N.º 4075 de 20 de JUN de 2018

Page 1

PEARL HORIZON

CENTRO HISTÓRICO

PÁGINA 4

PÁGINA 7

MAK SOI KUN , PLANO O BENEVOLENTE DO MÊS

ARQUITECTURA

DIREITOS EM RUÍNAS GRANDE PLANO

hojemacau

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

SOFIA MARGARIDA MOTA

MOP$10

QUARTA-FEIRA 20 DE JUNHO DE 2018 • ANO XVII • Nº 4075

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

O esplendor de Portugal PÁGINAS 12-13


2 grande plano

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes deu razão ao arquitecto Mário Duque quanto à violação de direitos de autor em obras que realizou nos últimos anos. Contudo, não só o arquitecto não terá direito a nenhuma indemnização, como o regime de direitos de autor e direitos conexos “não estabelece qualquer penalização” a quem cometeu essas infracções. A decisão é quase inédita num território onde há poucas queixas nesta matéria

20.6.2018 quarta-feira

A LEI DA SELVA

DIREITOS DE AUTOR DSSOPT DÁ RAZÃO A ARQUITECTO SOBRE ALTERAÇÕES A PROJECTOS

O

caso envolve estruturas tão emblemáticas como a torre do Grande Prémio de Macau ou o edifício da Assembleia Legislativa, só para enumerar alguns casos. O arquitecto português Mário Duque tem vindo a queixar-se, nos últimos anos, de alterações significativas aos projectos de sua autoria, retirada de legendas de esboços ou a não colocação do nome do autor nos projectos que, posteriormente, são alvo de modificações. A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) veio agora dar razão ao arquitecto, tendo emitido um parecer, ao qual o HM teve acesso. No documento é considerado que, de acordo com o regime de direitos de autor e direitos conexos, datado de 1999, “para a obra de arquitectura a identificação do autor” deve ser identificada de “forma bem legível, não só em cada cópia dos estudos e projectos, como ainda junto do


grande plano 3

quarta-feira 20.6.2018

RÓMULO SANTOS

o Regulamento Geral da Construção Urbana, “do processo individual de cada inscrito deverá constar a indicação das ocorrências relativas a projectos elaborados ou dirigidos ou a indicação das ocorrências relativas a obras executadas”.

“Venho recebendo todos os anos um cheque do Plano de Comparticipação Pecuniária. É aquele cheque que serve para compensar danos que resultam de um complexo de situações que não é possível inventariar.”

ao projecto original, com base nas exigências do modelo de negócio ou conjuntura, e também a oportunidade de poder usar o processo de aprendizagem que ocorreu durante a realização do projecto e poder transportá-lo para outra jurisdição, sem que isso signifique que tenha de voltar a pagar.” Também Maria José de Freitas, arquitecta, lamenta que ocorram mudanças profundas nos edifícios de autor que são erguidos no território, sem que haja um aviso prévio. “Nunca fiz nenhuma queixa, mas acho que, no geral, acho que há pouca consideração pelo trabalho dos arquitectos. Muitas vezes fazemos trabalhos e passado uns anos eles são alterados sem o mínimo de preocupação, e sem quererem saber quem foi o autor. Uma obra de arquitectura é uma obra de autor, sobretudo se estivermos a falar de revitalizações e recuperações. Não falo aqui de um prédio comum, que está sempre à vontade dos proprietários.”

MÁRIO DUQUE ARQUITECTO

UMA QUESTÃO DE MENTALIDADE

SEM EFEITOS PRÁTICOS

estaleiro da construção e na própria construção depois de concluída”. Por isso, “verifica-se razão no requerente quando [este] refere que ‘não conhece prática no que respeita à obrigatoriedade de identificação do autor, por forma legível, na própria construção, depois de concluída (...)”. Esse diploma volta a ser citado para explicar que deve ser tido

“Verifica-se razão no requerente quando [este] refere que ‘não conhece prática no que respeita à obrigatoriedade de identificação do autor, por forma legível, na própria construção, depois de concluída (...)” PARECER DA DSSOPT

em conta o nome do autor, e a sua referência no projecto, quando são feitas alterações aos edifícios por outros arquitectos. “É obrigatória a identificação do autor em cada exemplar da obra reproduzida, donde, aquando das intervenções de outro, que não o autor, nos desenhos da obra de arquitectura, não poderão ser removidas legendas que se encontravam nos desenhos originais, nem ser afastada a indicação do autor da obra de arquitectura plasmada nessas legendas.” Apesar de referir este ponto, o parecer aponta para o facto da DSSOPT “não remover a indicação de autores das obras, como afirma o requerente”. Além disso, o parecer da DSSOPT conclui que “assiste razão ao requerente na segunda questão que levanta, relativa à indicação das ocorrências relativas aos projectos elaborados e nos processos individuais dos técnicos inscritos na DSSOPT”. Isto porque, de acordo com

Apesar deste parecer favorável às reivindicações do arquitecto, a verdade é que nenhum efeito prático se resulta desta decisão. O documento refere mesmo que o regime de direito de autor e direitos conexos “não estabelece qualquer penalização para o incumprimento”. Contactado pelo HM, o arquitecto Mário Duque referiu apenas que esta decisão incide sobre todos os seus projectos na RAEM. “Não vão existir nenhumas consequências. É o mesmo que reconhecer a escolaridade obrigatória, mas ninguém cuida em saber se as crianças vão mesmo à escola.” Quanto ao possível pagamento de uma indemnização, o arquitecto português não se mostra confiante. “Venho recebendo todos os anos um cheque do Plano de Comparticipação Pecuniária. Aquele cheque que serve para compensar danos que resultam de um complexo de situações que não é possível inventariar”, ironizou. De frisar que, no caso do edifício da AL, foram feitas, desde o ano em que foi inaugurado, quase 40 obras de alteração sem que Mário Duque tenha sido consultado sobre tal facto. O arquitecto sempre alegou que as modificações foram várias e profundas, sendo que não apresentam nenhuma consonância com aquilo que foi projectado. O tribunal chegou a considerar a DSSOPT culpada quanto à primeira alteração que foi feita, sendo que o arquitecto que a fez nem estava inscrito. “Entendemos que a DSSOPT não tomou a devida precaução na aprovação do projecto de alteração, permitindo a alteração ou reproduções ilícitas do projecto inicial, violando assim o direito de autor”, lia-se no acórdão.

comum, sem que haja penalizações nesse sentido. “Há um nível de respeito e consideração que deveria ser dado a quem de direito, mas, na prática, é algo sistematicamente ignorado. É lamentável que seja assim, mas há muitas coisas que são lamentáveis e que não são resolvidas”, adiantou. Campina afirma que tudo depende dos termos dos contratos que são assinados, pois muitas vezes os arquitectos abdicam de questões autoriais. “Muitas vezes é exigido que os autores dos projectos prescindam dos seus direitos de autor para dar oportunidade ao dono da obra de fazer duas coisas: poder continuar a fazer alterações

POUCA CONSIDERAÇÃO

O parecer da DSSOPT constitui uma das poucas decisões sobre esta matéria, uma vez que poucos arquitectos se queixam das mudanças profundas que os seus projectos sofrem. Ao HM, o arquitecto Adalberto Tenreiro confessou que nunca fez qualquer queixa, mas que tem projectos “que já foram continuados por outros arquitectos”. “Já estou muito fora da arquitectura, não tem problema. É um assunto que não me interessa”, disse apenas. O arquitecto Miguel Campina faz referência a uma cultura que existe em Macau, tal como em Hong Kong e na China, onde o trabalho do arquitecto nem sempre é valorizado da melhor maneira. Alterar e apagar o que se fez é algo

“Podemos chamar a atenção à entidade envolvida, mas, na maior parte dos casos, esses aspectos não são considerados. Vamos fazendo o possível e sobrevivendo, fazendo com que haja alguma integridade e respeito pela obra original.” MARIA JOSÉ DE FREITAS ARQUITECTA

A culpa pelo não respeito dos direitos de autor não se pode imputar à DSSOPT ou a outros promotores privados. Na visão de Maria José de Freitas, a própria cultura não protege essa questão. “Está em causa uma questão de mentalidade face à questão dos direitos de autor. Não sei porque é que a classe não faz mais queixas. Provavelmente a classe e a própria associação de arquitectos estão mais preocupados com outro tipo de problemas e não atende muito a este tipo de questões. Nós, arquitectos particulares, somos muitas vezes confrontados com isso.” “Podemos chamar a atenção à entidade envolvida, mas, na maior parte dos casos, esses aspectos não são considerados. Vamos fazendo o possível e sobrevivendo, fazendo com que haja alguma integridade e respeito pela obra original.” Miguel Campina acredita que, na prática, “existe pouca oportunidade [para a apresentação de queixas], porque o primeiro a não respeitar o autor do projecto é o dono da obra, o promotor. Este, por norma, não tem qualquer tipo de consideração ou respeito pelo arquitecto. É uma questão de cultura.” O arquitecto defende que é difícil mudar, de um dia para o outro, este panorama. “Se, na grande maioria das vezes, é o promotor não tem consideração pelo arquitecto, que é mais outro elemento na cadeia de produção, [é difícil mudar as coisas]. Mesmo durante a elaboração do projecto, o que exigem ao arquitecto são soluções que vão contra o que começa por ser a própria encomenda. Primeiro pedem uma coisa, depois pedem outra.” Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


4 política

20.6.2018 quarta-feira

PEARL HORIZON APOIOS A COMPRADORES VISTOS COMO MANOBRA POLÍTICA

O amparo de Jiangmen

Eles pagam tudo. Primeiro, a reconstrução do Sin Fong Garden, agora, os apoios jurídicos às vítimas do Pearl Horizon. A Associação dos Conterrâneos de Jiangmen tem saído em auxílio de moradores afectados e os analistas ouvidos pelo HM fazem as contas aos ganhos políticos

S

à O três milhões de patacas e uma equipa de juristas que a Associação dos Conterrâneos de Jiangmen, que tem como vice-presidente Mak Soi Kun, colocou ao dispor dos compradores do Pearl Horizon. O objectivo é pagar as custas judiciais para que as alegadas vítimas possam avançar com processos nos tribunais e exigirem as compensações à Polytex. Enquanto os motivos por trás do apoio não são propriamente claros e justificáveis, as pessoas ouvidas pelo HM consideram que há vontade de tirar dividendos com a situação. Larry So, analista

político, coloca mesmo a hipótese da associação estar a agir a pedido do Governo, que devido às leis em vigor não pode apoiar os compradores. “Com esta acção, a associação está a ajudar o Governo fechando o fosso que existe entre o Executivo e as vítimas. De acordo com as leis em vigor, o Governo não pode fornecer assistência legal aos afectados, por isso as associações acabam por assumir este papel”, afirmou Larry So, ao HM. Segundo o analista, a associação acaba também por ser beneficiada uma vez que fica com a imagem de quem teve o cuidado de agir em prol da sociedade.

“É uma situação em que ganham duplamente: por um lado, recebem um maior reconhecimento dos afectados, que ficam agradecidos, por outro, o Governo também fica

com boas referências do apoio”, explicou. AAssociação dos Conterrâneos de Jiangmen é uma das plataformas políticas de Macau mais importantes e está por trás da lista mais votada nas últimas eleições, que colocou na Assembleia Legislativa Mak Soi Kun e Zheng Anting. Além disso, a associação está ligada a dez deputados, entre nomeados, eleitos. Por outro lado, Larry So reconhece que a situação possa ser encarada por alguns como resultado de um pedido do Governo, mesmo que oficialmente não haja qualquer prova. “Oficialmente, o Governo nunca fez qualquer pedido nem há provas de que algo tenha acontecido. Mas não é de afastar a hipótese da acção ser encarada pelos oponentes políticos como um favor”, considerou. “Nesse aspecto, as pessoas com mais tendência para desconfiarem do Governo vão sempre questionar-se se não haverá uma espécie de agenda escondida por trás da iniciativa”, justificou.

OLHO NAS ELEIÇÕES

Por sua vez, António Katchi, jurista, coloca a hipótese de Mak Soi

ANÚNCIO EXIGE DEVOLUÇÃO DE DINHEIRO DE UMA SÓ VEZ

O

s lesados do caso Pearl Horizon assinam um anúncio publicado na edição de ontem do Jornal do Cidadão onde pedem que a Polytex devolva de uma só vez o dinheiro que já foi pago pelos empréstimos das casas, sem condições adicionais. Na publicação, os lesados acusam a Polytex de não assumir as suas responsabilidades e de enganar aqueles que investiram. Além de exigirem o pagamento de uma só vez, ao invés da devolução em prestações de dois e três anos, como foi proposto, os lesados pedem ainda compensações nos termos legais junto dos lesados ainda antes do mês de Julho chegar ao fim.

GRANDE BAÍA CHEFE DO EXECUTIVO VISITA CINCO CIDADES

O

Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, inicia, a partir de amanhã, uma visita oficial a cinco cidades que integram a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. A Zhuhai, Cantão e Shenzhen desloca-se nos dias 21 e 22, ou seja, amanhã e sexta-feira, enquanto a Zhongshan e Jiangmen vai no dia 25, ou seja, na próxima segunda-feira. Segundo uma nota do Gabinete

do Porta-Voz, Fernando Chui Sai On vai manter encontros com os dirigentes das cinco cidades com vista a trocar impressões relacionadas com os trabalhos da Grande Baía. A secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, integra ambas as visitas, pelo que o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, exercerá interinamente as funções de chefe do Executivo.

Kun já estar a pensar nas eleições intercalares, numa eventual perda de mandato de Sulu Sou, que foi condenado pela prática de um crime de manifestação ilegal. “Os destinatários da ajuda gostam sempre de receber o apoio. Mas claro que não há almoços grátis. Provavelmente a intenção desta ajuda é angariar apoio. Até pode ser que já estejam de olho numa eventual vaga que surja na Assembleia Legislativa, com a possibilidade de Sulu Sou perder o mandato. Não estou a dizer que vai perder o mandato, mas é uma possibilidade”, contextualizou António Katchi, ao HM.

“De acordo com as leis em vigor, o Governo não pode fornecer assistência legal aos afectados, por isso as associações acabam por assumir este papel” LARRY SO ANALISTA POLÍTICO

“É bem possível que Mak Soi Kun até já esteja a preparar terreno para se posicionar em vantagem. Certamente que ele deseja ocupar esse lugar, que poderá ser tirado aos democratas, através do processo. Não é de afastar que esse lugar possa acabar por ser conquistado por ele”, considerou.

