TCC - TESSE Acessórios de Mobilidade para Membros Inferiores

un i vers idade f ederal do p a r a n ĂĄ

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ana cristina cabral wasen heloísa seratiuk flores

´ acesso rios d e m o b i l i d a d e p a r a m e m b r o s i n f e r i o r e s trabalho de conclusão de curso apresentado à disciplina de projeto IV do curso de design de produto do setor de artes, comunicação e design da universidade federal do paraná. orientador: prof. alberto ireneu puppi

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termo de aprovação

Ana Cristina Cabral Wasen Heloísa Seratiuk Flores

Acessórios de Mobilidade para Membros Inferiores

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design de Produto, do Setor de Artes, Comunicação e Design da Universidade Federal do Paraná, pela banca composta pelos seguintes professores:

Orientador:

__________________________ Prof. Me. Alberto Ireneu Puppi Departamento de Design da UFPR __________________________ Prof. Dr. Adriano Heemann Departamento de Design da UFPR ___________________________ Prof. Me. Vinicíus Miranda de Moraes Departamento de Design da UFPR

Curitiba, 9 de novembro de 2017

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Gostaríamos de agradecer primeiramente nosso orientador, o Prof. Alberto Ireneu Puppi, por aceitar esse desafio conosco, e dar total controle e liberdade para desenvolvermos o projeto.

Deixamos nossos sentimentos também a todos que fizeram parte do projeto e nos ajudaram da maneira possível a cada um.

Agradecemos Ariadne Cercal da Ossur de Porto Alegre por nos fornecer todos os dados que requisitamos, e sanar todas as nossas dúvidas. À Rafalla, fisioterapeuta que nos ajudou a entender melhor como a recuperação de um paciente é importante, e como ela pode ser feita. À Everton, alguém que encontramos pelo destino no Hospital de Clínicas, e nos contou toda sua história, além de ter se oferecido completamente para testar nossos produtos. À Roselci, que se prontificou em ajudar de toda a forma possível e desde o contato conosco, se tornou presente.

agradecimentos

agradecimentos gerais

Agradecemos a Ortopédica Catarinense, onde Ednilson Duarte sanou todas as nossas dúvidas de materiais e funcionamento de próteses e ofereceu total assistência, a Ortopédica Egydio, que nos permitiu nosso primeiro contato com próteses esqueléticas, ao Paulo, da Pigatto Distribuidora que acreditou no nosso projeto e nos ofereceu o material que se tornou nossas capas. Finalmente, agradecemos ao professor Aguinaldo Santos, que fez possível a utilização da impressora 3D e à Priscila Guidolin que garantiu que nossas peças fossem impressas corretamente e se mostrou sempre disponível.

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agradecimentos

agradecimentos da ana

A entrega desse trabalho é o fim de um ciclo, é um momento de novidades e de oportunidades. Chegar até aqui não foi fácil e eu tenho muito a agradecer às pessoas que estiveram próximas de mim durante essa jornada.

Primeiramente eu agradeço a minha mãe, Marisa, por ser minha amiga e confidente e uma das pessoas mais carinhosas e dedicadas que conheço, e ao meu pai, Milton Wasem, por ser meu grande exemplo, um homem obstinado e de grande coração. Não tenho palavras para dizer o quanto os amo, e agradeço por todo o suporte que me deram. Agradeço por todos conselhos, todas as conversas, todos os abraços e por estarem sempre tão presentes na minha vida. Agradeço por desde minha infância me incentivarem a dar o melhor de mim e a ser a melhor pessoa que eu poderia vir a ser. Agradeço a minha família por ser a base de tudo e ser meu porto seguro.

Agradeço a Victor Gimenes, por ser meu melhor amigo e o amor da minha vida, por ser minha companhia do dia a dia, o motivo dos meus sorrisos, por fazer tudo em seu alcance por mim, por me escutar e estar ao meu lado mesmo nos momentos mais difíceis.

Agradeço por tudo que me ensinou, por ser essa pessoa incrível.

Agradeço aos meus amigos pelas risadas e por não me deixarem sozinha mesmo quando a minha rotina começou a ficar impossível.

Finalmente, agradeço a minha dupla e grande amiga, Heloísa, por desde o nosso primeiro trabalho juntas, ser a melhor equipe que eu poderia querer! Juntas conseguimos fazer um projeto do qual me orgulho muito e eu agradeço por você ter encarado esse desafio comigo e ser uma pessoa sempre tão incrível para mim.

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agradecimentos da heloísa

Fico extremamente feliz e grata por realizar e concluir, por enquanto, esse projeto. Pode não ter sido o projeto mais fácil, porém foi o mais agradável. A possibilidade de poder fazer o que é de meu grande interesse, com alguém que estimo é libertadora, é uma experiência que exigia o melhor de mim, mas também conseguia trazer esse melhor sem muito esforço.

Agradeço novamente ao Prof. Puppi, por estar presente na minha graduação desde o início, e por ter me ajudado quando a faculdade tinha se tornado um fardo grande demais.

Agradeço à minha família. Agradeço a minha mãe Eliane por estar sempre presente, me descontrair, me acalmar. Sempre que necessário, e sempre que eu não podia mais cuidar de mim mesma, ter a sensibilidade de fazer esse trabalho. Agradeço ao meu pai, Osmar, por estar presente nessa etapa da minha vida, que culmina aqui, dando sempre suporte e incentivando a minha educação e formação como adulta. Agradeço aos meus avós, Estanislau e Terezinha, por manterem um ambiente em que eu ainda sou única, e no qual eu não posso ser nada além de feliz.

Agradeço a Christian Meurer, por estar ao meu lado todos os dias, da maneira que podia, e até não podia. Agradeço por acreditar em mim, mais do que todos, e nunca duvidar que eu podia fazer algo. Por ser o meu amor.

E por último, e mais importante e relevante ao projeto aqui apresentado, agradeço à Ana. Por estar ao meu lado desde que nos conhecemos, crescendo e amadurecendo juntas, aprendendo melhor do que qualquer um a trabalhar e pensar. Agradeço por ser aberta e, quando necessário, crítica às minhas ideias. Agradeço por me dar espaço para criar. E mais do que tudo, agradeço pelo incrível trabalho que realizamos aqui.

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resumo

Este relatório de Trabalho de Conclusão de Curso é uma documentação que registra as etapas Informacional, Conceitual e Detalhamento do projeto de um acessório para mobilidade de amputados dos membros inferiores. Está detalhado nas próximas páginas o processo de pesquisa, dados levantados, normas, análises de produtos já existentes no mercado, criação de conceitos, geração de alternativas, seleção, desenvolvimento e refinamento do produto final.

Palavras-chave: Prótese de membros inferiores; capa para prótese; prótese acessível.

abstract

This Undergraduate Thesesis report is a document which registers the Informational, Conceptual and Detailing stages of a project on an accessory for mobility of lower limb amputees. In the following pages, a detailed description of the research process, data survey, technical standards, already existing product analysis, concept ideation, generation of alternatives, selection, development and refinement of the final product.

Keywords: Lower limb prosthetic; prosthetic fairing; accessible prosthetic.

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lista de figuras

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27

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Figura 28

Órtese de madeira lâminada por Charles e Ray Eames Prótese exoesquelética Prótese esquelética Prótese esportiva de alto impacto Primeira prótese egípcia descoberta Cópia da Perna Cápua Próteses de braço da era Vitoriana Prótese de Marcel Desoutter Oficina de próteses, 1947 Próteses utilizadas nos anos 70 Prótese dos anos 80, fabricada em fibra de carbono Primeira prótese com microprocessador, pela companhia Endolite Posição dos sensores e microprocessador na prótese C-LEG Primeiro momento da passada Segundo momento da passada Ajuste de calcanhar Capa para prótese em couro e metal produzido pela Bespoke Capas disponíveis no catálogo da marca UNYQ Storyboard do passo a passo para colocação da prótese Storyboard do passo a passo para retirada da prótese Moodboard para conceito de Capa de Prótese Moodboard para conceito de Prótese Acessível Referências estéticas orgânicas Referências estéticas geométricas Conjunto de alternativas para Capa de Prótese Conjunto de alternativas para Prótese Acessível Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa de prótese Capa Planificada Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa de Capa Planificada

19 24 24 25 26 27 28 28 29 30 30 30 35 36 36 37 43 44 51 52 55 56 59 60 62 63 66 67

Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Figura 40 Figura 41 Figura 42 Figura 43 Figura 44 Figura 45 Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51

Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa da Capa em Escamas Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa de capa Escamas Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa de Capa Modular Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Capa Modular Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa Pé em Peça Única Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Pé em Peça Única Simulação em ambiente virtual da alternativa Pé em Peça Única Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa Pé com Tração Elástica Visualização do mock-up no software de modelagem 3D BLENDER Criação dos mock-ups pelo software de planificação e prototipação rápida PEPAKURA Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Pé com Tração Elástica Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa Pé com Lâminas Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Pé com Lâminas Prótese em uso Capa protética de espuma Formato básico em situação normal Padrão sob compressão Padrão sob expansão Teste de corte a laser em mdf com pontos quebrados Teste de corte a laser em mdf Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 1 em repouso Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 1 flexionado Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 2 em repouso

68 69 70 71 72 73 74 74 75 75 76 77 78 82 82 85 85 86 86 86 87 87 88

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Figura 52 Figura 53 Figura 54 Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 Figura 60 Figura 61 Figura 62 Figura 63

Figura 64

12

Figura 65 Figura 66 Figura 67 Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 Figura 72 Figura 73 Figura 74 Figura 75 Figura 76 Figura 77 Figura 78 Figura 79 Figura 80 Figura 81

Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 2 flexionado Mock-Up em papelão Horlle Dimensões externas da capa em uso e planificada Exemplo de variações das dimensões de um tamanho de capa protética.

Geração de alternativa para o mecanismo de fixação Mock-Up do mecanismo A Mock-Up do mecanismo B Modelagem de fixação Impressão 3D da primeira versão do mecanismo Detalhe da impressão 3D Geração de alternativa para travamento da capa Fechos testados para o mecanismo; com elásticos (esquerda), magnético (superior direita) e encaixe magnético (inferior esquerda) Encaixe magnético em uso na versão final da ferradura Posicionamento das peças da trava traseira Vista superior das peças da trava traseira Geração de alternativas com as opções 1 a 4 Modelagem da capa Primeiro protótipo da capa protética em teste Padrão geométrico Padrão orgânico Padrão aplicado Padrão open source hexagonal Padrão open source Modelagens finais Primeiro protótipo Primeiro protótipo em teste Primeiro protótipo em teste de passo Detalhe da fixação do primeiro protótipo Roselci utilizando o primeiro protótipo Versão adaptada da capa protética

88 89 95 96 97 98 99 99 100 100 101 102

102 103 103 105 106 106 107 108 109 110 111 112 113 114 114 115 116 117

Figura 82 Figura 83 Figura 84 Figura 85 Figura 86 Figura 87 Figura 88 Figura 89 Figura 90 Figura 91 Figura 92 Figura 93 Figura 94 Figura 95 Figura 96 Figura 97 Figura 98 Figura 99 Figura 100 Figura 101 Figura 102

Versão final da capa adaptada Vista explodida da capa Paleta de Pastéis Pantone Logos Aplicações Padrões Fixação e travamento da capa protética Fixação e travamento da capa protética Capa adaptada para as necessidades da usuária Detalhe do produto Detalhe do produto Detalhe do produto Vista frontal Vista frontal Vista frontal Vista traseira Modelos produzidos Vista lateral Vista lateral Vista lateral Capa em uso

118 120 121 122 123 124 129 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 140 141 142 143

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lista de quadros

Quadro 1 Quadro 2 Quadro 3 Quadro 4 Quadro 5 Quadro 6 Quadro 7 Quadro 8 Quadro 9 Quadro 10 Quadro 11 Quadro 12 Quadro 13 Quadro 14 Quadro 15 Quadro 16 Quadro 17 Quadro 18 Quadro 19 Quadro 20 Quadro 21 Quadro 22

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Pés da marca Ossur Liners da marca Ossur Adaptadores da marca Ossur Pernas protéticas da marca Ottobock Quadro de similares Informações da persona Melissa Informações da persona Eduardo Informações da persona Junior Costumer Journey Map da persona Melissa Costumer Journey Map da persona Eduardo Costumer Journey Map da persona Junior Requisitos básicos para a Capa de Prótese Requisitos básicos para a Prótese Acessível Requisitos gerados para Capa de Prótese Requisitos para Prótese Acessível Matriz de avaliação para Capa Protética Matriz de avaliação para Prótese Acessível Matriz de Avaliação Dimensões do corpo sentado e em pé Tamanhos de membros representados como porcentagem da altura (feminino e masculino) Tamanhos P, M e G e suas dimensões Instruções de Uso

39 40 40 41 44 49 49 50 50 51 51 55 55 56 56 66 66 81 95 96 97 130

Introdução Apresentação Objetivos Justificativa Etapa Informacional O Design e a Deficiência O Procedimento da Amputação A Recuperação Análise do Produto Classificação de Próteses Histórico Pontos de Venda Análise do Mercado Brasileiro e Mundial Legislação e Normas Tecnologia Considerações Sobre o Produto Similares Padrão Próteses Estéticas Capas para Próteses Considerações Sobre a Análise de Similares Público Alvo Demanda Personas Análise da Tarefa Diagrama de Afinidades Etapa Conceitual Conceito Conceito para Capa Protética Conceito para Prótese Acessível Requisitos de Projeto Requisitos Obrigatórios Capa Protética Prótese Acessível Requisitos Desejáveis Capa Protética Prótese Acessível Geração de Alternativas Referências Estéticas Alternativas Alternativas para Capa Protética

16 16 16 17 19 19 20 22 23 23 26 31 33 33 34 38 38 41 43 44 45 45 46 51 52 55 55 55 55 57 57 57 57 57 57 58 58 58 61 62

sumário

1 1.1 1.2 1.3 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4 2.4.5 2.4.6 2.5 2.5.1 2.5.2 2.5.3 2.5.4 2.6 2.6.1 2.6.2 2.6.3 2.6.4 3 3.1 3.1.1 3.1.2 3.2 3.2.1 3.2.1.1 3.2.1.2 3.2.2 3.2.2.1 3.2.2.2 3.3 3.3.1 3.4 3.4.1

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Alternativas para Prótese Acessível Seleção de Alternativas Capa Protética Prótese Acessível Alternativa Selecionada Capa Planificada (Capa Protética) Capa Protética em Escamas (Capa Protética) Capa Modular (Capa Protética) Pé em Peça Única (Prótese Acessível) Pé com Tração Elástica (Prótese Acessível) Pê com Lâminas (Prótese Acessível) Matriz de Seleção Análise do Capítulo 4 Etapa de Detalhamento 4.1 Análise de Alternativa com Especialistas 4.2 Elementos Focais do Projeto 4.2.1 Elementos Formais e Simbólicos 4.2.1.1 Os Elementos 4.2.2 Flexibilidade 4.2.2.1 Mock-Ups da Área Planificada 4.2.3 Análise de Materiais 4.2.4 Análise Ergonômica 4.2.5 Fixação 4.2.5.1 Mock-Up do Mecanismo de Fixação 4.2.5.2 Alternativa Final de Fixação 4.2.6 Refinamento do Produto 4.2.6.1 Formato 4.2.6.2 Padrões 4.2.6.3 Modelagem 4.2.6.4 Prototipagem 4.2.6.5 Análise do Usuário 4.2.6.5.1 Capa Adaptada para as Necessidades de Roselci 4.2.7 Disponibilidade para Download 4.3 Produto Final 4.3.1 Componentes 4.3.2 Desenhos Técnicos 4.3.3 Estudo Cromático 4.3.3.1 Paleta de Cores do Projeto 4.3.4 Identidade Visual 4.4 Especificações Técnicas 3.4.2 3.5 3.5.1 3.5.2 3.5.3 3.5.3.1 3.5.3.2 3.5.3.3 3.5.3.4 3.5.3.5 3.5.3.6 3.6

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63 64 64 64 65 65 68 70 72 74 77 79 80 81 81 83 83 83 84 86 89 93 96 99 101 104 104 107 112 112 113 115 119 119 119 121 121 121 122 124

4.4.1 4.4.2 4.5

Materiais e Processos Modo de Uso Memorial Descritivo Considerações Finais Referências Anexo 1 Anexo 2 Anexo 3 Anexo 4 Anexo 5 Apêndice A Apêndice B

124 125 128 144 146 152 158 162 163 167 172 174

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apresentação 1.1

introdução 1

O trabalho de conclusão de curso aqui apresentado traz um levantamento sobre amputações, suas consequências físicas e psicológicas e propõe projetos de produtos para auxiliar a superação de tais problemas. Dados sobre números de amputações, causas, custos e faixas etárias são apresentados. Os tipos de amputação de membros inferiores são denotados e explicados moldando o foco do projeto às amputações transtibiais e transfemorais.

