOA, 22 FEVEREIRO Nunca havia atravessado a fronteira de vidro, subido as escadinhas do palco, es-

curo nas costas, a luz de frente, também ela quase fronteira, a tombar negro sobre os rostos em face. Desta vez, o reóstato modulou a visão da sala e a temperatura do orador, tornando aquela mais visível, e outra mais quente. A organização conhecia-me e reescreveu o nome no verso da minha legenda, assim diminuindo o risco de me esquecer de quem era, no momento de falar precisamente do que nada sei: «Escrevo para dizer aquilo que não sei». Ao meu lado, as ondas dos parceiros fizeram-se e desfizeram-se em curiosos murmúrios de m, de mar, de moçambique, de memória, de música. Geometricamente, agora que a minha escrita vai sendo sobretudo texto de outrem, falei das linhas onde me lêem, do campónio labor semanal desta hesitante escritura, caminho de mãos na terra, fiel companhia nas eróticas solidões, modos de reescrever sentidos em terreno onde talvez não se dêem. (Veja-se a foto assinada pelo arquivo da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, embora me tivesse parecido ver fotógrafo.) Ainda me despi, para a câmara do mano Luís [Gouveia Monteiro], em pequeno filme no qual vou retirando de um saco a colheita de minutos breves incarnando à minha volta o respigador cansado de simbólicos desperdícios. Queria que servisse de pano de fundo a exercício de improvisação sobre o suposto tema, tornado prática habitual no miradouro de autores em que me encontro, embora nublado nos últimos meses. Falhou-me a coragem ou

o contexto para o usar. Adiante veremos. Limitei-me a desferir o ar com golpes de verbo que só disseram de faces da letra e da vida desarrumada. Nada que não estivesse de maneira melhor nesta pedra que é O apanhador de desperdícios, de Manoel de Barros, lido com sotaque de quem se deixa afundar no céu pelo peso da voz. «Uso a palavra para compor meus silêncios./ Não gosto das palavras/ fatigadas de informar./ Dou mais respeito/ às que vivem de barriga no chão/ tipo água pedra sapo./ Entendo bem o sotaque das águas/ Dou respeito às coisas desimportantes/ e aos seres desimportantes./ Prezo insetos mais que aviões./ Prezo a velocidade/ das tartarugas mais que a dos mísseis./ Tenho em mim um atraso de nascença./ Eu fui aparelhado/ para gostar de passarinhos./ Tenho abundância de ser feliz por isso./ Meu quintal é maior do que o mundo./ Sou um apanhador de desperdícios:/ Amo os restos/ como as boas moscas./ Queria que a minha voz tivesse um formato/ de canto./ Porque eu não sou da informática:/ eu sou da invencionática./ Só uso a palavra para compor meus silêncios.» CORRENTES, GARRETT, PÓVOA, 23 FEVEREIRO Podem os dias ser raio deste calibre, deslize que nos livra das amarras da realidade feita cais de sal. Ver a Isabela Figueiredo tornar revolução visceral, portanto ao pé de casa, o alegre resgate por cactos de floreira pública e abandonada. Tocar

o encantamento na voz de Mû Mbana desfiando as canções da sua Guiné natal, acerca do peso da beleza ou da língua estrangeira da infância, sem conseguir evitar cantá-las. Ouvir o Valério contar de encontro «verdadeiro» com personagem sua, alguém que pressentia na esquizofrenia um acto de Deus e que capturou com a pele o insuportável escaravelho da existência. Saborear o Jorge de Sousa Braga a falar de versos e estranhezas das bocas do corpo. E por junto sentir perfumes. O cacto exala? COQUELICOT, PÓVOA, 23 FEVEREIRO Que enormes! são os braços da Carla [Craveiro], pois se neles cabem as múltiplas e abysmadas vozes da Inês [Fonseca Santos], do Carlos [Quiroga], do Renato [Filipe Cardoso], e do João [Rios], e do Luís [Carmelo], ou do José Luiz ou do Valério, estrumando poemas seus, ou mais que seus, em meio de delicatessen, como sendo-o, que são, autores e poemas. E que bem se aconchegam os livros naquela ameaçadora! floresta de sentidos e sabores! Não esquecerei, por escrevê-lo, nem os mimos nem o saboroso que resultou de assistir à surpresa do Arménio [Vieira] vendo a Filipa [Leal] atirar-lhe de cor um dos seus, que o próprio temeu ser dos piores: «Menos que a chama de um fósforo/ é quanto dura o teu orgasmo/ À tua colecção de vidas breves/ acrescenta o amor/e a borboleta». O contexto em perfume afirmava-o: impossível ser dos piores.


