HEADBANGERS #5

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Écom enorme satisfação que regressamos com mais uma edição da nossa/vossa revista online, Headbangers Portugal. Infelizmente, não temos conseguido cumprir com exatidão com os prazos de lançamento, por motivos que se prendem com as nossas actividades profissionais… Explicações à parte, esta primeira publicação do ano, vem com algumas novidades. Descubram-nas mais à frente..

De resto e, para finalizar, queremos agradecer às bandas, editoras e promotoras pela confiança que têm depositado no nosso trabalho.Aos poucos, vamos alcançando novos territórios.

Última palavra para quem colabora connosco. O desempenhode todos tem sido o segredo para que estas pequenas conquistas aconteçam.

Continuamos motivados e com mais ideias e objetivos a partilhar ao longo deste ano.Ajudem-nos a levara Headbangers Magazine Portugal um pouco mais longe…

Rui Martins(Direcção e Produção) headbangers.mag@gmail.com

José F.Andrade e Miguel Correia (Produção e Conteúdos) Flávio Medeiros Martins/Line Design Lab (Design)

ANDRÉ GOUVEIA

É um dos ícones do Heavy Metal feito nos Açores, é baixista e isso é o suficiente para que seja diferente. Afinal, não é mito… mais à frente, vão perceber o porquê. Tudo sobre a carreira de uma das figuras mais acarinhadas da nossa cena de peso, nas linhas que se seguem.

Como é que, no teu caso, se explica o gosto pelo Heavy Metal?

O gosto pelo heavy metal surge na préadolescência. O interesse pela música vem muito antes.

Vem “do berço”, diria.Após ouvir muitos géneros e neles encontrar sempre algo de interessante, surgem de forma muito natural, diria eu, as sonoridades mais pesadas. O poder que o rock e que o heavy metal apresentam não deixa ninguém indiferente. E naqueles tempos, se para muitos era apenas ruído, para mim - e felizmente, também para os meus amigos mais próximos - acabou por ser uma riquíssima mescla de géneros musicais, como se de uma muito complexa receita gastronómica estivéssemos a falar. Deixou-nos simplesmente fascinados…! Sem rodeios, o heavy metal é dos géneros musicais mais ricos e vivos. É capaz de se alimentar, basicamente, de um pouco

O que veio primeiro, o gosto pelo Heavy Metal ou pela viola baixo?

O gosto pelos instrumentos musicais no seu todo veio muito antes da descoberta do heavy metal.Adescoberta do rock e do metal fez sim com que o interesse pela guitarra disparasse. Foi algo que abracei com muito empenho, mas paralelamente surgiu também o grande interesse pelo baixo e pela bateria. Quando comecei com as primeiras bandas, havia sempre alguém mais qualificado do que eu para desempenhar as funções de guitarrista.Abracei então o baixo, com o mesmo empenho e paixão.Ainda que a dar os primeiros passos na música e no estudo do instrumento, passei imediatamente a ser “o Gouveia, baixista”. E continua a ser o instrumento ao qual dedico mais horas do meu tempo.

Momento mais marcante da carreira?

Eu diria que o momento mais marcante na minha carreira é a primeiríssima subida ao palco com IN PECCATVM, no Concurso Novas Ondas 1998, no Coliseu Micaelense. Um palco de sonho…!Ainda adolescentes e conscientes que tínhamos um longo caminho a percorrer até atingirmos a maturidade e uma identidade musical devidamente definida, avançamos firmes e convictos e debitamos três temas para uma casa cheia. Logo aí soubemos que IN PECCATVM seria um projecto para toda a vida.

Para além de IN PECCATVM e SPANK LORD, que outros projectos tiveste ou participaste?

de todos os demais. É um mundo tão complexo e também tão completo, que consegue agregrar todos os outros géneros musicais.Acomplexidade é tal, que deste, surgiram muitos e diferentes sub-géneros, cada um com as suas influências e identidades próprias, talvez demasiado complexos para serem ouvidos, absorvidos e compreendidos pelo comum dos mortais, que não se permite a sair da sua zona de conforto. Algo que sempre compreendi e respeitei.

Banda ou bandas que tenham incrementado o teu gosto ao longo dos anos?

Muitas…! Mas não poderei nunca deixar de mencionar e dar o devido destaque – ainda que de forma aleatória - a bandas como XUTOS & PONTAPÉS, IRON MAIDEN, TYPE O NEGATIVE, GUNS N´ ROSES, GNOSTICISM,AC/DC, OBSCENUS,

MOONSPELL, CARNIFICATION, CRADLE OF FILTH, TOOL, MORBID DEATH,ANATHEMA, MOTORHEAD, QUEEN e METALLICA. Muitas outras há, mas por agora fiquemo-nos por estas. És um músico de um só estilo musical ou existem variantes?

Ainda nos anos 90, montei a minha primeiríssima banda. Recorrendo ao António Neves (então guitarrista de DILEMAe actual guitarrista e vocalista de IN PECCATVM), ao Pedro Sousa (baterista também de DILEMA) e ao Pedro Vieira, também conhecido como “Pi” - anos mais tarde criador do “Bar Do Pi” (na voz) - criamos os BLACKSPOT, uma banda puramente punk, com letras em português, mas talvez demasiado ousadas para, por exemplo, passarem nas rádios.Abanda ainda deu alguns concertos, mas os estudos e a ida para a universidade fez com que o projecto tenha cessado funções.

Já depois de IN PECCATVM estar no activo, fui convidadoAfazer parte de KAKERLAKK.Abanda, que pratica rock, manteve-se num hiato demasiado prolongado, infelizmente, mas finalmente regressou ao activo há cerca de dois anos e muito trabalho já foi feito e lançado, por via do empenho e dedicação do seu mentor e meu grande amigo, o Carlos Matos. Pelo meio, também fui convidado pelo Ricardo Santos (MORBID DEATH), junto com o meu grande amigo

Abanda chamava-se ONE SECOND. Na guitarra solo estava o grande Paulo Bettencourt, e pela bateria passaram o PedroAndrade e posteriormente o Gualter Couto. Bons tempos...!

ADREAM OF POE é outra banda que guardo no coração. É um projecto doom do amigo Bruno Santos, que também foi teclista de IN PECCATVM. Estivemos 13 longos anos afastados dos palcos, mas há uns poucos meses a cervejaria Vulcana acolheu-nos para um concerto que ficará na minha memória pelas melhores razões. Venham mais! Foi também comADREAM OF POE que tive a oportunidade de me internacionalizar, tendo dado concertos em três países.

Que memórias tens dos primórdios enquanto músico?

Sou claramente polivalente, fruto das muitas e diferentes experiências que vou tendo ao longo daquilo que se poderá chamar de carreira. Sou um baixista que toca rock ou heavy metal num qualquer festival num sábado à noite, mas também sou aquele que acompanha um coro de miúdos da catequese, numa missa, logo no dia a seguir. Se para muitos isso pode gerar confusão, para mim, é exactamente o oposto. Faz-me feliz, sinto-me completo e vou continuar a fazê-lo, se de mim depender e se Deus quiser. guitarrista,António Neves, a ingressar numa banda de covers de PARADISE LOST.

Analise ao panorama musical de São Miguel?

Felizmente as coisas estão a melhorar. É um processo demorado e temos que ser pacientes.

Ainda há muitos projectos que precisam de dar o próximo passo e passarem, por exemplo, a ser banda física, com todos os seus elementos. Tal não acontecendo, as novas tecnologias começam de forma muito subtil a tirar o trabalho e a criatividade aos músicos e, num futuro próximo, os importantes factores criatividade e talento deixarão de ter a real importância. Isso preocupa-me, obviamente. Os concertos que aqui e acolá vão tendo lugar sabem sempre a pouco, pois ainda são muito poucas as bandas que estão preparadas para subirem a um palco de um dia para o outro.

Muitas memórias…! Muitas e boas! Tudo era muito mais difícil quando se pensava em adquirir material ou em fazer gravações. Felizmente já havia comércio de instrumentos musicais em Ponta Delgada e também uns poucos estúdios de gravação. O dinheiro era escasso e eram os nossos familiares que nos emprestavam e nós íamos pagando mensalidades. Isso fez de nós pessoas gratas e ainda mais responsáveis. Tudo era difícil, mas ao mesmo tempo, de um grande encanto. Trocávamos correspondência com entusiastas e outras bandas dos quatro cantos do mundo, o que era verdadeiramente espectacular. Os concertos eram escassos, mas quando aconteciam, o público juntava-se em autênticas romarias. O respeito que as bandas mais jovens tinham pelas bandas mais experientes era notável. Viam-se bandas pela rua, com os seus elementos carregados de instrumentos a caminharem em direcção às salas de ensaio. O Heavy Metal passava na rádio. À noite, ficávamos pacientemente à espera “da hora”. Ter um ensaio marcado e não ter nem baixo, nem amplificador…! Sim, aconteceu comigo…! Este período arrastou-se durante alguns meses e eram os amigos que me emprestavam o equipamento. Precisarmos de um suporte de microfone e não termos… Lá se adaptou um cabo de vassoura como suporte improvisado… Relembrar estes episódios é-me simplesmente delicioso.