Uma pesquisa de mercado foi feita, evidenciando modelos, fabricantes e opções disponíveis. Assim como tipos de próteses presentes ao longo da história e a tecnologia aplicada em tais produtos atualmente. Normas de manufatura e comercialização de próteses são apresentadas, como também os meios de obtenção de tais pelos diversos meios possíveis no país.

Levando em consideração todos os dados levantados, além de entrevistas com profissionais da área (médicos, protéticos, fisioterapeutas e pacientes) três personas foram criadas, das quais

customer journey maps são derivados, e que, enfim, criam requisitos para a concepção de produtos.

objetivos 1.2

Através de um diagrama de afinidades e da definição de requisitos, dois conceitos de produtos distintos foram formados.

Um primeiro, uma capa protética estética, ajustável à anatomia de diferentes pacientes, que ajudaria na recuperação psicológica destes, também podendo ser utilizada como adereço. E em segundo plano, uma prótese acessível feita de materiais de baixo custo.

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O objetivo deste trabalho foi o de criar um acessório para mobilidade, adaptável para pessoas de diferentes fisionomias, que possa ser acoplado a uma prótese já existente, simulando o volume e forma do membro perdido, mas que também seja esteticamente agradável, ajudando na recuperação física e psicológica.

1.3 justificativa

Os Estados Unidos possuem 2 milhões de habitantes com algum tipo de amputação, sendo que um em cada 190 norteamericanos vive sem um dos membros, e, segundo o American Congress of Rehabilitation Medicine e a American Academy of Physical Medicine and Rehabilitation, esse número irá dobrar até 2050. (ZIEGLER-GRAHAM, MACKENZIE, EPHRAIM, TRAVISON, BROOKMEYER, 2007) No Brasil, 470 mil pessoas são vítimas de amputações (IBGE, 2010), tendo o número de procedimentos dobrado entre 2012 e 2013. Entre 1995 e 2000, os gastos do SUS com próteses e órteses aumentaram em 107% (BELOTTI, 2009).

Esteticamente, próteses ortopédicas¹ tendem a priorizar suas funções, a qual é atendida pela forma. Existem tentativas de deixálas mais atraentes para os pacientes, com aplicações gráficas em certos componentes, porém nunca alterando sua forma essencial.

São poucas as opções, nacionalmente, de acessórios para próteses planejados e executados a gosto do paciente, ou seja, integralmente personalizáveis.

O custo de próteses e acessórios também não pode ser desconsiderado, segundo a tese de Luiz Armando Garlippe (2014) o custo médio de uma prótese nos casos estudados (181 indivíduos entre 2001 e 2012) foi de R$227.549,00. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há uma prevalência de 13,1 amputações a cada 100 mil habitantes, anualmente.

Segundo o Ministério da Saúde, 70% das amputações são causadas por diabetes e, segundo o IBGE, 47,1% dos habitantes que possuem diabetes fazem o tratamento em unidades básicas de saúde mantidas pelo SUS. Ainda de acordo com o estudo de Garlippe, 80,1% dos pacientes de seu estudo mostraram baixa escolaridade, correspondendo ao nível fundamental. Tais grupos sociais usualmente não possuem recursos financeiros para custear uma prótese, dependendo fortemente do Sistema Único de Saúde e INSS para poder adquiri-la.

¹prótese ortopédica: substantivo feminino med prótese é a peça ou dispositivo artificial utilizado para substituir um membro, um órgão, ou parte dele.

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No estudo de Garlippe, ainda podemos observar que dentre os 343 pacientes inicialmente estudados, 162 faleceram devido a não continuação do tratamento. Metade de todos os amputados nos EUA irão morrer em um prazo de 5 anos a partir da data de sua amputação, e isso não se deve apenas a fatores físicos de saúde, mas também a fatores psicológicos decorrentes do procedimento (ROBBINS, STRAUSS, ARON, LONG, KUBA, KAPLAN, 2008).

Acredita-se que com próteses e capas mais convidativas, totalmente personalizáveis, com uma melhor solução visual e com preços mais acessíveis, seja possível amenizar alguns dos traumas do pósoperatório.

Após seu procedimento, o paciente necessitará de amparo físico e psicológico, a sua prótese e acessórios devem ser parte integrante disso, o ajudando a superar esse trauma. Um produto apenas funcional, sem grande apelo estético ou emocional pode fazer qualquer paciente voltar a exercer suas funções. Poderia esse mesmo produto mostrar que seu corpo é integral novamente?

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O design médico direcionado à deficiências tem como base o objetivo de resolver um problema chamando a menor quantidade de atenção possível. A dúvida que se mantém é se os aparatos médicos que tentam se camuflar ao corpo humano geram a impressão de que a deficiência é algo a se envergonhar.

2 etapa informacional

Figura 1 - Órtese de madeira laminada por Charles e Ray Eames (FONTE: CHARLES E RAY EAMES, 2010)

2.1. o design e a deficiência

O livro Design Meets Disabillity (2009), de Grahan Pullin, usa como exemplo órteses² criadas em 1940 para militares da marinha americana (Figura 1) como exemplo de como a necessidade da deficiência inspira o design. Nesse caso, a necessidade de criar formas orgânicas com madeira laminada levou ao desenvolvimento de um produto inovador para a época por Charles e Ray Eames.

Graham sugere que a moda é saída possível para esse problema. Um exemplo de lugar em que a indústria fashion e deficiências se encontram é no desenvolvimento de óculos de grau. Apenas nesse nicho que a deficiência não é vista como um problema, mas uma oportunidade de se usar um item que poderá alterar a estética do usuário de forma positiva a outros, permitindo a elevação da auto estima e bem estar.

A moda, por meio da cultura e dos valores em que está

²órtese: substantivo feminino med qualquer aparelho externo us. para imobilizar ou auxiliar os movimentos dos membros ou da coluna vertebral.

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inserida, sempre está em movimento. Suas vertentes geram emoções tanto positivas quanto negativas em diferentes espectadores e não se desenvolve sem o contraste de opiniões, que criam a possibilidade de se utilizar roupas e acessórios como forma de expressão. Foi quando se começou a pensar no design do óculos que ele passou de estigma para um ornamento, sendo incluído neste universo renomeado como eyewear. Este termo cria uma nova relação entre o designer e para quem se projeta (Pullin, G. 2009). O marketing criado para os óculos vende o produto no qual a parte médica é apenas um adendo. As peças enquadram o rosto e o olhar do usuário, realçam as linhas de seu rosto e se tornam um objeto de desejo.

o procedimento 2.2 de amputação

O grande diferencial que fez os óculos passarem a ser um objeto de high fashion, é que ele não é mais projetado para distúrbios de visão e sim para o usuário que tem tal disfunção.

Quando se projeta para uma deficiência, é comum se esquecer do indivíduo e focar no problema médico. É nesse momento que se começa a estereotipar o público com necessidades especiais, e quando ultrapassada essa linha tênue, se cria uma ênfase negativa para o produto final.

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A cirurgia de amputação caracteriza a retirada de um membro ou parte de um membro. Esse procedimento é classificado pelo nível de amputação, termo que descreve o local em que a parte do corpo foi retirada. Dentro do nível de amputação, existe a amputação de membros inferiores e de membros superiores. Neste projeto, lidaremos apenas com amputações de membros inferiores, estas que são classificadas em: • Falangectomia: Remoção de dígitos (dedos) dos pés.

• Transmetatársica: Remoção parcial do pé, dividindo os ossos do metatarso.

• Amputação de Chopart: Desarticulação e remoção parcial do pé, feito após os ossos do metatarso, o membro residual mantém o calcanhar. (raramente utilizada) • Amputação de Lisfranc: Desarticulação entre o tarso e metatarso, o membro residual mantém o calcanhar. (raramente utilizada) • Amputação de Pirogoff: Desarticulação e remoção completa do pé. Porém, o calcanhar é colocado na extremidade inferior da tíbia.

• Amputação de Boyd: Remoção do pé, porém o calcanhar é seccionado e mantido.

• Amputação de Syme: Desarticulação do tornozelo .

• Amputação abaixo do joelho (transtibial): Pode seccionar a tíbia em diversas alturas.

• Amputação através do joelho (desarticulação do joelho): A tíbia é completamente removida, mantendo a patela.

• Amputação acima do joelho (transfemoral): Pode seccionar o fêmur em diversas alturas.

• Amputação através do quadril (desarticulação do quadril): O fêmur é completamente removido.

• Hemipelvectomia (transpélvica): Remoção de parte do quadril.

Segundo dados divulgados pela empresa americana de aparatos médicos Advanced Amputee Solutions, a amputação mais recorrente entre pacientes é a transtibial, e até 2020 se prevê um aumento de 47% no número de amputações abaixo do joelho, sendo assim este o foco deste projeto.

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a recuperação 2.3

O objetivo mais importante de uma protetização, desde a operação até a reabilitação para a adaptação da prótese, é recuperar a independência do paciente e, assim, manter ou readquirir qualidade de vida. Esse processo de reabilitação demora, em média, alguns meses e é influenciado por diversos fatores, incluindo motivação e uma prótese adequadamente adaptada.

A amputação é um acontecimento traumático, que exige vontade de superação, sendo o suporte psicológico absolutamente indicado. Quanto antes ocorrer essa busca por apoio, melhor, uma vez que a superação de medos e conflitos mentais pode contribuir para uma cura rápida. Quando somada ao medo, a amputação comumente leva à depressão. Se o paciente tem a chance de se preparar para a amputação, esse tempo prévio à cirurgia deve ser usado da maneira mais eficiente para otimizar o processo de reabilitação.

Durante essa etapa, os aspectos físicos e psicológicos devem ser levados em conta e todas as dúvidas em relação ao que ocorre posteriormente à cirurgia devem ser sanadas. Além da limitação da função física, o psicológico é crucial na qualidade de vida.

É importante, também, se levar em conta que diferentes pessoas reagem de maneira diferente à amputação. Uma pessoa que passava seus dias na cama limitada pelo motivo da amputação pode ver o procedimento como algo positivo, enquanto um atleta que passa pela cirurgia por motivo de trauma pode a ver como uma limitação.

Uma desordem que pode se suceder ao procedimento é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Mais comum em amputados por ferimento acidental ou em veteranos de guerra, esse transtorno chega a atingir 22% dos amputados. Outra causa de TEPT é dor residual, associada com altas taxas de ansiedade e

22

depressão, sendo que em idosos a taxa de TEPT pode chegar a 25% e a depressão a 34%.

A habilidade do paciente em lidar com a perda do membro, a dor, a deficiência e a mudança estética são alterados pelo contexto, por diferenças culturais e pelo nível de suporte que é recebido. Se torna óbvio, então, a necessidade da prótese, como um auxiliador para a retomada da vida usual.

classificação de próteses 2.4.1

Próteses recebem inúmeras classificações, conforme o tipo de amputação que elas atendem, o nível de impacto, e a função desempenhada.

Tais produtos são feitos para substituir o membro perdido do paciente no pós operatório, por isso existem diferentes próteses para atender diferentes tipos de amputação. Ainda assim, cada cirurgia e o corpo de cada indivíduo é único e a prótese necessariamente passa por um processo de adaptação. Quanto mais radical a amputação, maior o número de componentes presentes na prótese.

2.4 análise do produto

Uma amputação através do quadril, por exemplo, necessita de peças para simular o movimento do quadril, a parte superior da perna, o joelho, a parte inferior da perna, o calcanhar e o pé, enquanto em uma amputação transmetatársica é preciso substituir apenas a parte perdida do pé.

Após definir qual o produto indicado para o nível de amputação do amputado, é necessário escolher a estrutura da prótese, que podem ser classificadas em:

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Exoesquelética (Figura 2): Produzida com componentes de plástico, são normalmente utilizadas como próteses geriátricas e para banho.

Simulam a parte externa de uma perna e são normalmente ocas. São produtos mais simples que não permitem ao usuário realizar tarefas complexas, além de possuir uma menor quantidade de componentes.

Figura 2 - Prótese exoesquelética (FONTE: JORNAL CONCEITO SAÚDE, 2005)

Esquelética (Figura 3): Próteses convencionais, modulares. Produzidas em metal, apresentam tecnologia mais avançada e simulam os movimentos do corpo humano com maior precisão, são porém de valor muito mais elevado.

Figura 3 - Prótese esquelética (FONTE: OTTOBOCK, 2013)

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Segundo Ariadne Cercal, representante de marketing da empresa Ossür, a prótese mais vendida da marca é o pé Elation. Essa peça, componente de uma perna esquelética, pode ser usada tanto em amputações transtibiais quanto transfemorais e é um pé de fibra de carbono com ajuste de altura do calcanhar, envolto por uma capa protética que simula um pé humano.

Neste projeto abordaremos apenas próteses esqueléticas por sua maior usabilidade e versatilidade, uma vez que as próteses exoesqueléticas vêm se tornando cada vez mais obsoletas com o passar dos anos.

Outras variantes que alteram os tipo de componente são:

Nível de impacto: Uma próteses de alto impacto é um produto que será utilizado para esportes a nível profissional e de alto desempenho. Peças com essa classificação são feitas para aguentar esforços elevados e respondem de forma rápida e eficiente. Quanto menor a atividade diária do usuário, menor o nível de impacto exercido na prótese.

Função: As peças podem apresentar diferenças de forma, material, funcionamento e tecnologia conforme sua função. Próteses feitas para uso na água, por exemplo, são resistentes a água, enquanto próteses para esportes (Figura 4) tem sua forma alterada para aumentar o rendimento do atleta.