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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 8/P/18 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 12 de Fevereiro de 2018, se encontra aberto o Concurso Público para « Prestação de Serviços de Reparação e Manutenção dos Elevadores dos Serviços de Saúde », cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 28 de Fevereiro de 2018, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 37,00 (trinta e sete patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes do presente concurso devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 6 de Março de 2018, às 10,00 horas,

para efeitos de visita às instalações a que se destina à prestação de serviços objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 3 de Abril de 2018. O acto público deste concurso terá lugar no dia 4 de Abril de 2018, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP126.000,00 (cento e vinte e seis mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 22 de Fevereiro de 2018. O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 10/P/18 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 12 de Fevereiro de 2018, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Um Sistema de Litotrícia por Onda de Choque Extracorporal (Foco Duplo) aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 28 de Fevereiro de 2018, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP44,00 (quarenta e quatro patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo ).

Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo

www.hojemacau.com.mo

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 3 de Abril de 2018. O acto público deste concurso terá lugar no dia 4 de Abril de 2018, pelas 15,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP200.000,00 (duzentas mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 22 de Fevereiro de 2018 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip


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Convite partiu do embaixador chinês em Lisboa e visa celebrar o 40.º aniversário da primeira visita de uma equipa europeia de futebol à China, que foi realizada pelo clube de Alvalade

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Sporting Clube de Portugal vai visitar o território entre Maio e Junho, a convite do embaixador chinês em Portugal, Cai Run. Esta é a forma encontrada pelo clube e pelas autoridades chinesas para celebrarem o 40.º aniversário da primeira visita de uma equipa de futebol europeia à China. Na altura, a 25 de Junho de 1978, foi Sporting. A visita foi anunciada, na Segunda-feira, pelos leões, numa conferência de imprensa em Lisboa, no Auditório Artur Agostinho. A visita a Macau integra uma digressão à China de 10 dias do clube de Alvalade, que vai passar ainda por Pequim e Xangai, com a realização de jogos nas três cidades chinesas. “Levaremos uma equipa à China para disputar encontros, que não podem ser considerados contra conjuntos amadores porque a realidade da Liga Chinesa ganhou uma outra dimensão”, disse Carlos Vieira, vice-presidente do Sporting e administração da SAD, durante a apresentação dos eventos. “Foi uma visita histórica e sem precedentes. Não promoveu apenas a colaboração e o câmbio na área do futebol, mas também o conhecimento mútuo e a amizade entre os povos”, considerou, por

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NTRE a comitiva do Sporting que visitou a China há 40 anos estava integrado Augusto Inácio, antigo jogador e treinador dos leões. Ao HM, o actual comentador desportivo recordou a alegria do território e as quatro horas passadas no Casino Lisboa. “Na altura, Macau era completamente diferente da China. Era uma cidade completamente aberta. Lembro-me da alegria da cidade, do jogo e de ter passado quatro horas no Casino Lisboa”, afirmou Augusto Inácio, a rir. “Macau era uma cidade apaixonante, tinha tudo a mais do que

A visita a Macau integra uma digressão à China de 10 dias do clube de Alvalade, que vai passar ainda por Pequim e Xangai, com a realização de jogos nas três cidades chinesas

FUTEBOL EQUIPA DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL VEM JOGAR MACAU

Visita do leão sua vez, Cai Run, sobre a visita de há quarenta anos que contou com a participação de históricos do clube de Alvalade como Manuel Fernandes ou Augusto Inácio. Além da visita da equipa de futebol, vai haver uma exposição itinerante sobre a primeira viagem à China, que chega a Macau a 1 de Julho. Antes, a 10 de Junho,

dia de Portugal, vai estar exposta em Pequim e a 29 de Junho passa por Xangai.

