Hoje Macau 1 FEV 2016 #3504

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MOP$10

SEGUNDA-FEIRA 1 DE FEVEREIRO DE 2016 • ANO XV • Nº 3504

hojemacau

ORÇAMENTO

Lei já está enquadrada

NOVO MACAU AU KAM SAN AFASTA-SE

AO BATER DA PORTA

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LGBT

SAIR DAS SOMBRAS GRANDE PLANO

Após 24 anos de permanência no grupo pró-democrata, Au Kam San abandona a associação. Numa carta em que justifica a sua partida, o deputado dispara em várias direcções. Fala de divisão interna, ostracismo e ataques públicos. FUNÇÃO PÚBLICA

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LIGA DE ELITE CASA FEITA NUM OITO

TIAGO ALCÂNTARA

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

Profissão de risco

h

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CENTRAIS

A grande mensagem GUO XI

TAÇA DA LIGA EM MACAU

Dúvidas existenciais

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PÁGINA 12


2 GRANDE PLANO

LGBT APESAR DA ABERTURA, HOMOSSEXUALIDADE AINDA É ESCONDIDA sacrificar por eles no futuro devido à falta de descendência”, aponta. No caso de Calvin, ainda não contou à família, e provavelmente nunca o irá fazer. “Talvez venha a contar, mas não tenho a certeza quanto a isso”, contou ao HM. “Macau não é uma cidade muito gay friendly. Não há actividades ligadas à comunidade LGBT, nem espaços gay. Os homossexuais ou lésbicas só se podem conhecer através de aplicações de telemóvel. Segundo as velhas e tradicionais crenças chinesas a homossexualidade é uma doença. As famílias chinesas em Macau vão querer sempre que o seu filho ou filha não seja gay”, contou. Apesar disso, Calvin mostra-se confiante com a evolução de mentalidades. “Não sei quanto tempo vai demorar, mas há uma esperança para os gays em Macau. O facto de dois rapazes darem a mão enquanto passeiam na rua é algo normal na Europa ou na Austrália, e as pessoas olham para eles como se fossem um casal heterossexual normal. Aqui, a história é completamente diferente.”

O TABU QUASE ´ VISIVEL Ser homossexual em Macau é hoje mais fácil do que há uns anos atrás. Mas a pequenez do território e a forte cultura tradicional chinesa fazem com que ainda seja difícil assumir uma relação em pleno. A homossexualidade continua a ser um tabu tolerado mas não debatido, e nem mesmo na comunidade portuguesa as coisas são mais fáceis

A EXCEPÇÃO À REGRA

C

ALVIN sabe que gosta de homens mas sente-se obrigado a casar com uma mulher para garantir a descendência familiar. António percebeu, desde o primeiro momento em que viu um tronco nu masculino na televisão, ainda em criança, que o sexo igual ao seu o atraía, mas só contou a uma prima mais próxima. Milo namora com um homem na Holanda e a família sabe de tudo. Miguel vive bem a sua homossexualidade e já não se importa com o que os outros pensam de si. Luciana é bissexual e também vive bem com isso. Todos eles são chineses nascidos em Macau ou portugueses que fizeram do território a sua casa. Vivem a homossexualidade de maneira diferente mas afirmam: apesar de uma maior abertura, continua a ser um assunto que é reconhecido, mas sobre o qual as famílias, patrões ou colegas não falam. A pequena dimensão do território e os fortes laços da cultura chinesa dificultam uma maior expressão da sua sexualidade. Devido à quase inexistência de espaços “gay friendly” ou de actividades de apoio à comunidade LGBT, as aplicações de telemóvel ou internet acabam por servir de porto de abrigo. Para falarem abertamente do assunto, nenhum entrevistado aceitou ser fotografado

ou dizer o nome verdadeiro, muito menos a profissão. António, chinês nascido em Macau, nunca contou à família porque tem a certeza de que esta nunca aceitaria. “Acredito que a sociedade, no geral, tolera a existência de casais do mesmo sexo a viverem juntos. Contudo, não me sinto confortável a fazer isso ou a ter uma relação de forma aberta porque não quero que a minha família saiba. Uma vez que Macau é um território pequeno, e se me assumir como gay de forma frontal, a minha família vai saber. Sem a minha familia saber considero um dia viver com alguém. Acredito que é mais difícil ser gay em Macau devido ao tamanho do território”, contou ao HM. A cultura chinesa faz com que seja mais difícil a um homem assumir a homossexualidade, garante António. “O estereótipo da homossexualidade na cultura chinesa tradicional é que todos os homens gay agem de forma feminina e preferem sexo anal. Esse é o estereótipo existente na sociedade chinesa em Macau. Também pensam que estão a rejeitar a sua herança cultural ( 不孝) porque um dos deveres do homem é reproduzir-se e continuar o nome da família. A geração mais velha também fica preocupada com o facto de ninguém da família se

O caso de Milo Cheung será certamente uma excepção à regra: a família é chinesa de Macau e ele há muito que mantém uma relação homossexual aberta no país onde vive, a Holanda. “A minha família está feliz com o facto de eu estar numa relação. Sabem da minha relação, falam com o meu companheiro, mas referem-se ao meu namorado como meu amigo, sem falarem sobre ele. Às vezes perguntam-me quando é que as coisas se tornam mais sérias, quando vou crescer e arranjar uma namorada. É algo contraditório, mas eles encaram a minha relação como sendo fruto de uma “fase rebelde”. Tenho uma prima que tem uma namorada há dez anos, todos na família sabem, ela é bem-vinda em todos os encontros familiares, mas é

“Macau é um território pequeno, e se me assumir como gay de forma frontal, a minha família vai saber. Sem a minha família saber considero um dia viver com alguém. Acredito que é mais difícil ser gay em Macau devido ao tamanho do território” ANTÓNIO


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sempre chamada de amiga e nunca de namorada”, contou ao HM por email. Apesar disso, Milo Cheung teme expor os afectos quando visita o território. “As gerações mais velhas expandiram um pouco os seus horizontes, estudaram no estrangeiro, viajaram, mas não vejo grandes diferenças no que diz respeito aos direitos dos homossexuais e à sua aceitação, isto falando da sociedade no seu todo. Nunca me passou pela cabeça beijar o meu namorado ou dar-lhe a mão em público. Não iria sentir-me ameaçado, mas observado. Viver com alguém não deve ser um problema, tendo em conta que faz parte da cultura chinesa não interferir nas questões pessoais ou em tudo o que acontece dentro de casa. Para o bom e para o mau”, apontou.

PORTUGUESES FECHADOS

Apesar de em Portugal a sociedade ter mudado a sua postura em relação aos homossexuais, principalmente depois da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, os portugueses não vivem a sua homossexualidade no território de forma aberta, devido à pequena dimensão da comunidade. Miguel, engenheiro a trabalhar num casino, sente isso na pele, e garante que não existe uma maior abertura face à comunidade chinesa. “Não me parece (que isso aconteça). Vivo de forma tranquila a minha homossexualidade e estou a borrifar-me para o que as pessoas pensam, mas também não ando propriamente com um autocolante na testa.” “A minha sexualidade não é tema de conversa com os meus amigos de Macau, mas estou convencido de que a maior parte sabe

LÉSBICAS: MAIOR ACEITAÇÃO

Se em Macau ver dois homens de mão dada ou aos beijos na rua pode gerar reacções, a verdade é que ver duas mulheres juntas é bem mais comum e aceitável. “Curiosamente é mais comum ver duas raparigas de mão dada, tenho visto muitas mulheres, filipinas acho, e com uma atitude aparentemente tranquila quanto à sua exposição”, apontou Miguel. “Já falei com chineses e eles dizem-me que isso tem novamente tem a ver com a herança cultural chinesa, já que há uma enorme esperança depositada no filho masculino. E, de certa forma, o papel social das mulheres é mais secundarizado. O que os chineses me dizem é que das mulheres não se espera nada. É um bocado indiferente se andam de mão dada na rua com outra mulher ou se se deitam umas com as outras. É um assunto que não se discute”, referiu. Mas se a pressão familiar acontece no lado masculino, as mulheres lésbicas também sentem na pele a necessidade do casamento. “Conheço um casal de duas raparigas que estavam juntas desde o secundário e uma das raparigas acabou porque decidiu que era altura de casar, por pressão da sociedade e da família”, contou Luciana. Ignorada ou passada para segundo plano, a homossexualidade é muitas vezes encarada como uma fase passageira. “Tenho quase a certeza que as famílias sabem, só que simplesmente a sociedade vive de forma tão harmoniosa que prefere não falar do assunto. Sabem que os filhos têm estas relações mas não dizem nada e sempre podem ter aquela possibilidade de “um dia, quando isso te passar, arranjas alguém”. No trabalho sabem mas ignoram. Conheço pessoas que trabalham na Função Pública, e simplesmente não comentam. É como se não existisse. Quando há jantares, as pessoas não levam o seu par”, rematou Luciana. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

“Desde que abrimos o bar nunca tivemos problemas” Boom, o bar que quer mudar mentalidades

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Á sete anos Jonathan Chong abriu o primeiro bar gay em Macau, o Candy Bar, mas um ano depois o espaço fechava portas. De regresso ao território e noivo e Piotr Szymczuk, Jonathan abriu o “Boom Bar” há cerca de um mês na Taipa, que promete noites de “speed dating”, shows travestis ou noites só para mulheres. “Sentimos que havia potencial, e certamente há um mercado e uma procura junto da comunidade

gay em Macau, porque costumam sair para Hong Kong. Foi mais fácil abrir este bar do que aquilo que estava à espera, porque muitas pessoas pensam que é muito difícil para a comunidade chinesa aceitar a homossexualidade. Penso que as novas gerações mudaram muito, então aceitam”, contou ao HM. “Desde que abrimos que nunca tivemos problemas”, disse Piotr. “Na verdade as pessoas gostam do bar porque criamos um espaço para relaxar, falamos com as pessoas para que se sintam em casa. Criámos um espaço diferente porque podemos, gostamos de conversar com as pessoas.” Todos podem divertir-se no Boom Bar, que até já tem clientes heterossexuais assíduos. “Quero fazer algo pela comunidade, porque quando percebemos pela primeira vez que somos gay, especialmente em Macau, não há forma de conhecer pessoas. Com a internet e aplicações é mais fácil hoje em dia, mas para mim conhecer alguém cara a cara num bar é diferente”, disse Jonathan. Piotr, que saiu da Polónia por causa da discriminação, garante que em Macau a homossexualidade não é falada, mas também não origina violência. “A boa coisa dos chineses é que são conservadores, mas não são agressivos. Na Polónia muitas vezes senti medo, porque as pessoas olham directamente para ti e sentes-te ameaçado. Os chineses não são violentos”, contou. “A sociedade está mais aberta, especialmente as gerações mais novas. Em relação aos mais velhos, tenho amigos que ainda têm medo que as pessoas descubram. Os mais jovens são mais abertos e há muitos deles que já contam às famílias. Os nascidos na década de 70 ainda estão presos e escondem aquilo que são, mas os mais novos são mais abertos em relação à sua sexualidade”, frisou Jonathan. A.S.S.

“Há mais pessoas conscientes dos direitos LGBT”

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NTHONY Lam é desde 2013 o principal rosto da Associação Arco-Íris, a primeira do território a colocar a homossexualidade na agenda política e social. Com apenas mil seguidores no Facebook, a associação continua a não ter membros formais. Anthony Lam garante que a comunidade continua a não querer expor-se demasiado, apesar de uma maior aberta de mentalidades. “Desde a criação da associação iniciámos uma discussão pública sobre o assunto e há mais pessoas conscientes dos direitos LGBT. Nos últimos anos temos vindo a trabalhar para atrair as atenções do público, mas vemos que os gays continuam a não

gostar deste tipo de actividades, preferem coisas mais discretas. Então daqui a um ano ou dois trabalharemos nesse sentido. O debate sobre as questões LGBT ainda não é muito popular, em Macau os hotéis e casinos ainda não proporcionam uma resposta aos casais gay, ao contrário de Las Vegas”, exemplificou. “Temos sido bem aceites pelo público em geral, se a situação dos LGBT em Macau se tornar mais aceitável, a associação também o vai ser. Na estrutura familiar chinesa nem o amor é debatido de forma livre, por isso a falta de discussão não é apenas um problema da comunidade LGBT. É uma questão cultural”, rematou Anthony Lam. A.S.S.

HOJE MACAU

CALVIN

que eu sou gay, mas não é assunto. Nunca ninguém me perguntou se era”, disse ainda o engenheiro. Luciana é bissexual e trabalha como secretária. Apesar de ter chegado de Portugal há pouco tempo, garante que “isto é muito pequeno e toda a gente se conhece, e ainda mais na comunidade portuguesa. Essa questão deixa-me insegura, numa comunidade tão pequena às vezes pode ser um pouco complicado”.