Figura 4 - Prótese esportiva de alto impacto (FONTE: Repositório Digital)

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2.4.2 histórico

“Próteses”, como objetos que substituem parte do corpo por algo de similar aparência, existem desde o Império Egípcio (Figura 5). Nesse período, próteses eram utilizadas para criar a sensação de totalidade ao usuário. Costumavam simular a parte perdida esteticamente, sem grandes funções (WILLIAM PARK, 2015). Ao que aponta achados arqueológicos, os egípcios comumente criavam esses tipos de próteses para substituir dedos ou dentes.

Figura 5 - Primeira prótese egípcia descoberta (FONTE: Dr. Jacky Finch, 2015)

A primeira prótese de perna conhecida data de 300 A.C., conhecida como “Perna Cápua” (Figura 6), foi encontrada em uma lápide na cidade de Cápua na Itália. Era feita de bronze e ferro, com um interior de madeira. A peça original foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial, porém uma cópia está em exposição no Museu de Ciência de Londres (KIM M. NORTON, 2007).

A Idade Média viu pouco avanço em próteses. Durante esses anos, foram criados a tradicional perna de pau e o gancho. Porém, apenas nobres tinham o dinheiro e cuidados suficientes para poder ter uma dessas próteses rudimentares feita (KIM M. NORTON, 2007).

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Em sua maioria, ainda valorizavam a forma, como um substituto da parte perdida, sobre a função.

Figura 6 - Cópia da Perna Cápua (FONTE: Science Museum, 2014)

Durante o séc. XVI, Ambroise Paré fez grandes avanços.

Como doutor, refinou a cirurgia de amputação, deixando o membro residual mais suscetível a adaptação de uma prótese (KIM M. NORTON, 2007). Também criou próteses não apenas estéticas, mas simulando funções. Criou a primeira prótese de perna com articulação de joelho e a primeira mão dobrável. Excluindo Paré, houve pequeno avanço nas próteses e cirurgia de amputação do séc.

XIV ao XV. A era vitoriana (Figura 7) teve vários esforços estéticos e funcionais quanto à próteses. Grande parte das amputações dessa era foram causadas por guerras. O advento de vários pontos articulados possibilitava o usuário posicionar sua prótese como quisesse. Nesse período, próteses costumavam ser feitas de ferro e latão.

Um mesmo desenho começou em 1863, feito por Dubois Parmlee, que propunha fixação por vácuo, que é utilizada até hoje.

O joelho policêntrico e pé articulado (KIM M. NORTON, 2007), foi depois modificado por Gustav Hermann, que propôs a utilização de

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alumínio ao invés de aço, para uma prótese mais leve e funcional.

Apenas em 1912 essa prótese foi produzida, quando o aviador inglês Marcel Desoutter perdeu a perna em um acidente de avião. (RR SCHOOL OF NURSING, 2017). Então, essa era a primeira prótese de alumínio (Figura 8 ).

Figura 7 - Próteses de braço da era Vitoriana. Observe, na segunda imagem, os diversos pontos de articulação. (FONTE: Science Museum, 2014)

Figura 8 - Prótese de Marcel Desoutter (FONTE: DeSoutter Medical, 1914/2017)

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Até os anos 40, próteses não haviam evoluído muito, sendo a perna de pau ainda muito comum. Apenas após a Segunda Guerra Mundial, com o retorno de veteranos aos seus países e registrando a sua insatisfação quanto ao mercado de próteses junto ao governo dos EUA, que pesquisas foram requisitadas, resultando finalmente em um desenvolvimento mais expressivo desse mercado (RR SCHOOL OF NURSING, 2017) (Figura 9).

Figura 9 - Oficina de próteses, 1947 (Smithsonian, National Museum of American History, 1947)

Nos anos 70, Ysidro M. Martinez considerou uma aproximação diferente a próteses de membros inferiores (Figura 10). Ao invés de tentar replicar movimentos naturais e a aparência natural, Martinez optou por criar uma prótese que melhorava o caminhar e reduzia fricção (MARY BELLIS, 2006).

Os princípios criados por Martinez estão em uso até hoje.

Os anos 80 e 90 viram, respectivamente, o uso de fibra de carbono

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em próteses (Figura 11) que até então era apenas utilizada em aviões, e a criação da primeira prótese de membro inferior com microprocessador (Figura 12).

Figura 10 - Próteses utilizadas nos anos 70 (ENDOLITE, 2017)

Figura 11 - Prótese dos anos 80, fabricada em fibra de carbono (FONTE: ENDOLITE, 2017)

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Figura 12 - Primeira prótese com microprocessador, pela companhia Endolite (FONTE: ENDOLITE, 2017)

Em retrospecto, podemos observar como a prótese passou de apenas um placeholder, um substituto estético de um membro perdido, para um objeto que atende a necessidade de locomoção e ação de um usuário. Sendo assim, chegando ao princípio de forma segue a função. Porém, em alguns momentos históricos, como a era Vitoriana, a prótese também exerceu função de adorno, tendo muito mais detalhes e grafismos do que o necessário para sua função.

pontos de venda 2.4.3

No Brasil é possível se obter próteses de diversos modos:

Sistema Único de Saúde: o SUS se compromete a oferecer a prótese necessária para sanar a deficiência do paciente, incluindo todas as peças mecânicas necessárias. O atendimento é feito nos centros de reabilitação física, com o intermédio da Secretaria de Saúde estadual ou municipal de onde o usuário mora. O Estado também deve garantir atendimento de profissionais de diferentes áreas, como médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais. Esses profissionais são responsáveis por identificar quais são as necessidades dos usuários, são eles também que definem a melhor forma de atendimento, bem como o tipo de aparelho a ser fornecido para uma reabilitação adequada.

Instituto Nacional do Seguro Social: o INSS é obrigado a fornecer perna mecânica, braço mecânico, cadeiras de rodas, muletas e outros tipos de próteses, órteses e demais aparelhos ortopédicos para os segurados e seus dependentes, segundo as leis: Lei de Benefícios da Previdência Social e o Regulamento da Previdência Social, onde o Instituto se compromete a habilitar e reabilitar trabalhadores e aposentados profissionalmente e socialmente. Os segurados do Regime Geral da Previdência Social precisam comprovar mediante laudos e/ou relatórios médicos em perícia a necessidade da prótese.

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Compra particular: como já dito anteriormente, a amputação é algo bastante particular e varia de caso para caso, por isso, o papel do médico e de outros profissionais na hora da escolha do modelo de prótese que mais vai se adaptar às necessidades do usuário é imprescindível. Após a escolha do modelo é necessário entrar em contato com um centro de ortopedia, que oferece próteses de diferentes marcas e fazem a adaptação ao corpo do usuário.

Prótese personalizada: ainda é possível, após a orientação médica, entrar em contato com profissionais que projetam as próteses de forma personalizada ao usuário, sem utilizar modelos padrão já existentes no mercado. Essa opção costuma ser a mais cara, porém a que apresenta melhores resultados.

Em conversa com Everton, um paciente que sofreu amputação transtibial decorrente de um acidente de moto, recebemos informações sobre como os sistemas de aquisição de prótese pelo SUS e INSS realmente funcionam. Everton teve a perna amputada no Hospital Universitário do Cajuru, em Curitiba, no ano de 2015.

Sua amputação decorreu de uma infecção e subsequente necrose da perna esquerda. No acidente, Everton também sofreu fraturas e lesões em outras partes do corpo, dentre elas uma fratura no quadril.

O tempo adequado para iniciar a utilização de uma prótese é entre 2 a 6 meses (2015, Amputee Coalition), tempo no qual o SUS deveria fornecer a prótese ao paciente. Na região de Curitiba, o paciente é encaminhado pelo SUS à APR (Associação Paranaense de Reabilitação) que é um órgão municipal. Segundo Everton, dentro da APR a lista de espera para uma prótese de membro inferior, para uma amputação abaixo do joelho, é de 2 anos, podendo se estender indefinidamente. As próteses doadas pela APR também necessitam ser repostas a cada 2 anos.

A outra opção que Everton tem é receber a prótese pelo INSS, que é um órgão federal. O tempo de espera costuma ser

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menor, dentre 6 meses a 1 ano, porém, segundo o paciente, o Governo Federal está em processo de troca de licitação de fornecedor de próteses para a União, não tendo nenhum no momento e aumentando a lista de espera.

Everton também ressalta que ele necessita de uma cirurgia para recuperação da lesão que sofreu no quadril, mas que para poder fazer o procedimento, precisa primeiro ter a prótese e já estar habituado a ela.

análise do mercado brasileiro e 2.4.4 mundial

Comercializados no Brasil principalmente pelas empresas Ossur e Ottobock, as próteses são produtos modulares e vendidos em partes classificadas em joelho, pés, liners e adaptadores.

Apesar de não haver informações precisas sobre o assunto no Brasil, em 2011 cerca de 94% das amputações realizadas no SUS foram de membros inferiores, e estima-se que compreendam 85% de todas as amputações de membros (Ministério da Saúde, 2012).

O mercado nacional de produtos médicos é dominado por grandes empresas multinacionais e pequenas e médias nacionais, sendo que apenas 10% das empresas são de grande porte, possuem alto número de vendas e recursos para investimento e, geralmente, são multinacionais. Em contrapartida, no país há um número crescente de novos produtos: são lançados 14 mil itens por ano, contra apenas 8 mil nos EUA (GTIOP, 2015).

legislação e normas 2.4.5 No Brasil existem poucas leis que regulamentam a produção e

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venda de próteses, porém a legislação existente é estrita e se baseia principalmente em:

Lei no. 6.360, de 23 de setembro de 1976: “dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências”. Onde no artigo 12 é possível ler que “Nenhum dos produtos de que trata esta Lei, inclusive os importados, poderá ser industrializado, exposto à venda ou entregue ao consumo antes de registrado no Ministério da Saúde.” e no artigo 15 que “O registro dos produtos de que trata esta Lei será negado sempre que não atendidas as condições, as exigências e os procedimentos para tal fim previstos em Lei, regulamento ou instrução do órgão competente.”

RESOLUÇÃO CFM N° 1.956/2010: Descreve quem pode prescrever materiais implantáveis como órteses e próteses e determina a arbitragem de um especialista quando houver conflito.

O artigo 1 define que “cabe ao médico determinar as características (tipo, matéria-prima, dimensões) das órteses, próteses (...)”. O artigo 4 veta ao médico a possibilidade de exigir um fornecedor ou marca comercial exclusivos ao paciente. No artigo 6 fica definido que quando há divergências entre médicos ou entre o requisitante e a operadora pública, é necessário a opinião de um médico especialista para a decisão.

Sendo assim, as leis brasileiras definem o médico como único profissional que pode indicar uma prótese à um paciente e que próteses apenas podem ser liberadas para comércio quando aprovadas pelo Ministério da Saúde.

2.4.6 tecnologia

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Próteses de membros inferiores hoje, e desde meados dos

anos 80 (ver Item 2.4.2), são fabricadas em metal, em sua maioria alumínio, e fibra de carbono ou grafite. Capas estéticas são feitas em silicone, por encomenda e refletindo a aparência do usuário. Existem também capas em materiais rígidos, porém não são tão utilizadas.

Uma prótese com a melhor tecnologia disponível no mercado possui também partes elétricas, hidráulicas, baterias e microprocessadores, é o caso da C-LEG, da fabricante Ottobock, tendo um preço entre 200 e 300 mil reais no mercado brasileiro.

Como uma prótese transfemoral de ponta funciona?

Uma prótese como a C-LEG possui dois sensores, um no joelho e um no tornozelo (Figura 13). Ambos os sensores enviam sinais para o microprocessador contido na unidade do joelho da prótese, controlando o sistema hidráulico que faz o movimento de passada. Em algumas próteses, o microprocessador pode também controlar a altura da prótese.

Figura 13 - Posição dos sensores e microprocessador na prótese C-LEG (OTTOBOCK, How the C-Leg Works, 2013)

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A passada é constituida por dois momentos, o primeiro, quando o membro se movimenta para trás (Figura 14). Nesse momento, o joelho precisa ter pouca mobilidade, permanecendo levemente flexionado. Porém, ao se subir escadas ou andar por terrenos acidentados, o ângulo da flexão na primeira fase pode ser diferente. Independente da situação, o microprocessador irá avaliar o melhor ângulo para mover ou manter o sistema hidráulico.

No segundo momento (Figura 15), a perna precisará fazer um movimento de pêndulo e se deslocar novamente para frente.

Isso se dá, normalmente, quando o fêmur e tíbia se alinham a 120 °, e aproximadamente 70% da massa corporal está sendo suportada pela ponta do pé. Quando esses dois critérios são atendidos, o joelho deixa seu “estado seguro” e dobra para a frente. A C-LEG também possui sistemas de amortecimento caso o movimento seja executado muito rapidamente, gerando um pêndulo de maior força, ou muito lentamente, tal amortecimento também é controlado pelo microprocessador.

Figura 14 - Primeiro momento da passada (OTTOBOCK, How the C-Leg Works, 2013)

Figura 15 - Segundo momento da passada (OTTOBOCK, How the C-Leg Works, 2013)

Como uma prótese transtibial de ponta funciona?

A prótese transtibial consiste basicamente de soquete, que se encaixa ao membro residual, pylon, um tubo, normalmente de metal, e um pé. Os pés de ponta são normalmente fabricados em fibra de

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carbono, e também possuem modelos com microprocessadores.

Um dos pés mais avançados disponível facilmente no mercado é o Proprio Foot, da fabricante Ossur. O Proprio Foot possui microprocessador e motores, além das lâminas de fibra de carbono.

O pé protético precisa fazer três operações ao andar:

1. Torção: é necessária plasticidade suficiente no corpo do pé para que ele torça, assim como faria um pé natural.

2. Impulsão: a ponta do pé e o calcanhar precisam impulsionar o corpo do usuário.

3. Amortecimento: o contato com o chão deve ser suave.

O Proprio Foot faz o movimento de torção por meio de uma fenda entre as lâminas de carbono, facilitando sua mobilidade. A impulsão é feita parcialmente pelo desenho das lâminas e pelo microprocessador, que ajusta um sistema hidráulico existente no calcanhar quando mais ou menos impulso é necessário. O amortecimento ocorre da mesma maneira que a impulsão.

Um dos destaques do Proprio Foot é o ajuste da altura do calcanhar (Figura 16), possibilitando que os usuários calcem saltos, andem descalços ou com sapatos.

Figura 16 - Ajuste de calcanhar (OSSUR, Proprio Foot User Guide, 2011)

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considerações sobre o produto 2.5

O trabalho de criar o soquete também costumava ser extremamente manual, necessitando de um profissional com anos de experiência, e utilizando materiais como gesso para criação do molde. Mais recentemente, o membro residual do paciente pode ser escaneado digitalmente, então um molde negativo é feito em poliuretano por um torno CNC, então tal molde é envolto em uma lâmina de polímero aquecido.

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Como visto, as duas empresas que dominam o mercado brasileiro são a Ossur e a Ottobock. Foram avaliados nos próximos itens próteses produzidas em grande escala, com medidas padrão, próteses e capas de prótese feitas sob medida ao usuário e próteses e capas de próteses com foco principal em seu valor formal.

2.5.1 similares padrão

Os similares padrão são modulares, sendo divididos em joelhos, pés, liners e adaptadores, podendo ser vendidos separados (Quadros 1, 2 e 3) ou em um conjunto (Quadro 4).