EXPECTATIVA NO SPORTING DE MACAU

A novidade anunciada pelo Sporting de Portugal foi recebida com entusiasmo e expectativa junto da filial do clube em Macau. No entanto, neste altura, é muito pouco provável que haja um jogo entre as

duas formações, reconheceu José Reis, director dos leões locais, ao HM. “A existência de um jogo em Macau é muito aliciante e o Sporting de Macau está disponível para colaborar com digressão. Consideramos difícil que haja um jogo entre as equipas devido ao evidente desnível”, afirmou José Reis. “Estes são jogos de demonstração para

Augusto Inácio ficou encantado Ex-jogador confessou ter passado quatro horas a jogar no Casino Lisboa

a China, era uma cidade muito alegre, viva e muito virada para o Ocidente. Fiquei muito encantando”, acrescentou.

Já em relação à visita ao Interior da China, Augusto Inácio realça a simpatia dos chineses e a forma como sabem receber os visitantes.

“Foi uma viagem fantástica, em que correu tudo bem. Deu para percebermos que o povo chinês é muito simpático e acolhedor. Tentámos retribuir a simpatia com a nossa maneira de ser e de estar”, recordou. “Era uma China muito diferente. Na altura, estava em desenvolvimento, era um país muito fechado. O Sporting deu um passo importante para contribuir para

entreter o público, mas também têm uma componente desportiva, por isso é importante que sejam entre equipas equilibradas”, frisou. Por outro lado, o director fala em diferentes maneiras, do SCM participar na digressão, entre as quais a oportunidade de visitas dos atletas à academia local ou a realização de um jantar de convívio. Entretanto, foi pedido ao SCM que nomeie alguns nomes para integrarem a comissão de honra da celebração dos 40 anos da primeira visita à China. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

as relações diplomáticas entre a República Popular da China e Portugal”, considerou o ex-jogador. Depois da década de 70, Augusto Inácio não regressou à China, nem a Macau. Contudo, se for convidado e não estiver impedido por motivos profissionais, espera integrar a comitiva. Ao HM, afirmou ainda ter disponibilidade para assumir as funções de treinador na China: “No passado, chegou a haver a possibilidade a nível profissional de voltar, mais do que uma vez. Gostaria muito de regressar, mesmo que fosse a nível profissional”, apontou. J.S.F.


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RUI TAVARES

in Público

JAN MATEJKO, STANCZYK

Berlusconi: primeiro farsa, depois tragédia

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LORENÇA, Itália. A partir dos anos noventa este país passou pelo colapso do seu sistema político; pela descoberta de que muitos dos seus partidos estavam unidos por laços de corrupção ou mesmo por ligações com a máfia; pela subida ao poder de Berlusconi, um magnata dos media criado pelo regime anterior e que dominou o novo regime; pelo estabelecimento de um governo tecnocrático e de um governo de salvação nacional após a queda de Berlusconi; pela fugaz passagem pelo poder de Matteo Renzi, que prometeu mudar tudo num referendo ao sistema político, fez campanha com base no argumento “ou eu ou o caos”, e foi devidamente despachado pelo eleitorado, que suspeitava que o caos

sem Matteo Renzi não era muito diferente do caos com ele. E no fim deste círculo, aquilo que começou com Berlusconi no poder prepara-se para terminar — daqui a uma semana, quando se souberem os resultados da eleição de próximo domingo — com Berlusconi no poder. Visto de fora, Berlusconi sempre teve qualquer coisa de farsante. Mas este Berlusconi que regressa agora ao poder fá-lo de uma maneira muito mais perigosa. Utilizando habilmente uma lei eleitoral que favorece as coligações, juntou-se a um partido de