SITUAÇÃO REPETIDA

Esta não é a primeira vez que a Associação dos Conterrâneos de Jiangmen sai em auxílio do Governo. A outra circunstância aconteceu com o Sin Fong Garden, depois da necessidade de se proceder à evacuação do edifício devido à descoberta de defeitos na construção. A associação ligada a Mak Soi Kun disponibilizou 100 milhões de patacas para a reconstrução, que aguarda o fim do processo judicial. “É um caso que se repete, porque esta situação já tinha acontecido com o Sin Fong Garden. É inevitável que a associação seja reconhecida em termos de votos, no futuro, pelas suas acções”, apontou Larry So. Por outro lado, Larry So explica que nenhuma destas acções é uma verdadeira novidade e que mesmo durante a Administração Portuguesa ocorriam estes tipos de situações. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo


política 5

quarta-feira 20.6.2018

Vizinhança saudável Zheng Anting quer cooperação regional nos serviços de saúde

O

deputado Zheng Anting defende uma maior aposta na cooperação no âmbito do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau no domínio da saúde. O legislador entende que a entreajuda regional pode ser a via para o aumento da qualidade dos serviços prestados em Macau. Numa interpelação escrita, o deputado, eleito por sufrágio directo, fala nomeadamente do reconhecimento mútuo dos profissionais de saúde dos territórios da Grande Baía. Na missiva, Zheng Anting lembra que muitos residentes não confiam nos cuidados de saúde prestados em Macau e que, além das críticas, há até quem, mesmo sofrendo de uma doença grave, opte por fazer o tratamento no exterior e pagar, dispensando assim os serviços gratuitos em Macau. Ora, na perspectiva do deputado, tal situação é originada pelas insuficiências de quali-

dade dos serviços prestados localmente, pelo número de médicos especializados, bem como com a falta de instituições de ensino ou formação. Embora reconheça que, nos últimos anos, com o objectivo de aumentar o nível dos cuidados de saúde prestados, o Executivo tem aumentado a aposta nas instalações básicas e assinado em Janeiro último com Guangdong e Hong Kong o acordo-quadro sobre a cooperação na área da saúde, o deputado considera que o Governo deve envidar esforços na formação de quadros e apostar mais em recursos. Neste âmbito, Zheng Anting questiona então o Executivo sobre a forma como tem aproveitado o mecanismo de cooperação para aumentar o nível dos serviços de saúde de Macau e sobre a eventual inclusão, sob o chapéu do acordo-quadro, de conteúdos relativos ao reconhecimento mútuo das habilitações literárias e acreditação dos profissionais de saúde. A fechar, o deputado interpela ainda o Governo sobre os resultados da cooperação existente com entidades de saúde do interior da China. V.N.

HABITAÇÃO COUTINHO QUESTIONA PLANO PARA FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

O

deputado José Pereira Coutinho enviou uma interpelação escrita ao Governo onde questiona o calendário para a implementação do plano de habitação para funcionários públicos. “Quase vinte anos após o estabelecimento da RAEM, o Governo não construiu nem adquiriu uma única habitação tanto para os trabalhadores das Forças de Segurança de Macau como para o pessoal civil. Não obstante o aumento dos trabalhadores para quase 40 mil, o Governo tem estado somente a promover

a gestão do parque habitacional adquirido e construído antes do estabelecimento da RAEM, que na altura era cerca de 17 mil trabalhadores.” Pereira Coutinho questiona, por isso, “quando é que o prometido plano global da habitação será apresentado e divulgado publicamente”. “Existe alguma calendarização para que os serviços públicos sejam responsabilizados pela apresentação das prometidas informações e pareceres, para que essas informações não deixam cair o caso em saco roto?”, inquiriu ainda.

PUB HM • 1ª VEZ • 20-6-18

HM • 1ª VEZ • 20-6-18

ANÚNCIO Acção de processo comum do trabalho nº LB1-17-0387-LAC

ANÚNCIO JUÍZO LABORAL

Execução Ordinário n.º

CV2-16-0233-CEO

2ºJuízo Cível

AUTORES: 1- ZHANG RENPING, natural e residente na China, 中國珠海蓮花路188號駿發山庄5棟1802號; e 2 - LI XIAOXIA, residente em 澳門夜呣街33號名暉樓3樓A室 RÉ: FÁBRICA DE ARTIGOS DE VESTUÁRIO ELEGANTE, LIMITADA com sede na Avenida do Almirante Lacerda nº 123, Edº Industrial Hip Va, 8º andar B, Macau, ora ausente em parte incerta.------------------------------------------------------------------------------------*** - FAZ-SE SABER QUE, por esta Secção, correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando a Ré acima identificada, para no prazo de Quinze DIAS, decorrido que seja o dos éditos, contestar a Acção de Processo Comum do Trabalho, cujo pedido resumidamente consiste em ser julgada a presente acção procedente por provada e a ré ser condenada a pagar aos autores, a título de subsídio de alojamento, o montante de MOP$5.000,00 (cinco mil patacas) bem como o pagamento dos juros de mora legais desde a data da citação, até integral pagamento e, pelos fundamentos constantes da petição inicial cujo duplicado se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta secretaria nas horas normais de expediente, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. Macau, aos 31 de Maio de 2018

Exequente: BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL DA CHINA (MACAU) S.A., com sede em Macau, na Avenida da Amizade, nº555 –Macau Landmark, Torre ICBC, 18º andar. Executado: LAO IOK PANG, casado, com último endereço conhecido em Macau, na Rua de Paris, n.º 10-38, Edifício “Centro Comercial Cheng Feng”, 8.º andar “A”, ora ausente em parte incerta. Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos do executado para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real e que é o seguinte: Imóvel penhorado Denominação da fracção autónoma: “A3”, do 3.º andar “A”. Situação: Em Macau, na Rua Nova de S. Lázaro, S/N. Fim: Para habitação. Número de matriz: 073845. Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 22839, do Livro B. Número de inscrição do proprietário: 306717G. Aos 13 de Junho de 2018.

Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo

www.hojemacau.com.mo


6 sociedade

20.6.2018 quarta-feira

Um bate-fichas foi levado para uma esquadra de Macau e agrediu um agente. Foi um erro fatal. Depois de algemado, o homem foi espancado até à morte. Até hoje não foram identificados os autores do crime, mas quatro agentes viram ontem as penas de sete anos confirmadas pelo Tribunal de Última Instância

POLÍCIAS CONDENADOS POR NÃO TEREM AUXILIADO VÍTIMA DE HOMICÍDIO

Tudo bons rapazes

NADA FAZER

O

Tribunal de Última Instância (TUI) confirmou as penas de sete anos aplicadas a quatro agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública pela prática, por omissão, dos crimes de ofensa grave à integridade física, agravado pela morte do agredido. A decisão final sobre o crime ocorrido em 2007 foi finalmente conhecida na sexta-feira passada e anunciado ontem, pelo Gabinete do presidente do TUI. Além de cumprirem o tempo na prisão, os quatro polícias vão ainda ter de pagar um total de 1,7 milhões de patacas à mãe do homem falecido. O caso aconteceu em 28 de Março de 2007, quando após uma

U

M verificador alfandegário que tinha sido demitido por alegada exploração de prostituição foi readmitido após o Tribunal de Última Instância (TUI) lhe ter dado razão, invocando falta de provas no processo disciplinar de que foi alvo. Segundo um aviso do director-geral dos SA, Alex Vong, publicado na semana passada em Boletim Oficial, o funcionário foi reintegrado no posto e

com um murro, depois de ter sido confrontado com um comprimido – alegadamente uma substância psicotrópica – que tinha na carteira. Enquanto o agente acabou por ser transportado para o hospital, outros colegas algemaram os pés e as mãos do junket de 36 anos e colocaram-no no escritório do Núcleo de Investigação, onde permaneceram. Finalmente, às 2h57 desse dia, o detido foi vítima de várias agressões fatais. Às 3h55, quando chegou ao Hospital, o homem foi declarado já sem vida. Apesar das acusações que defendiam que os agentes teriam sido responsáveis pelas agressões, o tribunal não deu a tese como provada. Contudo, segundo o TUI, os quatro polícias nada fizeram para evitar que o homem fosse agredido e sofresse, segundo a autópsia, uma morte com “dores extremamente severas”.

operação de combate à prostituição foram detidas várias pessoas, entre as quais um bate-fichas de 36 anos, proveniente do Interior da China. No Comissariado n.º 3 da PSP, o junket agrediu um agente

Segundo o TUI, os quatro polícias nada fizeram para evitar que o homem fosse agredido e sofresse, segundo a autópsia, uma morte com “dores extremamente severas”.

O bom filho

Readmitido verificador alfandegário que foi demitido sem provas

escalão correspondentes. A readmissão tem lugar dois anos depois de o processo ter chegado à justiça, pelo que os seus efeitos retroagem a 24 de Novembro de 2016. O desfecho do caso deu-se a 16 de Maio quando o TUI negou provimento a

um recurso interposto pelo secretário para a Segurança de uma decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que, quatro meses antes, tinha anulado a pena de demissão aplicada no âmbito de um processo disciplinar ao verificador alfandegário por entender não ter sido

feita prova dos factos imputados ao arguido. O verificador alfandegário era acusado de, entre Abril e Julho de 2012, se ter dedicado “à exploração de prostituição, em colaboração de esforços com outro indivíduo, seu co-arguido no processo-crime que corre termos no Ministério Público”. Segundo os dados do processo, o funcionário “tomou a seu cargo o papel de fotografar jovens mulheres contratadas na China para

No recurso apresentado, os criminosos defendiam que não existem provas para ser condenados, mas o TUI confirmou a condenação pela prática do crime de ofensa grave à integridade física, por omissão, ou seja por não terem desempenhado as suas funções e terem evitado que o homem fosse agredido. “Os recorrentes [agentes] não tomaram tempestivamente medidas para impedirem as agressões à vítima nem lhe prestaram tempestivamente assistência necessária, mesmo que tivessem conhecimento das agressões, tão graves que vieram a provocar a morte da vítima”, afirmou TUI. “A omissão, ou seja, a abstenção de agir por parte dos recorrentes revela-se, sem dúvida, adequada a provocar a morte da vítima”, é acrescentado.

prestação de serviços sexuais em Macau, publicando as fotografias na Internet para efeitos de publicidade”. Uma actividade que lhe permitiria, alegadamente, auferir “uma comissão, que se estima em 100 patacas, por cada serviço prestado pelas jovens, partilhando-a com o co-arguido”. Contudo, o TSI determinou que “o acto punitivo não se podia manter porque os factos imputados ao arguido não se provaram”, uma decisão

João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

que o TUI decidiu manter. Isto porque “os meios de prova do processo disciplinar foram a dedução de acusação contra o arguido em processo criminal e um recorte de jornal”, indicou o TUI. Com efeito, como ressalvou o mesmo tribunal, “a situação seria precisamente a mesma se tivessem sido inquiridas testemunhas ou outro meio de prova e o tribunal julgasse os factos não provados e anulasse, por isso, o acto punitivo”. D.M.


sociedade 7

IACM

quarta-feira 20.6.2018

Metro ligeiro Associação Poder do Povo pede suspensão na península

A Associação Poder do Povo sugere a suspensão do segmento do metro ligeiro na península e manter apenas a estação da Barra a funcionar como único elo de ligação ao segmento da Taipa. De acordo com o comunicado ontem divulgado, a Poder do Povo afirma que nos últimos anos a construção da linha da Taipa custou muito à região em termos económicos e levou ao congestionamento grave nas estradas devido às inúmeras obras que implica a infra-estrutura. Na perspectiva da associação, caso o Governo pretenda continuar o projecto na península de Macau é possível que ocorra outra “catástrofe”. Para a Poder do Povo, a suspensão do segmento do metro na península seria uma decisão acertada uma vez que o trajecto do transporte passa por locais que ficam afectados por inundações, tendo dado como exemplo o que se passou depois da passagem do tufão Hato pelo território.

Imobiliário Menos casas vendidas em Maio

Em Maio foram transaccionadas 1.050 fracções autónomas habitacionais, menos 560 do que em igual período do ano passado, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Finanças, com base na liquidação do imposto do selo por transmissões de bens. A maioria foi vendida na península (773), seguindo-se a Taipa (243) e Coloane (34). Em baixa esteve também o preço médio por metro quadrado que, em Maio, foi de 113.105 patacas, menos 1.358 patacas do que no mesmo mês do ano passado. Na Taipa, a zona mais cara, o preço médio por metro quadrado atingiu 134.347 patacas.

Trânsito Taxistas contra eventual introdução de sistema de pontuação

O presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Condutores de Táxi, Tony Kuok, defendeu, que a eventual introdução de um sistema de pontuação pode ter um impacto negativo junto dos motoristas profissionais, especialmente os taxistas. A introdução de um sistema de pontuação era uma das propostas constantes da revisão da Lei do Trânsito Rodoviário, cuja consulta pública foi entretanto suspensa. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o mesmo responsável afirma que os taxistas vão ver os seus pontos totalmente deduzidos num curto espaço de tempo atendendo às condições do trânsito em Macau. Neste sentido, dá o exemplo das linhas contínuas que existem em toda a Avenida Almeida Ribeiro que fazem com que os taxistas apenas possam parar junto ao Banco Comercial de Macau, algo que define como inviável. Em paralelo, Tony Kuok antecipa que as autoridades vão encontrar dificuldades na execução caso decidam avançar com o sistema de pontuação, instando-as a ponderar a real situação do trânsito em Macau.

IC PLANO DE SALVAGUARDA DO CENTRO HISTÓRICO VAI SER DIVULGADO ESTE MÊS

Antes tarde que nunca O final do mês de Junho é a data apontada pela presidente do Instituto Cultural para a divulgação do plano de salvaguarda e gestão do centro histórico. Quanto às casas da Coronel Mesquita, Mok Ian Ian referiu que ainda não há critérios para a selecção de projectos mas que uma destas vivendas vai ser o museu de Xian Xing Hai

O

plano de salvaguarda e gestão do centro histórico de Macau vai ser divulgado até ao final deste mês. A informação foi dada ontem pela presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian, à margem da conferência de imprensa acerca do Festival de Artes e Cultura da China e de países de língua portuguesa. “Publicamos o plano no final de Junho”, referiu taxativamente a responsável. A segunda fase de consulta pública que teve lugar em Janeiro deste ano era para ter sido realizada em 2016 mas ainda foi adiada para o ano seguinte. Acabou por ser

feita em 2018, depois do alerta da UNESCO no ano passado que denunciou a falta de cumprimentos dos deveres a que as autoridades de Macau estavam obrigadas. O plano de salvaguarda do centro histórico deveria estar concluído em 2015. O documento está previsto na lei de salvaguarda do património que se encontra em vigor desde 2013. De acordo com o Instituto Cultural, o plano em causa vai proteger uma área com características únicas. “O centro histórico de Macau oferece um testemunho único do encontro entre influências orientais e ocidentais, a nível estético, cultural, religioso, arquitectónico

e tecnológico”, referiu em Janeiro, Leong Wai Man.

CASAS À ESPERA

A presidente do IC mencionou ainda os planos para as casas da Avenida Coronel Mesquita destinadas a espaços culturais. “Das doze casas que integrarão o projecto de reabilitação do Governo para aquela zona, e que se transformarão em espaços de arte, 10 vão ser alvo de reconstrução sendo que

duas ainda têm habitantes”, disse Mok. Quanto à seleccção de projectos para a revitalização das casas da Av. Coronel Mesquita, Mok Ian Ian afirmou que será criado um mecanismo nesse sentido e que os critérios estarão “dentro da lei”, sem adiantar quaisquer pormenores. Para já, sabe-se que uma destas vivendas dará origem à Casa Memorial de Xian Xing Hai.