GONÇALO LOBO PINHEIRO

“Segundo as velhas e tradicionais crenças chinesas a homossexualidade é uma doença. As famílias chinesas em Macau vão querer sempre que o seu filho ou filha não seja gay”


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A proposta de lei vai definir ainda que, independentemente do orçamento central da RAEM ou do orçamento privativo dos organismos autónomos, o valor da dotação provisional (...) não pode exceder 3% do total das despesas orçamentadas, e (...) que não se admite o acréscimo do orçamento da despesa global sem a aprovação do hemiciclo

Orçamento NOVOS RELATÓRIOS E ESTIMATIVAS PARA LEI SEM DATA

Trocado por miúdos

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EPOIS de 45 dias de consulta pública, o Governo – através da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) - tornou público o conteúdo da futura proposta de Lei de Enquadramento Orçamental, que, apontam, ainda não tem data para ser entregue à Assembleia Legislativa (AL). O Governo defendeu que a proposta pretende focar-se em seis importantes pontos, sendo eles, a reformulação e o acréscimo de alguns princípios essenciais; definição do conceito de “verba destinada especificamente àquele fim”; reforçar o princípio de separação funcional da execução orçamental; normalizar a fixação do limite do valor da dotação provisional; despesas indicativas plurianuais e

adicionar os relatórios intercalares do orçamento. Em termos práticos, o novo documento irá propor – para além da apresentação da proposta de orçamento a cada mês de Novembro – a apresentação de um relatório intercalar da execução orçamental, até ao final de Julho de cada ano. Relativamente às empreitadas públicas, a nova lei irá exigir que na elaboração orçamental sejam acrescentadas as “despesas indicativas plurianuais”. “Além de se incluírem as despesas previstas para o ano a que dizem respeito, deve-se apresentar a estimativa global dos projectos e as respectivas despesas indicativas dos diversos exercícios”, explicou a subdirectora da DSF, Ho In Mui. A nível de relatórios será obrigatória a apresentação do relatório

de execução orçamental do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) a cada trimestre. A proposta de lei vai definir ainda que, independentemente do orçamento central da RAEM ou do orçamento privativo dos organismos autónomos, o valor da dotação provisional (exclusivamente destinada a situações imprevistas) não pode exceder 3% do total das despesas orçamentadas, e regulamenta explicitamente que não se admite o acréscimo do orçamento da despesa global sem a aprovação do hemiciclo.

CARA DE POUCOS AMIGOS

Citado pela Rádio Macau, Ho Iat Seng, presidente de AL, não se mostrou satisfeito, classificando de

LIONEL LEONG QUER REVER LEI SOBRE COMPRAS PÚBLICAS

O

Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, quer avançar já este ano com a revisão da lei referente à aquisição de bens e serviços por parte do Executivo. Segundo o jornal All About Macau, a proposta prevê o aumento do limite máximo do montante de compras de serviços e materiais sujeitos a concurso público, para que não existam facilidades junto dos organismos públicos. “Vários serviços públicos apresentaram essa ideia, e a Direcção dos Serviços de Finan-

ças (DSF) vai tratar desta questão com rigor, estando a elaborar a lei e a comunicar com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Mas o aumento do limite do montante ainda não gerou consenso”, apontou o Secretário. Uma coisa é certa: não deverá ocorrer uma redução. Lionel Leong disse não concordar com a diminuição dos requisitos para as aquisições dos organismos públicos, tendo defendendo

um equilíbrio entre o trabalho legislativo e as aquisições feitas na Função Pública. O último relatório do Comissariado de Auditoria (CA) apontou o dedo a vários organismos públicos por não cumprirem a legislação referente às compras públicas. A DSF explicou que a revisão da lei é para “avançar com o tempo” mas também “abrir uma porta para uma porta mais facilitada” para a aquisição por parte dos organismos públicos. F.F.

“irracional” a apreciação do orçamento do ano passado. “Este ano só podemos apreciar a execução orçamental do ano anterior. Isto deve ser revertido. Ou seja, este ano devemos apreciar a proposta de execução orçamental do próximo ano. Sabemos que o prazo é no dia 31 de Janeiro. Será que podemos pedir aos serviços competentes para nos entregar o relatório com antecedência, ou seja, apresentar em finais de Março, para elaboração do relatório de auditoria e para que nós tenhamos esta proposta de lei em mãos com antecedência”, apontou. Relativamente ao trabalho realizado pelo Comissariado de Auditoria, o presidente indicou que “muitos deputados também estão desiludidos. Quais são os trabalhos de fiscalização desenvolvidos pelos serviços competentes? Nós fazemos a fiscalização, claro. É da nossa competência. Mas acho que o Comissariado de Auditoria pode fazer ainda mais, porque também elabora um relatório de auditoria e pode apreciar o orçamento em primeiro lugar e, depois, elaborar um relatório de acompanhamento. O prazo de entrega das propostas é muito importante, e também o prazo de entrega de documentos entre os serviços competentes”. A consulta pública decorreu entre 7 de Julho a 20 de Agosto do ano passado, sendo recolhidos 300 textos de opinião e 110 opiniões proferidas verbalmente, totalizando 410. As opiniões envolveram várias áreas, como a supervisão do orçamento financeiro, as empreitadas de obras plurianuais, a elaboração orçamental, a execução orçamental, a verba destinada especificamente àquele fim, transparência, dotação provisional, base contabilística e sistema de contabilidade, conforme indicou o Governo. Filipa Araújo (com agência) filipa.araujo@hojemacau.com.mo

GCS

A nova proposta de Lei de Enquadramento Orçamental ainda não tem data para apresentação, mas já foi apresentado o conteúdo da mesma. Novos relatórios, estimativas de projectos e despesas são algumas das ideias avançadas pelo Governo, mas nem todos estão contentes

GCS

POLÍTICA


5 hoje macau segunda-feira 1.2.2016

FSS GOVERNO PRONTO PARA DECIDIR AUMENTO DE CONTRIBUIÇÃO

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ONG Kong Io, presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social (FSS), afirmou que o Governo vai tomar uma decisão, ainda este ano, sobre a proporção da contribuição, caso as duas partes (trabalhadores e empregadores) não cheguem a um consenso sobre o aumento. A actual contribuição para o FSS é de dois terços da parte dos empregado-

res - 45 patacas – enquanto os trabalhadores pagam o restante terço. Ao Jornal Ou Mun, Iong Kong Io disse que embora as duas partes concordem com o aumento da contribuição até 90 patacas, existe um conflito entre as duas partes - os trabalhadores esperam que a contribuição de dois terços dos empregadores se mantenha, ou seja 60 patacas, enquanto que a parte dos empregadores

J

“Começou a existir divisão de grupos na associação e a exclusão de dissidentes, incluindo a transformação de discussões internas em críticas públicas” AU KAM SAN EX-MEMBRO DA ANM

a acordo. Contudo, o presidente disse que caso as duas partes não atinjam consenso sobre a matéria,

o Governo vai decidir a proporção da contribuição, a fim de assegurar o interesse público. T. C.

ALEXIS TAM APOIA ESTUDANTES A BENEFICIAR DO MACAUPASS

A Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau já tinha pedido ao Governo que permitisse que os estudantes de Macau a estudar no estrangeiro pudessem também andar de autocarro com cartões de estudante – uma pataca por viagem. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura considerou a ideia razoável, afirmando que os alunos que aprendem lá por fora são também estudantes de Macau, e por isso podem beneficiar do Macaupass para estudantes. Alexis Tam afirmou ainda que se vai encontrar com Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, depois do Ano Novo Lunar, para discutir o assunto.

Novo Macau AU KAM SAN DEIXA ASSOCIAÇÃO E FALA DE “GRUPOS”

Divisão pró-democrata O histórico fundador da Associação Novo Macau escreveu uma carta onde anuncia a sua saída, falando da existência de grupos e divisões no seio do campo pró-democrata. Direcção diz querer manter o deputado. Ng Kuok Cheong anuncia que vai ficar HM a saída de Au Kam San, tendo afirmado apenas que vai continuar a fazer bem os trabalhos associativos. Já Sou Ka Hou, que antecedeu Scott Chiang no cargo, disse não concordar com as acusações e diz que Au Kam San criou “algo do nada”, sem as devidas provas. Jason Chao, vice-presidente da ANM e ex-presidente, confirmou que desde 2010 o modelo de funcionamento mudou em relação ao que foi seguido entre 1992 e 2008. “Não é possível existir uma associação que não faça uma apreciação dos pedidos, caso contrário a associação só põe carimbos. O modelo de funcionamento da ANM está diferente, mas as afirmações do Au Kam San levam o público a achar que tudo é verdade. Acho

HOJE MACAU

Á havia sinais de separação. O fundador da Associação Novo Macau (ANM), Au Kam San, decidiu deixar de vez a entidade com cariz político à qual pertencia há 24 anos, por considerar que ocorreram situação que afastaram a associação dos seus objectivos iniciais. Numa carta publicada pelo jornal All About Macau, o deputado Au Kam San criticou as mudanças internas ocorridas na ANM, falando da existência de controlo na adesão dos membros pelas novas direcções. O email de cisão da ANM foi enviado na sexta-feira. O deputado escreveu que “nesta sociedade relativamente conservadora, para criar um grupo que promove a democracia e supervisiona o Governo, existe alguma pressão”. Ainda assim, Au Kam San referiu que é aceitável aceitar todos os pedidos de adesão à ANM. Au Kam San disse que a principal razão para a sua saída tem a ver com a “mudança na vida democrata interna da associação”, incluindo as medidas adoptadas pelos novos presidentes. “Começou a existir divisão de grupos na associação e a exclusão de dissidentes, incluindo a transformação de discussões internas em críticas públicas”, disse o deputado, tendo acrescentado que a mais recente direcção da ANM controlou a adesão de membros “de forma

quer partilhar as novas 45 patacas, ou seja ficar a pagar 52,5 patacas. “O montante não é aumentado há 18 anos desde 1998, e ambas as partes concordam que a contribuição para o FSS aumente para 90 patacas. Mas ainda não atingiram um consenso sobre a proporção de contribuição”, indicou. Iong Kong Io acredita que os trabalhadores e os empregadores vão chegar

POLÍTICA

Au Kam San

intencional”, tendo rejeitado a adesão dos que “não são amigos”. Ao HM, o deputado explicou que a aprovação de algumas adesões foi feita mais facilmente do que outras, que chegaram a ser rejeitadas. Au Kam San diz não estar habituado “às novas regras da associação”. “Saí na

altura certa”, frisou, tendo explicado que saiu para não se envolver mais em “problemas internos da associação que são desnecessários”.

NG KUOK CHEONG FICA

Scott Chiang, actual presidente da ANM, não quis comentar com o

“Acho que é uma pena a saída de Au Kam San, incluindo as acusações que fez. Acho que as suas acusações vão fazer com que a sociedade compreenda mal o trabalho da associação” JASON CHAO VICE-PRESIDENTE DA ANM

que é uma pena a saída de Au Kam San, incluindo as acusações que fez. Acho que as suas acusações vão fazer com que a sociedade compreenda mal o trabalho da associação”, disse ao HM. Jason Chao confirmou ainda que vão tentar convencer Au Kam San a ficar. “A associação vai fazer uma reunião com os membros e vamos tentar manter o Au Kam San como membro”, disse. O HM contactou ainda o deputado Ng Kuok Cheong, igualmente um dos fundadores, que disse serem “verdadeiras” as situações que Au Kam San apontou, mas ainda assim confirmou que vai manter-se na associação, justificando que a ANM “ainda está a contribuir para a sociedade”. O órgão All About Macau publicou ainda outra carta assinada pelos dois deputados, onde estes falam da situação financeira da ANM e do escritório que ambos possuem. A contribuição do deputado Au Kam San chega ao fim, enquanto que Ng Kuok Cheong vai continuar a ceder parte do seu salário como deputado. “Vamos discutir uma solução na reunião mas a ANM tem enfrentado muitos problemas e este problema não vai fazer o tecto desabar”, concluiu Jason Chao. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo


6 SOCIEDADE

hoje macau segunda-feira 1.2.2016

Agressões FUNÇÃO PÚBLICA QUER SUBSÍDIO DE RISCO PARA FUNCIONÁRIOS

FUNDO DESENVOLVIMENTO EDUCATIVO COM 915 MILHÕES

Motivação, procura-se

Depois de alguns casos de funcionários públicos agredidos, a classe vem reclamar medidas de segurança ao Governo. Através da ATFPM, os trabalhadores públicos apelam a uma acção mais transparente e a um subsídio de risco TIAGO ALCÂNTARA

Pereira Coutinho considera “justo” que todos os “trabalhadores da função pública da linha da frente, e dos que desempenham funções mais sensíveis, nomeadamente os fiscais e inspectores de trabalho, os agentes sanitários que desempenham funções de captura de fumadores ilegais” recebem um subsídio de risco.

PROBLEMA ESCONDIDO

“O

S funcionários [da função pública] estão desmotivados e preocupados”. Quem o diz é José Pereira Coutinho, presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), ao HM, indicando que tem recebido muitas queixas dos seus associados relativamente à “insegurança que se vive” actualmente, nos cargos do sector público. Depois de uma reunião, na passada quinta-feira, a ATFPM explica que os sócios funcionários públicos, “da linha da frente”, reclamam “que não conseguem continuar a viver devido ao aumento dos bens” e por isso apelam à atribuição de um subsídio especial. Questionado sobre o possível valor desse subsídio, o presidente atirou a decisão para o Governo, considerando que este apoio devia respeitar a tabela de atribuição de subsídios em vigor

no território. “É um subsídio de risco, porque eles [funcionários públicos] correm muitos riscos”, argumentou. Em causa está, aponta, a segurança desses mesmos trabalhadores. “Isto vem na sequência do aumento de número de casos em que os agentes da linha da frente, incluindo pessoal administrativo que trabalha na linha da frente, tem sido objecto de agressões físicas. Neste sentido, tendo em consideração que há uma genera-

lizada desmotivação pelo facto de que hoje em dia os trabalhadores não têm os benefícios que levem a que desempenhem as suas funções com maior empenho”, apontou Pereira Coutinho. A ausência das moradias do Estado e as pensões de aposentação lideram a lista de preocupações dos funcionários públicos. “Isto faz com que eles se sintam desmotivados”, reforça, indicando que “a situação está a agravar-se”.