Aquele chavão do “antigamente é que era” faz sentido hoje em dia?

Eram outros tempos. Éramos todos mais jovens, logo tudo era vivido com mais e maior intensidade. Passado um quarto de século somos todos mais tranquilos, também muito mais experientes, mas igualmente apaixonados pela “cena”. Quem abraça verdadeiramente esta causa, nunca mais a larga…!

Amalta das bandas está perigosamente a envelhecer. Deparo-me com novos seguidores aqui e acolá. Mas tal não basta. É também urgente o surgimento de novas bandas. Mas de uma forma geral, poderei dizer que já estive mais preocupado.

Subir ao palco hoje em dia continua a ter o mesmo “sabor”?

Sejam duzentas pessoas, sejam quinze ou vinte a assistir, o sentimento é sempre do melhor!

Acho que subir ao palco após um quarto de século de actividade é ainda mais prazeroso. O factor receio é zero, fruto da experiência de um grupo de amigos músicos e da vontade de partilhar com o público a sua arte.

Algo que não tenhas feito e que ainda sonhas fazer em termos musicais?

Embora já tenha dado uma mão cheia de concertos no estrangeiro e no total estar já muito próximo de uma centena de concertos dados, estranhamente ainda não dei qualquer espectáculo em Portugal continental. Convites não faltam, mas tem sido difícil conseguirmos as condições ideais. Mas é uma questão de tempo. Quem já esperou tanto tempo espera mais um pouco.

Para terminar, os baixistas são mesmo diferentes ou isso é um mito?

Sim, os baixistas são diferentes. Há aqueles que não se divertem em prol da técnica. Há também aqueles que não passam de guitarristas frustrados e há aqueles, que são os meus favoritos e nos quais eu me incluo: os que não sentem qualquer frustração, os que não complicam, os que se divertem e os que “partem a loiça toda”. Eu sou um destes últimos e é assim que quero ser recordado.

MORBID DEATH

Não ressuscitaram ao terceiro dia, mas estiveram lá perto. Quando tudo apontava para o encerramento da carreira, eis que, Ricardo Santos decidiu recuar na decisão e reergueu o projecto de Heavy Metal mais antigo da região, no activo. Como se não bastasse, ainda renovou a formação e prometeu regressar aos primórdios da banda, em termos musicais. Ricardo Santos falou connosco sobre esta autêntica revolução no seio Morbid Death.

Em pouco tempo, passaram de praticamente extintos a ressuscitados e com direito a nova formação. Como se explica tudo isso em poucas palavras?

Como foi do conhecimento geral, um dos nossos elementos contraiu uma lesão nas costas, impossibilitando-o de tocar e consequência disso, não vimos outra alternativa senão adiar o concerto de despedida.

Tive um período de reflexão e encarei como que um 'sinal divino', o facto de o concerto não se ter realizado. Eu e uns quantos fãs da banda, que me abordavam apelando para que voltasse atrás na decisão. Não pude ignorar todo este contexto. Defini um novo rumo a dar à banda, comunicando aos outros elementos. Como eles já tinham o seu futuro programado de outra forma, optaram por não continuar.

Pode-se então afirmar que Morbid Death não corre risco de desaparecer nos próximos tempos?

Durante aquele período de reflexão, como é óbvio, pensei em muitos cenários mas o que esteve sempre presente no meu subconsciente foi o de trazer de volta os Morbid Death, com o ADN com que todos nós vimos nascer. Tanto na estrutura (quarteto), tanto musicalmente. Tinha esse dever, essa missão para com todos os que nos seguem. Posto isto, não corre o risco de desaparecer porque tal como alguém disse, «os astros estão todos alinhados»!

Há ainda um regresso às origens, musicalmente falando?

Foi um dos pontos que tinha que ser cumprido. Não podemos viver unicamente do passado mas também não podemos ignorá-lo. Foram aquelas músicas que nos trouxeram até aqui, até ao presente e merecem ser honradas em cima do palco!

Como é que surgem os novos membros da banda?

Lá está, com a saída dos últimos elementos, comecei de imediato a pensar em nomes e não precisei de

muito tempo para isso. O João Raposo e o Hélder Pinheiro foram os primeiros dois nomes que surgiram, praticamente em simultâneo. Falei com ambos explicando o que pretendia para o futuro dos Morbid Death e, de imediato, aceitaram o convite. O Pedro Sousa foi sugerido pelo Hélder e, através de uns áudios antigos dele a tocar com outra banda em 2016 salvo erro, cativou-me de imediato. Tinha a técnica e qualidades para este novo rumo. Só não seria o futuro baterista de MD caso não aceitasse o convite. Em boa hora também aceitou de imediato.

Ao longo dos anos, as bandas passam por diversos processos de mutação. Este é apenas mais um, na tua opinião?

Nunca fui defensor de grandes mudanças, sejam elas ao nível de elementos ou da sonoridade, no entanto, quando é preciso, temos que o fazer. Neste momento, podemos assumir mais um processo de mutação. Se será o último? Quero acreditar que sim. Se tinha que acontecer, não haveria outra forma de o fazer. Fazer-se parte de uma banda é assumir um compromisso, estar presente, trabalhar com afinco, acreditar naquilo que se faz e fazê-lo com paixão, respeitar e ser-se respeitado mas nem sempre a coisa corre bem. São alguns aspectos que valorizo. Longe de mim querer que seja 'apenas mais um'. O pretendido é ter uma equipa coesa e em total sintonia. Se tal acontecer, iremos colher os frutos do árduo trabalho a que já se deu início e os fãs certamente que agradecerão.

Calcula-se que neste momento a prioridade seja ensaiar os temas existentes. Para quando a composição de originais?

Aestratégia é irmos recuperando os temas já existentes, intercalando com novas composições. Está a ser bastante intensivo, mas bastante produtivo.

É garantido que a sonoridade será Thrash/Death Metal?

É oADN musical dos Morbid Death que assumimos recuperar. Com este line-up,

não será de esperar outra sonoridade.

Oportunidade agora para uma palavra aos fãs e seguidores da banda?

Pode soar a cliché mas Morbid Death existe porque existem fãs. Nós estamos aqui para todos e o mínimo que podemos fazer é proporcionar bons momentos a todos eles, através da nossa música e das nossas atuações. Todo o feedback positivo e de felicitações recebidas por termos voltado atrás na decisão, dá-nos um enorme alento. Muito obrigado a todos e esperamos ver-vos muito em breve. Podem contar connosco

Fazer-se parte de uma banda é assumir um compromisso, estar presente, trabalhar com afinco, acreditar naquilo que se faz e fazê-lo com paixão, respeitar e ser-se respeitado mas nem sempre a coisa corre bem.

MORBID DEATH

O QUE DISSERAM OS FÃS...

Na sequência do anúncio de “não encerramento de carreira”, por parte dos Morbid Death, quisemos saber o que pensavam alguns dos ilustres da cena de peso. As opiniões seguem abaixo…

Quando tive a informação acerca do último concerto dos Morbid Death a 25 de janeiro noVulcana, de imediato marquei na agenda.Afinal, seria algo que ficaria para a História doMetalnos Açores. Felizmente para os metaleiros açorianos, os Morbid Death não finalizaram a sua carreira e existe um sentimento de “recuperar a sonoridade que marcou os primórdios (…)” (palavras dos Morbid Death). Nota-se, deste modo, um afastamento do último álbum,Oxygen, visto por muitos fãs como um “Chinese Democracy”…

Eduardo Pereira Medeiros

Ainda na Vulcana disse ao Ricardo que se não tinha acontecido, o melhor era continuar com a banda! É uma instituição, acho muitíssimo bem que continuem, vão ser sempre uma das minhas maiores influências e ainda acho melhor regrassarem às origens em termos de sonoridade. Da nova formação conheço o João e por conhecê-lo tenho a certeza que o rumo que vão seguir será o melhor, de certeza absoluta!

Nuno Mendonça

Foi com agrado que recebi a notícia que os Morbid Death não iriam encerrar atividades.Abanda é um pilar para o metal regional e,além de ter influenciado muitos, incluindo eu,continuará a ser uma influência para as novas gerações...

Nelson Félix

Para ser sincero, em relação ao encerramento da carreira dos nossos Morbid Death eu sempre tive aquela esperança que não fosse o fim , não sei porque sentia isso mas tinha isso para mim. Quando me deparo, nas redes sociais com o " ressurgimento" dos Morbid, e sua nova formação, foi com enorme satisfação que acolhi a notícia, sabendo que vão voltar ao old school, é de louvar, o grande mentor e líder Ricardo Santos e muitos parabéns pela nova formação. Hail, Morbid Death!!!

Hugo Medeiros

Oanúncio público dos Morbid Death, sob o título “The Final Chapter”, levou-me, e certamente a muitos outros, a acreditar que a banda encerrava um percurso marcante, deixando um legado único no nosso underground. No entanto, como em qualquer fim de ciclo, seja por mudanças de formação ou por uma evolução sonora, é essencial perceber que caminho seguir, e o anúncio posterior de uma nova formação e da continuidade das atividades da banda, trouxe com ele o início de uma nova era.