O plano de salvaguarda do centro histórico deveria estar concluído em 2015. O documento está previsto na lei de salvaguarda do património que se encontra em vigor desde 2013

Relativamente ao relatório da Comissariado de Auditoria que denunciava o mau estado de conservação e a ausência de registo dos livros das bibliotecas locais, Mok Ian Ian garantiu que o IC está a melhorar "as questões de gestão". “O IC verificou a existência de lacunas na área de gestão e vamos fazer uma apreciação e aperfeiçoar os trabalhos bibliotecários nomeadamente sobre as questões levantadas pelo Comissariado de Auditoria”, apontou. Nos casos de irregularidade, a presidente do IC afirmou que os implicados serão responsabilizados. Sofia Margarida Mota

Sofia.mota@hojemacau.com.mo


8 publicidade

20.6.2018 quarta-feira

Anúncio 【N.º94/2018】

Anúncio (N.95º/2018)

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, são por este anúncio notificados, os representantes dos agregados familiares candidatos à aquisição de habitação económica, do seguinte:

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, são por esta via notificados os seguintes representantes dos agregados familiares do concurso à habitação económica:

Representante do agregado familiar candidato à aquisição de habitação económica

Número de boletim de candidatura

LEONG KA SENG

82201312111

HO KIN KEONG

82201305022

SAM WAI TOU

82201330865

CHIO WANG FONG

82201323361

LEONG KIN WENG

82201315612

LO WENG

82201331202

CHOU CHOI WAN

82201341554

LEITÃO HENRIQUE GONÇALO OGATA

82201333831

CHOI KIN VA

82201300767

CHAN TONG CHOK

82201329175

KWOK KAM TAK

82201307439

CHOI MENG CHU

82201319877

WONG KAM TONG

82201307413

KOU CHI NGAI

82201324442

CHEOK WA LONG

82201333780

Causa e fundamento legal da exclusão do adquirente seleccionado

Representante do agregado familiar candidato à aquisição de habitação económica

Número de boletim de candidatura

Causa e fundamento legal da exclusão do adquirente seleccionado

82201342331

Ter sido elemento de agregado familiar que tenha vendido uma fracção de habitação económica (Nos termos da alínea 7) do n.º 5 do artigo 14.º e da alínea 1) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)

82201305041

(Os elementos do agregado familiar) São beneficiários de bonificação ao crédito para locação financeira de habitação própria (bonificação ao juro de 4%) (Nos termos da alínea 4) do n.º 5 do artigo 14.º e alínea 1) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)

LAM HON PENG

82201311078

(Um elemento do agregado familiar) Ter sido elemento de agregado familiar que tenha vendido uma fracção de habitação económica (Nos termos do disposto na alínea 7) do n.º 5 do artigo 14.º e na alínea 1) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)

IO LEI NGAI

82201338592

CHAN KIN HANG

82201314115

IP SU KEONG Falta de entrega dos documentos necessários para a avaliação do requerimento, no prazo fixado (Nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)

Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código de Procedimento Administrativo, o Instituto de Habitação (IH) notificou, no dia 25 de Maio de 2018, através de anúncio, os referidos representantes dos agregados familiares candidatos à aquisição de habitação económica para que apresentassem, no prazo de 10 dias, justificação escrita, não sendo a mesma considerada quando submetida fora do prazo, considerando-se como desistência. Os representantes dos respectivos agregados familiares candidatos à aquisição de habitação económica não apresentaram qualquer justificação escrita dentro do prazo fixado, pelo que o presidente do IH aprovou, de acordo com o despacho exarado na Proposta n.º1044/DAJ/2018, no dia 13 de Junho de 2018, a exclusão dos referidos agregados familiares de adquirentes seleccionados. Caso não concorde com a decisão acima referida, deve ser apresentada reclamação ao presidente do IH (sem efeito suspensivo) nos termos do artigo 149.º do Código de Procedimento Administrativo no prazo de quinze dias a contar da data da publicação do presente anúncio, ou/e intentar a acção do recurso contencioso ao Tribunal Administrativo dentro do prazo legal nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso. Atenciosamente Instituto de Habitação, aos 14 de Junho de 2018 O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng

TIN LAI KUAN

Falta de entrega dos documentos necessários para a avaliação do requerimento, no prazo fixado (Nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)

Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, os representantes dos agregados familiares candidatos a habitação económica acima mencionados podem apresentar, por escrito, a sua justificação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais e outros meios de prova que sejam favoráveis ao seu contraditório, no prazo de 10 dias, a contar da data da publicação do presente anúncio, sendo a apresentação de documentos fora de prazo tida como desistência, não sendo aqueles considerados. Caso necessite de consultar o respectivo processo que está arquivado no Instituto de Habitação, sito na Estrada do Canal dos Patos, n.º 220, Edf. Cheng Chong L R/C Macau, poderá contactar Sr.a Lei através do número de telefone: 2859 4875 (extensão 747) durante as horas de expediente. Instituto de Habitação, aos 14 de Junho de 2018 O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng


publicidade 9

quarta-feira 20.6.2018

EDITAL Edital n.º : 10 /E-DC/2018 Processo n.º : 14/DC/2017/F Assunto : Audiência dos interessados sobre ocupação ilegal de terreno do Estado Local : Terreno designado por lote 1d situado na Avenida Wai Long e na Estrada da Ponta da Cabrita, junto ao GOLDEN CROWN CHINA HOTEL, na Taipa (demarcado a tracejado na planta em anexo)

Balanço Até 31 de Dezembro de 2017

Li Canfeng, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber que ficam notificados os ocupantes ilegais do terreno indicado em epígrafe, cujas identidades e moradas se desconhecem, do seguinte: 1.

A DSSOPT, no exercício dos poderes de fiscalização conferidos pela alínea b) do n.º 3 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 29/97/M, de 7 de Julho, verificou que no terreno indicado em epígrafe foi edificada uma construção em betão.

2.

De acordo com a certidão da Conservatória do Registo Predial (CRP) extraída da descrição n.º 22994 e inscrição n.º 508 do livro F2, em 20 de Março de 2018, o terreno consta da planta cadastral n.º 61100026, emitida em 13 de Julho de 2017 pela DSCC, não se encontra registado a favor de particular (pessoa singular ou pessoa colectiva) o direito de propriedade ou qualquer outro direito real, nomeadamente de concessão, aforamento ou arrendamento, e não foi atribuída ao(s) ocupantes a respectiva licença de ocupação temporária, pelo que o mesmo considera-se terreno disponível do Estado, nos termos do artigo 7.º da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e do artigo 8.º da Lei n.º 10/2013 (Lei de terras).

3.

A ocupação de terreno do Estado por ocupantes sem quaisquer títulos legítimos determinou a instauração do procedimento administrativo n.º 14/DC/2017/F a fim de se proceder à desocupação e restituição do terreno ao Estado.

4.

Com efeito, os ocupantes de propriedade do Estado que não disponham de contrato de concessão ou de licença de ocupação temporária prevista na Lei de terras que autorize a sua posse, devem proceder à respectiva desocupação e entregar o terreno ao Governo da RAEM. Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 208.º da Lei de terras, o Chefe do Executivo determinará a respectiva ordem de desocupação e fixará um prazo para o efeito.

5.

O terreno indicado em epígrafe possui uma área de 2 500 m2. Nos termos da alínea 4) do artigo 196.º da Lei de terras, quem ocupar ilegalmente terrenos do Estado é punível, consoante a área, com multa de $1 600 000,00 a $ 3 000 000,00 patacas.

6.

Considerando a matéria referida no ponto 4 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA).

7.

O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.o 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227).

RAEM, 08 de Junho de 2018.

Patacas ACTIVO Activo não corrente Propriedades, maquinaria e equipamento

$31,739,491

Activo corrente Contas a receber Contas antecipadas, depósitos e outras contas a receber Caixa e depósitos bancários

$1,569,747 $24,338,646

Total do activo corrente

$26,847,063

Total do activo

$58,586,554

$938,670

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Capital próprio Capital social

$40,000,000

Reservas de reavaliação

$38,047,022

Resultados acumulados

($20,442,130)

O Director dos Serviços Li Canfeng

Processo n.º: 14/DC/2017/F Local : Terreno designado por lote 1d situado na Avenida Wai Long e na Estrada da Ponta da Cabrita, junto ao GOLDEN CROWN CHINA HOTEL, na Taipa (demarcado a tracejado na planta em anexo) Planta em anexo:

$57,604,892 PASSIVO CORRENTE Contas a pagar

$350,411

Custos a pagar e outras contas a pagar

$494,279

Imposto Complementar de Rendimentos

$136,972

Total do passivo corrente

$981,662

Total do capital próprio e do passivo

Ano de 2017 Relatório do Conselho de Adminitração Em 2017, o Matadouro de Macau, S.A.R.L., registou receitas de vinte e um milhões, quinhentas e noventa e oito mil, dezassete patacas e setenta e oito avos (MOP 21,598,017.78), Em relação às despesas registaram-se vinte e um milhões, setecentas e noventa e três mil, quatrocentas e quinze patacas e oitenta e dois avos (MOP21,793,415.82). Durante o ano regista-se uma perda de duzentas e cinquenta e nove mil, seiscentas e cinquenta e oito patacas e quatro avos (MOP 259,658.04). Futuramente, o Conselho de Administração irá esforçar-se por fazer o melhor possível para continuar a reforçar a sua capacidade de fiscalização da situação do Matadouro de Macau, S.A.R.L., quer na procura de mais formas de rentabilizar a sua actividade, quer na diminuição dos gastos, a fim de deixar de registar perdas estruturais e para que possa sobreviver a situações mais adversas. Representante do Conselho de Administração Macau, aos 20 de Fevereiro de 2018 Ano de 2017 Parecer do Conselho Fiscal O Conselho de Administração do Matadouro de Macau, S.A.R.L. (Sociedade) entregou o Relatório

$58,586,554

Financeiro de 2017, o Relatório de Examinação do auditor de contas externo, Tang Tim, e o Relatório Anual do Conselho de Administração ao Conselho Fiscal para apreciação. Este Conselho Fiscal, nos termos dos Estatutos desta Sociedade, analisou e examinou o Relatório Financeiro e as contas da Sociedade e compreendeu a situação do funcionamento e os respectivos regimes. Este Conselho Fiscal considera que este Relatório mostra adequadamente todas as informações de contas e o estado financeiro da Sociedade. Além disso, o Relatório de Examinação do auditor externo já exprimiu que, em todos os pontos importantes do Relatório Financeiro da Sociedade, se demonstra o estado financeiro no dia 31 de Dezembro de 2017 desta Sociedade. Nestes termos, o presente Conselho Fiscal vai propor aos sócios a aprovação dos seguintes documentos: 1. 2. 3.

Relatório Financeiro de 2017 da Sociedade; Relatório Anual do Conselho de Administração, e Relatório de Examinação do auditor externo.

Conselho Fiscal Presidente: Ung Sau Hong Vice- Presidente: Zhong Bin Membro: Ho Mei Va Macau, aos 21 de Fevereiro de 2018


ABC NEWS

10 china

A

China denunciou ontem "a chantagem" dos Estados Unidos, na sequência das ameaças do Presidente de impor novas taxas aduaneiras sobre produtos chineses, e advertiu que tomará "contra-medidas enérgicas". "Se os Estados Unidos perdem o bom senso e publicam uma lista [de produtos visados], a China ver-se-á na obrigação de adoptar uma combinação de medidas quantitativas e qualitativas em forma de enérgicas represálias", indicou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado. Na segunda-feira à noite, Trump ameaçou impor taxas alfandegárias suplementares de 10 por cento sobre importações chinesas que ascendem a 200 mil milhões de dólares (cerca de 172 mil milhões de euros), em resposta às represálias chinesas pelas tarifas que tinha imposto.

20.6.2018 quarta-feira

COMÉRCIO PEQUIM DENUNCIA CHANTAGEM E AMEAÇA RETALIAR CONTRA NOVAS TAXAS

A brincar com o fogo

Depois de um período de negociações entre Pequim e Washington, em que os ânimos resfriaram, a toada de intransigência e o braço-de-ferro estão de volta à ordem do dia. A administração Trump promete mais taxas aos produtos chineses, proposta que despoletou uma reacção forte de Pequim. A guerra comercial não dá sinais de abrandar, lançando o caos nos mercados internacionais

ENCORAJAMENTO PELA FORÇA

Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Trump argumentou que “foram tomadas medidas suplementares para encorajar a China a mudar as suas práticas injustas e a abrir o seu mercado aos bens norte-americanos”. Na semana passada, Trump tinha anunciado a imposição de tarifas alfandegárias de 25 por cento sobre importações chinesas que ascendiam a 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros), o que suscitou uma resposta na mesma moeda por parte de Pequim. Ministério do Comércio chinês "Se os Estados Unidos perdem o bom senso e publicam uma lista [de produtos visados], a China ver-se-á na obrigação de adoptar uma combinação de medidas quantitativas e qualitativas em forma de enérgicas represálias."

BOLÍVIA PEQUIM ASSINA ACORDO QUE ABRE PORTAS À QUINOA E AO CAFÉ BOLIVIANO

DIPLOMACIA LÍDER NORTE-COREANO EM PEQUIM PARA ANALISAR CIMEIRA COM TRUMP

O

O

Presidente da Bolívia, Evo Morales, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, assinaram ontem um acordo em Pequim, com vista a tornarem-se parceiros estratégicos, um acordo que abrirá as portas da China à quinoa e ao café boliviano. Este acordo bilateral, que procura estreitar os laços políticos e econó-

micos, incluiu a cooperação em áreas como a financeira, comercial e infra-estruturas. A assinatura deste acordo, no Grande Palácio do Povo, foi realizada posteriormente à cerimónia de boas vindas na sede do Legislativo, com a participação do corpo de elite do Exército de Libertação do Povo. Durante esta cerimónia, Evo Morales contou a Xi Jinping que desde a sua infância sempre teve uma grande admiração por Mao Zedong, o fundador da República Popular da China. "Desde a minha infância que li sobre a sua vida e também o sobre Livro Vermelho", afirmou o Presidente da Bolívia, garantindo que sempre sentiu "respeito e admiração" pelo povo chinês pelo seu papel na manutenção da paz e estabilidade mundial. Em resposta a estes elogios, Xi Jinping salientou o facto de o Governo do Presidente Morales ter conseguido entrar “num período de desenvolvimento estável”, algo raro desde independência da Bolívia. A Bolívia "terá um futuro ainda melhor" com o líder indiano à frente do país, considerou o líder chinês.

líder norte-coreano, Kim Jong-un, chegou ontem a Pequim para se encontrar com o homólogo chinês, para analisarem a histórica cimeira, na semana passada, com o Presidente dos Estados Unidos, noticiou a agência oficial chinesa. Esta é a terceira visita de Kim Jong-un à China desde Março, mas é a primeira vez que os dois líderes decidiram divulgar que se iam encontrar, já que todas as anteriores reuniões foram envoltas de secretismo. O objectivo desta reunião, que se prolonga até quarta-feira, é analisar a cimeira histórica, na semana passada em Singapura, entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald

Trump, e o líder norte-coreano, indicou a agência Xinhua. No final da cimeira de Singapura, Trump afirmou estar preparado para iniciar uma nova etapa nas relações com a Coreia do Norte e Kim comprometeu-se com a desnuclearização completa do arsenal de Pyongyang. Os Estados Unidos esperam que "o essencial do desarmamento nuclear" da Coreia do Norte ocorra até ao final do mandato de Donald Trump, "dentro de dois anos e meio", declarou, na quinta-feira, o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo. Também na quinta-feira, Mike Pompeo esteve reunido em Pequim com o

ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, para abordar os desenvolvimentos alcançados durante a cimeira de Singapura. Em mais uma demonstração de estreitamento das relações, o Pentágono anunciou na segunda-feira a suspensão das manobras militares que tinha agendadas para Agosto na península coreana. "Em coerência com o compromisso do Presidente Trump e em acordo com o aliado República da Coreia [Coreia do Sul], as Forças Armadas dos Estados Unidos suspenderam todos os planos para o jogo de guerra defensivo de Agosto", afirmou, em comunicado, a porta-voz do departamento de Defesa, Dana White.


região 11

quarta-feira 20.6.2018

N

O comunicado divulgado ao final da tarde de ontem, o gabinete de Francisco Guterres Lu-Olo explica que o chefe de Estado se reuniu com representantes dos partidos e coligações partidárias com assento parlamentar "tendo em vista a indigitação do primeiro-ministro". A previsão é de que Lu-Olo assine hoje o decreto de nomeação do próximo chefe do Governo, que, segundo fontes partidárias disseram à Lusa, será Taur Matan Ruak. O gabinete explica que na semana passada a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) - coligação que venceu as eleições legislativas de 12 de Maio com maioria absoluta - "entregou uma carta ao Presidente da República sobre a decisão de indigitação do primeiro-ministro". Fonte da AMP confirmou à Lusa que essa carta, entregue na quinta-feira, indigitava como primeiro-ministro o número dois da AMP, o ex-Presidente Taur Matan Ruak. "Segundo o mandato constitucional, o Presidente da República depois de ouvir os partidos políticos assinará um decreto presidencial de nomeação do primeiro-ministro do VIII Governo constitucional", explica o comunicado de ontem.