“Isto vem na sequência do aumento de número de casos em que os agentes da linha da frente, incluindo pessoal administrativo que trabalha na linha da frente, tem sido objecto de agressões físicas” JOSÉ PEREIRA COUTINHO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES DA FUNÇÃO PÚBLICA

Esta medida iria servir para “compensar as agressões físicas” a que muitos estão expostos. Relembrando os últimos casos de agressões a dois inspectores num caso de captura de fumo ilegal, o presidente argumenta que “não basta curar”, é preciso “apoiar”. Questionado sobre as queixas que chegam à ATFPM, Pereira Coutinho avança que “existem muitos casos [de agressão] que a sociedade não conhece” porque, diz, são escondidos. “Há vários casos não reportados (...) nomeadamente a trabalhadores da Direcção de Serviços de Tráfico”, frisou. “Sei de casos de alguns atropelados, outros agredidos e que foram parar ao hospital”, acrescentou. Uma camuflagem do lado negro é o que o também deputado não quer que aconteça. “Os serviços impedem que estes casos sejam conhecidos”, rematou.

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) vai injectar este ano 915 milhões de patacas para o Fundo de Desenvolvimento Educativo, as quais vão servir para financiar escolas públicas e privadas. Os números foram avançados por Lou Pak Sang, sub-director da DSEJ, à margem de um evento público. O ano passado o orçamento do FDE foi de 818 milhões de patacas, tendo sido atribuídas 480 milhões em subsídios e 338 milhões de patacas foram gastas na reconstrução de escolas.

PREÇO MÉDIO DE HABITAÇÃO DESCE 18,5%

O preço médio do metro quadrado de Macau atingiu 78.541 patacas em Dezembro, menos 18,5 por cento face ao período homólogo de 2014. Segundo as estatísticas disponibilizadas no portal dos Serviços de Finanças respeitantes às transacções de imóveis destinados a habitação que foram declaradas para liquidação do imposto de selo, o preço médio do metro quadrado caiu de 96.411 patacas em Dezembro de 2014 para 78.541 patacas em Dezembro de 2015. No último mês de 2015 foram transaccionadas 501 fracções, contra as 418 de Dezembro de 2014. A ilha de Coloane apresentou o preço médio mais elevado (94.903 patacas), seguida da Taipa (81.928 patacas) e da península de Macau (75.152 patacas).

CASA E CARRO

Durante a Assembleia Geral da ATFPM, os sócios alertaram ainda a direcção para outras questões que devem ser apresentadas nas próximas Linhas de Acção Governativa (LAG), em Março próximo. Os sócios apresentaram reclamações relativa à “dificuldade de arrendar e comprar casas”, da “confusão do trânsito principalmente nas ruas em que estão a ser executadas obras para o metro ligeiro”, o “aumento do valor da pensão dos idosos”. Foi ainda apresentada uma crítica, pelos sócios aposentados que recebem pensões da Caixa Geral de Aposentações, pela “suspensão do subsídio de residência”, algo que está a provocar mazelas nos orçamentos familiares. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

MULTAS QUASE 27 MIL ESTACIONARAM NAS PARAGENS DE AUTOCARRO

Quase 27 mil pessoas foram multadas por estacionar de forma ilegal nas paragens dos autocarros. Os dados oficiais foram divulgados pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), sendo que os organismos prometem “reforçar o combate às infracções”, para além da execução da lei “de forma rigorosa”. Para a PSP e DSAT, estes números mostram que “ainda existe espaço para intensificar a consciência da proibição de estacionamento nas paragens de autocarros por parte dos condutores”. Actualmente o valor da multa para este tipo de casos é de 300 patacas.


7 hoje macau segunda-feira 1.2.2016

A

liberdade de imprensa em Hong Kong, Macau e interior da China deteriorou-se em 2015, concluiu um novo relatório da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). “A Liberdade de imprensa na China, Hong Kong e Macau deteriorou-se ainda mais em 2015, com o Partido Comunista Chinês (PCC) a usar de todos os meios à sua disposição para controlar a imprensa”, refere o relatório da FIJ. Sobre Macau, o relatório refere um caso ocorrido a 15 de Março, em que um jornalista foi afastado por seguranças durante uma cerimónia de inauguração de uma exposição no casino MGM, quando tentava entrevistar responsáveis do Governo. Outro incidente, reportado pelo All About Macau, remonta a 23 de Abril, quando profissionais da televisão MSTV foram bloqueados por pessoas não identificadas ao tentarem fazer a cobertura de um incêndio num dormitório da Universidade de Macau. A apreensão, a 21 de Maio, pelas autoridades do interior da China, de cerca de mil cópias de um livro lançado pelo activista Sulu Sou, antigo presidente da Associação Novo Macau, é também referida no relatório.

FIJ LIBERDADE DE IMPRENSA ESTÁ MAIS DETERIORADA

Meias verdades

Um novo relatório da Federação Internacional de Jornalistas diz que a liberdade de imprensa em Macau piorou em 2015, mas a Associação da Imprensa em Português e inglês rejeita as afirmações e lamenta não ter sido ouvida

CREDIBILIDADE EM CAUSA

Contactado pela Rádio Macau, o presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês, João Francisco Pinto, rejeitou as conclusões do relatório. “Temos de lamentar que, uma vez mais, a FIJ produza um relatório sobre liberdade de imprensa em Macau sem ouvir todas as associações representativas do sector e dos jornalistas que trabalham em Macau. Já o ano passado esta crítica foi feita da nossa parte. A FIJ produz um relatório sem ouvir todas as pessoas envolvidas. Portanto, penso que isto coloca em causa a qualidade do relatório e a credibilidade do que é apresentado neste estudo”, apontou. O também director de informação da Teledifusão de Macau referiu que “não se devem confundir opções editoriais e orientações editoriais de órgãos de comunicação social com diminuição da liberdade de expressão ou da liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa é um valor que tem sido integralmente respeitado quer pelo poder político, quer pelo poder económico em Macau”, reiterou.

Entre outras situações referentes a 2015, o relatório refere o caso do incêndio na casa do magnata da comunicação social de Hong Kong Jimmy Lai, e na sede da sua empresa Next Media, que publica o jornal Apple Daily. Outro caso diz respeito ao jogo de qualificação para o Mundial 2018 disputado entre a China e Hong Kong, em que, segundo o Apple Daily, jornalistas foram detidos pela polícia durante três horas e acusados de “jornalismo ilegal”. “A polícia também pediu para eles escreverem uma carta de arrependimento. Outros jornalistas queixaram-se que tinham sido identificados e levados pela polícia assim que chegaram ao estádio da cidade chinesa de Shenzhen”, acrescenta o documento. O relatório do ano passado alertava para “as jogadas de bastidores”, numa altura em que as tensões permaneciam elevadas em Hong Kong, após mais de dois meses de ocupação das ruas no final de 2014, em protesto em prol do sufrágio universal. Ken Tsang, um activista pró-democracia que foi alegadamente espancando pela polícia durante estes protestos, numa agressão captada pelas câmaras de televisão, disse na quinta-feira, após uma audição em tribunal, que a situação relativamente às ameaças às liberdades em Hong Kong era “terrível”. O relatório da FIJ, apresentado no Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong, indica que as perspectivas para 2016 para o interior da China são “piores”. As autoridades chinesas detiveram e pressionaram jornalistas, recorreram a confissões forçadas difundidas na televisão e a outros métodos, limitando e influenciando o jornalismo, refere o relatório. LUSA/HM

LOTE DO PEARL HORIZON CADUCADO

AQUI AO LADO

Em relação a Hong Kong, o documento também prevê maiores pressões na cidade, que irá ter eleições legislativas este ano e escolher o próximo chefe do Executivo em 2017. “Atendendo a que Hong Kong vai a eleições no próximo ano, o partido está também a usar a sua considerável riqueza para consolidar a sua influência na região”, acrescenta.

SOCIEDADE

“A FIJ produz um relatório sem ouvir todas as pessoas envolvidas. Portanto, penso que isto coloca em causa a qualidade do relatório e a credibilidade do que é apresentado neste estudo” JOÃO FRANCISCO PINTO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE IMPRENSA EM PORTUGUÊS E INGLÊS DE MACAU

A concessão do Lote P do Pearl Horizon terminou o seu prazo de aproveitamento e foi declarada a sua caducidade, segundo publicação em Boletim Oficial, assinada pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. O prazo de arrendamento do lote em causa, destinado à “construção de um edifício, em regime de propriedade horizontal, constituído por um pódio com cinco pisos, sobre o qual assentam 18 torres com 47 pisos cada uma, as quais compreendem um piso de refúgio, afectado às finalidades de habitação, comércio, estacionamento e área livre”, expirou a 25 de Dezembro de 2015. Sendo uma concessão provisória não poderá ser renovada, segundo a Lei de terras. Têm sido vários os protestos relativamente ao caso Pearl Horizon tendo levado centenas de pessoas – proprietários das fracções - à rua em protesto e à entrega de cartas na Sede do Governo, apelando a uma resolução do problema.


8 SOCIEDADE

hoje macau segunda-feira 1.2.2016

A

economia de Macau vai continuar a “ajustar-se” em 2016, mas menos face ao ano passado, devido sobretudo a perspectivas menos sombrias relativamente ao desempenho do sector do Jogo, prevê a Autoridade Monetária de Macau (AMCM). “A economia de Macau vai continuar em ajustamento, mas o ajustamento vai ser obviamente menor do que em 2015. A previsão de um ajustamento muito mais pequeno do Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, baseia-se principalmente nas expectativas menos sombrias para o sector do Jogo”, refere o Boletim de Estudos Monetários da AMCM, divulgado na quinta-feira. Porém, a procura interna “vai enfraquecer” em 2016 em face de uma postura mais “cautelosa” nos gastos devido aos contínuos ajustamentos no ambiente macroeconómico, nos preços dos bens, e à esperada diminuição de projectos de grandes resorts-integrados”. Além disso, a incerteza em torno de factores externos, como o ritmo de normalização da política monetária dos Estados Unidos, o ritmo da valorização da pataca contra outras divisas (que não o dólar norte-americano, ao qual a moeda de Macau se encontra indirectamente indexada por via do dólar de Hong Kong), e o desempenho económico dos parceiros comerciais de Macau vão “desempenhar um papel relevante” no sentido de influenciar as perspectivas de crescimento da economia de Macau. A AMCM não avança, no entanto, previsões em termos do PIB, que nos primeiros três trimestres de 2015 se contraiu 25% em termos reais, devido à diminuição das receitas do jogo, principal motor da economia de Macau, que estão em queda desde Junho de 2014.

PELA POSITIVA

O regulador prevê também uma inflação menor este ano, depois de, em 2015, Macau ter registado a mais baixa taxa desde 2010 (4,65%), atribuindo a expectativa de um abrandamento a factores internos e externos favoráveis, elencando “a queda dos preços do imobiliário e das rendas, a valorização da pataca e uma procura agregada mais fraca”. O mercado de trabalho também deverá continuar “robus-

A

Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) considera que é necessário rever a Lei das Relações Laborais, sublinhando que quem trabalha nos dias feriados deveria ter direito a um dia de descanso e uma compensação extra no salário. As sugestões surgem num relatório divulgado pela FAOM sobre a

AMCM AJUSTE DE ECONOMIA MENOR DO QUE 2015, APONTA BOLETIM

Um pouco de luz to” em 2016, de acordo com a AMCM, em face da expectativa de um aumento limitado na taxa de desemprego (foi de 1,8% em 2015) e da ocorrência de mudanças no universo laboral passíveis de gerir.