Desejo que este renascimento seja feito mantendo a identidade que tornou os Morbid Death relevantes e que isso possa servir para revitalizar, não só a criatividade, mas também despertar o interesse de um novo público.

Miguel Correia

BURIED BY LAVA

Dois trabalhos no mercado, um festival que começa a fazer parte da rota de peso de São Miguel e um quarteto que se entrega em tudo o que faz e produz. Esta é a história dos Buried by Lava, liderados por Steven Medeiros.

Cerca de quatro anos depois, regressam com um novo trabalho discográfico.A distância que vos separa foi a causa principal deste espaço temporal?

Foram várias as razões para este nosso segundo trabalho ter levado quatro anos a realizar, o facto de estar fora foi apenas mais um. Uma das razões principais para este atraso é o meu trabalho, nem sempre o mesmo permite que possa ir gravar quando quero, e mesmo podendo gravar em casa, não consigo ter o mesmo resultado que tenho na sala de ensaios. Também o facto de nem eu nem a banda estarem satisfeitos com algumas partes do produto final e quando assim é regravamos até que estejamos todos de acordo e em sintonia mas acima de tudo satisfeitos com o resultado.

Em que é que se inspiraram para criar este disco?

O TiagoAlves surge para os retoques finais?

O TiagoAlves veio dar brilho ao produto final e fazer com que tudo se interligasse. Fez com que algumas partes importantes dos temas tivessem algum destaque, coisas que eu pessoalmente não sabia que teria de fazer para dar mais impacto, aprendi mais umas coisinhas.Aproveito para agradecer a paciência que teve comigo, para que o produto final lhe chegasse às mãos e em condições de trabalhar.

O Lava Fest é também uma das tuas criações e já ganhou espaço no panorama mais pesado de São Miguel. Sabe bem produzir o evento e ao mesmo tempo subir ao palco?

reflecte-se no ambiente vivido no festival e isso viu se na nossa 3° edição. Também tenho de dizer que só é possível porque temos os nossos parceiros, amigos e fãs a ajudar e aproveito para agradecer a todos os que nos ajudaram a levar isto para a frente. À Paula Pacheco, RitaAntunes, Silvia Raposo, João Pacheco, Pedro Sousa, Paulo Teixeira, Miguel Pacheco,André Pacheco, Ruben Rego Garcia, Paulo Medeiros, Luis Sousa, Tiago Carreiro, Jason Sousa, Reinaldo Louro, Rui Medeiros, North Surge, Snack Bar Vila, Sagres, 3/4 Café,Azorprint, Norprosom, Junta Freguesia SantoAntónio Nordestinho, Municipio de Nordeste , In Peccatvm, Cisco Bottle e mais alguns que me podem ter escapado e principalmente a quem se deslocou até Nordeste para se juntarem à nossa festa.

Ainspiração veio de varias formas e feitios, cada qual trás o que acha ser o melhor para cada tema. Creio que ensaiarem em Nordeste também se reflecte neste EP, apesar de ter muito peso e com partes por vezes bastante agressivas tem ao mesmo tempo partes melódicas e hermoniosas, como o clima e a Natureza em Nordeste, a voz e letras foram feitas consoante o meu estado de espírito no momento em que experimentei o tema pela primeira vez, geralmente esse primeiro teste é o que define o tema para a letra e que andamento terá a voz em termos de vozes limpas e vozes agressivas, partes rápidas das partes lentas etc…

O trabalho de produção foi uma vez mais responsabilidade do Hugo Oliveira que demonstrou estar ao nível do que lhe era exigido. Satisfeitos, portanto?

Super satisfeitos, o Hugo Oliveira dá muito de si por este projecto e por esta banda é um dos músicos mais criativos se não o mais criativo com quem tive a oportunidade de tocar junto, mas acho que o que lhe define é o seu estilo de tocar próprio.

Nesta questão não posso levar com os “louros” todos, o Lava Fest é um festival Buried by Lava a 100% o festival iniciou unicamente para podermos mostrar o nosso trabalho ao vivo por falta de espaços que abram as portas a bandas com um som mais pesado e isso foi fruto da vontade de todos nós os 4 de fazer música, como nos correu bem o primeiro decidimos fazer o segundo com mais objectivos delineados como criar condições para que as bandas pudessem só se preocupar em tocar e assim poderem entregar um espetáculo como o publico merece e isso

Que conselho darias aos músicos mais novos, especialmente aos que se revelam através do Heavy Metal?

Nunca desistam, continuem a trabalhar pelos vossos sonhos e objectivos e não deixem ninguém dizer que não são capazes, que não são bons o suficiente ou que a vossa música não é boa. Às vezes só precisamos de alguém que tenha a mesma visão que nós, para que isso chegue a algum lugar.

AFFAIRE

“Nunca nos sentimos limitados por rótulos”, declara J.P. Costa. Com esta afirmação, os Affaire demonstram a sua vontade de explorar novos horizontes musicais. Em "En Route", a banda prova que o hard rock ainda tem muito a oferecer. Nesta entrevista, vamos conversar com J.P. Costa sobre a liberdade criativa da banda e sobre os desafios de se manter relevante numa indústria musical em constante mudança.

Com um novo álbum lançado, “En Route”, traz com ele uma mudança na estrutura da banda. Como surgiu a decisão de fazer a transição de Tawny Rawk de baixista para vocalista principal? Sentem que essa mudança influenciou o processo criativo e a identidade sonora da banda?

Após a saída do anterior vocalista, colocámos o habitual anúncio de “Procura-se”. Tivemos algumas respostas e chegámos até a fazer um concerto num festival na Áustria com um amigo nosso como convidado (o André Vice, dos Yellow Dog Conspiracy). Nunca foi nossa preocupação apressar o processo e sabíamos que o Tawny já tinha sido vocalista noutras bandas e seria capaz de assumir o posto. Também não o quisemos pressionar. Tudo se proporcionou naturalmente. Na hora certa, ele apercebeu-se que tinha de se chegar à frente! Inevitavelmente, a mudança influenciou o processo criativo até porque, pela primeira vez, introduzimos um vocalista totalmente familiarizado com as nossas músicas e que, além de cantar, também toca (guitarra, baixo e harmónica!)

Amúsica “You Won’t Be Missed” foi reformulada após mais de uma década. Qual foi o maior desafio em transformar um Punk Rock acelerado num mid-tempo introspectivo?

O grande desafio aconteceu quando assinámos pela Lions Pride Music e eles fizeram questão de termos 12 músicas no álbum. Tivemos de ir vasculhar ideias que tínhamos a marinar há algum tempo e, entre elas, havia a intenção de recuperar esta música que tínhamos

tocado ao vivo no nosso concerto de estreia em 2011 e colocado na gaveta desde então. Por nenhum motivo em especial, foi ficando para trás. À medida que o novo álbum foi ganhando forma, começámos a sentir falta de uma música mais “desacelerada” por uma questão de dinâmica do disco. Não propriamente uma balada mas, como disseste, um mid-tempo.A“You Won’t Be Missed” já tinha um potencial melódico que permitia diferentes tipos de arranjo e foi muito fácil desconstruí-la e torná-la no tal mid-tempo que procurávamos.

“Joke’s On You” e “You Won’t Be Missed” destacaram-se como singles. Qual foi a reação a essas faixas, e qual delas consideram a mais representativa do espírito de “En Route”?

A“Joke’s On You” foi lançada inicialmente em 2023. Tenho a certeza que é uma das melhores músicas que já fizemos, talvez um exemplo da nossa evolução na composição. E vai ficar sempre marcada por ter sido a música que nos garantiu um contrato discográfico, quando nem sequer andávamos à procura disso.A“You Won’t Be Missed” é outro exemplo do nosso momento e mostra também a versatilidade que sempre quisemos ter dentro do estilo que assumimos. Já nos têm falado dela como música preferida do disco, do ponto de vista do ouvinte e eu consigo compreender isso, apesar de felizmente não ser uma escolha consensual. Nem mesmo entre nós é unânime.

“En Route” é descrito como uma fusão entre as raízes do rock n’roll e a evolução natural da banda. Como definem a essência dosAffaire neste

Damos conta do envolvimento de Ricardo Rodrigues, Lex Thunder e a masterização nos C.S.M&P. Studios, na Grécia.

Como foi trabalhar com eles e de que forma contribuíram para o resultado final?

Por um lado, a raíz da nossa identidade é a mesma de sempre: 80’s hard rock. Neste álbum, arriscámos e experimentámos mais do que nos anteriores, sempre sem perder essa identidade. Introduzimos elementos e ideias novas que nunca tínhamos tido oportunidade de trabalhar, como interlúdios instrumentais que soam quase como genéricos de séries dessa década ou solos de saxofone, um sonho antigo finalmente realizado! Sabemos qual é o nosso estilo mas estamos sempre abertos a introduzir ideias novas desde que nos façam sentido e não sejam forçadas. Dito isto, nunca sentimos qualquer necessidade de sermos considerados “actuais” ou de querer aderir a qualquer tendência do momento.

As letras abordam emoções universais e temas como superação. Como é que vocês equilibram a intensidade emocional das composições com a energia característica do hard rock?