Quadro 1 - Pés da marca Ossur (FONTE: DAS AUTORAS)

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Quadro 2 - Liners da marca Ossur (FONTE: DAS AUTORAS)

Quadro 3 - Adaptadores da marca Ossur (FONTE: DAS AUTORAS)

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Quadro 4 - Pernas protéticas da marca Ottobock (FONTE: DAS AUTORAS)

Os tipos de prótese e seus componentes são importantes para iniciar o desenvolvimento de uma capa protética ou acessório para prótese, uma vez que o produto deverá atuar junto com a prótese e preso a ela de alguma forma.

O controle das articulações se dá por sensores que permitem que o usuário caminhe de forma natural. A resposta entre os sensores e o movimento da articulação difere de acordo com o modelo da prótese.

Existem próteses para diferentes tarefas, desde atividades físicas, como corrida e natação, e também atividades cotidianas como dirigir um carro sem a necessidade deste ser adaptado.

Os produtos existentes no mercado são bastante similares tanto em forma e função, quanto em seus materiais e aplicações.

Pernas esqueléticas em metal, com joelhos mecânicos ou pneumáticos e adaptadores em fibra de carbono. São poucas as iniciativas da utilização de materiais alternativos e formatos diferentes dos modulares.

próteses estéticas 2.5.2

Existem no mercado próteses que além de funcionais têm também um apelo estético. Exemplos mais famosos:

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Quadro 5 - Quadro de similares (FONTE: DAS AUTORAS)

1. Proteze: Prótese com estrutura padrão (eixo fixo e articulação no pé) com 3 capas diferentes e de diferentes materiais e acabamentos.

2. Limb: Prótese com estrutura padrão (eixo fixo, sem articulação, com pé em C) com uma capa de couro ilustrado remetendo as tatuagens tradicionais.

3. Klippa: Prótese para escalada com mecanismo de tração com pivô elástico e pé emborrachado. Processo de construção bem detalhado, contendo pesquisa, sketches, mock-ups e prototipagem.

4. Exo: Prótese impressa em titânio sem estrutura central fixa, com o corpo vazado e geométrico. A peça impressa em 3D se encaixa em mecanismos padrão para calcanhar e encaixe para o membro amputado.

5. Confete: Projeto do escritório curitibano Furf, a prótese é composta de uma capa de polímero colorida e um corpo padrão com eixo central.

Essas próteses têm estruturas diferenciadas das mais comuns no mercado, contrastando com as próteses padrão e utilizando técnicas de produção alternativas, como a impressão 3D e materiais diferenciados. Essas próteses são, em sua maioria, produzidas em pequena escala e cada uma é feita sob medida para o usuário.

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capas para próteses 2.5.3

Capas para próteses são um tipo de solução estética que cobrem a parte mecânica da prótese esquelética. Tais peças normalmente simulam o volume da perna e podem ter diferentes texturas e acabamentos.

As capas são desenhadas não apenas para simular a anatomia do membro perdido, mas também refletir o gosto e o estilo do usuário.

Entre as empresas que atuam nesse mercado existe a Bespoke Fairings, uma empresa que cria próteses personalizadas para amputados. Cada prótese é única e desenhada com auxílio do usuário.

Figura 17 - Capa para prótese em couro e metal produzido pela Bespoke (FONTE: Angela Johnsto, 2014)

Já a marca UNYQ comercializa capas de próteses a partir de um catálogo, onde o cliente escolhe o modelo e a cor. Ainda assim, o produto é adaptado à altura da amputação e alterado para

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espelhar de forma proporcional o tamanho do membro residual.

Capas para próteses são produtos destinados à customização de próteses, que normalmente têm aparência fria e metálica. Sua altura, largura e forma são dependentes da amputação e do corpo do usuário, sendo assim produtos altamente personalizáveis.

São produtos que estão começando a ser mais explorados com a evolução e maior acessibilidade dos processos como o corte a laser e a impressão 3D e em sua grande maioria são criadas sob medida para o usuário.

Figura 18 - Capas disponíveis no catálogo da marca UNYQ (FONTE: UNYQ, 2016)

2.5.4 considerações sobre a análise de similares

O entendimento sobre as peças e elementos dos produtos existentes no mercado é essencial para que o produto final produzido seja compatível com o que é acessível aos amputados.

Também nos permitiu perceber a possibilidade de utilizar e abordar materiais e tecnologias de fabricação pouco utilizadas e que poderiam gerar resultados similares aos já existentes de forma mais efetiva e com menor custo.

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A definição do público e do tipo de capa e prótese a serem projetadas foi feita com base em entrevistas com amputados por meio de formulário (Apêndice A) e da demanda por próteses no mercado brasileiro e mundial.

2.6 público alvo

A capa prótetica e prótese a serem desenvolvidas são destinadas a pessoas jovens, entre 21 e 35 anos que sofreram amputação transtibial. Porém, é levado em conta que idealmente, o projeto deve ser acessível e personalizável pelo maior número de pessoas possível, independente de sua idade ou gênero.

Com as respostas obtidas foi possível perceber a importância que a prótese tem na vida de um amputado. Os usuários as vêem como parte integrante de seu corpo, como algo indispensável, porém o sentimento de perda do membro amputado se mantém atrelado ao objeto.

demanda 2.6.1

No Brasil, dos 13,2 milhões dos deficientes motores, 470 mil foram vítimas de amputação (IBGE, 2010). Estima-se que a incidência média anual de amputações chegue a 13,9 por 100 mil habitantes.

Em um estudo feito pelo Doutor Henrique Santillo, em 2011, foi possível se apurar que a maioria dos amputados é do sexo masculino, cerca de 71% dos participantes da pesquisa.

Aproximadamente 86% dos casos estudados era de amputados de membros inferiores, onde de 40 a 45% dos pacientes sofriam de diabetes. As amputações mais frequentes em membros inferiores foram amputação transfemoral e transtibial, ocorrendo em 74,12% dos pacientes. A causa mais frequente para as amputações foi, tanto para o sexo masculino quanto feminino, problemas vasculares sendo os maiores fatores de risco idade, tabagismo, diabetes, hipertensão e lipoproteinemia.

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Esses dados foram confirmados pelo protista Felipe, da Ortopedia Egydio, em Curitiba. O profissional afirmou que dos seus clientes, a grande maioria sofreu amputações por doenças vasculares e apresentam amputações transfemorais e transtibiais.

Segundo a Associação Brasileira de Ortopedia Técnica, apenas 3% dos deficientes motores tem acesso a tecnologia de ponta no país. Pesquisas da Fundação Banco do Brasil e Fundação Getúlio Vargas mostram que apenas 5% dos brasileiros têm acesso à serviços de reabilitação. Segundo os dados publicados a grande parte dos deficientes é mantido em casa.

Tais dados demonstram uma falta de variedade de produtos para amputados no mercado nacional, onde ou se precisa entrar em filas de espera no SUS ou INSS para conseguir uma prótese, ou se gasta uma quantia expressiva de dinheiro em uma prótese importada.

2.6.2 personas

Personas foram criadas com base nos dados coletados sobre os usuários, criadas com o auxílio dos entrevistados, com o intuito de facilitar o entendimento das necessidades dos mesmos e da geração de alternativas.

A primeira persona é uma mulher amputada, usuária final da prótese e que depende de seu uso para manter sua rotina e qualidade de vida.

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Quadro 6 - Informações da persona Melissa (FONTE: DAS AUTORAS)

A segunda persona é um médico ortopedista que realiza a cirurgia de amputação e o tratamento pré e pós operatório, além de receitar a prótese mais adequada.

Quadro 7 - Informações da persona Eduardo (FONTE: DAS AUTORAS)

A terceira persona é o protista, dentro de um centro ortopédico, que auxilia o amputado a escolher o modelo e marca de prótese mais adequado, além de fazer o ajuste da prótese ao coto.

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Quadro 8 - Informações da persona Júnior (FONTE: DAS AUTORAS)

A partir das personas e das conversas com amputados e profissionais da área, foi possível montar um mapa da jornada do consumidor (Customer Journey Map), representando as mudanças

emocionais de cada persona durante o processo pós operatório e pré protético, também com o auxílio dos entrevistados.

Quadro 9 - Costumer Journey Map da persona Melissa (FONTE: DAS AUTORAS)

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A partir do CJM da persona Melissa, é possível concluir o quão traumática e agressiva a amputação pode ser para o paciente e como a prótese ajuda na autoestima e na recuperação do amputado.

Quadro 10 - Costumer Journey Map da persona Eduardo (FONTE: DAS AUTORAS)

Quadro 11 - Costumer Journey Map da persona Junior (FONTE: DAS AUTORAS)

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Com os CJMs do médico e do protista é possível visualizar o peso que os profissionais têm na recuperação do paciente e na introdução da prótese, que é selecionada e montada por eles de forma a melhor atender o amputado.

A partir do uso dessas ferramentas fica claro o processo que o amputado passa desde o pré operatório até o uso da prótese e o modo que os profissionais da área se tornam mediadores para a reinserção social.

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análise da tarefa 2.6.3

Com a ajuda de relatos de amputados e dos vídeos do canal AmputeeOT da youtuber amputada Christina Stephens, dois storyboards foram criados, da análise de uso de próteses com dois sistemas de fixação, por pino (guarda chuva) e por vácuo, conforme pode ser visto no diagrama a seguir:

Figura 19 - Storyboard do passo a passo para colocação da prótese (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 20 - Storyboard do passo a passo para retirada da prótese (FONTE: DAS AUTORAS)

2.6.4 diagrama de afinidades

Ao observar os produtos e após analisar entrevista com usuários e pessoas que trabalham na área, chegou-se à possibilidade de dois produtos; uma capa estética para a prótese, também chamada de fairing, e uma prótese acessível com apelo estético.

Levando em consideração esses fatores, dois diagramas de afinidade foram criados, assim como duas listas de requisitos.

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Capa Protética: estética

ergonomia

função

segurança

Ser atraente

Ter o mesmo tamanho que o membro amputado

Ser adaptável ao tamanho da prótese do usuário

Ter um acabamento adequado para uso em contato ao corpo

Ter foco formal

Ser confortável para o usuário

Ser facilmente fixada

Ser de fácil utilização

Ser personalizável

Ser fácil de retirar

Quadro 12 - Requisitos básicos para a Capa de Prótese (FONTE: DAS AUTORAS)

Prótese Acessível: estética

ergonomia

função

segurança

Ser atraente

Ser adaptável a altura do usuário

Ser o mais próximo possível de um membro biológico

Ter sistema de encaixe e desencaixe seguro

Ser esteticamente refinada

Ser adaptável ao tamanho do pé do usuário

Ser fácil de colocar e retirar

Ser resistente a choques mecânicos

Ter alta qualidade

Ser adaptável a altura da amputação do usuário

Ser personalizável

Ser confortável ao usuário

Quadro 13 - Requisitos básicos para a Prótese Acessível (FONTE: DAS AUTORAS)

Gerando requisitos a partir das informações recolhidas foi possível se chegar nos requisitos que serão filtrados e refinados. É possível vê-los integralmente no Quadro 14.

Ser feito de material polimérico

Ser feito de material têxtil

Ser feito de metal

Possuir textura criada no material por modelagem

Uma mesma linha de produtos com diferentes texturas

Uma mesma linha de produtos com diferentes cores

Mais de uma cor utilizada no mesmo produto

Possuir cores neon

Possuir cores metálicas

Possuir cores pastel

Possuir cores primárias

Remeter a produtos de custo elevado

Possuir formas orgânicas

Possuir formas geométricas

Permitir o recorte do produto em locais prédefinidos

Ser fixado por encaixes (botões)

Ser fixado magneticamente

Ser fixado por zíper

Ser fixado por encaixes (peças)

Ser autoexplicativo

Permitir o recorte do produto a desejo do usuário

Permitir que o usuário desenhe no produto de forma permanente

Permitir que o usuário desenhe no produto de forma não permanente

Ser personalizável por ímãs

Ser personalizável por encaixes

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Permitir o recorte do produto a desejo do usuário

Permitir que o usuário desenhe no produto de forma permanente

Simular o volume Simular o volume do membro sendo do membro sendo oco maciço

Permitir que o usuário desenhe no produto de forma não permanente

Ser personalizável por ímãs

Ser personalizável por encaixes

Ser feito de borracha

Ser feito de silicone

Ser fixado por velcro

Quadro 14 - Requisitos gerados para Capa de Prótese (FONTE: DAS AUTORAS)

O mesmo processo foi repetido para a prótese acessível, resultando no Quadro 15.

Ser feito de polímeros

Ser feito de metal

Possuir texturas criadas no material

Uma linha de produtos com diferentes texturas

Mais de uma cor presente no produto

Uma linha de produtos com diferentes cores

Ter preço reduzido

Ter um acabamento diferenciado

Ter um desenho diferenciado

Ter um material diferenciado

Possuir desenho orgânico

Possuir desenho geométrico

Ser feito de compósitos

Permitir injeção de material

Permitir usinagem

Permitir uma boa conformação

Permitir o recorte em áreas prédefinidas

Permitir recorte ao desejo do protético

Permitir grafismos permanentes

Permitir grafismos (não permanentes)

Possibilidade de encaixe de peças de diferentes cores

Possibilidade de pintura

Possuir um sistema Possuir um de encaixes por sistema de encaixe botão (entre a por peças (entre a própria prótese) própria prótese)

Encaixe por pino (ao coto)

Encaixe por fita (ao coto)

Possuir um sistema Possuir um sistema Possuir um sistema de amortecimento de amortecimento de amortecimento inerente ao hidráulico por molas desenho

Sistema de armazenamento de energia inerente ao desenho

Sistema de armazenamento de energia por molas

Sistema de armazenamento de energia inerente ao material

Ser volumétricamente personalizável

Encaixe por vácuo (ao coto)

Possuir um desenho atrativo e funcional

Quadro 15 - Requisitos para Prótese Acessível (FONTE: DAS AUTORAS)

Nos quadros acima, as células mais escuras demonstram requisitos mais relevantes para ambos os projetos. A partir dessa ferramenta, podemos ter uma melhor ideia de quais requisitos obrigatórios e desejáveis podem ser gerados para os produtos finais.

Agora, em um primeiro momento, as ideias de requistos são mais amplas e abertas, para então poderem ser totalmente definidos no item 3.2.1.

54

3 etapa conceitual

O fairing ou capa protética deve ser um produto que se encaixe em uma prótese já existente e tenha valor formal, além de simular o volume do membro amputado (Figura 21). É necessário que essa capa, como dito por Grahan Pulin (2009), seja projetada com o foco no usuário e não na deficiência, dando ao produto um status de ornamento ou vestimenta.

3.1 conceito

conceito para capa protética 3.1.1

Figura 21 - Moodboard para conceito de Capa de Prótese (FONTE: DAS AUTORAS)

conceito para prótese acessível 3.1.2

A prótese deve ser projetada como alternativa de baixo custo às próteses já existentes no mercado, com materiais e meios de fabricação adequados, apresentando um mecanismo de articulação

55

de pé simples e eficiente (Figura 22). Novamente, o fator estético tem grande importância no desenvolvimento deste produto e deve receber o destaque necessário, com um resultado final em que o conceito supere o valor comercial e o produto seja atrativo para diferentes usuários.