“A economia de Macau vai continuar em ajustamento, mas o ajustamento vai ser obviamente menor do que em 2015. A previsão de um ajustamento muito mais pequeno do Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, baseia-se principalmente nas expectativas menos sombrias para o sector do Jogo” BOLETIM DE ESTUDOS MONETÁRIOS DA AMCM Em paralelo, em 2016 manter-se-ão os saldos positivos da Administração e a posição financeira de Macau continuar-se-á a reforçar, com o aumento da Reserva fruto da transferência do excedente orçamental, com o órgão regulador a destacar a perspectiva estável da RAEM, sustentada pelo ‘rating’ atribuído pelas agências de notação financeira Fitch e Moody’s (duplo A). A estabilidade monetária e financeira de Macau “tem estado sob uma base firme” desde a publicação do anterior relatório,

em Julho de 2015, não obstante o peso de “alguns factores de risco”, em particular, “ajustamentos na sua economia real e no mercado imobiliário, expectativa de aumento das taxas de juro

Descansar é preciso

Relatório FAOM pede mais compensações em feriados

revisão da lei. Segundo o jornal Ou Mun, Chiang Chonk Sek, dirigente da FAOM, referiu que “os trabalhadores devem aproveitar o direito ao descanso e ter acesso a um extra no salário quando são

obrigados a trabalhar nos feriados, pelo que a FAOM sugere que seja concedido um dia depois de 30 dias de trabalho a uma compensação salarial”, apontou. Para Chiang Chonk Sek a sugestão da FAOM visa

e apreciação da pataca contra outras divisas que não o dólar norte-americano”, lê-se no documento divulgado pela AMCM. Macau “tem mantido as suas forças estruturais num ambiente

desafiante”, refere o órgão regulador, notando que “a economia aberta de Macau é resistente a choques externos pese embora a sua elevada sensibilidade” aos mesmos, conclui a AMCM. HM/Lusa

acabar com uma lacuna na actual lei, garantindo que os direitos dos trabalhadores não vão sair prejudicados. O relatório revelou ainda que 70% dos entrevistados considera que o Governo deve melhorar o sistema de trabalho dos imigrantes de forma científica, reforçar a fiscalização e lançar mais dados e medidas para que a importação de trabalhadores

seja feita de forma mais clara e transparente. Chiang Chong Sek pediu ainda que o Governo melhore o mecanismo de punição para os patrões que não pagam os salários à hora. “O Governo pode aumentar as multas para os que têm salários em atraso ou então criminalizar essas acções”, rematou. Tomás Chio

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9 hoje macau segunda-feira 1.2.2016

Dore CONTAS JÁ ANALISADAS. INVESTIDORES NÃO FORAM CONTACTADOS

Investigação a conta gotas

A

e m p r e s a junket Dore confirmou ao jornal Ou Mun que uma parte das contas envolvidas no caso do extravio de 300 milhões de dólares de Hong Kong já foi analisada, tendo garantido que os investidores e titulares das contas em causa vão ser contactados. Contudo, Ip Kim Fong, porta-voz dos lesados do caso Dore, garantiu ao HM que ainda não foram feitos quaisquer contactos. “Apenas uma parte da empresa decidiu e considerou que uma parte das contas está clarificada, mas nenhum de nós tem conhecimento disso, e não se chegou a nenhum consenso sobre quem pode ou não ser indemnizado”, disse Ip Kim Fong. O porta-voz dos lesados referiu ainda que vai ocorrer

G

UILHERME Ung Vai Meng, presidente do Instituto Cultural (IC), defende que o orçamento de 50 milhões de patacas para a construção de duas salas de ensaios para a Orquestra de Macau e para a Orquestra Chinesa de Macau é um valor razoável, afirmando que as instalações vão ser usadas nos futuros 15 anos. Anotícia foi dada depois do presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, ter apontado na sexta-feira passada que o orçamento para as obras das duas salas de ensaio atingiam as 50 milhões de patacas que mas ainda não tinham sido utilizadas, e continuava à espera de uma resposta do IC. Guilherme Ung Vai Meng explicou ao canal

SOCIEDADE um encontro amanhã com Paulo Chan, director da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). A informação foi avançada pela Dore através da publicação de uma declaração no jornal de língua chinesa, apontando que a outra parte das contas vai ser investigada e resolvida nos tribunais. “Em relação à parte das contas que já foi apurada a empresa vai contactar directamente as pessoas envolvidas, para que haja uma resolução com ordem e sem qualquer tipo de interferência”, pode ler-se. A Dore promete ainda resolver o caso o mais depressa possível com uma postura “responsável”, prometendo ajudar as autoridades durante o processo de investigação. O caso Dore diz respeito ao extravio de 300 milhões de dólares de Hong Kong que foram depositados por investidores numa sala VIP do casino Wynn. O dinheiro terá sido desviado por um contabilista, que se encontra em parte incerta. Flora Fong

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Investir para o futuro

Orquestras Ung Vai Meng defende construção de salas de ensaio

chinês da TDM que há sempre falta de espaços de ensaio para as Orquestras de Macau, e que é preciso investir nas instalações, mas assegurou que o

dinheiro público vai ser usado com cautela. “As despesas são razoáveis, e o orçamento foi estipulado por profissionais”, garantiu, frisando

que o IC vai fiscalizar os dois projectos com rigor. Ung Vai Meng avançou que as duas salas vão ser criadas em imóveis do Governo, e que portanto, as 50 milhões de patacas serão investidas em instalações governamentais. O presidente frisou que as salas podem satisfazer a utilização das duas Orquestras nos futuros 15 anos.

PARCERIAS

Uma das salas de ensaio situa-se na Universidade de Macau (UM), explicou, dizendo que o IC vai administrar a sala em conjunto com a UM,

ou seja, a instituição de ensino superior oferece o espaço e o IC paga as despesas de construção e os equipamentos musicais. O organismo prevê que a sala estará pronta ainda este ano. A outra sala localiza-se na Avenida de Amizade e pertence aos Correios de Macau. O espaço destinado à Orquestra Chinesa de Macau será também aberto ao público. Este projecto está a ser preparado para que de futuro se possam aí realizar alguns concertos. Tomás Chio

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FRIO HIPOTERMIA MATOU SEIS PESSOAS NUMA SEMANA

Mais duas pessoas morreram em Macau devido a hipotermia, elevando para seis as vítimas mortais registadas desde segunda-feira, na sequência da vaga de frio que atingiu o território na última semana. Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde, as duas mais recentes vítimas de hipotermia são uma mulher de 79 anos e um homem de 65 anos. Ambos deram entrada no hospital público “em ligeiro estado de hipotermia”, mas devido a antecedentes, incluindo hipertensão e diabetes, acabaram por falecer. Já na quinta-feira, as autoridades tinham informado da morte de uma mulher de 105 anos vítima de hipotermia. As restantes três vítimas também eram idosos. As temperaturas em Macau desceram na última semana para mínimos históricos (1,6ºC), tendo alcançado no fim de semana passado os valores mais baixos em 67 anos. Os termómetros voltaram entretanto a subir, apresentando-se agora temperaturas mais elevadas, até aos 16°C.


10 DESPORTO

LIGA DE ELITE SPORTING, 8 - C.PORTUGAL, 0

LEOES DEITAM A CA ˜

E

JOÃO PEGADO – TREINADOR DO SPORTING

“TEMOS DE TRABALHAR A FINALIZAÇÃO”

“J

á sabíamos quer éramos favoritos e que temos uma equipa superior pois somos profissionais e eles não. Mas o objectivo era ganhar e não sofrer golos e conseguimos ambos. E depois aproveitámos para treinar algumas rotinas de jogo”. Em relação aos falhanços, João Pegado concorda e diz que, “De facto falhámos muito e temos de rectificar para os próximos jogos pois contra as equipas grandes não podemos falhar tantos golos. Vamos ter de trabalhar a finalização para não comprometer os nossos objectivos. Relativamente a perspectivas para o resto do campeonato, Pegado mantém uma postura prudente: “ Para já entrámos bem com três jogos e três vitórias mas eram equipas fáceis. O próximo jogo (n.d.r. Monte Carlo), esse sim, já é contra uma equipa do nosso campeonato e espero que estejamos à altura. Também temos jogadores a regressarem de lesão e que hoje fizeram alguns minutos, o que é bom para nós.

PELÉ – TREINADOR DA CASA DE PORTUGAL

“É DIFÍCIL FAZER UM 11 SÓ COM MÉDIOS E DEFESAS”

E

ra um Pelé resignado mas ainda assim frustrado que encontrámos no final do jogo: “Já sabíamos que não dava mas também não contava que déssemos tantas facilidades como demos. Sofremos 5 golos de bola parada e eu já os tinha avisado porque o Sporting tem muitos bons jogadores em bolas altas. Também tínhamos de evitar faltas perigosas e cantos, mas não foi assim. Mas pronto, os meus jogadores também não são profissionais e depois a cabeça vai abaixo.” Em relação à postura ultra-defensiva apesar do resultado desde muito cedo desfavorável, Pelé explica assim: “O problema é que temos muitos defesas; uns não estão cá e outros só chegam a partir do Ano Novo Chinês e é difícil fazer um 11 só com médios e defesas. Temos 18 jogadores mas a maioria é pessoal defensivo. Em relação ao futuro, Pelé aguarda que “com a chegada dos outros daqui a um mês a equipa melhore um pouco mas as outras equipas também estão a reforçar-se e têm verbas que nós não temos porque, se tivéssemos, ia buscar dois ou três jogadores para dar uma força à malta. Mas pronto são amadores, têm empregos e só treinam à noite, temos de compreender.”

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA COMPLETE CHAMBER MUSIC FOR VIOLIN • António Fragoso, Carlos Damas A morte de António Fragoso (1897 - 1918) com a idade de 21 anos, roubou um jovem de potencial extraordinário à arte da música nacional. As obras aqui apresentadas revelam um jovem compositor completamente ciente das grandes figuras musicais da época, a influência de Debussy e Fauré, por exemplo, pode ser detectada na Suite Romantique para violino e piano de 1916. Carlos Damas foi professor no Conservatório de Música de Macau, integrou a Orquestra de Macau e participou no Festival de Música de Macau, no Festival de Artes de Macau e no Quinto Festival de Artes da República Popular da China.

SPERAVA-SE que o Sporting dominasse este jogo já que a Casa de Portugal, além de ser uma equipa totalmente amadora, vinha desfalcada de uma série de titulares o que obrigou o treinador da equipa a montar uma equipa praticamente só com defesas pois pouco mais havia no plantel. Conscientes que era um jogo para atacar, o Sporting surgiu num 4-2-4 contra o “todos-lá-atrás-menos-um” da Casa de Portugal (CDP) e logo aos 30 segundos de jogo já surgia o primeiro remate à baliza de Tai Chou Tek. O jogo seguia com o Sporting a insistir e a CDP a resistir e aos 9 minutos, depois de um remate de Pio Júnior que obrigou o guarda redes da CDP a ceder canto, o mesmo Pio atirava a contar - canto da direita apontado por Walter uma primeira cabeça na área de um jogador do Sporting, bola a sobrar para Pio Júnior de cabeça a fazer o primeiro para os verdes. Um minuto depois Walter obrigava Tai Chou Tek a uma defesa apertada para canto e, na sequência, Pio ao primeiro poste, cabeceava por cima da barra marcando o tom para uma série de falhanços da equipa listada que se viriam a repetir partida fora. Aos 13 minutos, uma entrada na área pelo lado esquerdo de Wilson Lay, um dos mais irrequietos em campo, e um desarme na área da CDP que deixou dúvidas pois pareceu uma grande penalidade. O canto que se seguiu não fez história. Um minuto depois, centro com conta

FOTOS TIAGO ALCÂNTARA

O Sporting de Macau venceu sem dificuldades a casa de Portugal, numa jornada de m pelo mesmo trio da semana passada. Num jogo de sentido único em que a Casa de Po facilmente o assunto com um resultado volumoso que apenas pecou por escasso dada

peso e medida do lado direito por Lei Seng Wen e bola colocada no miolo da área mas Vitor Emanuel, em posição central para a baliza e com espaço, conseguiu falhar o que parecia o segundo cabeceando por cima. E o jogo continuava com o Sporting a teimar, a falhar ou a ser repelido pela floresta vermelha da CDP que não conseguia, sequer, cruzar a linha de meio campo. Aos 20 minutos, Walter por pouco que não conseguia um canto directo colocando Tai Chou Tek em apuros mas conseguindo dar uma tapinha na bola por cima da barra. O canto que se seguiu foi fatal para as suas cores: Walter marca da direita e Pio, bem posicionado junto ao segundo poste, não falhou e atirou

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11 hoje macau segunda-feira 1.2.2016

ASA A BAIXO

TÉNIS DJOKOVIC VENCE OPEN DA AUSTRÁLIA

muitas goleadas. A liderança da Liga continua repartida ortugal não fez um único remate à baliza, o Sporting despachou a taxa de desperdício da equipa leonina. zamento praticamente oferecendo o oitavo ao Sporting que Walter agradeceu. Depois deste autêntico passeio, o Sporting enfrenta no próximo dia 3 a equipa do Monte Carlo num jogo que, esse sim, será um verdadeiro teste aos comandados de João Pegado. Manuel Nunes

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a contar. Aos 25 minutos numa jogada insistência, Pio entrou na área pelo lado direito centrou ao segundo poste para Wilson Lay, apesar da sua baixa estatura, cabecear ao ângulo da baliza da CDP. Estava feito o terceiro. Ainda antes do intervalo o Sporting conseguiu mais um golo com uma entrada de Wilson pelo lado esquerdo que rematou cruzado e rasteiro, o guarda-redes da CDP falhou incrivelmente a intersecção e André Moreira apenas teve de encostar ao segundo poste. A CDP ainda tentou umas tímidas reacções mas sempre que o fez utilizava apenas dois jogadores que eram sempre presa fácil da defesa do Sporting.