Na verdade, as inspirações para as letras vêm das situações mais diversas. Histórias reais (umas mais pessoais, outras mais do ponto de vista daquilo que observamos), histórias fictícias, umas mais sérias e outras com algum humor. Talvez tudo isto resuma a nossa forma de estar na música e até fora dela. Sempre procurámos ir mais além relativamente àquilo que são os temas mais “batidos” no hard rock e, ao mesmo tempo, ter sempre a preocupação de letra e música combinarem em termos de ambiente, em vez de simplesmente colocarmos letras nas músicas já feitas só porque tem que ser.

Agravação do álbum aconteceu em duas fases: início de 2023, quando gravámos 3 músicas (2 delas lançámos como singles nesse ano) e início de 2024, quando gravámos os restantes. Esses 3 temas iniciais foram gravados com o Ricardo Dikk, que já tinha produzido o nosso álbum anterior.Após o lançamento do 2º single – “Joke’s On You” – fomos abordados pela Lions Pride Music, que insistiu para que assinássemos logo com eles, mesmo sem ter mais músicas gravadas.As condições que nos ofereceram surpreenderam-nos e convenceram-nos e foi aí que planeámos nova ida a estúdio, com a vontade de arriscar numa equipa diferente. Falámos inicialmente com o Lex Thunder que nos trouxe a energia que buscávamos, além de falar a mesma linguagem e partilhar o gosto genuíno pelo hard’n’heavy dos 80’s. O Lex seria o produtor e trabalharia com um técnico/engenheiro de som da sua confiança.Assim, cada um estaria focado no seu papel. O Ricardo Rodrigues foi uma agradável surpresa (não tínhamos trabalhado com ele antes) pela facilidade com que percebeu o que pretendíamos, pelo excelente ambiente durante todo o processo e por me ter proporcionado o melhor som de bateria que já tive, já agora!Amasterização ficou a cargo da editora que sabia bem como devia soar um álbum assim.

Estando sob a chancela da Lion’s Pride Music, sentem que a banda está mais próxima de consolidar o seu espaço no cenário internacional? Que passos acreditam serem essenciais para alcançar essa projeção?

É mais um passo, sem dúvida. Estar nesta editora dá-nos uma exposição que nunca poderíamos ter se nos fechássemos em Portugal. Também é um selo de credibilidade que, sinceramente sinto que já tínhamos, ao ter lançado os 2 álbuns anteriores por editoras norteamericanas, conhecidas dentro deste meio. Vai ser sempre um orgulho para nós ter álbuns editados por editoras que lançaram bandas que nos inspiram. Não posso deixar de referir que existem muitas bandas nesse cenário internacional a competir por atenção e

sabemos que, à partida, há muito mais portas abertas quando uma banda de hard rock é sueca, inglesa, americana, alemã, etc por toda a tradição que já existe nesses países. E até pela localização geográfica. Por isso, às vezes sentimos que temos que provar muito mais para conseguir o nosso espaço. Passo a passo, temos visto o interesse lá fora a crescer, com concertos que demos na Europa após o 2º álbum e mesmo olhando para as estatísticas de streaming ou para encomendas de CDs e merchandising.Agora, queremos dar continuidade tanto na promoção, como em novas oportunidades para datas no estrangeiro. Estamos a trabalhar nisso e uma novidade é estarmos agora a gerir o nosso agenciamento com a Electric Chaos Productions

Sentes que o futuro se está a alinhar com as vossas ambições?

É uma grande incógnita.Averdade é que este é um meio ingrato, e temos noção de que o auge da popularidade deste género já passou há décadas, mas também acredito que a resiliência aliada à honestidade criativa são meio caminho andado para colher frutos. Também sentimos que, de alguma forma, ajudamos a colocar Portugal no mapa no que diz respeito ao hard rock já que ainda recebemos muitas reações de surpresa pela nossa origem.Acima de tudo, fazer isto pela necessidade de criar e de partilhar, com muito espírito de sacrifício e amor à música. E pelo caminho, ir celebrando pequenas conquistas.

Por: Miguel Correia

momento da carreira?

BRED FOR SLAUGHTER

São norte-americanos - Estado da Califórnia - e praticam qualquer coisa como Black/Death/Grind. «Kill For Satan» é o seu mais recente Ep, composto por cinco temas verdadeiramente demolidores.

Bem-vindos de volta à cena Metal. Demoraram cerca de três anos para lançar este trabalho.Aque se deveu?

Obrigado, é sempre bom ser bem-vindo em qualquer lugar! Demorou três anos!? Droga, o tempo voa! Fazemos o nosso melhor para ter algo a cada dois anos, temos toneladas de material pronto, só precisamos de nos esforçar e começar a gravar.

O que fizeram durante esse tempo?

Honestamente, temos estado preocupados com a vida. Novos filhos, casas, empregos, mudança, etc. Então, infelizmente tem sido desafiante conseguir ou manter a música. Estamos definitivamente de volta à cena e a todo vapor no processo de gravação. Espero que possamos manter essa assiduidade. Estamos animados para lançar essas novas músicas, mais na veia do Black Metal clássico. O nosso vocalista Mark Smith, que estava em Exhumed (aquando da formação inicial) está realmente soando muito bem nos temas novos. Tem-nos deixado realmente animados e motivados para fazer mais e melhor ainda do que já fizemos.

Black/Death/Grind é a melhor maneira de definir a vossa música?

Sim, eu diria que essa é uma descrição perfeita. Nós realmente não discriminamos quando se trata de influências. Tentamos «pegar» nas cinco, seis, talvez sete bandas favoritas

e escrever segundo essas influências. Somos grandes fãs do início do Mayhem, Marduk, MorbidAngel, Terrorizer, Carcass e Deicide, bandas da escola mais antiga...

Qual é a mensagem que querem passar?

Nada profundo! Contando que seja boa e se encaixe na vibe do Death Metal, então estamos bem com isso. O mais importante para nós é que as vozes se encaixem na música, caiam nos lugares apropriados e adicionem a ela o que pretendemos.

Pesquisamos nas redes sociais da banda e parece que vocês não estão muitos presentes... algum motivo especial?

Sim, somos retardados com computadores e medias sociais, rsrsrs. Além disso, somos pobres, então é difícil encontrar alguém que ajude por centavos.

Processo de gravação e trabalho de produção. O que nos podem dizer?

Temos o nosso próprio estúdio que construímos num galpão no quintal do nosso baterista (Brian). Tivemos a sorte de montar uma boa configuração lá. Usamos Protools, mas com pouca ou, de preferência, nenhuma manipulação digital.Amplificador, microfone e entrada, é isso. Queremos soar como uma banda, como se "pessoas" realmente tocassem os instrumentos.

Sentimos que a maioria das produções hoje em dia são muito limpas, muito perfeitas e, portanto, soam mecânicas e semelhantes. Provavelmente muito comprimidas. Preferimos os tons de guitarra Thrash. Eu escrevo todos os riffs e levo para o Brian, improviso e é positivo ou negativo. O nosso objetivo é cativar sem nada complicado ou técnico, mas que fique na memória.

Vocês vão fazer alguma tour para promover o Ep?

Não! Gostaríamos, mas somos apenas eu nas guitarras e baixo, o Brian na bateria e segundas vozes e o Mark na voz principal.Acho que estamos na senda de Dark Throne, gravando e tentando lançar o máximo de material possível.Adoraríamos fazer tours e apoiar os lançamentos, mas a menos que consigamos encontrar outros músicos com ideias semelhantes, será apenas a abordagem online e de cd/gravação. Estamos bem ensaiados e capazes, mas não tivemos sucesso em encontrar outros que não apenas queiram contribuir, mas também se esforçar de verdade.

Apoio dos media locais?

Inexistente. Talvez imaginasses que havia uma cena melhor e mais forte aqui na área da Baía, mas ela é fraca. Poucas bandas, poucos locais e nenhum ou quase nenhum apoio dos media. Vamos a concertos sempre que podemos e apoiamos comprando cds e t-shirts… Fazemos a nossa parte...

CULT OF ALCAEUS

Mergulhando nas profundezas sombrias do metal, encontramos os Cult of Alcaeus, uma força a ser reconhecida na cena musical portuguesa. Com uma sonoridade que tece uma tapeçaria sonora entre o death, thrash e groove metal, a banda nos convida a uma jornada apocalíptica e filosófica. Mas o que se esconde por trás desse nome enigmático e de uma trilogia intitulada 'Doomed Cycles'? Nesta entrevista, desvendamos os mistérios por trás da música e da mente dos Cult of Alcaeus, e descobrimos como a banda está a moldar o seu futuro.

Bem, começando, lanço um pequeno desafio...quem são os Cult ofAlcaeus e como surgiu a ideia de formar este projeto?

Os Cult ofAlcaeus é um projeto oriundo da zona metropolitana de Lisboa,Seixal BayArea, constituído por 4 elementos, onde alguns estão no ativo com outros projetos e outros de regresso.

