óptica.
Dezembro 2022
OLHARES SÃO-JOANENSES
Personagens da "Cidade dos Sinos" trazem consigo as histórias por trás de seus olhares
Cinquenta anos de cumplicidade e olhares.

Dezembro 2022
OLHARES SÃO-JOANENSES
Personagens da "Cidade dos Sinos" trazem consigo as histórias por trás de seus olhares
Cinquenta anos de cumplicidade e olhares.
Editora Chefe: Helena Serpa
Editora de Arte: Crislaine Campos
Direção Executiva: Dávila Martins
Fotografia: Crislaine Campos, Geovana Nunes
Repórter: Anna Carolina Gomes
Redação: Geovana Nunes
Produtora Editorial: Ana Leitão
Design e Diagramação: Crislaine Campos e Helena Serpa
óptica. é uma revista criada para a disciplina de Fotojornalimo da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ @óptica.revista
Leonardo Da Vinci afirmou certa vez que "Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo". Com essa citação, nasceu a "óptica." uma revista focada em documentar as pessoas, índividuos e suas histórias através de sua alma, os olhos.
O nome da revista nasce através de uma metáfora, a óptica, na Ciência, é uma área que busca estudar os fenômenos da visão, com isso, um significado lírico é construído. As relações humanas são fenômenos, e a capturação desses olhares é parte de uma série de nuances, transformações e sentimentos, que juntos fomentam uma óptica metafórica
Nesta edição, a primeira da história, amor, diversidade e poesia recheiam nossas páginas.
Em um passeio pela "campos das vertentes", muitas personas são avistadas, e com elas biografias, passatempos e sorrisos são colecionados. Na matéria "Olhares são-joanenses" essa história terá inicio, meio e fim.
Cumplicidade. Essa palavra resume o casal Geraldo e Carmen, casados há cinquenta anos, na matéria "Quando a luz dos olhos teus", a trajetória do casal de um recém completado meio século é levado a público e inspirando muitos casais.
Se o olhar causa sentimentos, um amor pode nascer. E como amor e poesia andam juntos, por isso ao fim de cada edição uma poesia de autoria da equipe nos é apresentada. Dessa vez, nossa poetisa é a Chefe de Fotografia, Geovana Nunes
Sejam bem-vindos a nossa história! Não importa se você usa óculos, ou não, um olhar pode mudar vidas, e o seu pode mudar a nossa!
pág. 05
A histórias por trás das personalidades de habitantes da cidade de São João del-Rei.
pág.09
A LUZ DOS OLHOS TEUS
A história de amor de um casal de meio século, contada através dos olhos
pág.11
POESIA NO OLHAR
Todo sentimentalismo na ponta dos dedos de Geovana Nunes
Escute nossa playlist oficial!
E entre no clima de nossas matérias
Lucas, tem 16 anos e se considera um adolescente típico
De uma gente que ri quando deve chorar e não vive apenas aguenta. O povo brasileiro é uma colcha de retalhos De estampas, tecidos, linhas diferentes Uns têm mais rasgos, mais rugas Já passaram por coisas que doem as costas. Os ombros pesados. Os olhos fechados. De cansaço.
De sorrir Porque mesmo assim, a gente sorri Sorri, porque o sorriso vem nos lábios como mel O choro é fel nos olhos. Arde. Engasga e dói. Quando tem que chorar, a gente chora Mas quando pode sorrir, a gente gargalha Com os lábios, os olhos, os dentes, a garganta As rugas Os rasgos
Chega de saudade A realidade é que sem ela não há paz. Não há beleza, é só tristeza. E a melancolia que não sai de mim Não sai Saudade de tudo Saudade de tanto
O grafite “saudade <3” nas ruas de São João é um marco turístico. Patrimônio cultural da humanidade. Porque que saudade! Qual a sua saudade?!