VIRA O DISCO E TOCA O MESMO

Para a segunda parte a CDP tentou adiantar mais alguns jogadores e mudar um pouco as coisas com duas substituições logo aos 52 minutos, entrando José Carneiro e António Pinheiro para os lugares de Scott Tennant e Pedro Lemos mas era o Sporting que continuava a controlar as operações e, aos 56 minutos, Pio recebe um passe para a entrada da área acabando por rematar às malhas lateiras da baliza da CDP que pouco depois esgotava as substituições com a troca de Lee Jung Bum por Mak Gene Yu. Do outro lado, o Sporting tirava Lei Ka Man e fazia

entrar Francisco César. Ao minuto 67 uma falta feia sobre Pio Júnior à entrada da área do lado esquerdo. O livre, superiormente marcado por Walter, leva a bola lá para lado direito à entrada da pequena área onde surgiu Vítor Emanuel a marcar o golo da tarde num remate cruzado à meia volta sem hipóteses para Tai Chou Tek. Pouco depois, o Sporting esgotava as substituições com as entradas de Taylor e Lee Keng Pan para os lugares de Manuel Moreira e Jorge Tavares e, aos 76 minutos fazia a meia dúzia de penálti. Um

bom passe do turbulento Wilson para a entrada de Walter que viria a ser travado em falta. O mesmo Walter encarregar-se-ia do castigo: guarda redes para um lado, bola para o outro e estava feito o sexto. Já com o jogo quase a terminar, corria o minuto 82 e o recém entrado Taylor Gomes tirou um defesa da frente e rematou forte e colocado para o sétimo do Sporting. Três minutos depois Walter fechava a contagem depois de uma grande confusão na área da CDP e um falhanço incrível do guarda-redes que não conseguiu interceptar o cru-

PIO JÚNIOR – SPORTING

“OBJECTIVOS CUMPRIDOS”

“Foi um bom jogo e cumprimos o objectivo que era vencer os jogos antes do Monte Carlo. Teoricamente eram jogos fácies mas não podíamos facilitar e foi o que fizemos. Relativamente às oportunidades perdidas neste jogo, Pio considera que “temos de melhorar na finalização porque nos próximos jogos não vamos ter tantas facilidades. Quarta feira temos um jogo difícil, talvez o mesmo o nosso primeiro teste, mas acho que temos tempo para o preparar bem e apresentarmo-nos em condições.”

DESPORTO

RESULTADOS C.P.K – Chuac Lun

6-0

Lei Chi – Ka I

0-2

Sporting – Casa de Portugal 8-0 Kei Lun - Benfica

0-7

Monte Carlo- Policia

5-0

CLASSIFICAÇÃO PONTOS Sporting 9 C.P.K. 9 Benfica 9 Ka I 7 Monte Carlo

3

Lei Chi 3 Chuan Lun 2 Casa de Portugal

1

Policia 0 Kei Lun 0

Novak Djokovic conquistou este domingo o Open da Austrália, revalidando o título no primeiro Grand Slam da temporada. Na final, o sérvio venceu o escocês Andy Murray em três ‘sets’ de 6-1, 7-5 e 7-6(3). Foi o sexto título para Djokovic em Melbourne, igualando o recorde de Roy Emerson. O sérvio também iguala Rod Laver e Bjorn Borg com 11.º títulos em torneios do Grand Slam e continua a perseguir as marcas de Rafael Nadal e Pete Sampras, ambos com 14, e Roger Federer, com 17. «Cada Grand Slam é único e temos um objectivo que é chegar à final e vencer. Sinto-me honrado por igualar algumas lendas deste desporto e por igualar o recorde de títulos neste torneio. Quero agradecer também aos adeptos, que batem recordes todos os anos para nos apoiar. Obrigado e vemo-nos no próximo ano», disse Djokovic no final do torneio, onde também deixou elogios ao rival Andy Murray.

SPORTING VENCE ACADÉMICA POR 3-2 E SEGURA LIDERANÇA O Sporting segurou sábado a liderança da I Liga ao receber e bater por 3-2 a Académica, que marcou primeiro e acabou reduzida a 10 unidades, em encontro da 20.ª jornada. Um golo do colombiano Montero, aos 84 minutos, já depois da expulsão de Aderlan, aos 80, selou o triunfo dos ‘leões’, que viraram de 0-1 para 2-1 com tentos de Adrien Silva, aos 30, e do costariquenho Bryan Ruiz, aos 43. O Sporting passou a contar 51 pontos, contra 46 do Benfica (antes do jogo do Moreirense) e do FC Porto (3-1 no Estoril), enquanto a Académica, pela qual marcaram Rafa Soares (oito minutos) e o brasileiro Ewerthon (58, na própria baliza), manteve-se com 16, no 16.º posto.

RUI VITÓRIA «QUALQUER EQUIPA GOSTARIA DE TER CARRILLO»

Sem querer alongar-se em comentários sobre o possível ingresso de André Carrillo no Benfica, na próxima época, Rui Vitória não deixou de destacar as qualidades do internacional peruano. «Não é algo oficial, nenhum responsável do Benfica disse o que quer que seja sobre isso. Tenho vinte e poucos jogadores para abordar, esse caso não vou abordar porque não é jogador do Benfica neste momento. Se tem qualidade? Como vários jogadores que há em Portugal. Já falei do Diogo Jota [n.d.r. médio do Paços de Ferreira], como há outros jovens em Portugal», salientou o treinador dos encarnados, na conferência de Imprensa de lançamento do jogo com o Moreirense. «André Carrillo é um bom jogador, que qualquer equipa gostaria de ter. Mais do que isso não comento», concluiu.


12 DESPORTO

hoje macau segunda-feira 1.2.2016

FUTEBOL CAPITÃO DA SELECÇÃO DOS CAMARÕES ASSINA POR CLUBE CHINÊS

O

capitão da selecção de futebol dos Camarões, o defesa Stephane Mbia, tornou-se sábado a mais recente transferência sonante para um clube chinês, ao assinar pelo Hebei China Fortune, recém-promovido à primeira divisão. “Aguardamos com expectativa que o poderoso defesa Mbia exiba toda a sua força”, lê-se num comunicado publicado no ‘site’ oficial do Hebei. Mbia chega à China oriundo do clube turco Trabzonspor e após passagens pelo Sevilha,

Queen Park Rangers (Inglaterra) e Marselha. No Hebei, alinha ainda o avançado da Costa do Marfim Gervinho. “Estou orgulhoso de me juntar ao Hebei China Fortune”, escreveu Mbia na sua conta oficial no Twitter. “Pronto para esta aventura. Vamos a isso”, acrescentou. O valor do negócio não foi detalhado, mas o portal Transfermarkt aponta para quatro milhões de euros. Segundo um relatório da FIFA publicado há dias, em 2015, a Superliga chinesa foi o sexto maior mercado de transferências,

superado apenas pelos principais campeonatos europeus. No conjunto, os clubes chineses gastaram quase 155 milhões de euros em contratações, um aumento de 68%, face a 2014. Esta semana, o Jiangsu Suning oficializou a contratação do médio internacional brasileiro Ramires, ex Benfica, ao Chelsea, e o Shanghai Greenland fechou a compra do ex-jogador do FC Porto Fredy Guarin, ao Inter de Milão.

PROENÇA EM MACAU COM MUITA PARRA MAS POUCA UVA

Colheitas de Inverno

D

EPOIS do seu périplo pela China de sete dias à China, que incluiu a negociação para o eventual patrocínio da II Liga pela empresa chinesa Ledman que fará com que a competição se passe a designar por Ledman LigPro, o Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) passou por Macau onde falou com a imprensa na residência consular. Uma conferência de evasivas e perfumada de desejos onde as principais revelações terão sido que os clubes não vão ser obrigados a incluir os jogadores chineses como inicialmente foi adiantado pela imprensa portuguesa e o seu desejo em trazer a final da Taça da Liga para Macau. Relativamente à ida de jogadores técnicos chineses para

Portugal, Pedro Proença disse que “qualquer posicionamento que se possa ter relativamente a estes novos actores é um posicionamento formativo. São os clubes que têm a última palavra relativamente a este sistema”. Quanto a verbas Pedro Proença disse que o acordo “não representa uma receita directa para os clubes mas sim “a possibilidade de criar condições para que a II Liga possa ter uma sustentabilidade e ter sustentabilidade significa pagar todo um custo de estrutura, que tem de ser pago pela Liga. Aquilo que se pretende é ter uma II Liga que seja atractiva, e ela já é competitiva, e que os clubes possam desenvolver a sua actividade”, salientou. Em resumo, para Proença o balanço da visita à China

positivo: “Com esta viagem, o que conseguimos, e tivemos a percepção clara, é a de que o futebol português tem realmente condições únicas para, se reposicionado, poder alcançar feitos nunca antes alcançados, e enquanto presidente [da LPFP] estou extremamente satisfeito”. Questionado sobre um eventual maior controlo sobre as críticas feitas aos árbitros portugueses, à semelhança do que acontece noutros campeonatos europeus, Pedro Proença defendeu a revisão dos actuais regulamentos. “Há uma convicção clara de que não poderemos dizer mal do produto que queremos vender. Da minha parte, serei o primeiro a defender esta tese e tudo farei para que os nossos regulamentos penalizem quem não trata bem aquilo que é

ATLETISMO JAPONESA KAYOKO FUKUSHI VENCE MARATONA DE OSAKA

A japonesa Kayoko Fukushi venceu ontem, pela segunda vez, a maratona de Osaka, no Japão, com o tempo de 2:22.17 horas, registo que apura a atleta para os Jogos Olímpicos Rio2016. Os mínimos para o Rio de Janeiro estavam fixados em 2:22.30 horas e a japonesa ‘retirou’ 13 segundos à marca que abre caminho para os Jogos. A também japonesa Misato Horie terminou em segundo, com 2:28.20 horas, seguida da compatriota Risa Takenaka, cronometrada em 2:29.14 horas. Fukushi tinha sido segundo nas edições de 2013 e 2015, mas, na última, a vitória acabou por lhe ser atribuída em virtude de um controlo anti-doping positivo da ucraniana Tetyana Hamera-Shmyrko, que tinha ganhado a corrida, mas acabou por ser suspensa.

“Com esta viagem, o que conseguimos, e tivemos a percepção clara, é a de que o futebol português tem realmente condições únicas para, se reposicionado, poder alcançar feitos nunca antes alcançados, e enquanto presidente [da LPFP] estou extremamente satisfeito” PEDRO PROENÇA PRESIDENTE DA LPFP hoje uma actividade e uma indústria que temos de defender”, afirmou.

FINAL EM MACAU? ID TEM DÚVIDAS

Em relação à final da Taça da Liga a realizar-se em Macau Pedro Proença manifestou essa intenção no âmbito da estratégia de internacionalização e de sustentabilidade da actual direcção. Todavia, confrontado com esta possibilidade, José Tavares, presidente do Instituto do Desporto (ID) tem dúvidas sobre o potencial de sucesso do projecto adiantando exemplos: “dos jogos internacionais realizados em Macau apenas o China-Portugal teve sucesso mas era a primeira vez que a China ia ao mundial, era a selecção portuguesa,

foi uma campanha massiva e gratuita da TVB... já o Manchester se não fosse o Venetian a comprar os bilhetes tinha sido um fracasso e o Chelsea e o Barcelona também não funcionaram”, garante José Tavares. A grande preocupação deste responsável governativo é, portanto, como se vão preencher os 15.000 lugares do estádio e até que ponto a Liga Portuguesa de futebol tem, ou não, a capacidade de fazer a promoção e garantir os apoios necessários. Da parte do ID existe disponibilidade para apoiar, nomeadamente com a cedência de instalações, mas apenas “se aAssociação de Futebol der o aval pois são eles que gerem o futebol em Macau”, salientou José Tavares.


13 EVENTOS

hoje macau segunda-feira 1.2.2016

SETE BAILARINOS LUSÓFONOS EM COMPETIÇÃO NO PRIX DE LAUSANNE

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ETE bailarinos lusófonos e uma bailarina japonesa, aluna da Escola de Dança do Conservatório Nacional (EDCN), em Lisboa, competem, a desde ontem, na 44.ª edição do Prix de Lausanne, na Suíça. Para esta edição da competição internacional de dança, foram seleccionados 74 jovens bailarinos finalistas de 20 países, após uma avaliação de 292 candidaturas de 36 países, segundo o sítio ‘online’ do Prix de Lausanne. Criado em 1973, o Prix de Lausanne, gerido pela Fondation en Faveur de l’Art Chorégraphique, é aberto a jovens bailarinos dos 15 aos 18 anos, e tornou-se conhecido por ser um dos mais exigentes concursos de dança a nível mundial, para estudantes em fase final de formação. De acordo com a lista de finalistas ao concurso, foram seleccionados dois bailarinos de nacionalidade portuguesa, cinco brasileiros, e a bailarina de nacionalidade japonesa Ruika Yokoyama, aluna da EDCN, em Lisboa. Do grupo lusófono seleccionado, vão com-

petir, de nacionalidade portuguesa, Alexandre Joaquim, da Escola da Companhia de Dança do Algarve, e Margarida Canto e Castro Trigueiros, aluna da Tanz Akademie Zurique (Academia de Dança de Zurique). De nacionalidade brasileira competem João de Mattos Menegussi (Academia de Dança de Zurique), Marcos Vinicius de Souza Silva (Escole Superieure de Danse de Cannes Rosella Hightower, França), Davi Ramos (Lyceu Escola de Dança, Rio de Janeiro), Carolyne de Freitas Galvão (Instituto Basileu França, Goianas, Brasil) e Eric Figueiredo Amâncio (Escola de Dança Fundação Porto Real, em Nova Colónia Porto Real, no Estado do Rio de Janeiro). Na competição do ano passado, o bailarino português Miguel Pinheiro foi um dos vencedores da final, conquistando uma das seis bolsas de estudo atribuídas pelo Prix de Lausanne. Nesta edição o Prix de Lausanne decorre até 7 de Fevereiro.