SEM OBJECÇÃO

O comunicado foi divulgado depois do chefe de Estado

TIMOR-LESTE VIII GOVERNO CONSTITUCIONAL TOMA POSSE NA SEXTA-FEIRA

Uma questão de posse A Presidência da República timorense confirmou ontem que o VIII Governo constitucional vai tomar posse numa cerimónia no Palácio de Lahane, Díli, na próxima sexta-feira, sem, no entanto, avançar qualquer detalhe sobre a composição do próximo Executivo se reunir com delegação da AMP, da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), do Partido Democrático (PD) e da coligação Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD). No encontro de ontem, o presidente da AMP, Xanana Gusmão, confirmou o conteúdo a carta enviada na semana passada ao Presidente da República, refere o comunicado. Os restantes partidos "não manifestaram qualquer objecção à indigitação do primeiro-ministro, apoiando a decisão do Presidente da República" dar posse ao próximo chefe do Governo. "A Fretilin e o PD mantêm a decisão dos partidos de serem oposição. A FDD informou o Presidente de que já enviou ao Tribunal de Recurso uma carta a dissolver a coligação", refere ainda a nota divulgada ontem.

"Segundo o mandato constitucional, o Presidente da República depois de ouvir os partidos políticos assinará um decreto presidencial de nomeação do primeiroministro do VIII Governo constitucional." COMUNICADO DA PRESIDÊNCIA

CRIME TAILÂNDIA EXECUTA CONDENADO À MORTE, O PRIMEIRO DESDE 2009

A

Tailândia executou um condenado à morte, através de injecção letal, na primeira execução desde 2009, foi ontem anunciado. Apesar de ser a primeira execução desde 2009, "a pena de morte continua em vigor, a lei ainda não foi alterada", disse Tawatchai Thaikaew, responsável do Ministério da Justiça. De acordo com as autoridades tailandesas, Theerasak Longji, de 26 anos, foi condenado por homicídio e

executado, através de injecção letal, na segunda-feira, por decisão do Supremo Tribunal. O crime ocorreu em 2012, altura em que Theerasak Longji esfaqueou 24 vezes a vítima para lhe roubar o telemóvel. Desde 1935, foram condenados à morte 325 pessoas e destas 319 foram fuziladas. A partir de 2003, as autoridades passaram a aplicar a pena capital por meio de injecção letal, terminando com os fuzilamentos.

O primeiro-ministro e chefe da junta militar, Prayuth Chan-ocha, realiza esta quarta-feira uma visita de Estado a Londres, onde se vai encontrar com a primeira-ministra britânica, Theresa May. Na próxima segunda-feira, Chan-Ocha vai reunir-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron. Aorganização não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional pediu ontem "que a comunidade internacional, incluindo os Governos francês e britânico, usem todos os meios diplomáticos para impedir mais execuções".

Tailândia Australiano detido por promover cruzeiros de sexo

Um homem australiano foi detido na Tailândia por alegadamente promover cruzeiros de sexo com prostitutas numa página de Facebook, disse ontem a polícia tailandesa. Segundo as autoridades, Stephen Allan Carpenter, de 49 anos, foi preso na segunda-feira na província de Saraburi, no centro da Tailândia, tendo sido depois levado para a cidade de Pattaya, local do seu negócio e onde o mandado de captura foi emitido. O negócio de Carpenter, AUSTHAI Tours, publicitava online cruzeiros de seis horas com mulheres tailandesas, com custos entre 38.000 baht (1.003 euros) e 50.000 baht (1.319 euros). A procura do homem australiano iniciou-se depois de um polícia se ter feito passar por cliente e ter realizado um pagamento adiantado. Carpenter foi acusado de lenocínio, de publicar conteúdo pornográfico online, ter ultrapassado o prazo de validade do seu visto e de trabalhar ilegalmente enquanto guia turístico.


12 mundial 2018

20.6.2018 quarta-feira

Selecção natural

Japão é excepção no regresso à normalidade

O

Japão venceu ontem a Colômbia, por 2-1, na primeira jornada do Grupo H do Mundial2018 de futebol, que está a decorrer na Rússia. O Japão entrou esta terça-feira a vencer no Mundial 2018, ao bater a Colombia, por 2-1, em jogo da 1.ª ronda do grupo H. A seleção sul-americana ficou reduzida a dez jogadores ainda tinham decorridos cinco minutos de jogo: Carlos Sánchez foi expulso e Kagawa abriu o marcador de penálti. Já na segunda parte, Osako, na sequência de um canto, fez o 2-1. Entretanto, a ‘lei do mais forte’ regressou ao Mundial, depois de três dias de ‘prognósticos baralhados’, com os favoritos dos jogos disputados a fazerem valer esse estatuto, com maior ou menos dificuldade. Muito claro o 3-0 da Bélgica ao estreante Panamá, no Grupo G, que também assistiu à vitória ‘in extremis’da Inglaterra sobre a Tunísia. No fecho do grupo F, a Alemanha, que perdeu domingo com o México, fica mais sobre pressão, depois de agora a Suécia se impor à Coreia do Sul, por 1-0. Enquanto Portugal vai preparando o seu novo embate, na quarta-feira contra Marrocos, Cristiano Ronaldo continua mais um dia no topo da lista dos marcadores, com três golos, mas agora já com dois perseguidores de ‘respeito’, vindos da Premier League - é que o belga Romelu Lukaku e o inglês Harry Kane bisaram. A Bélgica, terceira mais cotada selecção no ‘ranking’ da FIFA, apadrinhou a presença do Panamá em Mundiais e, após uma primeira parte em que o marcador não avançou, ‘ofereceu’três golos construídos pelas suas vedetas. Primeiro, um grande remate de meia distância do ‘napolitano’ Dries Merten

(47), um dos poucos trintões da equipa. Depois foi a vez de Lukaku, a beneficiar do óptimo trabalho de construção das jogadas de Eden Hazard (69) e de Kevin de Bruyne (75). Há muito tempo que não se via uma selecção dos ‘diabos vermelhos’tão forte a nível ofensivo, mas de facto o adversário de Sochi não é ainda um barómetro de fiar, de tão fraco é. Mais revelador do potencial dos belgas será por certo a Inglaterra, que não ‘deslumbrou’ contra a Tunísia, em Volgogrado, mas ganhou. Harry Kane, o goleador do Tottenham, abriu o marcador, aos 11, e fechou aos 90+1, de cabeça, quando já se sentia que não ia ser ‘desatado’o empate. Nada impressiva na primeira parte e francamente melhor na segunda, a Tunísia chegou ao golo de grande penalidade, aos 35 minutos, contra a tendência do jogo, de grande penalidade, por Ferjani Sassi. A Inglaterra dá ‘um passo de leão’ para os oitavos de final, já que deverá chegar à vitória sobre o Panamá, enquanto Bélgica e Tunísia são os candidatos plausíveis para a outra vaga. Também se jogou em Nijni Novgorod, para o grupo F, o da Alemanha e do México. Foi a vitória, esperada, da Suécia sobre a Coreia do Sul, ainda que pela margem mínima, 1-0. Andreas Granqvist, um jogador que está ‘em casa’, pois alinha no Krasnodar, fez o golo solitário, de grande penalidade, aos 65 minutos. Suécia e México comandam o grupo, com três pontos, e a campeã em título Alemanha, depois da ‘entrada em falso’ no domingo, fica ‘obrigada’ a ganhar aos suecos, no sábado. Nova derrota elimina a ‘mannschaft’ e o empate quase de certeza também - a ‘margem de erro’ já foi preenchida.

P

O RT U GAL realizou ontem em Kratovo o último apronto antes de defrontar hoje, quarta-feira, Marrocos em Moscovo, com os 23 futebolistas eleitos por Fernando Santos a trabalhar em pleno para o segundo jogo no Mundial2018. Ao contrário do tradicional, em que as selecções realizam a derradeira afinação no estádio do jogo, Portugal apenas fará no Luzhniki a habitual conferência de imprensa, uma vez que prescindiu de treinar no mesmo, prosseguindo no seu quartel-general, 50 quilómetros sudeste de Moscovo. O grupo ‘religiosamente’ madrugador, composto por André Silva, Beto, Bruno Alves, Bernardo Silva e Pepe foi o primeiro a apresentar-

FACTOS DIVERSOS...

México processado por cânticos homofóbicos

A FIFA vai abrir um processo contra a Federação Mexicana de Futebol por cânticos homofóbicos dos seus adeptos no último jogo da selecção no Mundial2018, no qual os mexicanos venceram a Alemanha (1-0). Alguns adeptos da selecção ‘tricolor’ terão proferido cânticos homofóbicos aos 24 minutos de jogo, no momento em que o guarda-redes alemão Manuel Neuer batia o pontapé de baliza. Esta não é a primeira vez que a federação do país é multada por questões de homofobia. O caso mais recente foi em Novembro de 2017, quando o México chegou a ser repreendido por os mesmos motivos pelo Tribunal Arbitral do Desporto da FIFA, que acabou por não avançar com o processo.

Entre Ceuta Alcácer-Qui

ENGENHEIRO AFINA A TÁCTICA PARA VENCER MARROCOS EM MOSC

-se no relvado do complexo de treinos do FC Saturn, recreando-se com bola até ao início da sessão, pontualmente às 10:30. Mal iniciou o trabalho, os guarda-redes Rui Patrí-

Brasil queixa-se de VAR não ser utilizado A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que vai protestar junto da FIFA o facto de não ter sido utilizado o sistema de videoárbitro (VAR) na jogada que deu o golo do empate à Suíça (1-19, no Mundial2018. O coordenador da seleção brasileira, Edu Gaspar, disse hoje que a carta, enviada para a Comissão de Arbitragem do organismo de cúpula do futebol mundial, pretende pedir explicações e

cio, Beto e Anthony Lopes afastaram-se dos companheiros, evoluindo em exercícios específicos com Fernando Justino. Os 20 restantes foram divididos em dois grupos,

que disputaram o habitual ‘meínho’, com dois elementos no meio da roda a tentar roubar a bola, que circulava ao primeiro toque. Cristiano Ronaldo, Quaresma, Rúben Dias, João

manifestar a “estranheza” da CBF relativamente à não utilização do VAR no golo de Zuber, que deu o empate a uma bola à Suíça no domingo, no jogo entre as duas equipas da primeira jornada do grupo E. Em Rostov, o defesa Miranda e o selecionador Tite, entre outros jogadores da selecção brasileira, protestaram uma alegada falta de Zuber sobre o central do Inter de Milão antes de cabecear para o 1-1.


mundial 2018 13

quarta-feira 20.6.2018

cos, substituindo Gonçalo Guedes ao lado de Cristiano Ronaldo. Uma dupla que já funcionou várias vezes e que vai agora tentar furar a defesa dos africanos. Optando pela modéstia, o jogador deixou para Fernando Santos a decisão de quem joga, claro: «Se jogo? Não sei responder, esse é o trabalho do mister, ele é que sabe quem joga. O que sei é que tenho dado o meu máximo, todos querem entrar no onze, mas todos concordamos com as escolhas do mister.» Depois tempo, então, para o que todos querem saber: a dupla com Ronaldo. «Já tinha dito, jogar ao lado dele é um sonho. Posso dizer que torna as coisas mais fáceis, é o melhor do mundo. As coisas saem mais naturais, às vezes passes que poderiam ser mais difíceis ele facilita. Entendemo-nos muito bem, é bom jogar ao lado dele. Quando precisa que faça alguma coisa, estou sempre lá, quando eu preciso ele também. Ocupo espaços, nas movimentações abrimos espaços um para o outro, espero que tudo volte a correr assim», explicou.

BENATIA NÃO ASSUSTA

ae ibir

COVO

Moutinho, Pepe, Cédric, Bernardo Silva, André Silva, Bruno Alves e José Fonte eram seguidos mais atentamente pelo adjunto João Costa, sendo que no outro conjunto alinharam Bruno

Dasaev defende De Gea

Fernandes, William, Ricardo Pereira, Gelson, Mário rui, João Mário, Manuel Fernandes, Adrien, Gonçalo Guedes e Raphael Guerreiro. No fim dos 15 minutos abertos à comunicação social os atletas terminaram este exercício, antes da tradicional ‘peladinha’, disputada em meio campo, conforme a disposição das balizas. Já sem a imprensa a acompanhar os trabalhos, a sessão da selecção nacional foi ‘brindada’ com um forte aguaceiro, com a chuva a cair forte e de forma contínua, durante alguns minutos, e quando a equipa cumpria quase uma hora de treino.

ENTENDIMENTO PERFEITO COM CRISTIANO

André Silva deverá ser titular quarta-feira frente a Marro-

O antigo guarda-redes russo Rinat Dasaev, considerado um dos melhores do mundo na época em que jogava, defendeu a continuidade de De Gea na baliza da selecção espanhola de futebol, apesar do erro no jogo inaugural. “Há que dar outra oportunidade a De Gea e ver como se comporta”, assinalou Dasaev. “Fiquei surpreendido. Os erros não são normais, mas podem acontecer a qualquer um. A mim também, mas nunca em jogos tão importantes”, salientou Dasaev, que já revelou preferir De Gea quando comparado com os alemães Neuer ou Ter Stegen.

André Silva acredita que Portugal vai defrontar um Marrocos mais empenhado do que nunca para triunfar, pois está sem margem de erro. “Visto que no primeiro jogo perderam, irão dar tudo. Não têm outra solução, vão ter der jogar o máximo para vencer”, justificou.

À MESA COM RONALDO

SEPP BLATTER ASSISTE AO JOGO

O

antigo presidente da FIFA Sepp Blatter vai assistir na quarta-feira ao Portugal-Marrocos, anunciou o porta-voz do suíço. O antigo dirigente, de 82 anos, vai reunir-se com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no mesmo dia, assistindo ao encontro no Luzhniki, revelou Thomas Renggli. Blatter está suspenso desde Fevereiro de 2016 pelo tribunal da FIFA de todas as actividades relacionadas com futebol durante seis anos, devido a corrupção, depois de ter sido forçado a abdicar da presidência, actualmente ocupada por Gianni Infantino. Além do jogo de Portugal, da segunda jornada do grupo B, após o empate a três bolas com a Espanha, o suíço vai ainda assistir ao jogo entre a Costa Rica e o Brasil, do grupo E, na sexta-feira, em São Petersburgo, antes de regressar à Suíça.