Cult OfAlcaeus combina Death, Thrash e Groove Metal, que explora temas sombríos e apocalípticos, por vezes com uma visão filosófica e futurista. Com algum material em modo bruto, no início de 2024 decidimos dar nome ao projeto e editar alguns originais. Como combustível usamos a vontade de criar uma narrativa musical que refletisse a nossa visão da humanidade contemporânea e o facto de todos compartilhamos essa visão aliada à liberdade de cada membro poder aplicar as suas influências.

Acontece muito entre músicos, o pessoal juntar-se para tocar covers de bandas favoritas, e às vezes acontece haver alguns membros já tem algumas ideias previamente compostas, no nosso caso o Brutus já tinha composto algo. Ora fazse uns jams sobre as ideias e surgem os originais. Foi no nosso caso a base para a criação de Cult OfAlcaeus.

O nome, inspirado emAlcaeus, evoca

força e habilidade. Como é que essa ideia se reflete na música e nos temas que vocês exploram?

Apalavra alcaeus é a forma latinizada do nome grego Ἀλκαῖος (Alkaios) que significa "forte", derivado de ἀλκή (alke) que significa “força, destreza e habilidade”.

Na mitologia grega,Alcaeus era um herói e guerreiro, filho de Perseu (o herói que derrotou Medusa) e Andrómeda (filha de Cefeo, rei da Etiópia). Ele é mais conhecido por ser uma figura mitológica ligada à linhagem de heróis e semideuses, mas seus feitos e mitos não são tão amplamente documentados quanto outros heróis como Hércules ouAquiles.

O nome "Alcaeus" tem uma forte conotação de força e coragem, sendo frequentemente associado a algo épico.

Ao escolher este nome para a banda, queremos fazer uma referência a valores de resistência e força, passando essa energia através da música, o que combina bem com as temáticas de luta em temas sombrios que Cult ofAlcaeus explora.

Voltando à vossa sonoridade, como referes combina Death Metal, Thrash, Groove e elementos progressivos. Como é que se equilibram essas influências para criar uma identidade

Atrilogia “Doomed Cycles” surge num formato, digamos, inovador, pela forma como foi sendo lançado... e no seu conceito explora a teoria dos ciclos condenados. O que vos inspirou a trabalharem com esse conceito tão profundo e filosófico?

Atrilogia tem como base teorias que descrevem como a humanidade tem a tendência de repetir padrões comportamentais. Teorias essas que abordam um comportamento cíclico, com o eterno retorno a colapsos inevitáveis. Decidimos aplicar alguns desses momentos não só na narrativa das letras e composições, mas também no lançamento da trilogia "Doomed Cycles". Cada lançamento representa um momento no ciclo.

Por exemplo, a “Forged By Rage” está relacionada com questões sociais de violência associada, maioritariamente, a questões sobre a população. Existem também aspetos sombrios da emoção humana que juntamente com o poder transformador das emoções humanas, a raiva por exemplo, permite o controle das massas. Sabendo usar este poder consegue-se controlar as massas. Como exemplo, pode ser usada a subida ao poder de várias fações fascistas na Europa do século passado.

musical única?

Quanto temos uma base sólida de riffs de guitarra ou bateria, carregamos agressividade. Incorporamos depois algum balanço para tornar as músicas mais envolventes e por vezes, usamos harmonias progressivas para adicionar uma camada de complexidade.Aliado ao facto de cada membro ter influências distintas, dá um leque de exploração abrangente. Como encontramos o equilíbrio? Usando elementos comuns que liguem os estilos, como uma tonalidade consistente, uma assinatura rítmica que reaparece, ou texturas sonoras que se complementam. Por exemplo, se estás a misturar thrash com groove, podes manter o tom pesado, mas alternar entre partes rápidas e grooves mais lentos. Evitamos sobrecarregar a música com demasiados elementos simultaneamente pois nem todos os estilos precisam de estar em destaque ao mesmo tempo; dá-lhes espaço para respirar em momentos específicos da música. Gojira, Sepultura ou Meshuggah, são mestres em misturar thrash, groove e outros elementos sem perder a identidade, obviamente podemse considerar como algumas das nossas influências. Basicamente é experimentar até encontrar a combinação que ressoe com a visão artística.

Na “Iron Rebellion” o momento dos ciclos posiciona-se em momentos de revolta, onde a resistência atinge seu ápice. Este capítulo do ciclo demonstra que mais uma vez que há uma luta constante e desesperada contra um destino aparentemente impossível de escapar, onde a força de vontade e a resistência são postas à prova, neste caso nem é necessário dar exemplos, atualmente existem várias nações a viver ciclos de revolução, tal como há um século atrás.

A“Odyssey Of The Soul”, insere-se no momento onde a humanidade está, uma reflexão profunda e filosófica. Neste ciclo a humanidade procura a mudança para algo mais espiritual, o escape para uma nova realidade, mais introspetiva, de exploração emocional, a necessidade de escapar da realidade brutal em que se vive, que também pode ser aplicado em momentos de vida pessoais.Amúsica sugere que, apesar de todos os esforços, o fim do ciclo é inevitável e a possibilidade de renascimento é sempre possível. No entanto, o ciclo seguinte será, mais uma vez, forjado pela interminável vontade de mudança intrínseca no ser humano, nem que seja para pior, nem que seja para se repetir os mesmos erros. Há que mudar, é o regresso à “Forged By Rage”. Aquem tiver curiosidade sobre o assunto, no nosso site oficial https://cultofalcaeus.com encontra-se mais informação sobre Doomed Cycles. Vocês mencionam que compor e gravar essa trilogia foi um desafio. Que dificuldades enfrentaram e se em algum momento colocaram em causa o todo?

Felizmente nunca foi colocado em causa, mas, houve desafios, desde os logísticos aos criativos, não somos profissionais da música, tivemos que conciliar o tempo pessoal entre compor, gravar e gerir tudo o que envolveu a produção. Mesmo sendo pequena, foi pensada e planeada para ser algo diferente. No início do ano decidimos em três meses estar em estúdio, isto em Janeiro. Escolhemos 3 das composições que tínhamos em bruto, e claro, a sensação de urgência pode levar a bloqueios criativos ou escolhas apressadas. Mas manter a flexibilidade e o foco no essencial foi a chave para compor rapidamente sem comprometer a autenticidade. Um dos objetivos planeados era o "regresso" aos anos 80/90, em estúdio, graças ao profissionalismo de todos os envolvidos, juntamente com algum trabalho foi possível esse regresso.Ao evitar ao máximo os processos modernos, como o uso de midi, plugins, e outros, optar por usar os nossos amps, colunas, bateria e tudo captado em modo acústico, teve peso. Além disso, todas as faixas foram gravadas com execução humana sem as ajudas e ajustes deAI. Isto, hoje em dia, é uma dor de cabeça para os técnicos, mas felizmente e graças à experiência e dedicação do pessoal do estudo, conseguimos obter a sonoridade que procurávamos, algo diferente do contemporâneo e moderno, um regresso aos anos 90.

Sobre os lançamentos, começo por falar de “Forged by Rage”: Como foi sentida a experiência de receber reconhecimento na cena underground logo no primeiro lançamento? Foi uma satisfação para todos como banda. “Forged by Rage” foi como um grito de guerra. Sentir uma resposta positiva, serviu de validação, estávamos no caminho certo. É Perceber que este reconhecimento vem de uma rede de indivíduos e coletivos que trabalham em prol da cena, como fanzines, rádios independentes e pequenas editoras.Após meses de dedicação à composição, ensaios e produção, perceber que o trabalho ressoou com outros é extremamente gratificante.Aprova de que a tua visão musical encontra eco na cena é saber que há pessoas a ouvir, apoiar e identificar-se com a música, isto dá energia para trabalhar ainda mais. O reconhecimento inicial pode ser um catalisador para novos projetos e ideias.

“Iron Rebellion”: Este single é descrito como um hino de resistência e rebelião. Qual é o ponto na mesma que sentes ser o clique para que os ouvintes se liguem emocionalmente nessa mensagem?

“Iron Rebellion” é uma mensagem direta, não aceitar passivamente a opressão e lutar contra as forças que nos aprisionam.Acho que o clique emocional acontece na intensidade e simplicidade do refrão, que transmite

essa urgência de resistir. Uma letra ou música que permita a cada pessoa identificar-se com o conceito de desafiar limites, seja na sociedade ou dentro de si mesma, é incrivelmente poderosa.

“The Odyssey Of The Soul”: Explora as complexidades da mente humana com mudanças de ritmo e intensidade. Como é que se traduz isso numa música?

Tentamos traduzir a necessidade de escapar da realidade brutal em que se vive, alternando entre vários momentos introspetivos.As mudanças de ritmo representam os altos e baixos emocionais que todos enfrentamos, enquanto a intensidade da música reflete a luta interna constante com algo imprevisível e ao mesmo tempo profundamente conectado com as emoções humanas.

Fecham 2024 com o sentimento de missão cumprida e, entretanto, começam 2025 a fazer parte do catálogo da italiana Nova Era Records. Como é que tudo isso aconteceu? Um passo em frente, certamente, e com algumas novidades. Aparceria com a Nova Era Records é o resultado de acreditarmos no nosso trabalho.Aeditora reconheceu algum potencial nos projetos, no nosso lado com o trabalho elaborado com a trilogia

“Doomed Cycles” e no lado dos Necro Algorithm com o "Synthetic Souls", dando assim origem ao projecto “DoomedAlgorithms”. Para iniciar a parceria foi editado uma edição física em CD.