GOVERNO GARANTE APOIO À PROMOÇÃO DE PORTUGUÊS

Durante o lançamento do livro “O Delta Literário de Macau”, do professor universitário e autor José Carlos Seabra Pereira, na passada sexta-feira, nas instalações do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, mostrouse “muito satisfeito”. “Já estive várias vezes em lançamentos de livros [de língua portuguesa] e penso que o IPM está a fazer um bom trabalho, tendo todo o apoio do Governo, conta com o meu apoio total”, disse o Secretário, ao HM, à margem da cerimónia. “Fico muito satisfeito com o trabalho do IPM. O Governo da RAEM vai continuar a apoiar estas iniciativas, como eu já tinha dito na Assembleia Legislativa, nas minhas Linhas de Acção Governativa. Quero tornar Macau num Centro de Formação de Língua Portuguesa”, reforçou.

Moda ANA CARDOSO ABORDA TRAJE MACAENSE DE CASAMENTO

Tecidos dos antepassados

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designer Ana Cardoso vai participar numa palestra numa universidade do Canadá em Julho onde irá abordar o traje de casamento na cultura macaense durante o tempo colonial. “Vou falar sobre a indústria da moda no século XXI e também das fusões interculturais que houve em Macau e em Portugal. Na época colonial os portugueses casavam com as chinesas, e foi aí que surgiu a ideia”, contou a doutoranda da Universidade de São José (USJ) ao HM, que está a abordar este tema na sua tese. Segundo Ana Cardoso, não foi fácil a fusão de trajes nos casamentos ocorridos em Macau naquela época. “Em Macau sempre existiu a parte chinesa e os portugueses que vinham de fora. Primeiro aos portugueses que chegavam era difícil o acesso aos chineses porque eles não tinham a parte católica, e só muito depois é que houve uma influência. Inicialmente os portugueses casavam

com malaios e filipinos, era mais fácil em termos de casamento. Ao nível do traje de cerimónia, em Macau começou a fazer-se o duplo casamento, em que havia a cerimónia portuguesa e chinesa. O noivo e a noiva usavam dois tipos de traje, entre o século XVI até ao século XIX e XX. No inicio foi um bocado complicada (a adaptação), porque ou se casava de uma maneira ou outra. A partir de 1900 o noivo casava com o fato e a noiva tinha um fato branco, com rendas, e gola asiática e botões chineses. Mas isso quase a entrar no século XX”, contou a estilista.

EM ALTA

Ana Cardoso considera que cada vez mais os noivos em Macau optam por casar de ambas as formas. “Essa tradição não se tem vindo a perder, e usa-se cada vez mais. No inicio havia muita aceitação do lado asiático casar com a moda europeia e ficar por aí. Só depois

“Em termos do traje temos muito pouca informação e fazem falta mais estudos” ANA CARDOSO ESTILISTA é que a parte asiática começou a fazer uma maior ligação. Começou a surgir uma espécie de mistura, com dois tipos de cerimónia. Antes não havia o duplo casamento. Antes os macaenses faziam tudo à moda europeia.” Para a estilista, que também é formadora no Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), são necessários mais trabalhos sobre a moda dos antepassados. “Em termos do traje temos muito pouca informação e fazem falta mais estudos”, rematou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


14 CHINA

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Hong Kong POLÍCIA CONSIDERA DESAPARECIMENTO DE LIVREIRO CASO SENSÍVEL

Perguntas sem resposta

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comissário da polícia de Hong Kong, Stephen Lo, disse no sábado que o desaparecimento do livreiro Lee Bo é um caso sensível e que não quer tirar conclusões precipitadas. Lee Bo desapareceu em Chai Wan (Hon Kong) a 30 de Dezembro, e foi o último de cinco homens relacionados com uma editora da cidade a desaparecer desde Outubro do ano passado. A forma como Lee atravessou a fronteira sem qualquer documento continua por esclarecer. Ao falar num programa da Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), o comissário da polícia disse que ainda estava a aguardar respostas das autoridades do interior da China, já que actualmente não há um prazo para o mecanismo de notificação entre Hong Kong e a polícia chinesa. Os misteriosos desaparecimentos despertaram em Hong Kong o receio de que as autoridades chinesas tenham recorrido a agentes clandestinos para proceder à detenção dos cinco livreiros, o que, a ser verdade, constituiria uma flagrante violação do princípio “Um País, dois sistemas” da Região Administrativa Especial chinesa que lhe confere autonomia relativamente a Pequim. Stephen Lo disse, porém, que até à data não havia casos provados de actuação da polícia chinesa em Hong Kong, e que a investigação iria continuar até ao reaparecimento de Lee Bo.

INÉDITOS

Numa medida sem precedentes, a polícia de Guangdong (interior da China) respondeu publicamente nos últimos dias, ao enviar uma carta sobre o livreiro Lee Bo à imprensa de Hong Kong. Na carta, as autoridades chinesas disseram que notaram a onda de preo-

As autoridades de saúde da China, país em que não há casos registados de Zika, estão a preparar-se para fazer face à eventual chegada do vírus portador da doença ao gigante asiático. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China elevou na sexta-feira o alerta para a possibilidade de o vírus ser importado de outros países e já desenvolveu um método de detecção e começou a instruir o pessoal médico, informou sábado o diário oficial China Daily. Depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter advertido na quintafeira que o Zika poderia afectar entre três e quatro milhões de pessoas na América em 2016, as autoridades chinesas anunciaram que vão cooperar e trocar informações com outros países para fazer frente aos riscos. Os peritos chineses consideram pouco provável que o país asiático sofra um surto desta doença como o ocorrido no continente americano, dadas as adversas condições climáticas para a propagação do mosquito que transmite o vírus.

cupação em Hong Kong, mas que não tinham mais nada a acrescentar além do que já tinham dito às autoridades da antiga colónia britânica. No entanto, o deputado do Partido Democrata James To, que integra o painel para a segurança no Conselho Legislativo, não ficou satisfeito com a resposta. James To disse que era um “absurdo” que a polícia de Guangdong

apenas pudesse repetir o que já tinha sido publicado nos jornais, e pediu ao comissário da polícia para investigar o assunto.

EM PARTE INCERTA

A livraria Causeway Books, entretanto de portas fechadas, vende obras muito críticas do regime comunista, proibidos no interior da China.

Stephen Lo [comissário da polícia de Hong Kong] disse, porém, que até à data não havia casos provados de actuação da polícia chinesa em Hong Kong, e que a investigação iria continuar até ao reaparecimento de Lee Bo

Dois dos desaparecidos são cidadãos europeus (Gui Minhai tem passaporte sueco e Lee Bo é britânico). Lee Bo, de 65 anos, foi visto pela última vez na quarta-feira, dia 30 de Dezembro, no armazém da Mighty Current, a casa editora proprietária da livraria, num caso que tem lugar semanas depois de quatro dos seus associados terem desaparecido em circunstâncias idênticas. Gui Minhai, dono da casa editora, desapareceu enquanto estava de férias na Tailândia em meados de Outubro. O mesmo aconteceu a três outros associados à livraria ou à editora (Lam Wing-kei, Lui Bo e Cheung Jiping) depois de terem visitado, separadamente, o interior da China.

MAR DO SUL CONTRATORPEDEIRO DOS EUA AO LARGO DE ILHAS DISPUTADAS

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M navio de guerra norte-americano passou numa zona a 12 milhas náuticas de uma ilha reivindicada pelas autoridades chinesas no Mar do Sul da China, divulgou sábado o Departamento de Defesa norte-americano. Segundo um porta-voz do Pentágono (sede do De-

ZIKA CHINA PREPARA-SE PARA RISCO DE CHEGADA

partamento de Defesa), a manobra pretendeu sublinhar o direito dos Estados Unidos de circular livremente nestas águas disputadas. “Conduzimos uma operação de libertação da navegação no Mar do Sul da China”, disse Jeff Davis, num comunicado divulgado sábado de madrugada,

sobre a operação realizada perto da ilha de Triton, no arquipélago das Paracel, território disputado pela China, Taiwan e Vietname. A “passagem inocente” realizada pelo contratorpedeiro USS Curtis Wilbur teve o objectivo “de contestar” as tentativas dos países de restringirem a navegação

nesta zona, ao exigir uma autorização prévia ou um pedido de direito de passagem, segundo sublinhou o porta-voz norte-americano. “Pretendeu contestar as exigências excessivas que restringem os direitos e as liberdades de navegação dos Estados Unidos e de outros”, frisou Jeff Davis,

esclarecendo ainda que a operação não teve qualquer relação com as reivindicações territoriais relacionadas com aquelas ilhas. Esta demonstração de força por parte das autoridades norte-americanas segue-se a outras patrulhas do mesmo género no Mar do Sul da China.

DRONES TESTADOS EM SERVIÇOS DE ENTREGAS

A empresa chinesa de comércio electrónico Jingdong começou a testar o envio de drones em serviços de entregas destinados às zonas rurais da China, onde vivem 650 milhões de pessoas, informou sexta-feira a agência oficial Xinhua. A possibilidade de utilizar drones, também já equacionada pelo gigante norte-americano do sector Amazon, tinha sido avançada no ano passado pelo presidente da Jingdong, Liu Qiandong, referindo-se à dificuldade em aceder a algumas áreas no interior do país. Inicialmente, os drones levarão os pedidos a estações de distribuição da companhia, que emprega nas zonas rurais cerca de 150.000 funcionários, detalha a Xinhua. O objectivo é os drones deixarem as encomendas a menos de 10 quilómetros do local de residência do consumidor final. Pelas contas do ministério do Comércio da China, em 2015, as compras online no país excederam os 563.000 milhões de euros - mais do dobro do Produto Interno Bruto português.


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QUATRO MINEIROS RESGATADOS APÓS 36 DIAS NO SUBSOLO

Luzes da tragédia

O acidente deixou 29 mineiros presos no subsolo no dia de Natal. Dos trabalhadores soterrados, 11 foram resgatados no dia seguinte, um faleceu, e 13 continuam desaparecidos

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UATRO mineiros que ficaram presos no subsolo durante 36 dias, na sequência do colapso de uma mina de gesso em Pingyi, na província de Shandong, no leste da China, foram resgatados, indicaram sexta-feira meios de comunicação estatais. A operação para salvar os homens presos a mais de 200 metros de profundidade levou duas horas, tendo cada um sido transportado individualmente para a superfície numa cápsula estreita, segundo a emissora estatal CCTV. Os homens, que não sofreram ferimentos graves, foram envoltos em cobertores, tiveram os olhos vendados, por causa da luz, e seguiram em ambulâncias. Os quatro mineiros resgatados faziam parte de um grupo de 29 que ficaram presos no subsolo quando, a 25 de Dezembro, a mina em que trabalhavam desabou, tendo 11 sido resgatados no dia seguinte e um morrido, enquanto 13 continuam desaparecidos. Identificados pela CCTV como sendo Hao Zhicheng, de 50 anos, Li Qiusheng, de 39 anos, Guan Qingji, de 58 anos, e Hua Mingxi, de 36 anos, os homens foram contactados no passado dia 8 pelas equipas de resgate, que lhes enviaram alimentos, roupas e lâmpadas por um túnel, mas as condições geológicas complicadas - com instabilidade estrutural e queda de pedras - tornaram o resgate difícil. O proprietário da mina cometeu suicídio por afogamento no local logo após o colapso, que constitui o mais recente acidente mortal num país onde as regras de segurança são frequentemente desrespeitadas para cortar custos, com gestos de corrupção a permitirem que os patrões persigam o lucro à custa da segurança dos trabalhadores. Quatro funcionários do partido que ocupavam cargos de responsabilidade em Pingyi, onde a mina está localizada, foram afastados dos seus postos na sequência do acidente.

DA NEGLIGÊNCIA

As autoridades locais tinham ordenado à mina em causa que

parasse a laboração em Outubro, por motivos de segurança, mas ela continuou a operar secretamente, segundo o jornal Beijing Times. Os acidentes resultantes da negligência com a segurança industrial, que causaram largas centenas de mortes na China em 2015, incluem deslizamentos de terras, explosões químicas e derrocadas em minas de carvão. De acordo com o Governo chinês, os acidentes fatais estão em declínio, mas alguns grupos de direitos humanos argumentam que os números reais são significativamente mais elevados do que os oficiais, pois muitas situações não são relatadas às autoridades.

TRÊS ACTIVISTAS CONDENADOS POR “DESOBEDIÊNCIA CIVIL”

U

das autoridades aos críticos do Governo”, disse. Os três activistas de Cantão distribuíam livros sobre resistência não-violenta e “incitaram intencionalmente a subversão do poder do Estado e o derrubamento do sistema socialista”, indicou a polícia. As autoridades enviaram um comunicado ao Ministério Público, publicado online pelos advogados dos activistas, afirmando que o grupo tinha alugado um escritório para estudar, imprimir e enviar vários livros, incluindo um intitulado “Sobre o conflito não-violento estratégico: pensar sobre o essencial” (tradução livre). Os activistas foram também acusados de disseminar o livro “Da Ditadura à Democracia”, de Gene Sharp, um especialista em movimentos sociais não-violentos. Os livros “incluem graves transgressões políticas”, acrescentou a polícia.