O avançado ao AC Milan, que entrou aos 80 minutos no embate com a Espanha, assume que não vai ser fácil e não é só pelo facto de 17 futebolistas terem nascido na Europa e estarem habituados à competitividade dos campeonatos do Velho Continente. “Na fase de qualificação não sofreram nenhum golo e neste encontro com o Irão o resultado podia ter sido diferente. Acredito que o encontro poderá ser de máxima dificuldade, no entanto esperamos que Portugal saia do desafio a sorrir”, completou. Mehdi Benatia é um dos esteios da defesa de Marrocos, um rival “forte”, contudo, para o ponta-de-lança, que já o defrontou, não é intransponível. “Não é por acaso que joga na Juventus. Se fizermos o nosso jogo, concentrados, e mostrarmos a nossa qualidade toda, colectiva e individual, vamos conseguir passar pelos defesas, pela equipa de Marrocos”, confia.

“JOGADORES DE MARROCOS TÊM QUE ESTAR NO TOPO”

O antigo futebolista Hassan Nader considera que Marrocos terá de estar na plenitude das capacidades para poder vencer Portugal e anular Cristiano Ronaldo. O ex-jogador, agora com 52

O Mundial é um alívio para a guerra na Síria Num campo de refugiados no norte da Síria, dezenas de adultos e adolescentes reúnem-se para ver as transmissões do Mundial numa grande barraca equipada com projectores. Depois de sete anos de guerra, o Mundial2018 representa um breve alívio para as preocupações e o dia a dia no acampamento. A barraca para as transmissões das partidas foi montada por iniciativa de uma associação de caridade local.

anos, que fez grande parte da carreira em Portugal ao serviço Farense e Benfica, lamentou o mau começo da selecção marroquina mas, ainda assim, deixou elogios a outro português, ao seleccionador iraniano, Carlos Queiroz.

“Vamos jogar contra uma grande equipa, contra excelentes jogadores. O Cristiano Ronaldo pode, a qualquer momento, resolver o jogo e temos que estar bem concentrados, trabalhar muito e com um grande sacrifício”, começou por alertar, acrescentando: “Os jogadores têm que estar no topo para bater a seleção portuguesa e parar o senhor do outro planeta, o Cristino Ronaldo”.

“É uma iniciativa muito boa poder assistir o Mundial num acampamento. Permite atenuar o mal-estar”, afirma Abdullah Fadel al Obeid, um ex-jogador de futebol. “Divertimo-nos a acompanhar as partidas. Toda a gente gosta de desporto”, acrescenta, o sírio de cerca de 30 anos e que fugiu há mais de um ano de Maskana, subúrbio de Aleppo. Abddulah Fadel al Obeid conta como na terra natal os jihadistas prendiam

A

O contrário dos verdadeiros mágicos do futebol, como Maradona ou Ronaldinho, Cristiano Ronaldo não nasceu com este tipo de talento puro. Os feitos que foi alcançando ao longo da carreira, que entra agora na recta final, não se devem apenas à aptidão natural. São o resultado de um trabalho intenso, dentro e fora de campo. Anteriormente já era conhecido o “mito” do madeirense que era o primeiro e o último a sair dos campos de treinos, mas ontem o ex-colega de equipa de CR7, Patrice Evra, revelou mais alguns detalhes da dedicação do craque de Portugal. Segundo o francês, quando ambos jogavam no Manchester United, houve um convite por parte da CR para almoçarem juntos, em casa do português. Para mal dos seus pecados, Evra aceitou. Quando chegaram à mesa, a refeição limitou-se a salada e frango assado, sem qualquer espécie de molho. Como bebida, água. Nem sumo havia. Para o cúmulo, Evra, que revelou ter ficado cheio de fome, mesmo após o almoço ligeiro, ainda foi convidado por CR para uns toques na bola e uma sessão de natação, para apurar a forma física. Se, por um lado, Ronaldo na maior parte das vezes não nos brinda com a magia do futebol, como os grandes tecnicistas, por outro, trabalha todos os dias para ser uma verdadeira máquina, com os golos a surgirem à velocidade de um linha de produção. Que a máquina não falhe até ao final do Mundial e que Portugal e Cristiano Ronaldo conquistem uma competição que bem merecem. João Santos Filipe

os jogadores, alegando que o futebol era uma “tradição própria dos infiéis”. “Graças a Deus, livramo-nos disso e podemos ver as partidas em liberdade. Apesar das circunstâncias difíceis, estamos felizes”, comenta. “A guerra afectou esta geração, privando-a dos desportos por sete anos”, acrescenta. Mas Abdullah conserva um pouco do otimismo para o futuro. “Esperamos ver o próximo Mundial em nossas casas”.


14 eventos

20.6.2018 quarta-feira

ARTES FESTIVAL DE ARTES DA CHINA E PLP COMEÇA A 29 DE JUNHO

que aborda a questão das drogas.

O primeiro encontro

HISTÓRIA NO ECRÃ

Aedição inaugural do Festival deArtes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa vai decorrer entre 29 de Junho e 13 de Julho. O evento vai contar com um ciclo de cinema dedicado aos realizadores locais de ascendência portuguesa

E

NCONTRO em Macau” é o nome da primeira edição do Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. A iniciativa, com um orçamento de 28 milhões de patacas, está dividida em cinco secções que incluem exposições, cinemas, serões interculturais, artes performativas e um Fórum cultural. Na área dedicada ao cinema estão incluídos três filmes realizados por cineastas locais: “Imagens, Macau”, “Filmes em Chinês” e “Filmes em Português”. O filme “350 metros”, de Fernando Eloy, é uma das películas que será exibida durante o festival. Produzido em 2008, o filme retrata o que se passa durante um dia na Rua 5 de Outubro em Macau. “Foi filmado em 24 horas non stop” explicou Fernando Eloy ao HM. De acordo com o realizador, a ideia de registar o dia daquela rua surgiu por ser um lugar em que a vida se mantem em suspenso, imune ao reboliço do tecido urbano que a circunda. “Apercebi-me de como o tempo parecia não passar ali apesar de toda a convolução em que a cidade já vivia. Nem 7/11 tinha. Era um exemplo de

A

Escola das Artes da Universidade Católica do Porto recebe, de 18 a 23 de Junho, uma semana de actividades gratuitas dedicadas ao cinema, com um programa de formação e várias projecções de filmes, conferências e exposições. No último dia, os realizadores João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata apresentam “A Última Vez que Vi Macau”, juntando-se após a sessão a Haden Guest, para discutir a obra, numa projecção marcada para o auditório da Escola das Artes. A“Summer School on Cinematic Art” começou na segunda-feira e decorre até sábado com um programa

Além da secção de cinema dedicada a Macau o festival vai ter também como destaque a exibição da primeira longa-metragem de Manoel de Oliveira, “Aniki-Bóbó”, e o documentário “Douro, Faina Fluvial” de autoria do lendário cineasta portuense.

uma forma de vida de Macau onde se sente a ideia de bairro de forma acintosa”, apontou. O título do filme, “350 metros”, é referente ao

cumprimento da rua, e foi também o primeiro filme de Eloy. De autoria de Ivo Ferreira, será exibido “O Es-

trangeiro”, uma película que retrata a história de um Portugal que já não existe em Macau. “Ina” é o filme de António Caetano de Faria

UCP FILME “A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU” EXIBIDO NO PORTO aberto ao público, decorrendo ainda em vários espaços da cidade do Porto, do auditório da escola ao Cinema Passos Manuel, à Biblioteca Municipal Almeida Garrett ou a Serralves, com um conjunto de projecções de filmes, debates e exposições. A reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil, abre o programa com uma aula sobre “cinema e o inconsciente tecnológico”, num dia que terá ainda uma projecção de “El Dorado XXI”, filme documental

de Salomé Lamas, na Escola das Artes. A realizadora portuguesa inaugura ainda a exposição “Auto-retrato”, projecto final da residência artística que levou a cabo na Católica do Porto e ancorada numa experiência de filmagem na Transnístria, território que contém uma república autoproclamada, não reconhecida pelas Nações Unidas, em conflito com a Moldávia desde a dissolução da União Soviética.

Amanhã, o cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul apresenta, na Biblioteca Almeida Garrett, o filme “Tio Boonmee Que se Lembra das Suas Vidas Anteriores” (2010), com que venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Weerasethakul inaugura, na sexta-feira, a exposição “The Serenity of Madness”, uma mostra de curtas-metragens experimentais e instalações vídeo, bem como fotografias, ‘sketches’ e materiais de arquivo, que podem ser vistos

Além da secção de cinema dedicada a Macau o festival vai ter também como destaque a exibição da primeira longa-metragem de Manoel de Oliveira, “Aniki-Bóbó”, e o documentário “Douro, Faina Fluvial” de autoria do lendário cineasta portuense. Do lado do cinema chinês, o destaque vai para o filme mais recente do realizador Xin Yukun, “Wrath of Silence”, com exibição marcada para o primeiro dia do evento. Além disso, serão apresentados três filmes contemporâneos da China, nove filmes rodados na África do Sul e em países de língua portuguesa, nomeadamente Portugal, Brasil, Cabo Verde e Guiné Bissau, e ainda nove filmes em chinês e português, filmados em Macau. No total vão ser apresentados 24 filmes em 23 sessões na Cinemateca Paixão. O serão de espectáculos é a rubrica que apresenta as artes performativas produzidas pela China e pelos países de língua portuguesa. Além da performance vinda de Guansu, o serão vai ainda contar com música e dança tradicional de países como a Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste, e performances de artistas do Brasil e de São Tomé e Príncipe. O serão tem lugar no dia 6 de Julho, no Centro Cultural de Macau. Os bilhetes para o Festival de Cinema já estão à venda na Cinemateca Paixão com o valor de 60 patacas. Os ingressos para o Serão de Espectáculo está disponível na bilheteira online de Macau e custam 50 patacas. Sofia Margarida Mota

Sofia.mota@hojemacau.com.mo

no Núcleo de Arte da Oliva, em São João da Madeira. O realizador, que considera “muito belo” o cinema de Manoel de Oliveira e de Pedro Costa, esteve em Portugal em 2016, para as estreias nacionais de “Cemitério do Esplendor”, o filme, e do espectáculo que o prolonga em palco, “Feever Room”, apresentado no âmbito do festival Temps d’Images, tendo ainda concebido a exposição “Liquid Skin”, para a casa das caldeiras da antiga Central Tejo, do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia.


publicidade 15

quarta-feira 20.6.2018

Anúncio Concurso Público N.º 21/ID/2018 «Empreitada da Obra n.º 4 – Manufactura e instalação de barreiras de pneus e Tecpro, de vedações e plataformas e a conservação geral do circuito para a 65.ª Edição do Grande Prémio de Macau»

Anúncio Concurso público da empreitada de « Obra de Sistema de ar condicionado do rés-do-chão do Meracdo de Tamagnini Barbosa »

1.

Entidade que preside ao concurso: Instituto do Desporto.

1. Modalidade do concurso: concurso público.

2.

Modalidade de concurso: concurso público.

3.

Local de execução da obra: Circuito da Guia.

2. Local de execução da obra: Rua do Dr. Ricardo de Sousa .

4.

Objecto da empreitada: Manufactura e instalação de barreiras de pneus de protecção com cobertura de mantas de borracha, instalação das barreiras Tecpro, de colchões de protecção e de lancis plásticos biselados (kerbs) no Circuito da Guia, incluindo toda a produção e instalação dos respectivos acessórios necessários, construção e montagem de plataformas nos postos dos fotógrafos e dos comissários de pista, montagem e posterior desmontagem da rede de protecção no pitwall e de vedações em contraplacado ou em rede para peões e viadutos para carros, bem como, a realização de trabalhos de reparação urgente no circuito durante as corridas.

5.

Prazo máximo de execução: seguir as datas limites constantes no caderno de encargos.

6.

Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de 90 dias, a contar da data do acto público do concurso.

7.

Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global (os itens «Se necessários» mencionados no Anexo IV – Lista de quantidades e do preço unitário do Índice Geral do Processo de Concurso são retribuídos por série de preços através da medição das quantidades executadas).

8.

Caução provisória: $300 000,00 (trezentas mil) patacas, a prestar mediante depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do Fundo do Desporto), garantia bancária ou seguro caução (emitida a favor do Fundo do Desporto) aprovado nos termos legais.

9.

Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva a prestar).

10. Preço base: não há. 11. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição. Neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição. 12. Sessão de esclarecimento: a sessão de esclarecimento terá lugar no dia 2 de Julho de 2018, segundafeira, pelas 15,00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio de Macau, sito na Avenida da Amizade n.º 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora da sessão de esclarecimento acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a sessão de esclarecimento será adiada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. 13. Local, dia e hora limite para a apresentação das propostas: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.º 818, em Macau. Dia e hora limite: dia 16 de Julho de 2018, segunda-feira, até às 12,00 horas. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. 14. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.º 818, em Macau. Dia e hora: dia 17 de Julho de 2018, terça-feira, pelas 9,30 horas. Em caso de adiamento da data limite para a apresentação das propostas de acordo com o mencionado no artigo 13 ou em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público do concurso, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes legais devem estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 15. Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da respectiva cópia: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.º 818, em Macau. Hora: horário de expediente (das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas). Na Divisão Financeira e Patrimonial do Instituto do Desporto, podem obter cópia do processo do concurso mediante o pagamento de $1 000,00 (mil patacas). 16. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço total da obra: 70% - Prazo de execução da obra: 10% - Plano de trabalhos: 10% - Experiência em obras semelhantes: 10% 17. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes devem comparecer no Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.º 818, em Macau, até à data limite para a apresentação das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Instituto do Desporto, 20 de Junho de 2018. O Presidente, Pun Weng Kun

3. Objecto da empreitada: Obra de Sistema de ar condicionado do rés-do-chão do Meracdo de Tamagnini Barbosa 4. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade da proposta é de 90 dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável nos termos previstos no programa de concurso. 5. Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços. 6. Caução provisória: MOP$ 80,000.00 e pode ser prestada por depósito em dinheiro, por garantia bancária ou por seguro-caução aprovado nos termos legais. 7. Caução definitiva: a caução definitiva é de 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva a prestar). 8. Preço base: não há. 9. Condições de admissão: inscrição na DSSOPT na modalidade de execução de obras. 10. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM, sito na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 163, R/C , Edifício Sede do IACM, Macau, até às 17:00 horas do dia 18 de Julho de 2018. 11. Local, dia e hora do acto público: Divisão de Formação e Documentação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande n.º804, Edifício China Plaza 6º andar, Macau, no dia 19 de Julho de 2018, pelas 10:00 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes no acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 12. Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da cópia: O projecto, o caderno de encargos, o programa do concurso e outros documentos complementares podem ser examinados, nos Serviços de Construções e Equipamentos Urbanos do IACM, sitos na Avenida da Praia Grande n.º517, Edifício Comercial Nam Tung, 18º andar, Macau, durante as horas de expediente, desde o dia da publicação do anúncio até ao dia e hora do acto público do concurso. No local acima referido poderão ser solicitadas até às 17:00 horas do dia 11 de Julho de 2018, cópias do processo de concurso ao preço de MOP$1,500.00 por exemplar, ao abrigo do n.º 3 do artigo 52.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M. 13. Prazo de execução da obra: O prazo de execução não poderá ser superior a 100 dias, contados a partir da data de consignação dos trabalhos. 14. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço Global da empreitada e Lista de Preços Unitários................................................60% - Prazo de execução razoável:..............................................................................................10% - Plano de trabalhos...............................................................................................................10% - Experiência em obras semelhantes....................................................................................10% - Material.................................................................................................................................10% 15. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes deverão comparecer nos Serviços de Construções e Equipamentos Urbanos do IACM, sitos na Avenida da Praia Grande n.º517, Edifício Comercial Nam Tung, 18º andar, Macau, a partir de 12 de Julho de 2018 inclusive, e até à data limite para entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Macau, aos 11 de Junho de 2018 O Vice-Presidente do Conselho de Administração Lo Chi Kin​ WWW. IACM.GOV.MO


