John Knox — O púlpito que ganhou a Escócia

Page 9

JOHN KNOX ̶ O PREGADOR DA REFORMA ESCOCESA

Antigo Testamento. Isto o fazia ver que

zer até mesmo a Rainha dos escoceses,

pragas, invasões e desastres naturais

Maria, chorar de raiva (JONES, 1993,

devia julgar a Escócia e a Inglaterra tão

p. 274). Dela já se ouviu dizer: tenho

certamente como com o antigo Judá

mais medo das orações e pregações

e Israel . Deuteronômio 12.32 era um

de Knox do que de muitos regimentos

verso-chave para sua hermenêutica

de soldados ingleses . Randolph, cita-

(TUCKER) para, seguindo o texto (ver

do por Lloyd-Jones, como homem da

capítulo todo), buscar a pureza da reli-

corte e embaixador, disse: a voz de

gião. Os sermões de Knox não agrada-

um único homem é capaz de, em uma

riam os ouvintes modernos. Chegavam

hora, pôr mais vida em nós do que 500

a durar duas ou três horas! 3) Defesa da Verdadeira Doutrina

trombetas ressoando continuamente em nossos ouvidos (1993, p. 274).

̶ Knox abominava a falsa doutrina,

Queira Deus, neste 31 de outubro

principalmente a Idolatria. Seu maior

de 2008, mover nossos corações para,

inimigo era as inovações no culto (p.e.

à semelhança de Knox, termos um

ajoelhar-se para receber a Santa Ceia)

coração empenhado em propagar o

ou, no Catolicismo, a Missa. Em sermão

Evangelho, zelando pela fé e vivendo

pregado contra a Missa (1550), Knox

uma vida piedosa, como a do Trovão

escreveu: este dia venho até vossa

da Escócia .

presença, honorável audiência, dar a razão porque tão constantemente afirmo ser a Missa, e em todo este tempo tem sido, idolatria e abominação perante Deus John Knox, o Trovão da Escócia , com suas pregações, era capaz de fa-

Palestra proferida no escritório da CLIRE/Projeto Os Puritanos em Recife/Outubro de 2008 Rev. Gaspar de Souza é Pastor da Igreja Presbiteriana dos Guararapes ‒ Grande Recife. Prof. de Teologia Bíblica no Seminário Presbiteriano do Norte. BIBLIOGRAFIA 1. GEORGE, Thimoty. A Teologia dos Reformadores. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2000. 2. KLEYN, Daniel. John Knox sobre Liturgia e Adoração. Disponível em: <http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_knoxonliturgy.htm>. Acesso em 30 de out. de 2008. 3. KNOX, John. The History of the Reformation of Religion in Scotland. Londres: Blackie & Son Glasgow, 1841. 4. ______. A Brief Exhortation to England, for the Speedy Embracing

of the Gospel Heretofore by the Tyranny of Mary Suppressed and Banished. Disponível em < http://www.swrb.com/newslett/actualNLs/briefexh.htm >. Acesso em 30 de out. de 2008. 5. ______. A Vindication of the Doctrine that the Sacrifice of the Mass is Idolatry. Disponível em <http://www.swrb.ab.ca/newslett/actualNLs/ vindicat.htm>. Acesso em 07 de out. de 2008. 6. LEITH, John. A Tradição Reformada: uma maneira de ser a comunidade cristã. São Paulo: Pendão Real, 1996. 7. LLOYD-JONES, D. Martin. John Knox: O Fundador do Presbiterianismo. Em: Os Puritanos: suas origens e seus sucessores. São Paulo: Ed. Publicações Evangélicas Selecionadas, 1993, pp. 268 ‒ 288. 8. LUZ, Waldyr Carvalho. John Knox: o patriarca do presbiterianismo. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 1993. 9. MURRAY, Ian. A Scottish Christian Heritage. Disponível em <http:// www.reformationtheology.com/2006/11/john>. Acesso em 07 de out. de 2008. 10. SILVA, Hélio de Oliveira. John Knox: O Reformador da Escócia. Disponível em <www.monergismo.com/textos/biografias/knox-reformador_helio.pdf>. Acesso em: 10 de out. 2008. 11. TUCKER, Austin B. John Knox: Bold Reformation Preacher. Disponível em <http://www.preaching.com/resources/past_masters/11551039>. Acesso em 07 de out de 2008. 12. VOS, Howard F. An Introduction to Church History. Chicago: Moody Press, 1984. Notas: 1 Consulte a bibliografia no fim do artigo. 2 Educação Liberal constituía no aprendizado do Trivium ̶ gramática, retórica e lógica. 3 Wishart esteve na Alemanha e Suíça. 4 Com o falecimento do rei James V, Maria Stuart, sua filha de seis anos de idade, assume o trono. O cardeal David Beaton apresenta documento de que o rei o havia nomeado para o reinado. Sob suspeita, o Parlamento Escocês, encarcerou o cardeal como conspirador. A regência foi assumida por James Hamilton, Conde de Arran, simpatizante da causa protestante e desejoso de livrar a Escócia da influência papal. Porém, por conta da legalidade de seu casamento, corria-se o risco de ter anulado pelo Papa, perdendo a nobreza. Por isso, pôs em liberdade o Cardeal Beaton, que pesadamente investiu contra os protestantes. A esperança protestante parecia arrefecer. Wishart entra aqui, determinado a implantar a Reforma na Escócia, sob o convite dos nobres reformistas que lhe dariam apoio . Wishart compreendeu que os nobres tinham interesses políticos (Inglaterra x França). Wishart foi traído pelos nobres , que o deixou para enfrentar o Cardeal Beaton. Apenas alguns ficaram com Wishart, mas não o bastante para impedir que o mesmo fosse preso, levado para o Castelo de Edinburgo (19/01) e depois transferido para o Castelo de Saint Andrews, de onde foi executado em 1º de março de 1546. O Castelo foi tomado em 29 de maio de 1546 por nobres reformistas , vindo a vingar a morte de Wishart. Lá permaneceram até que, em 31 de julho de 1547, a esquadra francesa, comandada pelo Papista Henrique II, interessado na Escócia, toma o Castelo e aprisiona os ocupantes, entre eles, John Knox, levado ao cativeiro francês, onde permaneceu dois anos como escravo nas galeras francesas (LUZ, 2001, p. 32 ‒ 49; JONES, 1993, p. 269). 5 Foi capaz de ver as sutilezas de Maria os seus esforços para anular os protestantes quando em Berwick, não atacou o Livro de Oração Comum, apenas não o usou. 6 Enfretou duas mulheres: Elizabete e Maria. nunca temeu o rosto do homem (JONES, 1993, p. 273). 7 Tucker lista outros. Consultar bibliografia.

Confissão de Fé de Westminster

Capítulo III Dos Eternos Decretos de Deus

I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas. Ref. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.

II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições. Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.

III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna. Ref. I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6.

REVISTA OS PURITANOS 1•2009

9


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.