É sem dúvida um passo em frente, pois dá-nos acesso a uma rede de distribuição e promoção, além de criar alguma presença na cena internacional. Para 2025 e 2026, planeamos este e outros lançamentos e ou colaborações que vão expandir ainda mais o universo de Cult ofAlcaeus. Como já referido, para iniciar, juntamos forças com NecroAlgorithm e vamos lançar o álbum "DoomedAlgorithms" em formato SPLIT.

Na nossa opinião "DoomedAlgorithms" é um autêntico apocalipse sonoro, combina os temas da trilogia "Doomed Cycles" de Cult OfAlcaeus e de "Synthetic Souls" pelos Necro Algorithm. Este álbum pretende ser um manifesto contra a obsolescência humana no domínio das máquinas, uma luta épica entre o colapso social e os algoritmos condenados. As bandas combinam na perfeição, ideologias, filosofias, riffs esmagadores, vocais intensos e letras profundas que exploram a violência humana, visões apocalípticas, o domínio tecnológico e o eterno conflito entre homem e máquina. Esperamos conseguir trazer algo de novo ao movimento Death Thrash. Join The Iron Rebellion!

Por: Miguel correia

FIREMAGE

Preparem-se para embarcar numa jornada épica, através do mundo mágico dos Firemage. Com influências de bandas como Windrose, Ensiferum e Týr, a banda portuguesa convida-nos a explorar um universo repleto de lendas e aventuras. Mas o que torna a música dos Firemage tão especial? Como eles conseguem criar um som tão rico e envolvente? Nesta entrevista com Tiago Costa, vamos desvendar os mistérios por detrás da sonoridade única da banda e descobrir quais são os próximos passos dessa jornada.

Como surgiu a ideia de criar os Firemage e qual foi a principal inspiração para a sonoridade épica e folclórica?

Aideia surgiu num concerto dos Sabaton no Hard Club. Juntamente com eles, tocaram os Korpiklaani e os Týr .

Esta última banda não conhecíamos, e apesar de termos ido para ver os Sabaton, no final do concerto fomos embora a trautear a canção “By The Sword in My Hand” dos Týr . Na altura o tipo de banda que queríamos fazer era algo do género, uma banda com temas e melodias folk mas com apenas duas

jogo World of Warcraft. Na altura eu e a Ana jogávamos (bastante), e ela jogava com um Mage com especialização de Fogo, essa combinação era conhecida no jogo como Fire Mage. Pareceu-nos bastante apropriada, pois queríamos ir além de temas históricos ou folclóricos, e incluir também temas fantásticos. Além disso, a combinação Classe/ Especialização dela era bem mais interessante para um nome de banda do que a minha, senão éramos os Protectionpaladin.

Aprodução de “Ignis” tem sido também muito elogiada, comAfonso Aguiar e a Titanforged Productions. Como foi trabalhar com ele e qual a importância dessa parceria para o resultado final?

Foi muito fácil. O tipo de som que o Afonso produz é exatamente o que nós queríamos. Felizmente, nós temos meios próprios de fazer a captação dos instrumentos, o que implicava enviar-lhe as gravações após a captação para ele as trabalhar. Por isso a conversa antes de começarmos as gravações foi algo do género: “Para com o melhor som possível, o que é que precisamos de fazer?” Contratar um profissional não basta, é preciso deixá-lo fazer o trabalho dele e não fizemos exigências. Nós somos todos altamente “coachable”, por isso ao trabalharmos com profissionais, queremos saber o que é necessário fazermos para lhes facilitar a vida e que o resultado seja o melhor. OAfonso disse e nós fizemos. Foi um processo muito simples.

Bandas como os Windrose, Ensiferum e Týr são mencionadas como influências. Que elementos dessas bandas mais inspiraram o som e as vossas composições?

Existe uma mensagem ou conceito central que une as quatro faixas do EPou cada faixa tem dentro da sonoridade uma identidade distinta.

Ainda não. Ou seja, neste momento o pai da Cinderela faleceu, ela casou com o príncipe e perdeu o sapato. Cada canção é uma parte de uma história que apenas estará na ordem certa no álbum. Queremos que as músicas sejam apreciadas como uma identidade distinta, mas quando colocadas na ordem certa, façam parte de um todo.

“Ignis” tem sido bastante elogiado e já é visto como uma referência no folk metal em Portugal. Como encaram essa receção tão positiva e o que esperam trazer de novo para a cena nacional?

mais leves mas também de coisas mais sérias. O mesmo se pode dizer da indumentária da banda que tem uma componente de fantasia mas sem cair no disfarce carnavalesco. Relativamente a oportunidades, penso que o facto de a banda ter uma temática relativamente familiar ao imaginário das pessoas, conseguimos mais facilmente criar canções e conteúdos com que elas se possam relacionar. Por exemplo, se estiveres a passar por um momento difícil na tua vida, podes sempre falar dele numa canção como se de uma batalha se tratasse e a origem do problema é o inimigo.

Após este lançamento bem-sucedido, quais são os próximos passos? Há planos para um álbum completo ou novos projetos no horizonte?

guitarras, um baixo e uma bateria. Como é possível constatar, as coisas procederam-se de uma forma diferente!

Sobre a escolha do nome. Qual o significado por trás do nome?

Firemage vem de uma personagem do

Nós temos por referência bandas que são bastante distintas dentro do Folk Metal e tentamos incluir os elementos que gostamos mais, à nossa maneira. Os Windrose têm uma parte orquestral absolutamente gloriosa, os Ensiferum têm uma abordagem que mistura vocais limpos e guturais, assim como uma inclusão de elementos folk que dão às canções uma enorme profundidade e os Týr utilizam harmonias de guitarra como poucas bandas, e isso é algo que gostamos muito. Depois, dependendo da música, temos que perceber qual é o espaço para cada coisa mediante o tema da música.

Ficamos muito contentes pelo facto das pessoas estarem a gostar do que fazemos. Procuramos apostar na solidez e na qualidade da produção de forma a entregar ao público o melhor de nós e da música que procuramos fazer. Já temos uns anos disto, e sabemos que o público merece melhor do que boas intenções. Relativamente ao facto de nos poderem achar uma referência no Folk Metal nacional, penso que todas as bandas acabam por ser uma referência, porque somos umas 3 ou 4 e todas muito diferentes. Os Gwydion são a grande referência pois são uma das primeiras bandas de Folk Metal, não só da cena Portuguesa como do Metal em geral. Depois há os Hyubris que estão a regressar de um hiato de cerca de uma década mas que chegamos a acompanhar nessa altura. Depois há, perdoem-me se me escapar o nome, uma ou outra banda com temáticas Folk mas que acabam por cair mais dentro do Death ou do Black mais puros. Mas nós estamos apenas a dar os primeiros passos daquilo que esperamos ser uma carreira longa e, se o destino o quiser, com sucessos à mistura.

Quais são os maiores desafios e oportunidades para projetos como os Firemage?

Penso que os maiores desafios são a consistência e evitar cair no lado da paródia. Quando fazes uma música que fala sobre uma festa de Magos numa taberna, é muito fácil a coisa descambar. No entanto, é importante mantermos um determinado nível de seriedade porque estamos a tentar contar histórias, e como em todas as histórias, existem momentos

Para já, temos outro EP na calha, possivelmente mais um videoclip e já um par de concertos marcados. Somos uma banda nova a tentar deixar uma marca, e até determinado ponto, temos conseguido.Amaior parte das pessoas que nos ouvem estão espalhadas pela Europa, e tudo isso apenas foi possível por termos esticado o lançamento do “Ignis” em singles. Não nos serve muito lançar um álbum se não há gente suficiente para o ouvir. Seria como fazer uma romaria num fim de semana e lançar os foguetes todos na quinta-feira à noite.

Com o sucesso inicial, quais são as suas expectativas para a evolução do som dos Firemage? Pretendem explorar novos territórios musicais ou aprofundar ainda mais as raízes do folk metal?

Relativamente à evolução do nosso som, temos tentado trabalhar não em prol de um género mas sim da temática de cada canção. E fazemo-lo tirando partido das competências de cada membro da banda. Esperamos nos novos lançamentos aumentar esta tendência e incluir ainda mais elementos Folk e de storytelling, para dar à nossa música uma profundidade temática e sonora maiores, de forma a que o nosso imaginário transcenda o “Ignis” e se torne numa viagem que o ouvinte fará connosco.

FOHATT

Nas profundezas da floresta, onde a energia oculta se manifesta, surge a música dos Fohatt. Com uma sonoridade atmosférica e letras introspectivas, a banda brasileira transporta-nos para um mundo de mistério e espiritualidade. Mas como é que conseguem criar uma sonoridade tão única e envolvente? Nesta entrevista com o vocalista Gustavo Grando descobrimos os segredos por detrás da criação musical dos Fohatt.