M tribunal chinês con denou sexta-feira três activistas a penas entre os cinco e os dois anos e meio de prisão por alegadamente tentarem começar um movimento não-violento de direitos civis, de acordo com organizações de defesa de direitos humanos. Tang Jingling recebeu uma pena de cinco anos, enquanto Yuan Xinting e Wang Qingying receberam penas de três anos e meio e dois anos e meio, respectivamente, informou aAmnistia Internacional, em comunicado. A condenação por “incitamento à subversão do poder do Estado” foi aplicada pelo Tribunal Popular Intermédio de Cantão. O investigador da Amnistia sobre questões da China Patrick Poon considerou o veredicto uma “brutal injustiça”. O “trabalho pacífico e legítimo [dos activistas] nunca ameaçou a segurança do Estado, isto trata-se apenas do silenciamento arbitrário PUB

HM • 1ª VEZ • 1-2-16

Confia em mim

Pequim diz ao FMI que não tem intenção de desvalorizar moeda

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Governo chinês não tem qualquer intenção de desvalorizar a sua moeda para incentivar as exportações nem tem planos de iniciar uma guerra de divisas, assegurou o primeiro-ministro, Li Keqiang, à directora do Fundo Monetário Internacional (FMI). Li e Christine Lagarde mantiveram uma conversa telefónica na quinta-feira, a pedido do FMI, pouco depois de o organismo instar Pequim a melhorar a comunicação com o mercado sobre as suas políticas económicas, informam os meios de comunicação chineses. Devido à preocupação com a depreciação da moeda, Li reiterou que “não há qualquer base” para uma contínua desvalorização do yuan e rejeitou que a redução do valor da divisa seja um mecanismo para impulsionar as debilitadas exportações do país. O valor do yuan é fortemente controlado pelas autoridades chinesas, que diariamente estabelecem um tipo de câmbio de referência e permitem que flutue até um máximo de 2% em relação a esse preço médio.

PONTOS DE VISTA

Alguns analistas interpretam a desvalorização do yuan como uma tentativa da China de estimular a economia, em

desaceleração, enquanto Pequim argumenta que é apenas uma medida para equiparar a sua divisa face ao dólar. Neste contexto, Li assegurou a Largarde que a China vai aumentar a comunicação com o mercado para manter “um tipo de câmbio do yuan estável e num nível razoável e justo”. O primeiro-ministro também pediu à directora executiva do FMI que confie na economia chinesa apesar da sua desaceleração, e enumerou as melhorias alcançadas, como “um emprego quase total”. “Somos capazes de manter um crescimento sustentável e estável”, insistiu Li, uma semana depois de ter sido divulgado que o PIB da China cresceu 6,9% em 2015, o ritmo mais baixo em 25 anos.

ANÚNCIO 通常執行案第 CV3-14-0125-CEO PROCESSO: EXECUÇÃO ORDINÁRIA

號 第三民事法庭 3º Juízo Cível

EXEQUENTE: LO SUNG SAN, residente em Macau, na Rua Um dos Jardins 91-141, Lotus Court, 23º andar C, Taipa.--------------------------------EXECUTADO: LU ZHONGLOU, residente em Hong Kong, em 中環 半山地利根德里12號譽皇后A座25B.----------------------------------------*** FAZ-SE SABER que, nos autos acima indicados, são citados os credores desconhecidos dos executados para, no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de VINTE DIAS, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamarem o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real, e que é o seguinte:---------------------------------------BENS PENHORADOS: 1- Saldo da conta no Casino titulada pelo Executado.--------------------2- Saldo da conta no VIP Club do Casino titulada pelo Executado.---*** Macau, 13 de Novembro de 2015 ***


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ARTES, LETRAS E IDEIAS

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GUO XI

Serão poucas as pinturas aceites como pertencentes à classe daquelas que são adequadas para vaguear ou habitar. Todavia a aspiração do homem sábio por florestas e correntes de água é despertada pela existência destas poucas belas paisagens. Portanto os pintores devem ter esta ideia em mente, e os observadores também devem examinar as pinturas deste modo. Isto pode ser chamado não perder a ideia fundamental. A pintura também tem a sua lei da fisionomia. A descendência de Li Cheng1 foi próspera e abundante; ele fazia o sopé das montanhas e a face da terra muito espessa e forte, generosa e larga, graciosa no topo e luxuriante em baixo, o que está de acordo com as características de possuir descendência; mas não me vou deter particularmente em formas ou características, apenas dou as razões pelas quais esta (lei?) deve ser assim. Não há diferença entre o estudo da pintura e o estudo da caligrafia2.

1 - A lenda de Li Cheng (919-967) é semelhante à de muitos heróis culturais da China. Desiludido após a morte do amigo que o convidara para a capital Bianliang (actual Kaifeng), dedicou-se inteiramente à poesia, à pintura, à música e ao vinho. Se o excesso deste último seria culpado da sua morte, na pintura o seu nome ficaria imortal. Na colectânea de pinturas do imperador Huizong (Xuan He Huapu), cujo prefácio está datado de 1120, ficou escrito: «No que se refere a paisagens Li Cheng perdura, incomparável na história como no presente». Outros pintores que escreveram, como Huang Gongwang (1269-1354), se lhe referem elogiosamente: «Ele usava a tinta de modo parcimonioso, como se fosse ouro.» Dong Qichang (1555-1636), que estabeleceu o padrão crítico que perduraria, apontava Li Cheng como modelo eterno, quer nas suas pequenas paisagens monocromáticas ou nas suas pinturas a cores e em particular no que se refere a pintura de árvores mortas. 2 - Uma frase profética, nesta altura, dinastia Song, ainda não se consolidara inteiramente este entendimento de uma relação estreita entre as duas artes, que se tornaria um caminho na arte da pintura. A produção de pinturas ainda era em larga medida, obra de artesãos. A partir da dinastia Yuan (1115-1234) a arte da pintura, entendida como exercício espiritual da elite dos letrados, separa-se de uma pintura artesanal executada por profissionais que executam retratos, e frescos para os templos. (ver por exemplo, Pierre Ryckmans, Les Propos Sur La Peinture Du Moine Citrouille-Amère, Plon, France, 2007, pág.133)

Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração

«Linquan Gaozhi»

A Grande Mensagem Sobre Florestas e Nascentes


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(F)UTILIDADES

TEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 9 MAX 14 HUM 80-95% • EURO 8.68 BAHT 0.22 YUAN 1.21

O QUE FAZER ESTA SEMANA Terça-feira

AQUI HÁ GATO

SAIR PARA VOLTAR (SEMPRE)

“AS CIDADES E AS TROCAS”, DE LUÍSA HOMEM E PEDRO PINTO IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

Quarta-feira

“UM OLHAR SOBRE OS DEFICIENTES”, DE ZÉLIA LAI IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

Quinta-feira

“FLOR AZUL”, DE RAUL DOMINGES IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre “SÃO”, DE SUSANA VALADAS IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

Sexta-feira

O CARTOON STEPH

SUDOKU

DE

“O PESADELO DE JOÃO”, DE FRANCISCO BOTELHO IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre “WESTERN STAR”, DE WU HAO IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre “FONTING THE CITY”, WALLACE CHAN IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

Diariamente

EXPOSIÇÃO “UM SÉCULO DE ARTE AUSTRÍACA” (ATÉ 3/04) Museu de Arte de Macau Entrada livre EXPOSIÇÃO “MANUEL CARGALEIRO” (ATÉ 3/03) Casa Garden Entrada livre

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 20

HISTÓRIA NAVAL (ATÉ 9/04) Arquivo Histórico de Macau Entrada livre

UM DISCO HOJE

EXPOSIÇÃO “CAIXA DE MÚSICA” (ATÉ 3/04) Museu da Transferência Entrada a cinco patacas

Cineteatro

C I N E M A

PROBLEMA 21

Sair é diferente de ficar, sair é viver uma outra coisa que eu não sei o que é, sair é experimentar e saber que se pode regressar. Viajei por esse mundo e decidi regressar mas, ainda assim, sei que um gato como eu não pode ficar para sempre nestes pequenos quilómetros quadrados que circundam Macau. Sou pequenino mas este chão que piso é ainda mais pequeno, suga-me as entranhas e às vezes não tenho alternativa se não miar porque quero sair, quero algo que não chega. Macau tem esta sensação que não existe em mais nenhum outro lado do mundo. Queremos ficar mas não o tempo todo, não para sempre. Regressamos e já nos sentimos gastos e velhos, saímos e já temos saudades de ir do Papapoun à Taipa ali num passinho. Lá fora percebemos que não vamos a Coloane há um mês e essa é uma eternidade sem ver o mar, ainda que sujo. Quem aqui vive como eu sabe que, a cada pedacinho sem obrigações, queremos sair, para podermos voltar. Perdoem-me, perdoa-me, esta ânsia, esta inconstância, talvez depois de muitos anos a gatinhar por este mundo já pudesse ser diferente e habituar-me às horas passadas na esplanada do Caravela, os almoços de domingo na pizzaria de Cheoc Va ou o frango assado do Fernando em Hac-Sá. Perdoa-me porque isto bastaria, deveria caber aqui dentro do meu coração. Mas não cabe. Se não sair, Pu Yi para voltar, não sou o mesmo.

TROCO LIKES (TIAGO IORC, 2015)

Um jovem brasileiro que desde novo mostrou cartas no mundo da música. Voz, composição e produção musical, Tiago Iorc conquistou o Brasil e o mundo. Primeiro com covers, o músico foi ganhando território com músicas para novelas brasileiras. Dez anos depois, Tiago Iorc apresenta o seu primeiro álbum só em português – inédito, pois até então compunha sempre em inglês. De olhar leve e sorriso na cara, este pop ligeiro traz-nos o sol, a areia, a chuva e o frio do imenso Brasil. Filipa Araújo

ALL’S WELL END’S WELL SALA 1

ALL’S WELL END’S WELL (EXTENDED VERSION) [B]

Filme de: Stephen Chow Com: Leslie Cheung, Stephen Chow, Raymond Wong, Maggie Cheung 14.30, 16.30, 21.30

THE 5TH WAVE [B]

Filme de: J. Blakeson Com: Chloe Grace Moretz, Nick Robinson, Ron Livingston 19.30 SALA 2

THE LAST WOMAN STANDING FALADO EM MANDARIN LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Luo Lu

Com: Shu Qi, Eddie Peng Yuyan, Hao Lei, Lynn Hung 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

THE BIG SHORT [C]

Filme de: Adam Mckay Com: Christian Bale, Brad Pitt, Ryan Gosling, Steve Carell 14.30,16.45, 21.30 SALA 3

IP MAN 3 [C]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Wilson Yip Wai Shun Com: Donnie Yen, Lynn Xiong, Max Zhang 19.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 17/AI/2016

Aviso

Candidatura para Projectos de Investigação Científica Co-financiados pelos “Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau” e “Fundação para a Ciência Natural da República Popular da China” para o ano de 2016 Conforme com o “Memorando de Entendimento sobre a Cooperação e o Intercâmbio Científica e Tecnológica entre a Fundação para a Ciência Natural da China e o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau”, anexo no memorando supramencionado “Plano de Trabalho sobre zCientífica”, o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau (FDCT) e a Fundação para a Ciência Natural da República Popular da China (NSFC) elaborar conjuntamente, o programa de co-financiamento de projectos de investigação para o ano de 2016. (1.) Destinatários de apoio A fim de apoiar financeiramente os projectos de investigação, propostos em conjunto pelos investigadores científicos do Interior da China e da RAEM, relacionados com investigação básica e aplicação, serão prioritariamente apoiados projectos relacionados com a informática, a investigação da Medicina Tradicional Chinesa bem com os seus estudos farmacêuticos, oceanografia, protecção do meio ambiente, biociência, materiais inovadores, e ciências de gestão (gestão pública e políticas públicas). (2.) Método e requisitos de candidatura (i) A entidade candidata de Macau deve negociar com o parceiro do Interior da China os conteúdos, plano e divisão de tarefas da investigação, preenchendo o Plano de Candidatura, assinando o acordo ou memorando de cooperação e apresentando a candidatura ao FDCT no prazo indicado. (ii) O formulário de candidatura deverá apresentar o título “Projecto FDCT-NSFC”. (iii) O valor máximo de candidatura de projectos é de 2,6 milhões de patacas, com o prazo máximo de 3 anos, sendo atribuído periodicamente. A entidade de Macau financiada deverá realizar o projecto de acordo com o disposto na Declaração de Aceitação do Financiamento assinada com o FDCT. (iv) O investigador principal (PI) do projecto de candidatura, que actualmente esteja envolvido em outro projecto apoiado conjuntamente pelo FDCT e por outras instituições, apenas se poderá candidatar ao presente apoio financeiro depois de entregar o relatório de conclusão do respectivo projecto, não ficando sujeitos a esta restrição os membros do projecto que não sejam o PI. (v) O parceiro do Interior da China deverá simultaneamente entregar à NSFC, podendo as instruções relativas ao formato da mesma ser consultadas em detalhe da NSFC. (3.) Processo de avaliação (i) Findo o prazo de candidatura, o FDCT e a NSFC irão verificar em conjunto a lista dos projectos, sendo aceites como “Projectos FDCT-NSFC” os projectos alistados simultaneamente pelo FDCT e pela NSFC. (ii) O FDCT e a NSFC procedem separadamente à avaliação dos projectos aceites, sendo o processo de avaliação do FDCT igual ao actual processo de avaliação dos projectos de investigação científica e tratado com prioridade. (iii) O FDCT e a NSFC irão organizar a banca de júri, composta por especialistas do mesmo domínio do Interior da China e da RAEM e dar a última avaliação sobre os projectos candidatos, levando em consideração o resultado anterior feito por ambas as partes. Após a conclusão do processo de avaliação, o FDCT e a NSFC seleccionam conjuntamente, a partir dos projectos aprovados, os projectos cofinanciados, sendo a lista dos mesmos publicada simultaneamente por ambas as entidades. (4.) Data do requerimento A partir de 1 de Fevereiro até 8 de Abril de 2016. (5.) Forma de preenchimento e Apresentação dos elementos Os candidatos podem descarregar o “Formulário de Candidatura” e o “Plano de Candidatura” na página electrónica do FDCT (www.fdct.gov.mo), preenchendo os mesmos directamente, em conformidade com os devidos requisitos de formato e de número de palavras. Conforme disposto no artigo 6.º do Capítulo II do Despacho do Chefe do Executivo n.º 273/2004, os elementos relevantes devem ser apresentados ao Serviço de Apoio Financeiro do FDCT no prazo indicado. Endereço: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 411-417, edifício Dynasty Plaza, 9.º andar. Telefone: 28788777; Fax: 28722680 Correio electrónico: saf@fdct.gov.mo O Presidente do Conselho de Administração do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia Ma Chi Ngai, Frederico 29 de Janeiro de 2016