Estas eleições são seguidas pelo mundo exterior com o interesse mórbido de quem vê um país andar aos círculos. Mas a história nunca se repete da mesma maneira

extrema-direita (a Liga, antiga Liga Norte e Liga Lombarda, que em tempos foi separatista) e um partido fascistóide (com o nome de “Irmãos de Itália”). Como a lei permite que os partidos coligados recolham separadamente os votos que depois são contados juntos, é bem possível que a Liga que tenha mais votos no interior da coligação caridosamente chamada de “centro-direita” do que o próprio partido de Berlusconi. Se isso acontecer, a coligação que Berlusconi construiu para levar o seu partido ao poder acabará por ser a carroça que levará ao cargo de primeiro-ministro Matteo Salvini, líder da Liga. Perante tudo isto, de que se fala na campanha eleitoral? Dos imigrantes. A economia italiana já vai na segunda década perdida. A sociedade perdeu os seus mais jovens e mais qualificados para a emigração. Mas não é de emigração que se fala. É de imigração, sobretudo se for africana e negra. Nem a Europa faz já o papel de papão que antes lhe estava atribuído. As propostas de saída do euro foram discretamente engavetadas após a derrota de le Pen nas eleições. Entre atacar os estrangeiros ricos de Bruxelas e os estrangeiros pobres de África, a extrema-direita já optou pelos segundos. Na escolha entre dois tipos de demagogia a extrema-direita italiana escolhe sempre a mais cobarde. À excepção dos políticos, os italianos que encontro nas ruas parecem-me muito resignados à sua sorte. Pudera. De um lado, têm uma esquerda e um centro-esquerda que decidiram não ganhar, divididos entre o Partido Democrático de Renzi e um novo partido que reúne dissidentes do PD e figuras de outros partidos à esquerda do PD. Se fosse italiano, votaria provavelmente nos “Livres e Iguais” — é o nome desse novo partido —, mas ainda me custa a crer que permitindo a lei que concorressem separadamente mas que juntassem os seus votos no fim como coligação de governo, os partidos da esquerda e do centro-esquerda se tenham recusado a fazê-lo. Essa recusa não é apenas de um sectarismo tão gritante quanto o do Movimento 5 Estrelas, que também rejeita quaisquer coligações. Em face de uma lei eleitoral que foi feita para beneficiar as coligações, a recusa da esquerda em aceitar juntar os seus votos significa na prática pôr Berlusconi no poder. Ou, ainda pior do que isso, pôr os aliados de Berlusconi no poder. Há uns anos umas eleições como as italianas seriam seguidas pelo mundo exterior com o interesse ansioso de quem veria o futuro da Europa depender delas. Já não é caso. Estas eleições são antes seguidas pelo mundo exterior com o interesse mórbido de quem vê um país andar aos círculos. Mas a história nunca se repete da mesma maneira. É primeiro como farsa, depois como tragédia, costumavam dizer os hegelianos. Aqui talvez seja ao contrário. Com o primeiro Berlusconi, a farsa já foi. Resta a tragédia.


opinião 21

quarta-feira 28.2.2018

sexanálise

Do prato para o sexo

NICOLAS POUSSIN, THE TRIUMPH OF PAN

TÂNIA DOS SANTOS

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comida com ou sem sexo poderia ser uma questão útil, mas raramente o é. Estou a ver muitas ligações entre uma coisa e outra, os dois são necessários (talvez um mais do que o outro) e dão prazer. Se pudermos juntar os dois prazeres numa experiência conjunta teremos prazer ao quadrado, diriam os matemáticos. Mas como é que se quantifica o prazer gustativo e o prazer sensual, e de que forma se equacionam estas propriedades do prazer na recriação da experiência humana? Já todos ouviram falar do chocolate, certamente. O chocolate produz químicos nos nossos cérebros que são os mesmos do prazer sexual. Mas comer chocolate não é a mesma coisa que a penetração de corpos. Podia ser a mesma coisa, mas certamente que não é. Um ‘foodgasm’ não é um orgasmo, nem a pornografia tem muito que ver com a tão recentemente popularizada ‘food porn’. O sexo é particular a uma intimidade das gentes e do tesão. A comida é prazerosa de uma forma não sexual, ou não sensual, ou será que é?