Bem, naturalmente, tenho de começar por perguntar quem são os Fohatt e falar também naquilo que é a vossa sonoridade.A vossa música explora temas como ocultismo, forças da natureza e libertação de limitações psicológicas, políticas e religiosas. O que vos levou a escolher essas temáticas como base para as suas composições?

AbandaFohattfoiformadanacidadede Curitiba,noestadodoParaná-Brasil,em janeirode2021.Praticamentetodosnósnos conhecemosdesdeoiníciodosanos90,onde tocávamosjuntosemalgumasbandase projetosmusicaisdeDeatheBlackmetal. Destaforma,todooprocessoresultoude formamuitaespontânea. Comrelaçãoaostemas,émuitodoque acreditamosserocaminhoeestilodevida. Principalmenteumajornadainterior individual...

Quandoescrevoasletras,gostodeestar semprenomeiodafloresta,ondetenhoa minhacasa,emeinspironessaenergiaoculta, quenãovemdointelectohumano.Elafaz-me conectardeformamaisprofunda,trazendo emoçõesesentimentosparaamúsica.

Continuando a falar na vossa sonoridade, definida como doom metal atmosférico que combina guitarras pesadas e acústicas com teclados sombrios. Como é o processo criativo para alcançar esse equilíbrio entre melancolia e peso?

Olhageralmenteosguitarristas,quesãoo TonyeoEduardo,iniciamascomposiçõesnas guitarraseviolão.Apartirdessabase, começamostodosjuntosacolocarnossas ideiasesentimentos.Euachoqueéoque realmentefazadiferença,chegandoauma sonoridadecomessascaracterísticas.

Os Fohatt têm uma formação diversificada com vários instrumentos e vocalistas. Como é que a dinâmica entre os membros influencia o som e a identidade da banda?

É a partir dessa diversidade de pessoas, ideias, gostos musicais, que conseguimos avançar e criar a sonoridade que temos hoje.... acredito que é isso que faz toda a diferença e que gostamos muito.

Como foi o processo de produção e receção do vosso álbum “Reflections of Emptiness”, lançado tanto em CD quanto em vinil?

Essematerialfoimuitoimportanteparatodos nós,poiselefoilançadoumanoapósnosso primeiro“EP”,assim,deutempode aprimorarascomposições,materializando algoqueestavanasnossasmentes.Acapafoi realizadaporumartistasírioeasfotose encartesforamfeitasporumamigoedonodo seloMetalArmy,quenoslançoutambém. Arecepçãodocdfoiótima,ficamos impressionados.Ovinilfoilançadono passadodia20deDezembrode2024efoi prensadoemPortugal,naempresaGrama.E jáconstanocatálogodevendaemalguns locaisdePortugal,comoporexemploa Carbono,GroovieRecords,naLisbon RecordsShops.Estamosansiososparaver comotudovaicorrer.

Neste ano que agora se inicia irão participar no projeto “Ao Fechar os Olhos”, musicando poemas de Ronaldo, ex-M26. Qual a importância de integrar poesia e música neste projeto, e como estão a abordar essa colaboração?

Uma honra enorme compor o som com base nessa poesia feita pelo Ronaldo, ele é uma pessoa muito criativa e apaixonado pela música, participando no cenário underground há muito tempo. ..Achamos muito interessante essa integração pois arte é ilimitada, tem muitas dimensões…e isso traz muita aprendizagem. O trabalho será lançado numa coletânea com sete bandas, cada uma com uma poesia.

Já ideias para o sucessor de “Reflections of Emptiness”?

O vinil foi lançado no passado dia 20 de Dezembro de 2024 e foi prensado em Portugal, na empresa Grama. E já consta no catálogo de venda em alguns locais de Portugal, como por exemplo a Carbono, Groovie Records, na Lisbon Records Shops.

Vocês participaram no tributo aos Saturnus com a faixa “A Poem (Written in Moonlight)”. Como foi a experiência de reinterpretar uma música de uma banda tão influente no vosso género?

Realmente foi algo desafiador e muito satisfatório. Gostamos muito deles, e assim fizemos uma versão com nossas características, incorporando o sentimento que eles colocaram na música original, e transmitir com a nossa roupagem a mensagem contida nela. O resultado ficou ótimo, tivemos excelentes comentários pelo trabalho.

Sim! Já temos três composições em andamento.... esperamos que daqui a um ano possamos ter um novo álbum pronto para lançar.

Com o crescimento da banda e outros projetos em andamento, o que esperam alcançar nos próximos tempos no cenário do doom metal brasileiro e internacional?

Como somos uma banda underground, o recurso financeiro para sobrevivermos vem dos nossos trabalhos e não da música. Assim ficamos livres para criar algo que realmente gostamos de fazer, sem pressão alguma...e o que realmente esperamos alcançar é que as pessoas gostem do nosso som, das mensagens que estão contidas nele. Outro ponto é contribuir para a união da cena underground nacional e internacional, sempre agradecemos a todos que dão o suporte para que ela continue existindo, e agradecendo especialmente a ti Miguel e a toda a equipa da Headbangers pela oportunidade. Parabéns pelo vosso trabalho!!!

Por: Miguel Correia

HAGALAS

Em poucas palavras, Hagalas é uma banda de Death Metal melódico da Finlândia, formada em 2016 e conhecida por combinar temas Dark com instrumentais poderosos. Depois de lançar o Ep «Crimson Tide» em 2018, ganharam impulso e em 2021 com vários singles e Eps. O álbum de estreia, «Mentes Reae», lançado este ano, explora temas intensos como cultura dos média sociais, lutas da vida e traumas pessoais. Os membros incluem Kalle Korhonen (voz), Antti Huovila e JM Helenius (guitarras), Ville Uimi (baixo) e Teemu Kankainen (bateria).

Quão interessante é para vocês o tema «saúde mental»?

Asaúde mental é um tema profundo para nós, não apenas pela sua relevância na sociedade, mas também pelo seu reflexo da luta e resiliência humanas. Através da nossa música, pretendemos transmitir as emoções que as pessoas podem achar difíceis de expressar ou processar. Temas de conflito interno, escuridão e perseverança ressoam em cada faixa, dando aos ouvintes uma saída para suas lutas.Amúsica pode ser um meio poderoso para explorar a saúde mental e esperamos que os ouvintes possam encontrar consolo ou força nas nossas músicas.

Fizeram algum tipo de estudo sobre essa matéria?

Embora nenhum de nós tenha formação formal em psicologia, baseamo-nos em experiências e observações pessoais para transmitir mensagens autênticas sobre saúde mental. Muitas de nossas letras abordam sentimentos de desespero, resiliência e questionamento existencial, muitas vezes inspirados em eventos da vida real e questões sociais. Esta abordagem traz uma autenticidade não filtrada à nossa música, pois queremos que cada música fale diretamente aos ouvintes que podem enfrentar batalhas semelhantes.

Hagalas não é um nome comum para uma banda de Death Metal. Qual o significado?

O nome “Hagalas” vem de “Hagalaz”, (mitologia e simbologia nórdicas) que simboliza destruição e renascimento. Queríamos um nome que capturasse a essência da transformação e que refletisse tanto o som quanto a mensagem da nossa música.As experiências mais desafiadoras da vida podem levar ao crescimento e à renovação, e essa dualidade é fundamental para nossas letras e som. O nome destaca-se das convenções típicas do Death Metal, simbolizando que estamos aqui para trilhar o nosso próprio caminho e trazer algo único ao género.

Musicalmente quais são as principais influências da banda?

Musicalmente, inspiramo-nos em ícones do Death Metal melódico como

Insomnium, In Flames e Children of Bodom. Estas bandas dominaram a arte de fundir agressividade com melodia, criando um poderoso impacto emocional, que nos esforçamos para «imitar». Cada influência traz aspectos diferentes ao nosso som, seja a profundidade lírica, a sensibilidade melódica ou a energia intensa. Essa mistura ajuda-nos a criar um som único, mantendo-nos fiéis às raízes do género.

O resultado da produção soa como vocês queriam?

Conseguir a produção certa foi essencial e estamos entusiasmados com o resultado.Aqualidade da produção reflete a força bruta e a atmosfera refinada que imaginamos. Trabalhando com uma mistura de métodos analógicos e digitais, nosso objetivo era captar o calor e a autenticidade do analógico com a precisão do digital. O resultado é um álbum envolvente e fiel ao nosso som, destacando cada instrumento e preservando o núcleo emocional da nossa música.

Apropósito, digital ou analógico?

Apreciamos a natureza tátil do analógico e a flexibilidade moderna do digital. Usando ambos permitiu-nos aumentar a profundidade e a dimensão da música, garantindo que cada faixa ressoasse com um som genuíno e orgânico. O analógico trouxe um nível de crueza que combina com nossos temas musicais, enquanto o processamento digital nos permitiu ajustar os detalhes, dando ao álbum uma qualidade polida, porém intensa, que é ao mesmo tempo vintage e moderna.

Expectativas para este álbum?

Esperamos criar um impacto douradouro, conectando-nos profundamente com nossa base de fãs actual e alcançando novos ouvintes que apreciam o Death Metal melódico com profundidade. Os temas são universais, mas também pessoais, e acreditamos que a música irá ressoar em qualquer pessoa que esteja enfrentando lutas internas. O nosso objetivo é que os ouvintes vivenciem o álbum como uma jornada, com cada música contribuindo para uma narrativa mais ampla sobre a vida, luta e perseverança.

