O Espírito Santo — Sinclair Ferguson (Capítulos 1 e 2)

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O Espírito Santo — Sinclair B. Ferguson

Na primeira metade do Evangelho de João, o “livro dos sinais” (capítulos 1-12), várias “testemunhas” comparecem e dão seu testemunho. Eventualmente, o autor indica que a função de seu Evangelho é a de atuar como um testemunho documental da identidade de Cristo: “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” (Jo 20.31). Não surpreende, pois, que a linguagem testemunhal surja com mais frequência neste Evangelho do que em toda a somatória do restante do Novo Testamento. Nesta prova contínua, o leitor está sendo confrontado com a evidência sobre Jesus e é desafiado a alcançar seu próprio veredicto (cf. 20.30-31). Além do mais, este será um processo contínuo; Jesus pretende enviar os apóstolos pelo mundo para que sejam suas testemunhas (“vós também testificareis”, Jo 15.27; cf. Mt 28.18-20; Lc 24.48; At 1.8). Dentro deste contexto, contudo, lemos agora que a principal testemunha de Cristo será o Espírito Santo a quem ele enviará da parte do Pai (Jo 15.26). Ele é o P^r^:l}T"s.

O P^r^Kl}T"s

Muita atenção se tem devotado aos estudos joaninos quanto ao significado e identidade do P^r^:l}T"s. Um composto de :^l#{, “chamar”, e para, “ao lado de”, o termo denota alguém que é chamado para o auxílio ou defesa de outrem. Um P^r^:l}T"s é, no sentido mais antigo do termo, um “consolador” (lat. cum forte), ou, seja, alguém que vem para fortalecer. Entretanto, agora se reconhece mais geralmente que em João o termo possui uma conotação forense. O Espírito é a testemunha e o advogado que testifica de Cristo. Os apóstolos também são testemunhas. É importante observar o que os qualifica. Na verdade, o que os impele a serem assim: “e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio” (Jo 15.27). 44


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