As ostras parecem vulvas descobertas, as bananas e os pepinos são (escandalosamente) fálicos. O abacate e a papaia desenham vaginas, as tartes de maçã... não se parecem com nada, mas já iniciaram a sexualidade de certos jovens de uma certa realidade cinematográfica. O estímulo visual pode provocar a imaginação, mas o melhor são as propriedades ditas afrodisíacas de certos alimentos. São precisos nutrientes que mantêm a erecção e lubrificação. Dizem os especialistas que os espargos, por exemplo, fálicos e cheios de vitamina E e potássio são óptimos para manter a irrigação sanguínea nas partes que interessam. Os abacates e as ostras ajudam na produção de testosterona, os morangos, um clássico do romance, estão cheios de coisas boas para a produção de hormonas. Enfim, já perceberam a ideia, não quero ser uma enciclopédia nutricional. Mas por favor, deixem-me constatar o óbvio que falta ser reforçado: comidinha saudável, corpo são e o sexo acompanha os benefícios. Para ninguém se convencer que comer abacates em quantidades industriais tem o mesmo efeito instantâneo que o Popeye e os espinafres. Falta a comida no sexo - a comida que acompanha a penetração que referi há pouco. Talvez um clássico de morangos com chantilly, ou uma prática para dias especiais, para quando se precisa de um ‘picante’ na relação sexual. Picante esse,

acautelem-se, para ser consumido e não ser esfregado em lugar nenhum. Os mais cautelosos ainda sugerem que comida nenhuma poderá ser inserida nas partes íntimas, mas que pode (e deve) ser abusada na pele. Para os interessados na logística, esta não é uma actividade para quem gosta das coisas limpas. Porque corpos nus, esfregadelas e uns amassos com comida à mistura, vai certamente deixar muita desarrumação e sujidade. Lençóis, o chão, ou qualquer outra superfície manchados de chocolate líquido e outros que tais... Mas para quem não tem problemas com isso, regozigem-se com a exploração oral de corpos e sabores. Aliás, parece que os japoneses têm tradições gustativas ainda mais requintadas. O nyotaimori que até já chegou ao ocidente (apesar de ter sido recebido com muitos protestos) é a prática de usar mulheres nuas como pratos de sushi. Ou outra - e esta não percebi se era verdade ou não – de usar o pequeno recipiente que as pernas fechadas de uma mulher criam, e lá verter licor para ser cuidadosamente consumido em infusão com a penugem típica da região. Isto é só puxar pela imaginação e aproveitar as propriedades nutricionais e quiçá afrodisíacas para uma sexualidade e alimentação feliz. A equação que leva o prato ao sexo não é complexa, é simples, é só juntar os ingredientes e ter a vontade certa. Prazer ao quadrado, será?


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Sexta-feira CONCERTO | TERTÚLIA À PORTUGUESA 21 Pousada de Coloane Boutique Hotel | Das 19h00 às 22h00 Sábado 6 1

7 2 5 3 4 EXPOSIÇÃO | POPARCADE BY LOUISE LEONG Fundação Rui Cunha | 19h00 2 7 3 6 1 4 5 Domingo 7 COMMUNITY 4 5RUN –1MANA6VIDA 2 3 MACAU Ocean Gardens | Das 7h00 às 08h30 3 2 4 5 7 1 6 HOLI FESTIVAL 2018 Pousada 1 de6Coloane 2 Boutique 3 Hotel 4 | Das514h007às 17h00 Diariamente 4 5“IMAGINARY 1 BEINGS” 7 3 6 2 EXPOSIÇÃO Taipa Village Art Space | Até 21/02 5 3 6 4 2 7 1 EXPOSIÇÃO “O TEMPO MEMORÁVEL” Museu de Macau | Até 25/02