16

h

20.6.2018 quarta-feira

Sem um adeus, sequer, te despedias, Atraicoando a fé que nos unia! ´

A Poesia Completa de Li He

馬詩二十三 首 (第 四 部 分 ) 蕭 寺 馱 經 馬 , 元從竺國來。 空 知 有 善 相 , 不解走章台。 重 圍 如 燕 尾 , 寶劍似魚腸。 欲 求 千 里 腳 , 先采眼中光。 暫 系 騰 黃 馬 , 仙人上彩樓。 須 鞭 玉 勒 吏 , 何事謫高州? 漢 血 到 王 家 , 隨鸞撼玉珂。 少 君 騎 海 上 , 人見是青騾。 武 帝 愛 神 仙 , 燒金得紫煙。 廄 中 皆 肉 馬 , 不解上青天。

Vinte e Três Poemas Sobre Cavalos (Parte IV)

19 Este cavalo, cuja terra natal é a Índia,1 Transportou escrituras para o templo de Xiao. Sabemos que é um animal nobre Que não deseja pavonear-se na rua Zhang-tai.2

23 O Imperador Wu ansiava ser ou deus ou imortal, Derretendo ouro, só obtinha névoa púrpura,7 Nos seus estábulos só cavalos de carne, Desconhecendo como ascender aos céus azuis.8

20 A tua dupla faixa, como cauda de andorinha, A tua espada de joias como a própria Barriga-de-peixe.3 Queres um cavalo capaz de correr mil léguas? Tenta primeiro descobrir o brilho nos seus olhos.

1

21 Prendendo o Amarelo Saltitante por um momento, A Fada sobe a sua torre colorida. O noivo que aguarda de freio e chibata de jade – Por que tem de ser banido para Gao-zhou?4 22 Corcéis suados de sangue chegaram à casa real,5 Seguindo os sinos, tinindo freios com gemas de jade. Shao-jun cavalgou um ao longo do mar, Mas, aos olhos dos homens, era só uma mula negra.6

2 3 4 5 6 7 8

Segundo a lenda, as primeiras escrituras budistas foram trazidas da Índia para a China no dorso de um cavalo branco. Rua de Chang-an no bairro onde viviam as cantoras. Barriga-de-peixe era o nome de uma famosa espada. Uma zona da Província de Cantão infestada de malária. Os cavalos de Ferghana, que suavam sangue, eram famosos por todo o mundo antigo. Li Shao-chun era um Imortal, que foi visto a montar uma mula negra em Pu Ban mais de três meses após a sua morte. O Imperador Wu dos Han experimentava com alquimia, tentando produzir ouro por derretimento de sulfeto de mercúrio. O Imperador Wu invadiu Ferghana para se apossar dos seus cavalos, mas mesmo eles se revelaram insuficientemente divinos.

Tradução de Rui Cascais • Ilustração de Rui Rasquinho Li He (790 a 816) nasceu em Fu-chang durante a Dinastia Tang, pertencendo a um ramo menor da casa imperial. A sua morte prematura aos vinte e sete anos, a par da escassez de pormenores biográficos, deixam-nos apenas com uma espécie de fantasma literário. A Nova História dos Tang (Xin Tang shu) diz-nos que He “nunca escrevia poemas sobre um tópico específico, forçando os seus versos a conformarem-se ao tema, como era prática de outros poetas [...] Tudo quanto escrevia era inquietantemente extraordinário, quebrando com a tradição literária.” Segundo um crítico da Dinastia Song, o alucinátorio idioma poético de Li He é a “linguagem de um imortal demoníaco.” A versão inglesa de referência aqui usada é a tradução clássica da autoria de J.D. Frodsham, intitulada Goddesses, Ghosts, and Demons, publicada em São Francisco, em 1983, pela North Point Press.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 17

quarta-feira 20.6.2018

Diário de um editor João Paulo Cotrim

Afinal HORTA SECA, LISBOA 26 MAIO Mal conhecia a pintura de Lisa Santos Silva. Nos últimos meses, sucessivas vicissitudes indisciplinaram as conversas, no que parece ter-se tornado o meu novo normal, mas ainda assim e por via da sua paciência e generosidade, consegui aproximar-me sem me queimar. Ou queimando aquele tudo-nada que permite o conhecimento. Na exposição que hoje inauguramos, afinal pretexto para o lançamento do fulgurante «Apaga Tudo, Não Esqueças Nada», a Lisa disse algo que ecoará duradoiramente. Uma vez perdida a infância africana, descobriu, no Prado, que a sua pátria era Goya. Nunca havia pensado nele como pátria. Não sabia que a tinha. O seu texto, a classificar na estante dos inclassificáveis, ajuda muito a perceber como cabe a cada um construir a respectiva pátria-vida, mesmo sobre ruínas, sempre sobre brasas. E resulta ser testemunho raro e pungente acerca deste nosso tempo, certa África mais ou menos mítica, a relação íntima com as imagens e a memória, as afinidades electivas. O que estas paredes sustentam são fotografias, marcadas pelo coração, pela caveira, pela sujidade da tinta. Apesar disso, percebo melhor a força dos olhares que queimam na pintura de Lisa Santos Silva. Preciso voltar à série Ecce. Preciso escrever ainda acerca desse Lobito que me persegue. HORTA SECA, 30 MAIO Não fui a nenhum dos debates, não li os dossiers publicados, não comprei nenhum hors-série, não folheei sequer os livros, polémicos ou nem por isso, sobre o assunto, mas Maio de 1968 marcou indelevelmente a minha maneira de ver o mundo. Soprou por ali um vento de liberdade, apesar do dito e do não feito, a despeito das razões ou dos protagonistas. O presente não me deixou regressar ao passado. Como de costume, afinal, voltarei atrasado noutro mês qualquer. Para perceber melhor. SETÚBAL, A CIDADE-IMAGEM, 2 MAIO Dia longo, a saltitar de exposição em exposição na Festa da Ilustração, com destaque inevitável para a Ilustração Portuguesa. Encontro quase sempre razões de entusiasmo, sofro de optimismo galopante. Parece uma selva, tanta a cor, diverso o estilo, surpreendente a fauna, luxuriante a flora. Nas narrativas de aventura cada detalhe conta: a surpresa, a ameaça, a fuga. Mas e a ternura? E uma ideia à solta, talvez até selvagem, como se ilustra? De tudo se encontra neste jardim tropical, que nem sequer está completo, firme, acabado. Pouco se notam idades, tamanho e peso do tra-

balho, o nome. Os mesmos de sempre limitam-se a pisar o terreno do costume, ou talvez não. Aquele arrisca saltar de suporte, experimentar, sem perder terreno. E os novos que florescem, sem pedir licença, a brincar como deve ser, a assustarem com cores e perspectivas e enquadramentos e figuração a empurrar cada limite? Dá para inventar percursos, em busca de rostos, ou de gestos, um toque de dedos e seio, um pé na bicicleta, um miúdo que escreve empoleirado na árvore, o toque de outro em tronco maior. Ou correndo atrás da dança das manchas, cinza sobre negro, corpo manchado de azul a pegar no cor-de-rosa, e nuvens, que aparecem nuvens por todo o lado. Nuvens que não tapam sol nenhum. A imagem com que o João [Fazenda] iluminou o acontecimento (algures na página) brilha de tão loquaz. Uma mulher pendura uma nuvem, enquanto um homem pinta o sol e outro traça o mar a lápis. A disciplina que celebramos serve para isto mesmo, para desenhar a paisagem que habitamos. Sem ela, éramos, afinal, mais cegos. A noite fecha (ou terá aberto?) com concerto no qual os ilustradores desenham com instrumentos. O frio foi afastado à força pela electrónica cool do Gonçalo Duarte, pela guitarra atmosférica do João Maio Pinto, pela eléctrica improvisação do Miguel Feraso Cabral, pela energia poética dos Bruxas/Cobras e pela explosiva criatividade dos Jibóia. Sem esta paisagem, éramos, afinal, mais surdos. FACEBOOK, 8 JUNHO Tocou-me como a um próximo, esta morte do Anthony Bourdain (19562018). Não lhe admirei apenas a aventurosa liberdade, a criatividade nos modos de contar, o hedonismo militante, mas a capacidade de entender, ou pelo menos, a de ir em direcção ao outro sem perder o olhar crítico, a dançar sempre entre o irónico e o sarcástico. Aquela esfusiante celebração da vida estava, afinal, tintada com o veneno puro da morte. E o gesto possui uma explosiva naturalidade que não pode deixar de nos abalar. Na única nota de suicídio que me foi dirigida, a minha amiga fazia um pedido, impossível de cumprir: não procures razões. DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 8 JUNHO Telefonema de véspera pediu-me um depoimento sobre Felipe Benítez Reyes e o seu Privilégio de Penumbra (pessoana) que lançaríamos por estes dias, no âmbito da Noite da Literatura Europeia, a maratona de leituras que procurar agregar continente à deriva. O dia não foi fácil, os dias não andam fáceis, mas consegui alinhavar estas linhas, que pensei irem de par com texto mais jornalístico tendo acabado por sair desgarradas na página de opinião. «Nem no fado nos é permitido ceder à facilidade de achar que uma palavra basta para invocar os seus múltiplos sentidos, matéria ou sombra. Exemplo? Destino. Bastaria dizê-la, escrevê-la para que algo acontecesse? Não basta desenhá-la no ar, há que saber os caminhos que percorre entre nuvens e calçada. Um livro de poesia desvela-se na dança entre mãos e olhos, esse o palco maior onde acontece o mistério. O bom verso não se limita a dizer gabardina, terá que me entregar o cheiro a chuva. Sirva

isto de entrada a pés juntos para dizer ao que venho: a publicação, que resulta ser a sua primeira em português, de Privilégio de Penumbra, de Felipe Benítez Reyes, poeta, narrador, ensaísta, tradutor, enfim, homem de letras (que não desdenha a imagem), nascido em Rota, Cádis, nos idos de 1960. Queria convencer-vos, cumprindo o prazer maior do editor, a entrar por estas páginas adentro, e com isto quero dizer cidade, no caso Lisboa, o porto dos portos para

O que estas paredes sustentam são fotografias, marcadas pelo coração, pela caveira, pela sujidade da tinta. Apesar disso, percebo melhor a força dos olhares que queimam na pintura de Lisa Santos Silva. Preciso voltar à série Ecce. Preciso escrever ainda acerca desse Lobito que me persegue

o transeunte perdido, lugar das partidas e chegadas, onde se faz, como em nenhum outro lugar, a contabilidade dos destinos. Porquê? Por ser Lisboa uma página manuscrita do poeta múltiplo: «Esta cidade, enfim, não a contemplas: lê-la/ na caligrafia oblíqua de Pessoa.» As colinas são, doravante, as letras desenhadas pela mão, olhos e mente de Fernando Pessoa. E de agora em diante por se transfigurar em futuro que toca o nosso presente a caminho do passado, ou vice-versa. Ou seja, Pessoa percebeu que a cidade do desassossego é a da nostalgia e do cansaço que faz de nós seres entediados do nosso tempo. Lisboa fez-se todas as cidades, em correspondência com as de tantos outros criadores ou filósofos. Cada um de nós é um homem perdido. Felipe passeia como ninguém, como flâneur, por estes lugares feitos de esquinas e montras, portanto, de ilusão. Para chegar a lugar nenhum, afinal a conclusão alguma. «Se pudesse reescrever a minha vida, rectificar os seus adjectivos/ e os seus tempos verbais, de que premissa partiria, de que tom?» As suas colagens, que ilustram o singelo volume, parecem querer responder. Somos também o viajante portentoso, «recipiente de todas as lendas e o depositário orgulhoso/ de todos os prodígios», aquele que avança sem medos. «O receio do futuro dissolve-se num copo mal lavado.» Somos nada, é certo, mas «eu, que não fui nada, fui por vezes o universo.»»


18 publicidade

20.6.2018 quarta-feira

ANÚNCIO

ANÚNCIO

Faz-se saber que, por despacho do Ex.mo. Senhor Secretário para a Economia e Finanças, de 21 de Maio de 2018, foi determinada a abertura do Concurso Público n.º 01/CP/DSF-DAF/2018, para a prestação de serviço de trabalho temporário à DSF pelo período de 1 ano.

Faz-se saber que, por despacho do Exmo. Senhor Secretário para a Economia e Finanças, de 25 de Maio de 2018, foi determinada a abertura do Concurso Público n.º 03/CP/DSF-DAF/2018, para a prestação de serviços de limpeza às instalações e equipamentos da Direcção dos Serviços de Finanças. O respectivo programa do concurso e o caderno de encargos encontram-se disponíveis, para efeitos de consulta durante o horário de expediente, no 14.º andar do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau, a partir da data de publicação deste anúncio no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, e também disponíveis gratuitamente, a partir da mesma data, na página oficial desta Direcção de Serviços (http://www. dsf.gov.mo). Os interessados poderão participar na inspecção dos locais conforme a data e hora referidas nas propostas. As propostas devem ser entregues até às 12 horas da manhã do dia 3 de Agosto de 2018, na Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, sita no 14.º andar do Edifício Finanças. É obrigatória a prestação de uma caução provisória a favor da RAEM, no valor de MOP$96.000,00 (noventa e seis mil patacas), a qual garantirá o exacto e pontual cumprimento das obrigações que assumem com a apresentação da proposta. A caução provisória poderá ser feita por depósito em dinheiro, devendo solicitar a respectiva guia de depósito junto da Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, ou mediante garantia bancária. O acto público do concurso realizar-se-á no dia 6 de Agosto de 2018, pelas 10h00, na Cave do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.º 575, 579 e 585, em Macau. Em caso de encerramento destes serviços por causa de tempestade ou de outros motivos de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas ou a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso, serão transferidos para o primeiro dia útil seguinte. No critério que preside à adjudicação intervêm os seguintes factores com a ponderação que se indica:

O respectivo programa do concurso, o caderno de encargos e o anexo encontram-se disponíveis para efeitos de consulta durante o horário de expediente, no 14.º andar do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau, a partir da data de publicação deste anúncio no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, e também disponíveis gratuitamente, a partir da mesma data, na homepage desta Direcção de Serviços (http://www.dsf.gov.mo). As propostas devem ser entregues até às 12:00 horas do dia 31 de Julho de 2018, na Divisão Administrativa e Financeira desta Direcção dos Serviços, sita no 14.º andar do Edifício Finanças. É obrigatória a prestação de uma caução provisória a favor da RAEM, no valor de MOP$160.000,00 (cento e sessenta mil patacas), a qual garantirá o exacto e pontual cumprimento das obrigações que assumem com a apresentação da proposta. A caução provisória poderá ser feita por depósito em dinheiro, para o que se deve solicitar a respectiva guia de depósito na Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, ou mediante garantia bancária. O acto público do concurso realizar-se-á no dia 01 de Agosto de 2018, pelas 10h00, no Auditório da Cave do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.º 575, 579 e 585, em Macau. Em caso de encerramento destes serviços por causa de tempestade ou de outras causas de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas ou a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso, serão transferidos para o primeiro dia útil seguinte. Macau, aos 7 de Junho de 2018.

a) b) c) d) e) f) g) h) i)

Preço proposto (45%); Certificado ISO (5%); Formação profissional na área da actividade a concurso, que seja reconhecida, do pessoal a empregar (10%); Declaração de compromisso de emprego em exclusivo de trabalhadores residentes (10%) ou Declaração de compromisso de emprego maioritariamente de trabalhadores residentes (5%); Instrumentos próprios de limpeza (8%); Os detergentes de limpeza prestados devem corresponder aos critérios ecológicos (8%); Experiência (6%); Número de trabalhadores (Dimensão da empresa) (5%); Cartas de recomendação (3%).