Figura 22 - Moodboard para conceito de Prótese Acessível (FONTE: DAS AUTORAS)

56

A partir do diagrama de afinidades definimos os requisitos que irão delimitar o desenvolvimento deste projeto. Os itens obtidos pela ferramenta foram filtrados, refinados e divididos, em capa protética e prótese acessível, e também em obrigatórias e desejáveis, a partir do seu nível de importância.

capa protética 3.2.1.1 1. Ser adaptável a diferentes tamanhos e tipos antropomórficos; 2. Ter padrõess formais diferentes dos utilizados pela indústria de produtos médicos; 3. Ter fabricação fácil, acessível e adaptável às necessidades do usuário; 4. Ser de volume similar ao membro amputado; 5. Ter uso intuitivo.

3.2 requisitos de projeto

requisitos obrigatórios 3.2.1

prótese acessível 3.2.1.2 1. Ser adaptável a diferentes tamanhos e tipos antropomórficos; 2. Ter preço reduzido comparado aos produtos existentes no mercado; 3. Ser adaptável ao usuário de forma simples e intuitiva; 4. Ter encaixe por vácuo ou pino ao coto; 5. Ter um sistema de amortecimento e armazenamento de energia inerente ao desenho; 6. Ter um desenho atrativo e funcional.

requisitos desejáveis 3.2.2 capa protética 3.2.2.1 1. Ser de material alternativo ao de produtos similares existentes no mercado; 2. Ser personalizável;

57

3. Ter fixação por encaixes, imãs ou botões; 4. Ser produzido por processos de prototipagem rápida (impressão 3d, corte a laser). protése acessível 3.2.2.2

geração de alternativas 3.3

1. Ser de material alternativo ao de produtos existentes no mercado; 2. Ser projetada e receber acabamento de forma a garantir a segurança do usuário; 3. Possuir sistema de amortecimento; 4. Possuir sistema de xação por encaixes, imãs ou botões; 5. Permitir personalização; 6. Ser monobloco (peça única).

58

3.3.1 referências estéticas

Para o início da geração de alternativas, buscamos referências funcionais (similares, ver item 2.5) e formais (Figuras 21 e 22). Os moodboards foram classificados em orgânicos e geométricos, sendo duas vertentes que poderiam estar presentes nas alternativas.

No moodboard orgânico (Figura 23) é possível ver imagens de seres vivos, órgãos, vasos e membranas. A utilização dos elementos orgânicos são uma forma de projetar na prótese a sensação de que o produto é um extensão do corpo humano e por isso apresenta formas, texturas e cores familiares. A biomimética também mostra que um bom caminho é se apropriar de estruturas naturais.

Figura 23 - Referências estéticas orgânicas (FONTE: DAS AUTORAS)

59

60

Figura 24 - Referências estéticas geométricas (FONTE: DAS AUTORAS)

O moodboard geométrico, por outro lado, é uma forma de romper a percepção corporal do usuário, criar estranhamento e destaque para o produto. As referências selecionadas podem ser visualizadas na Figura 24.

3.4 alternativas

As alternativas foram criadas com base nos conceitos e nas referências estéticas e de similares.

61

3.4.1 alternativas para capa protética

As alternativas para capa de prótese foram geradas buscando expressar uma quebra com o que é considerado design médico, focando na parte formal dos produtos.

62

Figura 25 - Conjunto de alternativas para Capa Protética (FONTE: DAS AUTORAS)

alternativas para prótese acessível 3.4.2

As alternativas de prótese acessível tiveram seu foco em diferentes mecanismos de dobra do pé e simulação do ato de caminhar.

Figura 26 - Conjunto de alternativas para Prótese Acessível (FONTE: DAS AUTORAS)

63

seleção de alternativas 3.5

As alternativas foram selecionadas utilizando matrizes, que trazem as numerações observadas nas Figuras 25 e 26, designando pontos ou não (0 ou 1) para o atendimento dos requisitos colocados no item 2.7.

3.5.1 capa protética 1

2

3

4

5

6

7

8

Permite uma mesma linha de produtos com diferentes modelos?

1

1

1

1

0

0

0

1

Remete a produtos de custo elevado?

0

0

1

1

1

0

0

1

Permite a adaptação do produto ao usuário com marcação pré-definida?

0

0

0

1

1

1

0

1

Simula o volume do membro amputado?

1

1

1

1

1

1

1

1

É intuitivo?

0

1

1

0

1

1

0

1

É feita de material alternativo aos produtos existentes no mercado?

0

0

0

1

0

0

0

0

Tem fixação por encaixes, imãs ou botões?

0

0

0

1

1

1

0

1

Resultado

2

3

4

6

5

4

1

6

Quadro 16 - Matriz de avaliação para Capa Protética (FONTE: DAS AUTORAS)

3.5.2 prótese acessível 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Permite uma linha de produtos com diferentes cores ou acabamentos?

0

1

1

1

1

1

0

0

1

1

1

Tem preço reduzido?

0

1

1

0

1

1

1

1

1

1

1

Permite a adaptação do produto ao usuário com marcação pré-definida?

1

0

0

0

1

0

0

1

0

1

1

Tem encaixe por vácuo ou pino ao coto?

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

Possui um sistema de amortecimento e armazenamento de energia inerente ao desenho?

0

1

1

0

1

1

1

1

1

1

1

Possui um desenho atrativo e funcional?

0

1

0

1

1

0

0

0

1

1

1

É de material alternativo ao de produtos existentes no mercado?

0

1

1

0

1

1

0

0

0

1

1

Tem acabamento adequado?

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

Possui sistema de fixação por encaixes, imãs ou botões?

0

0

0

0

0

0

1

0

1

1

0

Permite personalização?

0

0

1

1

1

0

0

0

0

0

0

É monobloco (peça única)?

0

1

1

1

1

1

0

0

0

0

1

Resultado

3

8

8

6

10

7

5

5

7

9

9

Quadro 17 - Matriz de avaliação para Prótese Acessível (FONTE: DAS AUTORAS)

64

alternativa selecionada 3.5.3

As alternativas selecionadas pela ferramenta de matriz de avaliação foram detalhadas e transformadas em mock-ups. capa planificada (capa protética) 3.5.3.1

Essa alternativa é uma capa protética que pode ser planificada (Figura 27) e quando montada sobre a prótese adquire o formato similar ao de uma perna.

65

66

Figura 27 - Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa Capa Planificada (FONTE:DAS AUTORAS)

Figura 28 - Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Capa Planificada (FONTE: DAS AUTORAS)

67

3.5.3.2 capa protética em escamas (capa protética)

Esta alternativa é uma capa protética composta por escamas.

Essas escamas se encaixam por um sistema macho e fêmea e podem ser presas conforme a necessidade do usuário e da altura de amputação. A capa tem uma base fixa inferior e a parte superior pode ter o desenho customizado pelo usuário encaixando as peças.

A partir dos desenhos, desenvolveu-se o mock-up a partir de papelão horlle e EVA. É possível analisar o resultado final na Figura 30.

Figura 29 - Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa da Capa em Escamas (FONTE: DAS AUTORAS)

68

Figura 30 - Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Capa em Escamas (FONTE: DAS AUTORAS)

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3.5.3.3 capa modular (capa protética)

A capa protética é composta de anéis que se encaixam, permitindo uma adequação da altura da prótese à necessidade do amputado. Os anéis prendem por encaixe e têm uma dobradiça no centro da parte frontal da prótese, permitindo a retirada do produto de forma fácil e rápida, sem a necessidade de desconectar os módulos.

A partir dos desenhos, desenvolveu-se o mock-up em papelão horlle. É possível contemplar o resultado final na Figura 32.

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Figura 31 - Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa de Capa Modular (FONTE:DAS AUTORAS)

Figura 32 - Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Capa Modular (FONTE: DAS AUTORAS)

71

3.5.3.4 pé em peça única (prótese acessível)

Este pé tem como objetivo baratear ao máximo sua produção.

Ao contrário de pés encontrados no mercado no momento, que são fabricados em fibra de carbono, esse produto visa ser fabricado por injeção plástica de polímeros tradicionais, como ABS e nylon.

Também viria com marcações e a possibilidade de ser ajustado por corte para qualquer altura de amputação e tamanho de pé.

A partir dos desenhos, desenvolveu-se o mock-up em papel paraná e papelão ondulado. É possível contemplar o resultado final na Figura 34.

72

Figura 33 - Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa Pé em Peça Única (FONTE:DAS AUTORAS)

Figura 34 - Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Pé em Peça Única (FONTE: DAS AUTORAS)

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Nessa alternativa também se utilizou a modelagem 3D para checagem física (Figura 35), de parâmetros como tração, margem de segurança e armazenamento de energia, testando desenhos e materiais diferentes.

Figura 35 - Simulação em ambiente virtual da alternativa Pé em Peça Única (FONTE: DAS AUTORAS)

3.5.3.5 pé com tração elástica (prótese acessível)

Esse pé se utiliza de elásticos para tração e armazenamento de energia, simulando o tendão de aquiles (parte traseira) e o extensor digitorum longus (parte frontal superior). Tem uma estrutura de volume semelhante a um membro biológico.

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Figura 36 - Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa Pé com Tração Elástica (FONTE: DAS AUTORAS)

A partir dos desenhos, desenvolveu-se o mock-up utilizando softwares 3D para criação de modelos (Blender) e prototipação rápida (Pepakura), então impressos em papéis de alta gramatura para montagem. É possível analisar o resultado final na Figura 39.

Figura 37 - Visualização do mock-up no software de modelagem 3D BLENDER (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 38 - Criação dos mock-ups pelo software de planificação e prototipação rápida PEPAKURA (FONTE: DAS AUTORAS)

75

76

Figura 39 - Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Pé com Tração Elástica (FONTE: DAS AUTORAS)

pé com lâminas (prótese acessível) 3.5.3.6

Esta prótese possui um mecanismo de passo baseado em lâminas que em contato com o chão propulsionam o pé para cima, armazenando energia quando comprimidas e a soltando durante a passada.

A partir dos desenhos, desenvolveu-se o mock-up em papel horlle e papelão ondulado. É possível observar o resultado final na Figura 41.

Figura 40 - Conjunto de sketches e detalhamentos da alternativa Pé com Lâminas (FONTE: DAS AUTORAS)

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78

Figura 41 - Conjunto de fotos do mock-up criado para a alternativa Pé com Lâminas (FONTE: DAS AUTORAS)

3.6 matriz de seleção

A matriz de avaliação foi utilizada para avaliar as alternativas geradas, utilizando os requisitos formais e funcionais, onde cada item tem uma pontuação. A pontuação pode ser 1 ou 0, onde 0 “não atende” e 1 “atende”. O processo e o resultado se encontram no Quadro 18.

Quadro 18 - Matriz de Avaliação (FONTE: DAS AUTORAS)

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Com o auxílio do feedback dos professores que julgaram a primeira banca e do professor orientador, a decisão da equipe, somada a matriz, foi de focar no desenvolvimento da capa protética, uma vez que o desenvolvimento de uma prótese é um projeto complexo que envolve não apenas elementos de desenvolvimento de produto, mas o estado psicológico de pacientes que passaram por um trauma.

Sem deixar de ser um produto que busca auxiliar os amputados a recuperarem a sua autoestima, o desenvolvimento da Capa Protética passa a ser o objetivo deste projeto. A Prótese Acessível, pelo grande interesse das autoras, passa a ser desenvolvida em segundo plano e como adendo ao desenvolvimento da capa.

análise do capítulo

A alternativa selecionada, então, foi a Capa Planificada. A alternativa busca trazer um desenho simples e intuitivo de uma capa planificada que pode ser facilmente montada e desmontada pelo usuário.

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O projeto em desenvolvimento registrado neste documento traz novas alternativas para o mercado de próteses brasileiro, dominado por multinacionais e por produtos de alto custo, além de trazer novas possibilidades aos amputados, gerando produtos com o foco no usuário e não em sua deficiência. A etapa informacional delimitou o problema e permitiu uma análise do mercado brasileiro de próteses, levando a geração dos requisitos para o projeto. Na etapa conceitual, com a análise dos requisitos, foram definidos dois conceitos para os quais se criaram diferentes alternativas de capas protéticas e de próteses acessíveis, culminando em 6 alternativas selecionadas.

Após a seleção, a alternativa foi estudada e se iniciou um detalhamento do desenho, a partir de sketches e estudo de possíveis materiais e processos que permitam que a capa se dobre sobre a prótese e ainda mantenha o formato e o volume do membro perdido.

Outro fator importante é o método de fixação entre a capa e a prótese, necessitando ser seguro e de fácil utilização.

Fomos apresentados às próteses utilizadas pela empresa, da marca Ottobock, pelo protista Ednilson Duarte. Pudemos analisar e medir as dimensões das próteses disponibilizadas, de forma a projetar um método de encaixe simples e eficiente para a capa protética. Nos foi doado um pedaço de tubo padrão utilizada em grande parte das próteses que passou a servir como base para o detalhamento do produto. Ednilson e Luciano, proprietário da empresa, se mostraram bastante interessados no projeto, prevendo mercado e a possibilidade de comercialização, tanto da capa protética quanto da prótese de acessível.

Também visitamos uma usuária de prótese, Roselci, que concordou em ajudar com o projeto, testando as capas protéticas a serem desenvolvidas. Roselci possui uma amputação transtibial da

4.1 análise de alternativa com especialistas

Uma visita foi realizada a um dos maiores centros de ortopedia de Curitiba, o Centro de Reabilitação Catarinense, que trabalha com a adaptação de próteses para amputados e reabilitação dos pacientes.

4 etapa de detalhamento

A partir dessa etapa, os dados obtidos nos itens anteriores são transformados em informações técnicas e tem como objetivo desenvolver e finalizar todas as especificações do produto (EL MARGHANI, 2011), para que este atenda aos requisitos e a necessidade do usuário.

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perna esquerda, decorrente de um acidente de moto ocorrido em 2014, possui uma prótese com pé com ajuste de altura de calcanhar, para uso de sapatos com salto, também tem uma bomba hidráulica em sua prótese, utilizada para criar vácuo entre o encaixe e o coto (Figura 42). Tem essa necessidade de um encaixe preciso pois também sofreu uma lesão no quadril, fazendo com que sua passada seja assimétrica.

Figura 42 - Prótese em uso (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 43 - Capa protética de espuma (FONTE: DAS AUTORAS)

Roselci já possuía uma capa protética (figura 44), feita de espuma de poliuretano. É extremamente extrovertida e entusiástica sobre mostrar e enfeitar sua prótese. Usa um pé de borracha natural para uso de calçados, o qual tem tatuagens e unhas pintadas.

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elementos formais e simbólicos 4.2.1

Segundo Jeremy Glatstein, do Kennedy Center, a análise formal é uma técnica importante para se organizar informação visual. É uma estratégia para traduzir o que se vê em palavras e pode ser aplicado em qualquer tipo de obra de arte ou produto do design.

os elementos 4.2.1.1

Em uma análise formal, os elementos são blocos que combinados geram uma estrutura maior. Eles são:

4.2 elementos focais do projeto

A Capa Planificada tem como seu diferencial um formato plano que, com os auxílio de cortes ou vincos, pode ser moldado de forma a simular o membro perdido pelo amputado. Formas, texturas e materiais esteticamente instigantes podem ser utilizados para permitir que a peça seja utilizada como adorno.