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor ZHANG YINSHENG, portador do Salvo-Conduto de dupla viagem da R.P.C. n.° W57685xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 85/DI-AI/2014, levantado pela DST a 15.07.2014, e por despacho da signatária de 25.01.2016, exarado no Relatório n.° 26/DI/2016, de 06.01.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida Doutor Mario Soares n.° 239, Edf. Va Iong, 14.° andar H onde se prestava alojamento ilegal.-------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -----------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 25 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 45/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor ZHOU SHUNXIANG, portador do Passaporte da China n.° G61823xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 6/DI-AI/2014, levantado pela DST a 13.01.2014, e por despacho da signatária de 30.11.2015, exarado no Relatório n.° 655/DI/2015, de 07.10.2015, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Seng Tou n.° 537, Urbanização da Nova Taipa-Fase 1 Bloco 31, 28.° andar F, na Taipa.----------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 25 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 46/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora PAN ZHULIAN, portadora do passaporte da RPC n.° G60151xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 123/DI-AI/2013 levantado pela DST a 26.10.2013, e por despacho da signatária de 25.01.2016, exarado no Relatório n.° 67/DI/2016, de 18.01.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Estrada de S. Francisco n.° 3, Millionaire Garden, 6.° andar I.------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 25 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 47/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHEN YUANXING, portador do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W66341XXX, que na sequência do Auto de Notícia n.° 123/DI-AI/2013 levantado pela DST a 26.10.2013, e por despacho da signatária de 25.01.2016, exarado no Relatório n.° 68/ DI/2016, de 18.01.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Estrada de S. Francisco n.° 3, Millionaire Garden, 6.° andar I onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 25 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


19 hoje macau segunda-feira 1.2.2016

macau visto de hong kong

D

Acordo de extradição

URANTE este fim de semana, o website de Hong Kong “http://the-sun.on.cc” publicou uma notícia relacionada com o caso que envolveu Steven Lo Kit Sing, (Lo) e Joseph Lau Luen Hung, (Lau). O recurso apresentado por ambos foi finalmente recusado pelo Tribunal de Macau, de acordo com o website “macaonews. com.mo”, num artigo publicado a 22 de Janeiro. “Os dois arguidos foram condenados à revelia, por um tribunal local, a cinco anos e três meses cada, por terem, alegadamente, pago 20 milhões de HK dólares ao então Secretário dos Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long, actualmente a cumprir uma pena de 29 anos de prisão por corrupção, abuso de poder, lavagem de dinheiro e outros crimes.” A recusa do apelo significa que o caso está encerrado. Se não for apresentado mais nenhum recurso, ambas as condenações serão definitivas. Deverão cumprir pena de prisão em Macau. A questão do cumprimento da pena também foi abordada no artigo. Como não existe entre Hong Kong e Macau um acordo de extradição (Pacto), a decisão do Tribunal de Macau poderá não ser validada em Hong Kong. Se os arguidos permanecerem em Hong Kong, a sentença decretada em Macau pode nunca vir a ser cumprida. No entanto o Macaonews (http:// www.macaunews.com.mo/images/stories/ macaunews/20150122p.jpg) adiantava que “A Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan Hoi Fan, declarou quarta-feira, que o governo local vai tentar, por todos os meios firmar um acordo legal de assistência mútua com Hong Kong, ainda este ano.” Alguns dias antes, em entrevista à estação televisiva de Hong Kong TVB, o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, informou que o acordo está a avançar e que será aplicado a todos os casos, independentemente da data das ocorrências. Por estas afirmações poderemos deduzir que o acordo terá efeitos retroactivos. E o que são efeitos retroactivos? Voltemos ao artigo do Macaunews, onde se pode ler: “Retroactividade significa que o acordo abrangerá casos anteriores à sua entrada em vigor, desta forma, quem fugir para uma das cidades para escapar a uma

MICHAEL CURTIZ, ANGELS WITH DIRTY FACES

DAVID CHAN

sentença aplicada na outra, poderá ser extraditado e levado perante a Justiça.” Devemos, pois, concluir que, ao abrigo do acordo, tanto Lau como Lo podem ser reenviados para Macau para cumprir a pena a que foram condenados. No entanto, neste caso, há alguns pontos a salientar. Em primeiro lugar, o Pacto é um acordo de extradição, que pretende reenviar o arguido para o local onde o crime foi cometido. No caso de que temos vindo a falar, isso implicará a extradição de Lau e de Lo para Macau. Tradicionalmente, estes Pactos são de natureza internacional e celebram-se entre dois países. Nem Hong Kong, nem Macau são países, são apenas regiões administrativas especiais da China. Só podemos afirmar que o Pacto que regula a extradição entre Hong Kong e Macau, é um “acordo legal de assistência mútua” e não deve ser encarado como um acordo internacional.

“Se tentarmos estabelecer, o mais rápido possível, acordos com outras regiões, poderemos evitar estes casos de fuga bem sucedidos. Esta vai ser, seguramente, uma das tarefas que mais desafios irá apresentar ao governo de Macau”

Se existir um Pacto, os fugitivos podem ser extraditados. E se não houver, podemos na mesma fazê-lo? A resposta é afirmativa. Em termos internacionais, os Estados costumam celebrar pactos para assegurar a extradição. E isto porque cada um tem as suas regras. Por exemplo, alguns Estados têm sentença de morte. Não é desejável reenviar uma pessoa em fuga para um país onde vá ser executada. Outro exemplo é o caso dos refugiados. Alguns países revelam grande preocupação com os refugiados. A partir do momento em que o estatuto de refugiado é atribuído, é complicado proceder à repatriação. O acordo formal entre dois países pode evitar questões delicadas. O acordo é o resultado final das negociações entre dois Estados, mas, em alguns casos excepcionais, mesmo que não exista pacto, a extradição continua a ser possível. Em segundo lugar, o Pacto impedirá a fuga de uma cidade para a outra, para escapar a um castigo. Futuramente as duas cidades deixarão de ser esconderijo uma da outra. Em terceiro lugar, este Pacto com Hong Kong talvez pode ser o primeiro de outros que venham a ser celebrados com outras regiões. Macau é actualmente uma cidade cosmopolita. Se uma pessoa de fora cometer um crime na nossa cidade, e fugir para a sua terra, teremos mais um caso igual ao de Lau e de Lo. Se tentarmos estabelecer, o mais rápido possível, acordos com outras regiões, poderemos evitar estes casos de fuga bem sucedidos. Esta vai ser, seguramente, uma das tarefas que mais desafios irá apresentar ao governo de Macau. Conselheiro Jurídico da Associação de Promoção do Jazz de Macau legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

OPINIÃO


O que sentirias tu, ou vocês? / Por esta China misteriosa / Envolta em fumos mensageiros / E hexagramas com que adivinha / A constante descoberta de si.”

Fernando Sales Lopes

Taiwan MULHER PROIBIDA DE ENTRAR EM MACAU

Autocolantes independentes Uma mulher de Taiwan foi impedida de entrar em Macau na segunda-feira por ter decorado o seu passaporte com autocolantes “Republic of Taiwan” que defendem a independência do território

A

mulher que na semana passada foi proibida de entrar no território ainda ligou para o Ministério de Negócios Estrangeiros da República da China (Taiwan) para pedir ajuda, mas acabou por ser deportada para Taiwan pelas autoridades da alfândega de Macau, informou o jornal Apple Daily, citado pela Hong Kong Free Press. Em Agosto, apoiantes da independência de Taiwan iniciaram uma campanha para a colocação de autocolantes nas capas dos passaportes taiwaneses. Os defensores da independência advogam o uso de autocolantes “Republic of Taiwan” para tapar as palavras “República da China” e de autocolantes que retratam os monumentos emblemáticos de Taiwan para cobrir o emblema nacional. O governo de Taiwan anunciou posteriormente que iria rever o regulamento que proíbe alterações ao passaporte. As alterações entraram em vigor no início de

segunda-feira 1.2.2016

Janeiro. O director da Divisão de Administração de Passaportes, Chen Shang-yu, disse ao Apple Daily que entre 1 e 28 de Janeiro, a Agência Nacional de Imigração foi notificada de um total de 180 casos

de viajantes com autocolantes nos respectivos passaportes.

OUVIDOS MOUCOS

O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem advertido os

passageiros para respeitarem a lei. Chen disse que o ministério respeita as opiniões políticas individuais, mas que o passaporte é um documento oficial que serve para propósitos de identificação no estrangeiro e que não deve ser usado como ferramenta política. Também disse que, de acordo com os actuais regulamentos, os passageiros com autocolantes nos respectivos passaportes podem enfrentar um maior período de espera aquando da revalidação do documento, ou mesmo ver cancelados os seus passaportes. Em Dezembro, três taiwaneses com autocolantes nos passaportes também viram ser-lhes negada entrada em Singapura. As autoridades disseram que os autocolantes dificultavam a verificação da autenticidade dos documentos. Apesar de esses passageiros se terem disponibilizado para os remover, foram na mesma impedidos de entrar em Singapura. O Instituto Americano em Taiwan pediu aos cidadãos taiwaneses para se dirigirem ao gabinete consular para remover os autocolantes, enquanto o departamento de Imigração das Filipinas advertiu que iria rejeitar os passaportes nessas condições. LUSA/HM

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Procedimento fatal

Pilotos responsabilizados por queda de avião da TransAsia

D

OIS pilotos da TransAsia causaram a queda do avião, em 2014, que matou 48 pessoas, por voarem a uma altitude demasiado baixa quando tentavam aterrar a aeronave numa ilha durante um tufão, disseram as autoridades de aviação de Taiwan. As autoridades concluíram que os pilotos fizeram a aeronave voar abaixo da altitude mínima permitida em cenários de reduzida visibilidade, causada pelo tufão Matmo, a 23 de Julho de 2014, segundo o relatório final da investigação ao acidente. Considerou-se que o erro de procedimento era frequente entre os pilotos da TransAsia

na altura, colocando passageiros e tripulação em perigo. O voo GE222 transportava 54 passageiros e quatro tripulantes quando embateu contra árvores e casas perto do aeroporto de Magong, nas ilhas Penghu. Dez pessoas sobreviveram. “Uma aeronave sob o controlo da tripulação de voo foi involuntariamente direccionada para um terreno plano, com a tripulação a ter consciência limitada da proximidade da aeronave em relação ao terreno”, disse o Conselho de Segurança na Aviação, no relatório.

SEM VER

O avião tinha-se desviado do percurso devido a uma

tempestade causada pelo tufão Matmo. “Eles não tinham acesso visual ao ambiente da pista, ao contrário do que pedem os procedimentos de operação”, indica o relatório. “Descobrimos que os pilotos da TransAsia que comandavam a frota ATR tinham problemas semelhantes e quisemos saber porque é que a transportadora tolerava esta situação entre os seus pilotos, e porque é que a Administração de Aeronáutica Civil não descobriu isto quando realizava as suas inspecções regulares”, afirmou o director do conselho, Thomas Wang. Segundo Wang, “os pilotos da companhia estavam a voar sem respeitar os procedimentos padrão, como parte de uma cultura no local de trabalho que colocou em risco a segurança dos voos”. De acordo com as transcrições das duas caixas negras do avião, que registaram as vozes no ‘cockpit’ e outros dados do voo, o co-piloto respondeu negativamente duas vezes quando questionado sobre se conseguia ver a pista.


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