23 EXPOSIÇÃO “A REBOURS: CASE X 8 – THE ARTISTS NOTES IN 2010 FROM MACAO/PEQUIM” Casa Garden | Até 28/02

7 4 3 1 2 6 5 EXPOSIÇÃO “TWENTY HOURS – AN EXHIBITION OF ABSTRACT 1 BY3DENIS2MURRELL 5 AND7HIS STUDENTS” 4 6 PAINTING Café IFT – espaço Anim’Arte Nam Van | Até 2/03 2 6 5 4 3 1 7 EXPOSIÇÃO “FICÇÃO E DERIVA” Galeria 4 Tap1Seac |6Até 4/037 5 3 2 EXPOSIÇÃO “A LINGUAGEM E A ARTE DE XU BING” 3 de7Arte de1Macau 2 6 5 4 Museu | Até 4/03 6 5“ TEN 7 3 4 2 1 EXPOSIÇÃO FOR PERFECTION” Macau Art Garden 5 2 4 6 1 7 3 11ª BIENAL DE DESIGN DE MACAU Museu de Arte de Macau (MAM) | Até 31/3 PARADA DE OURO - ARMAMENTO IMPERIAL DO MUSEU DO PALÁCIO MAM | Até 11/3

Cineteatro

MONSTER HUNT 2 MONSTER HUNT 2 [B] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Raman Hui Com: Tony Leung Chiu-Wai, Bai Baihe, Jing Boran, Yo Yang 14.00

OZZY [A] FALADO EM CANTONENSE Filme de: Alberto Rodriguez 16.00

AGENT MR. CHAN [C] FALADO EM CANTONENSE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Cheung Ka Kit Com: Dayo Wong, Tze Wah, Charmaine Sheh, Sze Man 17.45, 19.45, 21.45

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BLACK PANTHER [B] Filme de: Ryan Coogler Com: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong’o 14.15, 16.45, 19.15, 21.45

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Do realizador de Magnólia, “Phantom Thread” não é um filme sobre moda e pedantismo, mas antes sobre o amor, obsessão e o fim do romantismo. Reynolds Woodcock é um estilista conceituado que trabalha em parceria com a sua irmã Cyril a criar roupas para alguns membros da elite e realeza britânica. Apesar de estar habituado a viver rodeado por mulheres bonitas, Reynolds, obcecado pelo trabalho e prepotente nos afectos, nunca se entregou a ninguém. Mas a sua vida muda quando conhece Alma, uma jovem empregada de balcão que se torna sua amante, musa e confronto com o desconhecido emocional. As interpretações cabem a Daniel Day-Lewis – num anunciado último trabalho como actor –, Lesley Manville e Vicky Krieps. Sofia Margarida Mota

MONSTER HUNT 2 [B] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Raman Hui Com: Tony Leung Chiu-Wai, Bai Baihe, Jing Boran, Yo Yang 16.00, 22.00

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O MENINO COM O DOM DO VOO

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Devem ser menos de dez anos de gente. Dez anos decididos, disciplinados sem, no entanto, deixarem de ser de criança. Todos os dia, sem excepção W está no no lago Nam Van. Todas as manhãs se veste a rigor. Calça as sapatilhas de wushu e as calças pretas ou vermelhas, laças e acetinadas. O pequeno W é já grande no que respeita às artes marciais. É só esperar um pouco que põe o corpo a voar. Sim, W já voa. À sua frente, o talvez pai não tem de 26 se preocupar. Está ali, à espera, e de quando em vez sugere umas pernas mais esticadas ou umas costas mais direitas durante um movimento qualquer. De resto, W faz e refaz. Em silêncio, sem mostras de fadiga ou contrariedade, repete até à perfeição movimentos que pouco têm de humanos. É um pequeno deus, de sorriso na cara que diz aos que por ali passam diariamente: sei voar. Sofia Margarida Mota