A saudade de Valentina é Gabriel A saudade de Gabriel é Valentina. E suas casas. E suas famílias. O abismo das férias toma conta dos apaixonados Dois meses quase três É um terço da origem de uma vida humana. O que mais pode nascer em três meses? Mais amor? Descanso? Ou cansaço? O futuro parece bonito visto pelos olhos deles Parece ensolarado Radiante como a queima dos fogos
Para Vanessa e sua fiel companheira, a saudade existe quando estão longe uma da outra Quando estão juntas destilam poesia. E arte. Vanessa é artista. É apaixonada por suas cerâmicas. Por suas peças de arte Por sua amiga Sua melhor companhia Sua paz Que te segue por todos e todos os cantos, mesmo que um outro cachorro possa roubar sua atenção.
Vanessa é seu sol Seu lar Seu colo é quente É tudo que ela mais ama e jamais amará.
Marlene tem mãos calejadas Mas ao mesmo tempo são mãos de fada Quando tecem novas roupas de crochê Novas peças que muitas novas pessoas vão usar. Marlene não faz só porque gosta, ela faz porque precisa Consegui tirar do trabalho, árduo, cansativo, um sorriso Sorriso de uma artista das lãs. Das cores e dos fios. Artista, artesã.
Gabriel e Valentina tecem seu romance.
Vanessa tece abraços Marlene tece dores, sorrisos, poesia
Viver é melhor que sonhar. Eu sei que o amor é uma coisa boa. Mas também sei que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa
Quantas vezes você já passou por alguém entregando panfletos? Quantas vezes olhou para a pessoa? Já percebeu que era uma pessoa? Doeu? Doeu em mim quando eu passei pelo Rogério e mal encarei seu rosto Mas ele parecia triste. Invisível. Voltei.
Rogério Martins está na cidade há 20 dias Veio de São Bernardo do Campo em busca de emprego. Ele gosta da natureza. De observar como ela é. Imponente e antinatural de tão esplêndida
Ele se sente conectado com a cidade. Como se sua alma já tivesse estado aqui em outras vidas. Rogério já teve experiências de quase morte "O poder da vida tá me deixando vivo Tem algum motivo Eu tenho que continuar o milagre da vida”.
Pela luz dos olhos teus, eu acho, meu amor, e só se pode achar: que a luz dos olhos meus precisa se casar. Que a luz dos olhos meus precisa se casar. Que a luz dos olhos meus precisa se casar Precisa se casar, precisa se casar Deitei sem fazer muito barulho ou mexer muito Ele, diferente de mim, acordava se uma pluma caísse do outro lado da rua. Mas não acordava com meus ronquinhos
É coisa de amor. Eu botaria um "eu acho que é" bem aqui. Mas dessa vez não. Dessa vez eu sei que é
E como demorou até ele chegar Nossa E eu achava que amor era cheio de rosas. Vinho chique Jantar com comida que mais parece quadro de arte moderna Umas fotos sem muito tesão na casa das sogras ou numa praia de nome estranho.
Esses são Geraldo e Carmen Há cinquenta anos eles fazem tudo juntos. Tudo. Caminham juntos. Cozinham juntos. Fazem as compras de casa juntos
Nós amantes desiludidos à deriva num mar de muita gente e pouco amor nos sentimos ou inspirados, ou desesperados por essa história Quais as chances de ser de primeira? Aos 18 e 17 eles se conheceram. E estão há cinquenta anos vivendo esse amor
Nós, que batemos em inúmeras portas e levamos não. Ou achamos fechaduras que não encaixam com as nossas chaves ou que arrombamos janelas e somos levados pela polícia o que resta para nós?
Quantas portas faltam? Qual a fechadura certa? Como encontrá-la? Para eles foi fácil. Mas acho que é fácil. Quando é a pessoa. Ou as pessoas O corpo reconhece Ele vibra naquela frequência Parece que a alma reconhece o que é o amor.
você é a minha história de amor em andamento somos tecelões
somos engenheiros
somos poetas
contadores de histórias de dias de amores de lutas de lágrimas
você é sonho vivo em carne osso & poesia