Linha: O elemento mais básico. Pode ser usado para criar um formato mais complexo ou conduzir o olhar de uma área da composição para outra;

Forma: São criadas por combinações de linhas, podendo ser orgânicas (irregulares como as achadas na natureza) ou geométricas (formas com linhas marcantes e ângulos repetidos formando um padrão);

Linhas e formas auxiliam o usuário a interpretar o produto, linhas retas e formas geométricas podem remeter à rigidez e resistência, enquanto linhas curvas e formas orgânicas podem remeter a dinamicidade e a superfícies macias.

Luz: quantidade de luzes e sombras em uma peça. É o

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contraste entre branco e preto e todos os tons entre os dois, podendo ser aplicado em outras cores.

Espaço: a área entre e em volta de objetos. Aumentar ou diminuir a quantidade de espaço em volta de objetos afetam o modo que o espectador vê o mesmo.

Cor: cores diferenciam e definem linhas, formas e espaço e mesmo imagens em preto e branco tem diferentes tons de cinza.

Textura: é o tipo de superfície que pode ser vista e sentida.

Texturas podem ser ásperas ou lisas, macias ou duras. São muitas vezes apenas sugeridas, como por exemplo a textura de uma pedra, mesmo na superfície macia de um papel, pode passar a impressão de dureza e rigidez.

A combinação desses elementos podem transmitir mensagens e sensações para o usuário, alterando sua percepção sobre o produto. Para se analisar os elementos em uma análise formal, se utilizam princípios, alguns dos quais são balanço, contraste, movimento, ênfase, padrão, proporção e unidade.

Por se tratar de um projeto de uma capa protética que tem como intuito auxiliar a recuperação da autoestima, fatores de interferência físico e psicológicos, o produto final deve criar uma conexão com o usuário. As linguagens a serem exploradas, com base nas Figuras 23 e 24 vistas no item 3.2.1, no refinamento do produto buscam atender fatores emocionais e funcionais do projeto.

4.2.2 flexibilidade

Pelo conceito escolhido ser de uma capa de prótese planificada que precisa ser flexível para ficar no formato do membro faltante do amputado, a flexibilidade do material de fabricação de

84

capa é de extrema importância para que o produto seja funcional.

Na tentativa de conseguir flexibilizar materiais rígidos e resistentes facilmente acessíveis no mercado em forma de chapas, foram iniciados testes com corte a laser de padrões em MDF, uma técnica conhecida como super flexible plywood, ou “compensado super flexível”. O padrão utilizado para os testes pode ser visto nas Figuras 47 e 48.

A técnica consiste em utilizar cortes repetitivos, em formatos específicos, para permitir expansão e compressão perpendicular das linhas cortadas no plano. Em questão da tensão e compressão, existem três partes que permitem que a distorção ocorra: são duas junções que não se deformam conectadas por um filete que desviam a tensão pelo seu comprimento. É a elasticidade da conexão que permite que as extremidades se movam e o sistema conectado funcione quase como uma mola (Fenner, 2016).

Figura 44 - Formato básico em situação normal (FONTE: FENNER, 2016)

Figura 45 - Padrão sob compressão (FONTE: FENNER, 2016)

85

Figura 46 - Padrão sob expansão (FONTE: FENNER, 2016)

4.2.2.1 mock-ups da área planificada

Foram cortados a laser 3 peças com o mesmo padrão (Figuras 47 e 48), em MDF de 3mm de espessura, aplicado em diferentes tamanhos e direções, resultando em diferentes níveis de flexibilidade. O MDF se mostrou um material bastante frágil, rachando quando tensionado. Houve problemas também com o próprio corte a laser, que em alguns pontos não atravessou totalmente o material.

Figura 47 - Teste de corte a laser em mdf com pontos quebrados (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 48 - Teste de corte a laser em mdf (FONTE: DAS AUTORAS)

O segundo teste de corte foi feito em plástico ABS de 2mm, utilizando um novo padrão além do utilizado inicialmente. Os resultados em ABS foram mais satisfatórios, uma vez que o material é menos quebradiço e mais flexível que o MDF. Os resultados podem ser vistos nas Figuras 49, 50, 51 e 52.

Figura 49 - Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 1 em repouso (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 50 - Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 1 flexionado (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 51 - Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 2 em repouso (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 52 - Teste de corte a laser em plástico ABS padrão 2 flexionado (FONTE: DAS AUTORAS)

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Em relação ao volume da peça, um mock-up em papelão Horlle foi feito. Neste caso foram usadas as medidas das pernas das autoras na hora de criar as medidas para a capa protética (Figura 53).

Figura 53 - Mock-Up em papelão Horlle (FONTE: DAS AUTORAS)

análise de materiais 4.2.3

O material para esse projeto precisa ser alternativo aos da grande maioria das próteses no mercado. Foi decidido dar prioridade ao uso de plásticos, uma vez que é uma matéria prima facilmente acessível em forma de chapas e, dependendo da sua composição, pode apresentar as características necessárias para que esse produto seja eficiente, conforme observado nos mock-ups. Os materiais analisados, segundo a Federação Britânica de Plásticos, para a fabricação foram:

Tereftalato de Polietileno (PET):

Polietileno tereftalato, ou PET, é um termoplástico da família dos poliésteres, formado pela reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol. Bastante utilizado para a fabricação de frascos e

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garrafas para uso alimentício/hospitalar, por ter alta resistência mecânica e rigidez, além de alta estabilidade dimensional. É um material que pode ser cortado a laser ou com jato d’agua.

Polietileno (alta ou baixa densidade):

O polietileno é um dos plásticos mais populares por suas versatilidade. Existem dois tipos principais, que são o polietileno de alta densidade, presente em embalagens de detergente, óleo e sacolas, é um material rígido e resistente em baixas temperaturas, e o polietileno de baixa densidade, mais indicado por ser bastante flexível e leve. Material pode ser cortado com jato de água.

Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS):

O ABS é um termoplástico com alta resistência ao impacto e grande flexibilidade, devido ao butadieno em sua composição. Possui também boa resistência à tração e pode ser usado sob temperaturas de até 80ºC. É utilizado em autopeças, eletrodomésticos e eletroeletrônicos e pode ser cortado a laser ou com jato d’agua.

Poliamida (Nylon):

Um plástico do grupo das poliamidas, semicristalino, com alta resistência mecânica e estabilidade térmica. Tende a absorver a umidade, o que diminui sua estabilidade dimensional, e é um material com alta flexibilidade, o que aumenta conforme a absorção de líquidos. Suas fibras são usadas desde tecidos até embalagens alimentícias, substitutivos para peças de metal e partes para motores de carros. Pode ser cortado a laser ou com jato d’agua.

Polipropileno (PP):

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O polipropileno é um polímero com rigidez média, com alta

resistência à fadiga e alta resistência mecânica, bastante similar ao polietileno e é utilizado em potes, brinquedos e equipamentos médicos. Pode ser cortado a laser ou com jato d’agua.

Poliacetal (POM):

O POM é um material plástico de alta cristalinidade (opaco) e por sua alta dureza e rigidez, não é indicado para o projeto. Material utilizado em engrenagens, peças de cintos de segurança, fieiras para extrusão de macarrão, carcaças de isqueiros, bombas de gasolina etc.

Cloreto de Polivinila (PVC)

O PVC é um plástico bastante usado para tubulações, embalagens para remédios e mangueiras. É um material bastante rígido e pouco flexível, impermeável e com alta resistência à temperatura. Não pode ser cortado a laser por liberar gás cloro, que é tóxico, porém pode ser cortado com jato d’agua.

Acrílico (PMMA):

Comumente conhecido como “acrílico”, o PMMA é um plástico transparente com grande resistência ao impacto e a intempéries, porém é bastante rígido e pouco flexível, não sendo adequado ao projeto. É utilizado em aplicações como luminosos (propaganda), telhas transparentes, lanternas de automóveis, entre outros.

Policarbonato (PC):

O PC é um plástico transparente com grande rigidez e boa resistência a oxidação. Tem baixa flexibilidade e, por isso, não é adequado ao projeto. Material utilizado nas indústrias eletroeletrônica, automobilística, médica e hospitalar. Não pode ser

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cortado a laser por liberar gás cloro.

Poliestireno:

O PS é um material que pode variar de translúcido a opaco, muito sensível à radiação e bastante resistente ao impacto, porém muito rígido e pouco flexível. Utilizado em produtos descartáveis, brinquedos, autopeças, eletroeletrônicos.

Para a produção, esses materiais devem ser adquiridos em chapas de pequenas espessuras (1 a 5mm). Também há a possibilidade de se utilizar outros materiais além de plásticos, como metais e compensados de madeira, porém sua eficiência é passível de testes futuros.

92

análise ergonômica 4.2.4

Para definir os tamanhos das capas, foi necessário entender quais são as partes do corpo simuladas pelo produto e quais são suas dimensões. Sabendo que cada pessoa tem pernas de tamanhos, espessuras e proporções diferentes, foram utilizadas como base para o dimensionamento do produto as tabelas de “Anthropometric Data” (Universidade de Rhode Island, 2017) e “Anthropometric Reference Data for Children and Adults: United States” (McDowell,Fryar, Ogden, Flegal, 2008).

Utilizamos os dados para lower leg (anteperna) que podem ser vistas no Quadro 19.

Quadro 19 - Dimensões do corpo sentado e em pé (FONTE: adaptado de RL Huston, Principles of Biomechanics, CRC Press, 2009)

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Quadro 20 - Tamanhos de membros representados como porcentagem da altura (feminino e masculino) (FONTE: adaptado de Renato Contini, Body Segment Parameters, Part II”; Artical Limbs 16(1):1{19, 1972)

Para as definições dos limites extremos das capas (menores e maiores dimensões possíveis) utilizamos a média (ou seja, a soma e depois divisão) entre os 5%, 50% e 100% femininos e masculinos (Quadro 19, 20).

As dimensões A e B, referentes às medidas 36,6mm e 37,5mm, são da capa em seu modo planificado, jás as dimensões C e D, referentes às medidas 11,2mm e 7,9mm, são da capa vista de frente, já em seu volume final, assim como as medidas E, F e G, referentes às medidas 11,6mm, 8mm e 36,6mm, da vista lateral da capa, no tamanho P/M. As dimensões das outras variações do tamanho P e os tamanhos M e G podem ser vistos no Quadro 21 a seguir.

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Figura 54 - Dimensões externas da capa em uso e planificada (FONTE: DAS AUTORAS)

Quadro 21 - Tamanhos P, M e G e suas dimensões (FONTE: DAS AUTORAS)

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Como as capas protéticas foram projetadas para serem adaptáveis ao usuário, se considerou que cada tamanho receba também variações de 28.2mm de M a P, e de 42mm de P a G, considerando a tabela de medidas ergonômicas, além das medidas principais obtidas (exemplo na Figura 55). As capas foram, então, divididas em três conjuntos de tamanho (P, M e G), onde cada grupo tem três variações de tamanho conforme a altura e a circunferência da perna do usuário. Para nomear os tamanhos se utiliza duas letras XX, onde a primeira variável é a altura da capa e a segunda a largura ou circunferência. Uma capa PP tem a menor altura e a menor largura da tabela, enquanto uma capa GM tem a maior altura e a largura mediana.

Essas variações se mostraram necessárias pelas diferenças nos corpos dos amputados e suas necessidades individuais.

Figura 55 - Exemplo de variações das dimensões de um tamanho de capa protética.

(FONTE: DAS AUTORAS)

4.2.5 fixação

A capa precisa ser fixada à prótese de forma firme para que não se solte, porém precisa receber impactos sem ser danificada ou danificar a estrutura da prótese. A estrutura de fixação também deve ser fixada à capa protética.

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Foi criada uma geração de alternativas para esse mecanismo (Figura 56).

Figura 56 - Geração de alternativa para o mecanismo de fixação (FONTE: DAS AUTORAS)

Das alternativas geradas, selecionamos duas para serem testadas. A seleção foi feita utilizando os requisitos do produto e os requisitos funcionais para esse mecanismo. As alternativas testadas foram as alternativas 1 e 3 (Figuras 57 e e 58).

97

Ambas as alternativas são compostas de ferraduras que permitem, além de prender a capa à prótese, estruturar a área planificada da capa protética no volume do membro perdido, e uma tira de elástico.

Figura 57 - Mock-Up do mecanismo A (FONTE: DAS AUTORAS)

Pode-se concluir que a alternativa B se comportou melhor nos testes, se mantendo presa de forma firme porém resiliente ao tubo de metal mesmo durante as simulações do esforço que o mecanismo receberia durante o uso. Pode-se, também, perceber, que o uso da tira de elástico para a fixação é funcional e permite que a capa se mova sem se desprender, absorvendo o impacto das pisadas e diminuindo o atrito e os danos tanto na capa quanto na prótese.

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Figura 58 - Mock-Up do mecanismo B (FONTE: DAS AUTORAS)

mock-up do mecanismo de fixação 4.2.5.1

O mecanismo de fixação foi, então, modelado em 3D e impresso em diferentes dimensões e pontos de encaixe (Figura 59).

Figura 59 - Modelagem de fixação (FONTE: DAS AUTORAS)

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Após os testes com os primeiros mock-ups, o mecanismo foi modelado novamente, agora permitindo ajuste do elástico de encaixe, já que os mock-ups iniciais se mostraram pouco versáteis em tubos de diferente espessuras.

O segundo mock-up utiliza furos passantes pelas laterais da peça para permitir que os elásticos de encaixe sejam presos em diferentes pontos da ferradura. Essa alternativa se mostrou funcional e resistente e foi a selecionada para o produto.

Figura 60 - Impressão 3D da primeira versão do mecanismo (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 61 - Detalhe da impressão 3D (FONTE: DAS AUTORAS)

100

alternativa final de fixação 4.2.5.2

O mecanismo de fixação foi definido em três peças; uma ferradura que é presa diretamente a capa protética por meio de parafusos e também serve para estruturar e dar forma para a capa; uma tira elástica de látex natural e um fecho de metal com encaixe magnético.

Figura 62 - Geração de alternativa para travamento da capa (FONTE: DAS AUTORAS)

Foram testados diferentes fechos existentes no mercado para o encaixe do mecanismo (Figura 63). Todos passaram por testes de tensão e compressão em diferentes direções e os encaixes que tiveram resultados superiores nas simulações de uso foram os magnético e o de encaixe magnético, sendo mais firmes e garantindo que o mecanismo não abra sozinho com o movimento e o impacto da caminhada durante o uso.

O fecho magnético funciona por meio de imãs e o encaixe magnético utiliza um pino e imãs para se manter travado, sendo o segundo selecionado por ter um travamento mecânico além do magnético (Figura 64).

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Figura 63 - Fechos testados para o mecanismo; com elásticos (esquerda), magnético (superior direita) e encaixe magnético (inferior esquerda) (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 64 - Encaixe magnético em uso na versão final da ferradura (FONTE: DAS AUTORAS)

A trava traseira foi definida em três peças (Figuras 65 e 66), a trava superior (1), que permite movimento em uma direção, as arruelas (2), que permitem o espaçamento correto das peças, e a trava inferior (3), que permite o movimento perpendicular ao da

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trava superior. Essa trava busca impedir que o produto se abra sozinho apenas com o movimento do passo.