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FERDINAND [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Carlos Saldanha 14.30, 18.00, 20.00

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VIDA DE CÃO

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Diana do Mar, João Santos Filipe; Sofia Margarida Mota; Vitor Ng Colaboradores Amélia Vieira; Anabela Canas; António Cabrita; António Castro Caeiro; António Falcão; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Simões Morais; Manuel Afonso Costa; Michel Reis; Miguel Martins; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; Fa Seong; Jorge Morbey; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

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ócios/negócios 23

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ROOTS MACAU, RESTAURANTE DE FUSÃO KATIE MCCANN, RELAÇÕES PÚBLICAS

Raízes reinventadas O restaurante Roots Macau promete trazer uma nova experiência gastronómica para Macau. A aposta incide nos menus de degustação e na cozinha de fusão que lembra os sabores europeus. O chefe Anthony Sousa Tam é macaense e não esqueceu as suas raízes

O

S anos que passou na Europa e em viagens diversas não o afastaram da terra que o viu nascer, muito menos dos sabores com os quais cresceu. Contudo, Anthony Sousa Tam, filho da terra, decidiu fazer diferente num território onde muitos dos turistas chegam só para provar a comida portuguesa. A história do Roots Macau é contada pela relações públicas do espaço e esposa do proprietário, Katie McCan. “Decidimos apostar nos menus de degustação, e a ideia por detrás disso passa por servirmos os melhores ingredientes da época e dar aos nossos clientes uma grande experiência com os nossos pratos. Temos entre oito a dez pratos, cinco por almoço”, disse ao HM. No Roots Macau serve-se cozinha de fusão com sabores europeus, novas interpretações em que os tradicionais noodles ganham nova roupagem e cada prato promete ter um toque e sabor único. Tudo isso foi adquirido com as viagens e experiência pessoal de Anthony Sousa Tam. “A ligação à cozinha europeia aconteceu porque o nosso chefe, Anthony, trabalhou em Londres durante 20 anos, ele é macaense, e tem raízes portugue-

sas, e claro que é um grande viajante e já trabalhou em vários países europeus e até asiáticos, então teve contacto com essas experiências gastronómicas.” Os sabores da culinária local podem ser experienciados, ainda que não sejam servidos na sua originalidade. “Gostamos de ter alguns elementos da comida macaense, mas servimos apenas os tais menus de degustação, e mudamos os menus várias vezes, sempre que podemos. Temos também alguns pratos de assinatura.” O nome do espaço acabou por ser uma escolha natural, dado o facto de Anthony ter ligação ao território. Mas não só. “No nosso restaurante também temos uma grande ligação à natureza, uma vez que todos os ingredientes são bastante frescos. Os vegetais são muito importantes nos nossos pratos.”

DIFERENÇA NA TERRA DOS HOTÉIS

No Roots Macau a comida serve-se em pequenas quantidades e com uma apresentação exemplar, para que se possa marcar a diferença. Katie McCan garante que o projecto marca a diferença num território onde a comida de assinatura existe sobretudo nas grandes cadeias de hotéis de nome internacional. “Acredito que o nosso restaurante tem vindo a ser cotado em muitas revistas da especialidade. É difícil encontrar um espaço como este fora dos hotéis, é algo muito personalizado, o ambiente, a decoração e o serviço que providenciamos.Apresentamos novos pratos com novos ingredientes, novas maneiras de cozinhar, e isso não é muito fácil de encontrar por parte dos nossos clientes fora das grandes cadeias de hotel.” Os pratos mais procurados têm sido o bife fumado, uma receita já muito conhecida nesta zona do mundo mas que ganhou uma nova versão com as mãos de Anthony. Os noodles com lula são também muito apreciados. Apesar de terem o restaurante aberto há poucos meses, a gerência procura criar novos pratos e diferentes combinações de ingredientes, para que o factor surpresa esteja sempre presente em cada garfada. “Mudamos os nossos menus todos os meses para podermos responder aos pedidos dos nossos clientes mais regulares, para todos os que vêm mais do que uma vez por mês. Tentamos providenciar-lhes novas experiências.” Apesar de estar situado na terra do turismo, a maioria dos clientes acaba por viver em Macau. “Ficamos muito felizes com isso”, frisou Katie McCan. O Roots Macau promete participar num concurso gastronómico já no final de Março com uma criação de Anthony Sousa Tam. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Avenida Xian Xing Hai, 323 • NAPE, Macau