Macau, aos 5 de Junho de 2018.

O Director dos Serviços, Iong Kong Leong

ANÚNCIO “Aquisição, pelo IACM, de duas viaturas pesadas equipadas com caixa” Concurso Público n° 001/IACM/2018 Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 8 de Junho de 2018, se acha aberto concurso público para a “Aquisição, pelo IACM, de duas viaturas pesadas equipadas com caixa”. O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais ( IACM ), sito na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau. O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 18 de Julho de 2018. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP30,000.00 (trinta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro n° 163, r/c, por depósito em dinheiro, cheque, garantia bancária ou seguro-caução, em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório do Centro de Formação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza 6.° andar, pelas 10:00 horas do dia 19 de Julho de 2018. Macau, aos 11 de Junho de 2018. O Administrador do Conselho de Administração Mak Kim Meng WWW. IACM.GOV.MO

O Director dos Serviços, Iong Kong Leong


quarta-feira 20.6.2018

publicidade 19


20 desporto

AUTOMOBILISMO JO MERSZEI ALERTA PARA O ESQUECIMENTO DE BARRY BLAND

Para não esquecer

CGPM

20.6.2018 quarta-feira

CGPM

Vai fazer um ano que uma figura proeminente da história do Grande Prémio de Macau nos deixou, mas, para além do seu legado, pouco mais se tem feito em sua memória, alerta o eclético piloto de Macau Jo Merszei

C

O M qualidades pessoais e conhecimento do meio altamente reconhecidas, o inglês Barry Bland, aquele que será sempre recordado como o pai do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, esteve mais de trinta anos ao serviço do maior evento desportivo do território, tendo saído abruptamente em 2016, meses depois do evento passar para a alçada do Instituto do Desporto.

“De 1983 a 2016, o Barry trouxe as mega estrelas do amanhã a Macau para correr. A maior parte dos actuais e ex-pilotos de Fórmula 1 devem ao Barry, de uma forma ou de outra, pela sua ajuda e orientação”, realçou Jo Merszei ao HM. “O Barry ajudou muitos pilotos sem fundos a entrar em contacto com os patrocinadores certos, colocando esses pilotos a correr. Ele era um bom amigo, um cavalheiro e ganhou respeito que ombreava os grandes

nomes do automobilismo mundial”. Em 1983 Bland convenceu Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado, e Phil Taylor, do clube automóvel de Hong Kong, que a Fórmula 3 era o caminho a seguir no Grande Prémio. Na altura a Fórmula Atlantic estava em plena decadência. À época, a então Fórmula 2 parecia ser o caminho a seguir, mas dois meses antes da prova o plano foi abortado porque a PUB

Gabinete do Procurador

Anúncio Faz-se saber que em relação ao Concurso Público n.º 2/MPCP/2018 para a prestação de serviços de segurança para os Serviços do Ministério Público e o Gabinete do Procurador, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 22, II Série, de 30 de Maio de 2018, foram prestados esclarecimentos, pela entidade que realiza o concurso, nos termos do ponto 4.2 do programa do concurso, e juntos ao processo do concurso. Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente, no Gabinete do Procurador sito na Alameda de Dr. Carlos d´Assumpção, Edifício Hotline, 16.º Andar, NAPE, Macau. Gabinete do Procurador, aos 14 de Junho de 2018. O Chefe do Gabinete Tam Peng Tong

largura da Curva da Estátua (onde estava a estátua equestre de Ferreira do Amaral), agora Curva do Lisboa, não ser suficiente para os carros passarem. Pelo mérito de persuadir as entidades responsáveis na hora H e o empenho colocado na prova ao longo dos anos, o piloto macaense não quer ver o nome de Barry Bland esquecido. “Com a experiência e profissionalismo das pessoas de Macau, sob a orientação do então Coordenador, o Engº Costa Antunes, o evento ganhou estatura no automobilismo global”, destaca Jo Merszei, que crê que “sem uma boa parceria, sem o Barry, o Grande Prémio de Macau nunca teria chegado ao patamar em que está hoje.”

FINAL ATRIBULADO

O fim da ligação ao Grande Prémio do ex-presidente da Comissão de Monolugares da FIA e organizador do Masters de Zandvoort, a prova europeia mais relevante do calendário de Fórmula 3, fez correr muitas linhas na imprensa especializada internacional, principalmente de língua inglesa. Jo Merszei recapitula esses momentos, em que as equipas europeias de Fórmula 3 temeram pela continuidade da emblemática corrida de encerramento de temporada. “Nos últimos dias de Outubro de 2016, engenheiros e chefes de equipa da Fórmula 3 começaram a contactar-nos relativamente à questão de quem ficaria a responsabilidade pela gestão do Grande Prémio de Macau. Esta era certamente uma questão desconcertante porque todos estavam ocupados a preparar o Grande Prémio. Com o passar dos dias, foi posto a circular nos bastidores a informação que a regulamentação e a logística não estavam disponíveis e as equipas começaram a

ficar desesperadas para saber o que se estava a passar”, recorda Jo Merszei. “No fim, o Barry foi obrigado a demitir-se do seu serviço, por respeito à sua reputação, responsabilidade e pela integridade à sua empresa, a MRC.” Jo Merszei, ele próprio um piloto que ascendeu à Fórmula 3 com a preciosa ajuda do britânico, relembra que “todos os mecânicos, engenheiros e chefes de equipa estavam a falar como desonroso e desleal o Grande Prémio de Macau e o Instituto do Desporto tinham sido ao praticar um acto de traição ao Sr Grande Prémio de Macau, o próprio, Barry Bland. Um reputado e amplamente jornal local noticiou que o Barry e a comissão do Grande Prémio tinham chegado a um impasse. Essa foi uma grande subavaliação. A verdade e os detalhes criaram ainda mais desapontamento”, assevera.

IN MEMORIAM

Aquelas semanas de incerteza no início do Outono de 2016 acabaram por não beliscar a reputação do evento da RAEM, mas não deixaram de passar uma imagem menos abonatória de ingratidão que hoje poderia ser compensada com um reconhecimento à altura,

acredita o actual piloto do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS). “No caso do Barry Bland, a reputação e imagem limpa de Macau ficaram manchada pelos poderes”, afirma convictamente o piloto macaense. “Os departamentos e as pessoas responsáveis pelo Grande Prémio de Macau têm muito que fazer para redimir a nossa imagem no desporto internacional.” Jo Merszei sugere que se preste uma devida homenagem a este amigo da terra. “Talvez uma placa ou uma fotografia emoldurada do ‘Sr Macau GP’ no nosso Museu do Grande Prémio em memória do seu imenso trabalho pela prova e pelas pessoas de Macau. É o mínimo que podemos fazer”, diz. “Até o nosso honorável Chefe do Executivo, o Dr. Fernando Chui Sai On, reconheceu o contributo que o Barry deu a Macau, ao presenteá-lo com o Certificado de Prestígio em 2012.” Com a saída de cena de Bland em 2016 e a ascensão a Taça do Mundo FIA, a corrida Fórmula 3 em Macau é agora administrada pela própria federação internacional em cooperação com Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo


31 32 quarta-feira (f)utilidades 21 6 3 7 520.6.2018 1 9 2 4 8 9 5 3 6 7 8 4 2 1 8 2 4 7 6 3 9 1 5 2 6 7 4 9 1 8 3 5 9 1 5 2 8 4 7 3 6 8 1 4 3 2 5 7 9 6 2 4 8 6 5 1 3 7 9 5 8 2 9 4 3 6 1 7 TEMPO AGUACEIROS MIN 27 MAX 32 HUM 65-95% • EURO 9.33 BAHT 0.24 YUAN 1.24 7 6 9 3 2 8 1 5 4 4 3 6 8 1 7 9 5 2 1 5 3 9 4 7 8 6 2 1 7 9 2 5 6 3 8 4 5 7 2 1 9 6 4 8 3 3 9 1 7 6 2 5 4 8 VIDA DE CÃO O QUE FAZER 3 8 6 4 7 2 5 9 1 6 2 8 5 3 4 1 7 9 ESTA SEMANA A ESQUIZOFRENIA DOS 4 9 1 8 3 5 6 2 7 7 4 5 1 8 9 2 6 3 34 2 3 7 6 5 1 9 8 4

Bairro de São Lázaro

35 1 5 3 8 4 2 7 Domingo ARRAIAL 2 9DE SÃO8JOÃO7 5 6 3 Bairro de São Lázaro 6 7 4 1 3 9 5 2018 INTERNATIONAL YOGA DAY 7 Lapa 4 Resort 9 |2Das 8h00 6 às814h001 Grand 8 2 5 3 9 1 6 3 1 6 5 7 4 9 9 3 2 4 1 7 8 4 6 7 9 8 5 2 5 8 1 6 2 3 4

4º DIA INTERNACIONAL DO YOGA Pousada de Coloane | Das 10h00 às 22h30

6 4 2 3 7 8 5 1 9

9 1 8 5 4 2 6 3 7

37

DADOS PESSOAIS

5 4 6 9 2 8 7 1 3

8 1 9 7 3 4 5 2 6

4 8 1 5 7 6 3 9 2

7 6 2 8 9 3 1 4 5

3 9 5 1 4 2 6 7 8

O CARTOON STEPH 36

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 37

C I N E M A 6 7 41

8 2 OCEAN’S EIGHT JURASSIC WORLD: FALLEN KINGDOM [B] Um filme de: J.A. Bayona Com: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, BD Wong, Jeff Goldblum 14.15, 16.45, 19.15, 21.45 SALA 2

OCEAN’S EIGHT [B] Um filme de: Gary Ross

Com: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Mindy Kaling 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

DEATH WISH [C] Um filme de: Eli Roth Com: Bruce Willis, Vincent D’Onofrio, Elisabeth Shue 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

1 5 4 2 6 7 8 3 9

DE

3 4 7 6 8 1 9 2 5

8 6 UM EXPOSIÇÃO HOJE 2 4

SALA 1

9 7 3 4 8 5 2 6 1

7 16 2 1 44 9 8 5 5 5 3 8 6 2 67 9 81 4 9 71 8 25 43 2 6 3 2 5 3 9 8 1 57 4 1 4 96 27 3 2 5 9 9 8 7 4 6 5 73 2 2 6 2 4 9 5 7 8 1 43 6 8 1 5 3 9 4 86 97 4 8 3 7 5 9 32 1 6 4 18

39

Cineteatro

6 2 8 3 1 9 4 5 7

“Vertical reclamation 9 of individual spaces” é 5 da exposição da 4 o nome artista portuense Ana 9 1 Aragão que abriu há 7dias4na Casa Garden. 6 8 A mostra, que conta com a curadoria de João Ó, inclui3desenhos 1 inéditos que produziu inspirada nas particularidades estéticas do território. Essas particularidades têm que ver com a construção informal que abarca formações inesperadas 5 6 visíveis em arranha1 -céus ou na8habitação 3social, como 7 as gaiolas. Diana do Mar

2 1 6 3 www. 7 5 hojemacau. 8 6 com.mo

2 7

7

5 2 9

38

9 3 6 7 2 9

40

9

9

6

3 7 8

4 1 8 3 9 8

7 6 2

5 4

2 6 1 6 5 2 7 3 8 6 2

42

7 9 6 3

É altura de morder a língua. Pensei que a esquizofrenia de invocar exageradamente o argumento da protecção dos dados pessoais para vedar acesso a informação, nomeadamente de interesse público, era algo à Macau. Pois que não é o meu espanto quando, durante o fim-de-semana, me cruzei com a notícia insólita de que a Universidade de Lisboa vai deixar de afixar publicamente as pautas de avaliação dos alunos. Ou seja, cada estudante só vai ter acesso à sua própria nota. O argumento? O novo Regulamento Geral de Protecção de Dados, que entrou em vigor em finais do mês passado na União Europeia. Uma justificação rejeitada por juristas, precisamente porque deixa de haver transparência. Como avaliar a justiça da nota sem a comparação com os pares, por exemplo? Como diria Ricardo Araújo Pereira, a brincar com um assunto sério, agora vai ficar difícil escolher o melhor colega de carteira para copiar, dado que deixa de ser público quem foi o melhor aluno da turma. É o ridículo do exagero estar-se a invocar a protecção dos dados pessoais quando nos tempos que grassam governos e empresas não só sabem tudo das nossas vidas como trocam e vendem essas informações a pretexto de nada. Sejamos razoáveis. Diana do Mar

8 “VERTICAL RECLAMATION OF INDIVIDUAL SPACES” | ANA ARAGÃO

9 7 6 5 3

1 2

8

8

PROBLEMA 38

5

7 6

4 7 1 3

9

7

S U D O K U

?

