região 13
sexta-feira 18.10.2019
U
M ministro japonês visitou ontem, pela primeira vez em dois anos e meio, um polémico templo de Tóquio, enquanto o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, enviou uma oferta, como tem feito regularmente desde 2014. O templo de Yasukuni homenageia mortos japoneses entre finais do século XIX e 1945, incluindo 14 políticos e oficiais do Exército Imperial condenados como criminosos de guerra por um tribunal internacional no final da Segunda Guerra Mundial. As visitas das autoridades nipónicas a este santuário desencadeiam habitualmente protestos por parte de países como a China e a Coreia do Sul, que consideram estas homenagem como um vestígio do passado militarista do império japonês. O ministro delegado para as questões territoriais das ilhas Curilas (chamadas “territórios do norte” pelo Japão, que reivindica quatro) e para a região de Oki-
Viagem ao passado Seul lamenta visita de ministro japonês a polémico templo
nawa (extremo sul), Seiichi Eto, visitou o santuário por ocasião do primeiro dia do festival de Outono, indicou a agência de notícias japonesa Kyodo. Aos jornalistas, o ministro porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, escusou-se a comentar a visita, que considerou de “carácter privado”.
A ministra dos Assuntos Internos e Comunicações japonesa, Sanae Takaichi, tinha sido o último elemento do Governo do primeiro-ministro, Shinzo Abe, a visitar Yasukuni, em Abril de 2017. A última visita de Abe ao santuário foi em Dezembro de 2013 e desde
então o chefe do Governo nipónico envia oferendas regularmente, o que também fez ontem, de acordo com a cadeia pública de televisão NHK.
GLÓRIAS DA GUERRA
A Coreia do Sul reagiu de imediato e “lamentou profundamente” a decisão de Abe ou as visitas de
membros do executivo japonês, ou líderes parlamentares, a um templo que “glorifica as guerras expansionistas da história do Japão”, indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano. O Japão só poderá contribuir para uma melhoria das relações com a Coreia do Sul e conquistar a confiança dos países vizinhos e da comunidade internacional quando os líderes responsáveis mostrarem “humilde introspecção e reflexão” sobre o passado através de acções, acrescentou. A visita de Eto coincide com um agravamento das relações entre o Japão e a Coreia do Sul devido a recursos judiciais relacionados com exigência de compensações económicas a sul-coreanos forçados a trabalhar para companhias japoneses durante a Segunda Guerra Mundial e a aplicação de novas normas aduaneiras para os produtos sul-coreanos importados por Tóquio.
Tóquio Desfile imperial em causa devido a Hagibis
O Governo japonês está a considerar adiar o desfile do novo casal imperial do Japão, agendado para 22 de Outubro, para dar prioridade à gestão de danos decorrentes do tufão Hagibis, noticiou ontem a imprensa local. O desfile de 22 de outubro está inserido nas cerimónias de entronização do novo imperador japonês, Naruhito, que subiu ao trono após a renúncia do pai, Akihito, em finais de Abril. No entanto, de acordo com a emissora pública NHK, a cerimónia requer “recursos humanos significativos” que as autoridades preferem alocar às vítimas do tufão Hagibis, que provocou a morte de quase 80 japoneses no passado fim de semana. Questionados pela agência France-Presse (AFP), o Governo nipónico e a Casa Imperial não confirmaram a informação.
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