“É difícil encontrar um espaço como este fora dos hotéis, é algo muito personalizado, o ambiente, a decoração e o serviço que providenciamos.”


Os factos são sonoros. O que importa são os silêncios por trás deles.

Clarice Lispector

RUI GAUDÊNCIO

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Adeus, Coronel Morreu João Varela Gomes, militar opositor à ditadura e ao fascismo

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coronel João Varela Gomes, um dos militares mais activos politicamente antes e depois do 25 de abril, morreu em sua casa, aos 93 anos. Em reação à notícia, avançada pela RTP, o presidente da Associação 25 de Abril, coronel Vasco Lourenço, em declarações à agência Lusa, considerou-o uma figura “muito importante na história do século XX em Portugal” e “um grande lutador contra a ditadura e contra o fascismo”. Depois do 25 de Abril, acrescentou, “também se envolveu apaixonadamente, como fazia sempre, em coisas positivas e outras menos positivas, prefiro recordar as positivas”, enfatizou Vasco Lourenço. Varela Gomes foi um dos participantes do assalto ao quartel

de Beja, em 1962, onde foi ferido com gravidade, juntamente com, entre outros, Manuel Serra e Eugénio Oliveira, que veio a ser grão-mestre da loja maçónica do Grande Oriente Lusitano (GOL). No período posterior ao 25 de Abril de 1974, Varela Gomes teve relevância por vários motivos, designadamente pelo papel na 5.ª Divisão do Estado-Maior-General das Forças Armadas, que designadamente incomodou o então embaixador dos EUA em Portugal, Frank Carlucci. Na nota biográfica que acompanha a notícia da RTP detalhou-se que entrou na clandestinidade depois do 25 de novembro de 1975, para escapar ao mandado de captura emitido em seu nome, tendo saído do país para Cuba, via Espanha, e depois para Angola. Só regressou a Portugal em 1979.

BANCA LUCROS RECORDE EM 2017

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sector bancário de Macau tem-se pautado por “um crescimento evidente”, afirmou ontem o presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), Benjamin Chan, dando como exemplo dos “satisfatórios resultados” o recorde, “em termos históricos”, dos lucros antes de impostos, que ascenderam a 14,8 mil milhões de patacas no ano passado. Com a recuperação económica, além da “contínua manutenção da boa qualidade dos activos”, “a dimensão e o nível dos lucros do sector bancário foram, igualmente, marcados por novos recordes”, realçou, durante um almoço oferecido pela Associação de Bancos de Macau. Apesar dos sinais favoráveis de 2017, Benjamin Chan advertiu para os desafios com que a banca se depara, principalmente vindos de fora.

“Como é sabido, devemos estar redobradamente vigilantes”, atenção reforçada por “estarmos no Ano Lunar do Cão, um animal sempre alerta, a mostrar-nos a necessidade de prestar maior atenção às mudanças e flutuações que possam ocorrer nos mercados financeiros internacionais”, isto apesar da “grande confiança no desenvolvimento” da China e de Macau, afirmou. “Como resultado do surgimento de mais restrições nas políticas monetárias das economias desenvolvidas, este cenário é caracterizado pelo início da subida das taxas de juros, pela contracção da liquidez e por flutuações muito frequentes nos mercados de capitais”, sublinhou, apontando que são desafios para os bancos nas áreas operacionais e da gestão do risco. D.M.

PALAVRA DO DIA

quarta-feira 28.2.2018


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