Hoje CONCERTO 33 DE CORNELIA JACKOBS Live Music Association | A partir das 22h00 2 8 3 6 4 1 7 5 9 SEMINÁRIO “SOBRE A ESCULTURA ENQUANTO EXPRESSÃO 4 1 COM7ANTÓNIO 2 LEÇA 9 5 3 6 8 PLÁSTICA”, Albergue SCM | 18h30 9 6 5 7 3 8 2 4 1 PALESTRA “EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM PORTUGAL: O DESAFIO 5 TODOS 6 COM 4 TUDO”, 8 COM 9 DAVID 1 RODRIGUES 7 2 DE3EDUCAR Universidade de São José, campus da Ilha Verde 1 2 9 3 7 6 5 8 | 18h30 4 às 20h00 8 7 4 5 1 2 6 9 3 Sexta-feira CONCERTO 6 9 | FÊTE 1 DE8LA MUSIQUE 5 3 4 2 7 Sofitel Ponte 16 | Das 19h00 às 22h0 5 4 8 1 2 7 9 3 6 Sábado 7 3DE SÃO2JOÃO9 6 4 8 1 5 ARRAIAL

3 1 8 6

8 2 3 6 4 6 5

5

1

2 5 9 3 7 6 9

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Diana do Mar, João Santos Filipe; Sofia Margarida Mota; Vitor Ng Colaboradores Amélia Vieira; Anabela Canas; António Cabrita; António Castro Caeiro; António Falcão; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Simões Morais; Manuel Afonso Costa; Michel Reis; Miguel Martins; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; Fa Seong; Jorge Morbey; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

3

3 1 2

7


22 opinião

20.6.2018 quarta-feira

MONIKA DRESING in mercurio

“A nossa pequena revolta cultural”

* GAMMA-KEYSTONE, VIA GETTY IMAGES

O

ano de 1968, ano quase mítico, ficou na memória colectiva como ano de uma explosão antiautoritária internacional (pelo menos nos países democráticos ocidentais), ano de revolta, de manifestações, sit-ins, fraternização entre estudantes e trabalhadores e muito mais. Mas esta explosão não veio do nada, cada país tinha os seus acontecimentos concretos que provocaram o acender dos respectivos rastilhos, sendo alguns dos acontecimentos, por exemplo a guerra de Vietname, um rastilho comum nos diferentes países. Além disso, todos os países tinham um denominador comum: Depois da Segunda Guerra Mundial, depois desta grande catástrofe da humanidade, a vida tinha voltado a “funcionar” como se nada tivesse acontecido. Logo a seguir à guerra ainda se tinha falado sobre as causas da catástrofe e as medidas necessárias a tomar, mas depois, com o advento da guerra fria, tudo isto foi esquecido e a vida voltou ao “normal”, quer dizer, as sociedades bastante autoritárias e pouco

democráticas da primeira metade do século foram reestabelecidas. Os movimentos antiautoritários de ‘68, que na realidade começaram uns anos antes e só culminaram em 1968, nomeadamente em França, no famoso mês de Maio de ’68, eram movimentos de jovens que não se queriam conformar com as mentiras sobre o passado e as crueldades do presente, procurando libertar-se de todas as restrições, emancipar-se, construir uma sociedade mais livre. Estudaram as diferentes ideias políticas, experimentando ao mesmo tempo novas formas de vida, desde a vida de convivência até a vida laboral ou universitária. De certa forma, foi uma festa colectiva contínua. “Foi uma revolta mental contra o estado industrial existente, tanto contra a sua estrutura capitalista como contra o tipo de sociedade de consumo que criou.” (Daniel Singer)

Na Alemanha, além do silêncio que continuava a tapar os anos nazis, os anos sessenta trouxeram alguns acontecimentos que provocaram os protestos dos jovens: em 1966 formou-se a primeira “grande coligação” entre SPD e CDU/CSU, ficando a oposição parlamentar reduzida a cerca de 10% dos deputados. Consequentemente e em protesto contra as leis de emergência que a coligação veio a aprovar formou-se a APO, a oposição extraparlamentar, um dos pilares do movimento antiautoritário. Outro acontecimento detonador foi a morte dum estudante que foi baleado nas costas por um polícia durante uma manifestação contra a visita do Xá do Irão. Por cima de tudo pairava sempre a guerra de Vietname que em 1967 tinha sido muito intensificado pelos EUA. Na Alemanha, depois da reacção bastante brutal do governo, de grande parte dos média e de grande parte da população, a força dos

Os movimentos antiautoritários de ‘68, que na realidade começaram uns anos antes e só culminaram em 1968, nomeadamente em França, no famoso mês de Maio de ’68, eram movimentos de jovens que não se queriam conformar com as mentiras sobre o passado e as crueldades do presente, procurando libertar-se de todas as restrições, emancipar-se, construir uma sociedade mais livre

movimentos diminuiu. Uns começaram a constituir pequenos partidos políticos que lutaram um contra o outro pelo caminho certo a tomar. Outros foram para a clandestinidade e começaram uma luta armada. Outros ainda aproximaram-se do sistema parlamentar e constituíram anos mais tarde o partido “Os Verdes”, tornando-se parte do sistema contra o qual tinham protestado. Muitos integraram-se simplesmente na sociedade existente, denunciando a sua participação no movimento antiautoritário como erro de juventude. Alguma coisa ficou? Hoje já é difícil imaginar a sociedade fechada e autoritária que existia nos anos cinquenta e sessenta. Para nós, jovens na altura, ‘68 trouxe certas liberdades e um alargamento da consciência política e social. Fizemos a experiência de que os movimentos básicos podem realmente ter um impacto na sociedade democrática. Talvez por isso, na Alemanha de hoje, a extrema-direita tenta pintar um quadro negro de ’68 e das ideias libertadoras que na altura vieram à superfície. Temos que estar atentos e defendê-las. Como diz Noam Chomsky: “Penso que o impacto de 1968 foi duradouro e, no seu todo, positivo.” * frase de Rudi Dutschke, o líder carismático do movimento antiautoritário na antiga RFA, Alemanha ocidental. Foi baleado em Abril de 1968 por um jovem incitado pelos média, gravemente ferido, acabando por falecer 11 anos depois em consequência do ataque.


ócios/negócios 23

quarta-feira 20.6.2018

GOA NIGHTS RESTAURANTE DE TAPAS E BAR DE COCKTAILS

Boas vibrações “Goa Nights”, que abriu portas oficialmente em finais de Março, é um lugar para descontrair do rebuliço dos dias, entre tapas indianas e originais ‘cocktails’

L

OCAL IZ ADO no coração da vila da Taipa, o “Goa Nights” é um dois em um: é um restaurante de tapas, que alia a cozinha clássica e moderna indiana ao toque peculiar da gastronomia de Goa, cheia de influências portuguesas, e um bar de ‘cocktails’. A originalidade figura como o denominador comum das valências que coabitam no edifício de três andares. Inicialmente, a ideia era abrir um restaurante indiano na vila da Taipa, tirando vantagem da proximidade dos hotéis da ‘strip’ do Cotai, mas tudo mudou quando surgiu a ideia de ir mais além e oferecer também um bar com ‘cocktails’. “Todos os portugueses que vivem em Macau conhecem Goa como um lugar onde as pessoas podem relaxar, tomando uma bebida e apreciando comida indiana, enquanto desfrutam de boa vibração”, sublinhou o fundador Gagan Sethi, que veio para Macau em 2009. À mesa servem-se tapas. Uma opção que não foi ao acaso. “Basicamente, o que fizemos foi pegar nos sabores indianos de uma forma mais moderna e condensada não só para ser mais fácil de comer, mas também para ser mais leve, dado que os pratos indianos normalmente são pesados”. Em paralelo, foi introduzida uma variante, dado que menu mistura elementos da cozinha do mais pequeno estado da Índia, caracterizado também pela influência portuguesa. “Pegamos em

cinco ou seis elementos da gastronomia goesa”, explica Gagan Sethi, dando o exemplo de dois “pratos de assinatura” ao estilo de Goa: “amêijoas com recheado” e “porco vindaloo”.

OS COCKTAILS DE VASCO DA GAMA

O bar distingue-se pelos ‘cocktails’ originais criados pelo ‘bartender’ e mixologista Chetan Gangan, que conquistou vários prémios na Índia. “Ele concebeu um menu baseado na viagem de Vasco da Gama que teria nove paragens de Portugal até Goa, pelo que criamos nove ‘cocktails’ especiais e cada um deles tem influência

“Todos conhecem Goa como um lugar onde as pessoas podem relaxar, tomando uma bebida e apreciando comida indiana, enquanto desfrutam de boa vibração”

desses sítios, como um determinado tipo de bebida alcoólica, fruta ou especiaria”, realçou. Essa carta despertou ainda um fenómeno engraçado. “Naturalmente, é difícil terminar a viagem dos nove ‘cocktails’ numa noite, pelo que há pessoas que regressam para completar a jornada”, descreve o mesmo responsável. Para Gagan Sethi, o “Goa Nights” vem preencher um espaço vazio pelo menos fora do universo dos hotéis e casinos: “Este conceito de restaurante e de bar não existe em Macau. Por outro lado, normalmente, quando vais a um bar é porque as bebidas te agradam; e quando vais a um restaurante é porque aprecias a comida. Contudo, para nós, ambos têm igual peso. A ideia é que as pessoas possam gostar de ambos e desfrutar de ambos num mesmo espaço”. De portas abertas oficialmente desde finais de Março, o “Goa Nights” tem recebido principalmente membros da comunidade macaense e portuguesa, bem como expatriados. “Por enquanto, tudo bem. Tem sido muito bom para nós”, salienta Gagan Sethi, dando conta de que a comunidade goesa também tem aparecido para espreitar os sabores de casa.

RUA CORREIA DA SILVA, 118, TAIPA

Já turistas não há muitos. “Não somos ainda muito conhecidos, mas queremos atrai-los, porque, às vezes, não saem dos hotéis e perdem o outro lado de Macau”, sustentou. O “Goa Nights” encontra-se aberto de terça a domingo, das 18h à 1h, oferecendo ao fim-de-semana um menu diferente exclusivamente para ‘brunch’, disponível entre as 12h e as 16h. Diana do Mar

dianadomar@hojemacau.com.mo


Não podemos ficar à espera da inspiração. Temos de ir procurá-la num bar. Jack London

COMÉRCIO SUPER BOCK CRIA CERVEJA ESPECÍFICA PARA O MERCADO CHINÊS

Selos Emissão assinala 60 anos do Jornal Ou Mun

PUB

A partir do próximo dia 15 de Agosto, vai ser posta em circulação uma emissão extraordinária de selos para assinalar o 60.º Aniversário do Jornal Ou Mun. A informação consta de um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, após proposta da Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações.

quarta-feira 20.6.2018

USJ Criada licenciatura de Tradução Português-Chinês

A Universidade de São José (USJ) vai oferecer uma licenciatura em Estudos de Tradução Português-Chinês. Segundo um despacho do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, publicado ontem em Boletim Oficial, o curso com a duração de quatro anos tem o chinês, português e inglês como língua veicular. Do plano de estudos, destacam-se as disciplinas de Língua e Cultura dos Países Lusófonos (no primeiro e segundo ano) e de Estudos Macaenses (no terceiro ano).

O

Super Bock Group criou uma cerveja específica para o mercado chinês, revelou ontem o presidente executivo (CEO) da empresa, numa aposta inédita, que representa o “compromisso” do grupo com o seu maior mercado de exportação. “A Super Bock Gold foi feita e desenhada especificamente para o consumidor chinês”, disse à agência Lusa Rui Lopes Ferreira, em Hangzhou, a capital de Zhejiang, uma das mais prósperas províncias da China, pouco maior do que Portugal e com cerca de 55 milhões de habitantes. A cerveja, que só “está à venda no mercado chinês”, é produzida na fábrica do grupo, em Leça do Balio, Matosinhos, mas tem uma fórmula “ligeiramente diferente” da Super Bock tradicional, explicou o presidente executivo. “Apela mais aos paladares e aromas típicos da China e é uma cerveja talvez mais suave, mais redonda”, descreveu. A criação de um produto especificamente para um país é algo “inédito” para o grupo, ilustrando a “aposta” e “compromisso” com a China, o seu segundo maior mercado, a seguir a Portugal, e maior destino internacional. Em 2016, a China representou 40 por cento das exportações do grupo, ou mais de 10 por cento da sua receita global, fixada em 451 milhões de euros. “Fizemos as primeiras vendas no mercado chinês em 2007, mas os primeiros anos foram de aprendizagem”, lembrou Lopes Ferreira. “A partir de 2014 as coisas começaram a carburar”, disse. Rui Lopes Ferreira revelou que a empresa tem actualmente na China 5.000 pontos de venda, abrangendo 50 cidades, onde vivem, no total, 200 milhões de pessoas, sobretudo nas províncias de Zhejiang e Fujian.

PALAVRA DO DIA

UM Rui Martins vice-reitor para assuntos internacionais A Universidade de Macau (UM) lançou um concurso para o cargo de vice-reitor para a investigação, ocupado actualmente por Rui Martins. Segundo a Rádio Macau, Rui Martins vai, no entanto, manter-se na UM, onde irá desempenhar a função de vice-reitor para os assuntos internacionais, um cargo novo na estrutura administrativa da Universidade de Macau.

Taishan Central nuclear cumpre normas de segurança

Impedimento Soft

Leong Sun Iok pede excepções à interdição de entrada de funcionários nos casinos

O

deputado Leong Sun Iok defende excepções para a recém-anunciada proposta de lei que prevê a interdição de entrada de funcionários da indústria de jogo nos casinos fora do horário de expediente. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o deputado eleito por sufrágio directo propõe ao Executivo que permita aos trabalhadores entrarem nos casinos em situações especiais mediante apresentação de um pedido ‘online’ para o efeito. Embora reconheça que há funcionários do sector que concordam com a proposta de revisão à lei sobre o condicionamento da entrada, do trabalho e do jogo nos casinos, Leong Sun Iok observa que há outros que se opõem por considerarem que a sua liberdade individual vai ser afectada. Na perspectiva do

deputado, a proibição de entrada pode proteger os trabalhadores recém-chegados ao sector do vício de jogo, mas defende que há margem para melhorar a proposta. Neste sentido, Leong Sun Iok espera que o Executivo introduza mais flexibilidade, permitindo então que os trabalhadores da principal indústria do jogo possam entrar mediante a apresentação de um pedido online para o efeito, em que explicitam os motivos, citando como exemplo casos em que um funcionário pretende levar familiares ou amigos que vêm de fora aos espaços de jogo. Em paralelo, o deputado insta o Executivo a prestar serviços de aconselhamento e de formação aos funcionários dos casinos que violem a interdição, propondo que os que se submetam a esses serviços sofram um abate na multa – que vai variar entre 1.000 e 10.000 patacas.

Segundo a proposta de lei, a proibição de entrada vai abranger os que “desempenhem funções nas mesas e máquinas de jogo, caixas de tesouraria, relações públicas, restauração, limpeza e segurança nos casinos, bem como os que tenham a cargo a fiscalização” dos mesmos. Tal como sucede com os funcionários públicos, os trabalhadores da indústria do jogo apenas vão poder entrar nos casinos nos primeiros três dias do Ano Novo Chinês. De resto, a proibição só pode ser levantada “para efeitos de formação e de participação nas actividades de cariz associativo”. À luz do regime actual, os funcionários da indústria de jogo encontram-se apenas proibidos de jogar nos casinos explorados pela respectiva entidade patronal, mas podem tentar a sorte nos restantes fora do horário de trabalho. Vítor Ng

A Central Nuclear de Taishan, a cerca de 80 quilómetros de Macau, “cumpre rigorosamente as normas e os requisitos de fiscalização”. A garantia foi dada pela Companhia da Energia Nuclear Geral da China num aviso ao público que o Gabinete da Comissão de Gestão de Emergência Nuclear da Província de Guangdong reencaminhou aos Serviços de Polícia Unitários (SPU). No comunicado, divulgado ontem pelo SPU, refere-se que a unidade 1 da central concluiu as principais actividades de controlo crítico, “cumprindo os requisitos e as medidas propostas pelo organismo fiscalizador”. Actualmente, segundo a mesma informação, decorrem testes na unidade 1 que indicam que estão a ser cumpridos os requisitos. “O projecto de construção cumpre o princípio “segurança e qualidade em primeiro lugar”, diz a mesma nota.

Idosos Subsídio anual sobe de 8.000 para 9.000 patacas

O subsídio anual para idosos foi aumentado das 8.000 para as 9.000 patacas. A actualização, definida num despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, tinha sido anunciada, em Novembro, aquando da apresentação das Linhas de Acção Governativa. A última mexida tinha tido lugar em 2016. O subsídio anual para idosos começou a ser atribuído em 2005, sendo atribuído uma vez por ano, entre Outubro e Dezembro. São elegíveis todos os residentes permanentes que tenham completado 65 anos até ao último dia do ano em que o requerimento é apresentado junto do Instituto de Acção Social.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.