Figura 65 - Posicionamento das peรงas da trava traseira (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 66 - Vista superior das peรงas da trava traseira (FONTE: DAS AUTORAS)

103

4.2.6 refinamento do produto

Utilizando as medidas das tabelas antropométricas, foi possível obter três tamanhos de capa, e 3 variações de cada tamanho, utilizando as médias das alturas das ante pernas (Quadros 20 e 21), atendendo a pessoas de baixa, média e alta estatura.

Seguindo a ideia das próteses serem adaptáveis ao seu usuário, o arquivo a ser cortado a laser tem diferentes marcações de largura da capa, para pessoas com diferentes massas corporais.

A capa, antes de cortada a laser, pode ter seu arquivo alterado pelo protista dentro das marcações a fim de melhor atender as necessidades do amputado.

As ferraduras de fixação também variam de acordo com os tamanhos das capas e tem em seu desenho furos que permitem o ajuste à prótese.

4.2.6.1 formato

Para a definição do formato final da prótese planificada, foi necessário definir uma forma que quando flexionada, assumisse o formato de uma anteperna. Para isso, a parte frontal da prótese poderia apresentar uma linha reta e a parte traseira apresentaria uma linha curva.

Tentando obter esse resultado, uma geração de alternativa foi realizada (Figura 67) com diferentes cortes e aberturas, o corte se demonstrou necessário para poder fazer o formato curvo.

O primeiro corte foi considerado o mais eficiente e por apresentar o formato mais simples, que levaria o menor tempo de processo em corte a laser ou jato de água. A capa protética foi, então, modelada em 3D, já com a abertura número 1 (Figura 68).

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Figura 67 - Geração de alternativas com as opções 1 a 4 (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 68 - Modelagem da capa (FONTE: DAS AUTORAS)

As partes superior e inferior foram pensadas para não criar atrito com a prótese, o mecanismo do joelho ou o pé (Figura 69).

Figura 69 - Primeiro protótipo da capa protética em teste (FONTE: DAS AUTORAS)

106

padrões 4.2.6.2

A partir dos quadros de referências estéticas, foram desenvolvidos três conceitos para os padrões para serem aplicados nas capas e utilizar a técnica do super flexible plywood. Os conceitos são orgânico e geométrico.

Os conceitos geraram dois padrões (Figuras 70 e 71).

Figura 70 - Padrão geométrico (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 71 - Padrão orgânico (FONTE: DAS AUTORAS)

Esses padrões foram aplicados na planificação da capa e preparados para o corte a laser (Figura 72), porém seu funcionamento continua em fase de testes e necessita de refinamento.

Figura 72 - Padrão aplicado (FONTE: DAS AUTORAS)

Também foram utilizados padrões open source, que tem como objetivo flexibilizar chapas e já são utilizados em diferentes materiais.

Os padrões utilizados foram:

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Figura 73 - PadrĂŁo open source hexagonal (FONTE: Aaron Porterfield, 2014)

Figura 74 - PadrĂŁo open source (FONTE: Aaron Porterfield, 2014)

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4.2.6.3 modelagem

Utilizando os dados obtidos com a pesquisa de materiais, a análise ergonômica e os testes com mock-ups, as peças finais foram modeladas utilizando o software Fusion 360 (Figura 75).

Figura 75 - Modelagens finais (FONTE: DAS AUTORAS)

4.2.6.4 prototipagem

O primeiro protótipo foi fabricado utilizando corte a laser em ABS, para as capas planificadas e impressão 3D também em ABS para as ferraduras de fixação. As tiras elásticas utilizadas são de látex natural preto e os fechos da fixação são modelos magnéticos com encaixe vertical. Os fechos da capa foram cortados a laser, também em ABS e aplicados com parafusos.

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Figura 76 - Primeiro protótipo (FONTE: DAS AUTORAS)

análise do usuário 4.2.6.5

O primeiro protótipo foi testado com Roselci (ver item 4.1).

A capa foi fixada utilizando os elásticos de látex, e para criar atrito entre a prótese e a ferradura também foram utilizadas fitas de EVA auto-adesivas fixadas na parte interior da peça impressa.

A usuária expressou seu contentamento com o desenvolvimento do produto, aprovando a facilidade de colocar e retirar o produto e o seu visual.

Foi possível também verificar os pontos de maior tensão do corte a laser e da fixação da ferradura, permitindo que estes fossem ajustados para a versão final do protótipo.

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Figura 77 - Primeiro protรณtipo em teste (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 78 - Primeiro protรณtipo em teste de passo (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 79 - Detalhe da fixação do primeiro protótipo (FONTE: DAS AUTORAS)

capa adaptada para as necessidades de roselci 4.2.6.5.1

Cada usuário ter uma necessidade diferente quanto à próteses e, consequentemente, quanto as capas protéticas, foi necessário se criar uma capa adaptada para as necessidades de Roselci, uma vez que ela usa um tipo de carenagem chamada casket para proteger e alongar seu coto (Figura 81).

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Figura 80 - Roselci utilizando o primeiro protรณtipo (FONTE: DAS AUTORAS)

Para adaptar a capa ao casket foi removida a parte superior da prótese, mantendo apenas a parte frontal e excluindo a trava superior traseiras (Figura 82).

Figura 81 - Versão adaptada da capa protética (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 82 - VersĂŁo final da capa adaptada (FONTE: DAS AUTORAS)

disponibilidade para download 4.2.7

O intuito de utilizar matérias primas e processos comuns e acessíveis é o de permitir a distribuição do projeto online, para que o usuário possa adquirir o arquivo e fazer o download de todas as peças. Esse tipo de acesso permite que o usuário possa produzir de modo que for possível, em casa, e com os materiais que estiverem disponíveis em suas proximidades.

A Capa Protética é composta de 7 elementos (Figura 84), sendo eles: 1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

Capa plana - 1 unidade Ferradura de fixação - 3 unidades Fita de látex para fixação - 6 unidades Encaixe para fixação - 3 unidades Fecho para capa protética - 3 conjuntos (ver Figura 64) Parafuso de 3mm - 12 unidades Porca de pressão de 3mm - 12 unidades

4.3 produto final

componentes 4.3.1

119

120

Figura 83 - Vista explodida da capa (FONTE: DAS AUTORAS)

desenhos técnicos 4.3.2

Os desenhos técnicos foram desenvolvidos a partir dos mockups, protótipos e modelagens nos softwares SoliWorks e Iventor e finalizados no software AutoCad. Os detalhamentos finais podem ser vistos no Anexo 4.

estudo cromático 4.3.3 paleta de cores do projeto 4.3.3.1

Para as capas, pelo produto poder ser construído em diferentes materiais, não há uma paleta fixa de cores, uma vez que as cores finais dependem da disponibilidade em determinada matériaprima.

Indica-se, porém, a utilização das paletas pastéis da Pantone (Figura 84), que foram selecionadas por terem tons diferentes dos usualmente utilizados pela indústria médica e estarem alinhados com as tendências para os próximos anos.

Segundo as informações da paleta criada pela Pantone, essa é uma seleção de cores suaves e modernas, que prendem o olhar e são direcionadas a design com foco em marketing. Essa descrição se conecta ao próprio conceito da capa protética, que foi criada para ser vista e notada.

Figura 84 - Paleta de Pastéis Pantone (FONTE: Pantone 2017, DAS AUTORAS)

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4.3.4 identidade visual

Para a definição do nome do produto final, foi utilizado como base o termo inglês tessellation que nomeia a repetição de um padrão geométrico em um plano, do mesmo modo como as capas planificadas tem padrões aplicados para que se tornem flexíveis.

O nome escolhido para as capas foi “Tesse” e duas logos foram desenvolvidas: uma para a linha de capas protéticas desenvolvidas nesse projeto e uma para os pés protéticos que poderiam vir a ser desenvolvidos no futuro.

Figura 85 - Logos (FONTE: DAS AUTORAS)

Além das logos, foram desenvolvidas diferentes aplicações das mesmas e dois padrões gráficos que podem ser utilizados junto com fotos ou textos que falem sobre o produto ou a marca.

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Figura 86 - Aplicações (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 87 - Padrões (FONTE: DAS AUTORAS)

especificações técnicas 4.4

Os padrões criados para a logo fazem alusão à técnica que permite que a capa se torne flexível com o corte a laser e às formas sinuosas dos produtos.

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4.4.1 materias e processos

O materiais indicados para a produção das capas podem ser vistos no item 4.2.2. Para os protótipos foram utilizados chapas de ABS de 3mm de espessura para a capa plana, filamento de ABS para a impressão 3D das ferraduras e látex natural para as tiras elásticas.

É indicado que para a produção das capas planificadas se utilize o corte a laser com o arquivo disponível para download. O material deve ser adquirido em chapas de pequena espessura, de 1 a 5mm.

Para as ferraduras é possível se obter resultados satisfatórios tanto com a produção por impressão 3D, a partir das modelagens, ou por usinagem, a partir dos desenhos técnicos e modelos virtuais inclusos.

Para as fixações são necessários parafusos de 3mm de diâmetro, que podem ser escolhidos conforme o que o usuário deseja visualmente para a prótese. Nos protótipos foram utilizados parafusos de aço de 3mm com cabeça allen arredondada.

modo de uso 4.4.2 1. fazer download dos arquivos para a produção da capa.

2. seleção de materiais e processos de produção entre os indicados.

3. enviar os arquivos para o corte a laser e impressão 3D/usinagem.

125

4. fixar a tira elástica e o fecho na ferradura: 1. inserir a tira elástica no corte de fixação mais indicado a espessura da prótese; 2. fixar a presilha metálica com a ajuda de um alicate; 3. prender o fecho de fixação no outro extremo da tira e o fixar com a presilha elástica; 4. repetir o procedimento no lado oposto da ferradura de fixação.

5. fixar as ferraduras: Na capa há áreas demarcadas para a fixação das ferraduras. É necessário que essas áreas sejam marcadas e furadas, de acordo com o tamanho da ferradura ou largura da capa, para que as duas partes possam ser unidas.

126

É inserido um parafuso de 3mm no buraco, pela parte frontal da capa, passando pelo furo de fixação da ferradura. O parafuso é preso por uma porca, também de 3mm.

6. fixar as peças do travamento traseiro: As peças são inseridas e fixadas na ordem mostrada na figura, presas por um parafuso de 3mm e fixadas com uma porca, também de 3mm.

127

7. aplicar a capa na prótese: Utilizando os fechos da ferradura, aplicar a capa sobre a prótese, fechando, em seguida, as travas traseiras.

memorial descritivo 4.5

Quadro 22 - Instruções de Uso (FONTE: DAS AUTORAS)

128

A capa protética Tesse traz uma nova abordagem para a produção e comercialização de capas protéticas, permitindo que o usuário tenha total controle dos meios de produção e do material.

Com um desenho simples e efetivo, a capa tem uma utilização intuitiva, feita de materiais de baixo custo e partes que podem ser substituídas facilmente.

Figura 88 - Fixação e travamento da capa protética (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 89 - Fixação e travamento da capa protética (FONTE: DAS AUTORAS)

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A utilização do corte a laser em conjunto com os padrões open source, além dos desenvolvidos durante o projeto, que têm como finalidade dar flexibilidade à materiais rígidos, e sua associação com o sistema de fixação que pode ser usinado ou impresso em 3D, permitem a fácil adaptação do produto a anatomia e necessidades do usuário.

130

Figura 90 - Capa adaptada para as necessidades da usuária (FONTE: DAS AUTORAS)

O mecanismo de fixação, formado pelas ferraduras, a tira elástica e o fecho, além de permitir que o produto seja colocado sobre a prótese do usuário, também cria estrutura para a capa flexível, para que essa mantenha seu formato ao simular o volume do membro amputado. A utilização de diferentes cores, texturas e padrões para a capa permite que o usuário passe a ver a capa como um ornamento a ser trocado e combinado com suas roupas e acessórios, e também rompe a associação que existe entre acessórios para próteses com equipamentos médicos e seus estereótipos.

Figura 91 - Detalhe do produto (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 92 - Detalhe do produto (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 93 - Detalhe do produto (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 94 - Vista frontal (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 95 - Vista frontal (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 96 - Vista frontal (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 97 - Vista traseira (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 98 - Modelos produzidos (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 99 - Vista lateral (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 100 - Vista lateral (FONTE: DAS AUTORAS)

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Figura 101 - Vista lateral (FONTE: DAS AUTORAS)

A capa Tesse tem como diferencial a utilização de material em chapas com seu desenho planificado que quando flexionado, gera um volume que simula o membro perdido do amputado, com um vão na parte traseira que, além de garantir o formato final, auxilia na fixação do produto na prótese do usuário. A trava traseira utilizada tem um sistema de duas peças principais que impedem que o produto se abra sozinho, impedindo que o parafuso deslize tanto na horizontal quanto na vertical. O formato final da capa foi pensado, também, para diminuir o atrito com o pé e joelhos protéticos utilizados pelo usuário.

Figura 102 - Capa em uso (FONTE: DAS AUTORAS)

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considerações finais

Este documento traz as etapas de desenvolvimento de um projeto que apresenta uma novidade ao mercado de próteses nacional, a possibilidade do usuário ter o controle de produção e de escolha de materiais para a sua capa protética, além de apresentar um produto, que diferente dos produtos ortopédicos tradicionais, visam o aumento da auto estima do amputado e um uso como ornamento.

A etapa informacional permitiu que o problema fosse entendido e definido, permitindo a criação de conceitos que levaram à gerações de alternativas de capas protéticas e próteses transtibiais com diferentes tipos de montagem e fixação. Na etapa conceitual foi dada continuidade às alternativas geradas, levando à matriz de alternativas e à exclusão do conceito da prótese acessível do projeto principal.

A etapa de detalhamento consistiu no refinamento da alternativa selecionada, definição de materiais, processos, formas e mecanismos. Essa etapa foi essencial para que o produto fosse funcional e de fácil utilização. Também foi a etapa em que o produto foi definido esteticamente com os padrões open source. Foram necessários vários testes e mock-ups para conseguir que os materiais utilizados obtivessem a flexibilidade correta e uma conversa contínua com o usuário para que todas as necessidades fossem atendidas no produto final.

As etapas projetuais realizadas neste Trabalho de Conclusão de Curso exigiram que diversas áreas do conhecimento desenvolvidas durante os quatro anos de graduação dentro e fora da sala de aula, aprendidas durante as aulas, monitorias, programas de extensão e atividades extra-classe fossem aplicadas e utilizadas de forma multidisciplinar. Muitos desafios foram apresentados durante o desenvolvimento da capa Tesse, e foi necessário perseverança e dedicação para que todos os problemas fossem solucionados.

144

145

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151

anexo 1

anexos

152

personas completas

153

154

155

156

157

anexo 2

desenvolvimento completo da ferramenta diagrama de afinidades Capa protética:

Necessidades dos Usuários (requisitos dos usuários)

Elemento do Produto (parte ou característica do produto)

Requisito do Produto (variável mensurável) Ser feito de material plástico Ser feito de material têxtil

Possuir texturas diferentes

Ser feito de metal Textura criada no material por modelagem Uma mesma linha com diferentes texturas

Ser atraente Possuir cores diferentes

Uma mesma linha com diferentes cores Mais de uma cor utilizada no mesmo produto Cores neon

Possuir cores atraentes

Cores metálicas Cores pastel Cores primárias

Possuir bom acabamento Ser esteticamente refinado

Possuir formas refinadas

Possuir um sistema de recortes

Ser personalizável

Ter o mesmo tamanho que o membro amputado

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Possuir um sistema para desenho

Remeter a produtos de custo elevado Formas orgânicas Formas geométricas Permitir o recorte do produto em locais pré-definidos Permitir o recorte do produto a desejo do usuário Permitir que o usuário desenhe no produto de forma permanente Permitir que o usuário desenhe no produto de forma não permanente

Possuir um sistema para personalização

Ímãs

Simular o volume do membro amputado

Sendo oco

Se adaptar ao nível de amputação

Encaixes Sendo maciço Ser recortável Ser magnético Possuir encaixes

Silicone Ser confortável para o usuário

Possuir materiais macios

Borracha Polímeros em geral Materiais têxteis

Possuir materiais adaptáveis Se adaptar ao nível de amputação Ser personalizável ao tamanho da prótese do usuário Possuir um sistema de recortes

Possuir sistemas de personalização Encaixes Magnético Recortes Permitir o recorte do produto em locais pré-definidos Permitir o recorte do produto a desejo do usuário Velcro

Possuir um sistema de fixação Ser facilmente fixada

Encaixe Magnético Zíper

Possuir um sistema de encaixe

Botão Peças Velcro

Possuir um sistema de fixação Ser fácil de retirar

Magnético Zíper

Possuir um sistema de encaixe Ter um bom acabamento

Encaixe

Possuir materiais que permitam um bom acabamento

Botão Peças Polímeros Metais Têxtil Velcro

Possuir um sistema de fixação Ser de fácil utilização

Encaixe Magnético Zíper

Possuir um sistema de encaixe Ser instintivo

Botão Peças Ser auto-explicativo

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Prótese acessível:

Necessidades dos Usuários (requisitos dos usuários)

Elemento do Produto (parte ou característica do produto)

Requisito do Produto (variável mensurável) Ser feito de material plástico Ser feito de metal

Possuir texturas diferentes

Possuir texturas criadas no material Uma linha de produtos com diferentes texturas

Ser atraente

Possuir cores diferentes

Mais de uma cor no mesmo produto Uma linha de produtos com diferentes cores Pelo desenho

Se diferenciar de outros produtos

Pelo acabamento Pelo material Pelo preço reduzido

Possuir materiais que permitam um bom acabamento

Ser feita de materiais plásticos Ser feita de metal Possuir diversas texturas

Ser esteticamente refinada

Possuir um desenho diferenciado Possuir um desenho orgânico Possuir um desenho geométrico Ser feita de materiais plásticos Utilizar bons materiais

Ser feita de compósitos

Ter alta qualidade

Permitir injeção de material Boa modelagem

Possuir um sistema de recortes

Ser personalizável

Possibilidade de personalização por grafismos

Possibilidade de personalização por cores

160

Ser feita de metal

Permitir usinagem Permitir boa conformação do material Permitir o recorte em áreas pré-definidas Permitir recorte ao desejo do protético Permitir a colocação de grafismos de forma permanente Permitir a colocação de grafismos a desejo do usuário (não permanente) Possibilidade de encaixe de peças de diferentes cores Possibilidade de pintura

Possuir um sistema de recortes Ser adaptável a altura do usuário Possuir um sistema de encaixes

Ser adaptável ao tamanho do pé do usuário

Possuir um sistema de recortes

Possuir um sistema de encaixes

Ser adaptável a altura da amputação do usuário

Possuir um sistema de recortes

Possuir um sistema de encaixes

Permitir o recorte em áreas pré-definidas Permitir recorte ao desejo do protético Botão Peças Permitir o recorte em áreas pré-definidas Permitir recorte ao desejo do protético Botão Peças Permitir o recorte em áreas pré-definidas Permitir recorte ao desejo do protético Botão Peças Encaixe por vácuo

Possuir um bom encaixe

Encaixe por pino Encaixe por fita Sistema de amortecimento inerente ao desenho

Possuir sistemas de amortecimento

Sistema de amortecimento hidráulico Sistema de amortecimento por molas

Ser confortável ao usuário

Sistema de armazenamento de energia inerente ao desenho Possuir sistemas de armazenamento de energia

Sistema de armazenamento de energia hidráulico Sistema de armazenamento de energia por molas Sistema de armazenamento de energia inerente ao material

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anexo 3

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moldes para capas protĂŠticas

4 anexo

desenhos tĂŠcnicos

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Como projeto secundário, o conceito do Pé peça única continuou a ser desenvolvido como estudo complementar à capa protética. A premissa de tal projeto era criar uma prótese acessível que pudesse ser confeccionada por injeção plástica, tendo em uma única peça todas as partes necessárias para o caminhar e para a fixação da prótese à um encaixe padrão.

5 anexo

desenvolvimento pé protético

o movimento do passo

Um pé protético precisa simular o movimento de passo (Figura 1) que um pé humano realiza, absorvendo o impacto quando em contato com o chão e liberando a energia retida em seguida.

Esse movimento, conhecido como movimento de marcha, tem duas etapas dentro de um ciclo, o de apoio e o de balanço.

Os momentos de apoio ocorrem quando o pé tem qualquer tipo de contato com o chão, enquanto os momentos de balanço ocorrem quando o pé está totalmente suspenso.

Figura 1 - Ciclo da marcha humana (FONTE: Journal of Biomechanical Engineering, 2013)

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análise ergonômica

As medidas necessárias para a prótese foram retiradas de outras próteses com funções similares. Observou-se a prevalência de 4 tamanhos para pés, cada um correspondente de 2 a 4 números tradicionais de calçado. alternativas

A partir da alternativa escolhida no Capítulo 3, foram criadas duas vertentes similares do mesmo produto (Figura 2), tendo um mesmo mecanismo de armazenamento de energia, e utilizando os mesmos materias. A única diferença entre os dois sendo o desenho e posição do mecanismo de armazenamento de energia.

Figura 2 - Alternativa escolhida e sua vertente (FONTE: DAS AUTORAS)

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modelagens dos produtos

Foram desenvolvidas duas alternativas com os mesmos princípios. A primeira (Figura 5) utiliza um perfil de material, no caso nylon, para absorver e armazenar energia. A segunda (Figura 6) apresenta vários perfis que funcionam como molas de um tênis, também armazenando energia. Ambos armazenam energia principalmente na área do tornozelo, e secundariamente na ponta do pé e calcanhar. Esse padrão de posicionamento de dispositivos para armazenamento de energia foi observado em outros produtos da área (Figura 3 e 4).

Ambos os modelos culminam em um tubo de 3mm, que é o padrão utilizado na indústria de próteses, sendo assim fácil adaptá-lo a qualquer encaixe.

Figura 3 - Niagara Foot (FONTE: Human Mobility Research Centre, 2017)

Figura 4 - Triton Foot (FONTE: Ottobock, 2017)

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Figura 5 - Modelagem 3D da primeira alternativa (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 6 - Modelagem 3D da segunda alternativa (FONTE: DAS AUTORAS)

modelos

A partir das modelagens virtuais, e após testes em software para cálculo de esforço (Figura 7) dois modelos foram confeccionados.

Figura 7 - Simulação de estresse (FONTE: DAS AUTORAS)

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Um dos modelos foi feito por usinagem de nylon (Figura 8) criando assim um protótipo funcional que pode ser testado futuramente. O outro foi confeccionado a partir de impressão 3D, sendo apenas modelo de aparência (Figura 9).

Figura 8 - Modelo da primeira alternativa (FONTE: DAS AUTORAS)

Figura 9 - Modelo da segunda alternativa (FONTE: DAS AUTORAS)

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apêndice A

apêndice

formulário online e resumo das respostas obtidas na plataforma google drive 1. Nome(Opcional) • Silvio • Verônica Salles • MILTON LUIZ SILVA • Anderson Martins • Regiane • MARCOS ANTONIO HAUER • Adriana Brito 2. Idade • (0) 0% - 15 - 24 (5) 50% - 25 - 34 • (1) 10% - 35 - 44 • (2) 10% - 45 - 54 • (3) 30% - 55 ou mais 3. Gênero • (5) 50% Masculino • (5) 50% Feminino 4. Qual o fabricante de sua prótese?

• (5) 50% - Ottobock • (2) 20% - Fubelle • (1) 10% - Nova Ortopedia - RJ • (1) 10% - Ortobral • (1) 10% - Ortomed 5. Que tipo de amputação você sofreu?

• (5) 50% - Transtibial (abaixo do joelho).

• (5) 50% - Desarticulação do joelho/Transfemoral (acima do joelho).

6. Houve preparo para a adaptação de uma prótese durante o póscirúrgico (fisioterapia)?

• (8) 80% - Sim • (2) 20% - Não 7. Como você vê a prótese? Ela é parte integrante do seu corpo ou é um acessório de mobilidade?

• Parte do meu corpo • Ela é minha companheira!

• Vejo como minhas pernas, sim ela integra meu corpo.

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• Eu a vejo como um acessório, pois não permanece 24 horas atrelada ao meu corpo (é retirada em certos momentos e para dormir).

• acessório • Parte de mim...é indispensável. Parte do meu corpo • Parte integrante do meu corpo DOS DOIS UM POUCO • Parte integrante do meu corpo.

8. Você prefere esconder o fato que possui uma prótese(por meio de roupas mais compridas, etc.) ou não se importa que outras pessoas vejam?

• (9) 90% - Não, não me importo que vejam.

• (1) 10% - Outros 9. Existe algum sentimento de perda atrelado a prótese?

• Sempre • Sim • não • Sim, pois o desempenho não é o mesmo de uma perna humana, para todas as atividades.

• sim • Estando sem a prótese,me sinto deficiente...me sinto até incapaz...com a prótese é tudo diferente...tenho mobilidade,sou independente.

• Não • No início com a prótese de enchimento cosmético eu só usava calça devido a perna apresentar algumas imperfeições, hoje como uso uma capa cosmética não me importo que as pessoas vejam porque a capa substitue o volume da perna. O sentimento de perda é que a prótese não tem nem 30% da agilidade do que seria minha perna de verdade, então não posso dançar, ou jogar bola como antes. As vezes quando a prótese não encaixa direito ou fica incomodando vem à tona o sentimento de impotência, já não posso mais andar longas distâncias também.

• NÃO, SÓ RAIVA DO MÉDICO • Não 10. Existe algum sentimento de superação atrelado a prótese?

• Com a prótese me supero em tudo. Sem ela não sou nada Existe!

• Um pouco, mas não vanglorio esse sentimento.

• Sim, pois com a prótese, voltei a ter mobilidade e busquei mais cuidar de minha saúde física (faço fisioterapia, preparação física específica, e academia de musculação).

• Sim

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apêndice B

transcrição da entrevista com fisioterapeuta A entrevista a seguir foi gravada pela autora deste tcc, Heloísa Flores (H), com a autorização da fisioterapeuta, Rafaella (R). O texto a seguir é uma transcrição do áudio capturado.

H: o que na parte de fisioterapia é a maior dificuldade para o paciente?

R: A parte que demora mais para se adaptar uma prótese é a do amadurecimento do coto. Pois depois do corte é feito um formato que se encaixe na prótese, mas isso envolve o processo desinflamatório, a dessensibilização local do coto inchado. muitas vezes o paciente constata a dor fantasma, que é a dor do membro que não existe mais. Esse é o período mais demorado para se colocar a prótese, sendo necessário às vezes até refazer o processo de encaixe por conta da diferença do tamanho inicial.

H: Você acha que o paciente tem alguma dificuldade psicologicamente?

R: Acho que sim, porque muita gente não está preparada para passar por uma mudança de vida tão brusca, dependendo da causa dessa amputação e da condição psicológica do paciente isso influenciará.

H: O que nós levantamos é que com amputações resultadas de acidentes ou traumas, as consequências psicológicas e a dificuldade de adaptação serão maiores.

R: Exatamente, porque o paciente não tem como prever essa alteração, diferente de uma doença que vai evoluindo e que um dia você sabe que pode acontecer, fazendo com que a preparação seja mais planejada. Por exemplo assim, eu já atendi pacientes encaminhados do hospital que já vinham amputados e de diversas formas. Tem pacientes que tiram de letra, aceita e supera mas tem pacientes que vão para o fundo do poço como se fosse o fim do mundo e não fossem conseguir fazer mais nada, então depende muito da pessoa.

H: O que nós levantamos em termos de dados, nos EUA, metade de

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todos os casos perderam o membro inferior, parte da perna ou uma perna, morrem em um prazo de cinco anos.

R: Nossa, metade? Eu acho que envolve uma série de coisas, a pessoa, a família, o tratamento, a oportunidade de servir, tem muitos pacientes, principalmente esses de trauma, acidentes de moto ou traumas graves de carro, que muitas vezes nem tem a oportunidade de tratamento adequado. Eles vão para o pronto socorro, recebem orientação e não tem um acompanhamento nem psicológico, nem fisioterapêutico, nem médico, para que eles evoluam para conseguir utilizar uma prótese, para que conseguir tocar a vida. Então isso abala bastante. Mas nos EUA não sabia que era tão grande a mortalidade pós operação.

H: Você mencionou agora que essa preparação pois e antes é necessária para se adaptar a uma prótese ou pode ser, digamos que o paciente teve a perda e passou cinco anos por exemplo e agora resolva utilizar a prótese.

R: Acho que sim, tudo pode, porque o corpo da gente reage de qualquer forma, mas essa preparação envolve enfaixamento, envolve deixar o coto bem redondo para que a prótese se encaixe.

Dessensibilizar esse apoio, pois ele vai ter o apoio no osso que está ali no final da perna. não um pé preparado como nós temos. Então, isso tudo facilita e antecipa a recepção dessa prótese. É importante se a pessoa vai por a prótese, ela precisa dessa preparação, mesmo que seja daqui a cinco anos.

H: Então esse processo aqui provavelmente é o que mais incomoda eles (os amputados).

R: É, porque muitas vezes dói, daí às vezes o apoio da prótese está no lugar errado. Imagina o seguinte, a gente pisa. Cada um pisa de um jeito. tem pessoas que pisam para fora, tem pessoas que pisam para dentro. Tem gente com pé chato, tem pé cavo. Então imagina adaptar uma prótese para uma pisada que você não sabe como é. Então você tem que dividir o peso igual para as duas pernas ou tentar isso, essas alterações de postura tem total influência na prótese. Então é muito difícil e elas ficam em constante mudança, pois a pessoa pode engordar, emagrecer, mudar a pisada dela para

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conseguir usar aquela prótese. Não é como se você comprasse uma prótese, fosse pra casa e pronto. Você precisa de um tempo para conseguir fazer que a prótese funcione para você.

H: Eu acho engraçado que principalmente na Ottobock, é uma das fabricante, ela faz parecer com que a prótese é um acessório de luxo, um relógio de luxo caríssimo.

R: Não, e outra, a gente está falando de próteses mais fáceis que não tem articulação, pois se envolvem joelho, por exemplo, na prótese, ai isso, nossa, dificulta muito mais a adaptação da pessoa fazer aquilo funcionar como se fosse sua perna. É bonito ver depois de pronto, mas toda a parte de adaptação não é fácil.

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