Entre Ep’s e singles desde 2018, como

tem sido a reação da imprensa aos lançamentos anteriores?

Os nossos lançamentos anteriores receberam feedback positivo.Acrítica e a imprensa notaram a nossa evolução, reconhecendo a maturidade e profundidade que trazemos com cada Ep e single. Eles apreciam o nosso compromisso com os elementos centrais do Death Metal melódico, enquanto experimentam temas líricos e produção. O apoio da imprensa validou os nossos esforços, encorajando-nos a aprofundar este álbum de estreia.

E os fãs, como têm reagido?

Temos sorte de ter uma base de fãs leais e crescentes, especialmente na Finlândia.Ao longo dos anos, os nossos fãs têm-nos apoiado incrivelmente, participando nos shows, interagindo com os nossos lançamentos e ajudando a divulgar a nossa música. O nosso objectivo é continuar construindo essa conexão a cada novo projeto, sabendo que nossos fãs valorizam a autenticidade e a emoção da nossa música. O apoio deles leva-nos a continuar ultrapassando os nossos limites.

Vocês vão fazer alguma tour para promover esse álbum?

Com certeza! Mal podemos esperar para fazer uma tour e tocar o novo disco ao vivo.Acreditamos que os temas e a intensidade do álbum se traduzem melhor no palco, onde nos podemos conectar diretamente com os fãs.A energia das apresentações ao vivo traz uma nova dimensão à música e estamos entusiasmados em criar experiências memoráveis com o nosso público.A tour é uma parte crucial para dar vida a este álbum, e estamos prontos para visitar o maior número de locais possível.

SOCIAL MURDER

Num mundo cada vez mais dominado pela indústria musical, os Social Murder destacam-se por sua independência artística. Com um processo de gravação totalmente DIY e um som autêntico, a banda demonstra a força do underground.

Nesta entrevista, conversamos com o guitarrista Marcelo Alves sobre a importância de ter controle sobre a própria carreira e os desafios de ser uma banda independente no Brasil.

Diretos de São Paulo, os Social Murder apresentam-se com uma proposta brutal e autêntica.

Como surgiu a ideia de formar a banda e qual foi o principal objetivo que vocês tinham em mente ao iniciar tudo isto?

Aideia surgiu devido ao seguinte contexto. Eu tinha umas músicas que

estavam, digamos, a sobrar na altura e que não se encaixavam na linha da antiga banda. Eu e Sérgio tivemos então a ideia de gravar essas músicas, no início era para ser só digital, ficar com as ideias gravadas, mas, apareceu o Robson para tocar bateria e fomos

lapidando os sons e decidimos tocar ao vivo e acabou tudo por acontecer naturalmente.

Agravação do vosso EPfoi feita de forma independente. Quais foram os principais desafios e benefícios dessa

abordagem DIY?

Sim a gravação foi feita de forma independente, eu como tenho um “home studio” já tinha adiantado a gravação das guitarras e baixos e gravamos a bateria no estúdio do Robson nosso baterista.As vantagens é que não existe qualquer pressão por estar horas no estúdio a gastar dinheiro com isso e de acabarmos tranquilamente por fazer as coisas mais à nossa imagem, sem um produtor que quisesse fazer as coisas à maneira dele.Assim, reservamos algum investimento para o próximo material.

Como foi recebido o vosso primeiro trabalho?

Não podia ter sido melhor.Arecepção foi e ainda está a ser sensacional, as pessoas estão a gostar imenso, um feedback muito, mas muito positivo e com isso estamos vendendo bastante merchandising e conseguindo muitos e bons shows.

Mencionas na vossa sonoridade uma mescla de death metal cadenciado e

extremo. Que bandas ou estilos influenciaram diretamente o vosso som?

Sim, posso falar de nomes como os Citotoxyn,Aborted, Krisiun, Ulcerate, Origin, Deeds of Flesh. Sons com que nos identificamos desde sempre, muito técnico!

Entretanto, o baixistaAlexandre entra na banda. Como é que contribuiu para a dinâmica e a criatividade da banda?

Sim, oAlexandre trouxe uma força muito grande às músicas.As suas linhas de baixo e a sua visão musical foram de uma preponderância enorme naquilo que somos agora!

Como descreveriam a experiência do lançamento do cd físico e a estreia ao vivo no Lau Estúdios?

Foi surreal! Fui com a expectativa bem baixa, pois, eu estava há uns anos sem tocar ao vivo e com uma banda nova, mas, fomos e fizemos o dever de casa:

soundcheck e arrasamos!Afinal, estávamos a fazer aquilo que mais gostamos.Acabamos com o pessoal a chamar pelos Social Murder! Arrepiante!

Após o lançamento de “Slasher”, já estão a trabalhar em novas músicas. Há novas direções sonoras ou temáticas?

Sim, estamos a trabalhar em novo material. Neste momento temos 5 músicas feitas, mas, acredito, pelo planeamento, que até meio do ano iremos gravar.Atemática será a mesma de “Slasher". Posso adiantar que as coisas estão um pouco mais técnicas com riffs marcantes.

Depois disso, o que podemos esperar?

Bem, depois disso é o que todos querem. Mais shows de forma a divulgar o nome da banda e tentar expandir nacional internacionalmente. Vamos ver como corre!

DRAGSHOLM

São de New Jersey mas podiam ser da Noruega ou de um outro qualquer país do norte da Europa. Praticam Black Metal na sua vertente mais agressiva e têm em «Sorrow Hexen» um Ep de altíssimo calibre. Vlad Rituals, principal mentor de Dragsholm falou connosco sobre este trabalho.

Parabéns pelo Ep, antes de mais. Foi exatamente isso que planearam em termos de sonoridade?

Sim, o Ep saiu exatamente como pretendido. Passei algum tempo a tentar obter o melhor som para guitarras, bateria e baixo.As vozes demoraram mais tempo a serem gravados, pois gravamos as mesmas num armário.

New Jersey não é muito conhecida por ter uma cena Black Metal. Como encaram isso?

New Jersey não é conhecida pelo Black Metal, mas há definitivamente alguns nomes bons na área, como os Sanguinary Emperor. Tocamos com muitas bandas de Death Metal e, como na maioria das vezes somos a única banda de Black Metal, destacamo-nos um pouco mais.

Amaioria das vossas influências musicais vem da Europa. Como é que a imprensa europeia de Metal está a reagir à vossa música?

Temos todo o tipo de influências, desde Dissection, Judas Iscariot, Gorgoroth, Beherit, Siebenburgen e até algumas bandas de Death Metal como Deicide, MorbidAngel e Hate Eternal.Acena europeia, quer imprensa, quer sobretudo os fãs, parece gostarem mesmo de nós. Temos muitas reproduções no Spotify da Finlândia e da Polónia, entre muitos outros países.

E a imprensa dos EUA?

Aimprensa de Metal dos EUAtambém nos apoia muito. Recebemos avaliações de inúmeros sites e fanzines locais.

Sobre o novo Ep, existe alguma mensagem ou ideologia por detrás das letras?

As letras do novo Ep «Sorrow Hexen» não têm nenhuma mensagem real.As letras são todas baseadas em filmes de terror e literatura gótica.As letras são

dos filmesABruxa, Drácula de Bram Stoker, Vampira e Nosferatu.

Vamos falar sobre o trabalho de gravação, estúdio e processo de masterização?

O processo para este Ep foi simples. Gravei todos os instrumentos na minha cave. Comecei a banda como uma banda de um homem só.Apenas eu. Este Ep será o último lançamento comigo a tocar todos os instrumentos.

O que costuma vir primeiro, a letra ou a música?

Normalmente escrevo primeiro as músicas e depois as letras, mas isso varia. Depende da ocasião e da inspiração.

Concertos, festivais ou espectáculos promocionais na primeira metade de 2025?

Para 2025, temos um espetáculo no dia 20 de março em Flemington DIY, além disso, estamos a focar-nos principalmente na nossa estreia.

AEuropa pode fazer parte destas apresentações ao vivo?

Adoraríamos mais do que tudo fazer concertos na Europa, por isso, se alguém puder fazer isso, envie-nos um e-mail.

Como é que descrevem a vossa música a alguém que gosta de Black Metal, mas não conhece a vossa banda?

Diria que a nossa música é melódica e para os fãs de Dissection e Sacramentum.As nossas letras são baseadas em filmes de terror, gótico e literatura. Tão simples quanto isso...

Steven Medeiros Buried By Lava

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BURIAL OATH

Bem-vindos ao tenebroso mundo dos Burial Oath e ao seu Black Metal obscuro e ultra rápido, devidamente certificado pelas hordas do império mais negro do Metal. «The Cycles of Suffering» é o seu mais recente trabalho e dele fazem parte 7 temas.A banda formou-se em 2015 em Cleveland –Ohio e, desde então, tem proclamado o seu lado obscuro, com sucesso.A sonoridade de Burial Oath é tipicamente europeia, mais concretamente, ao estilo norueguês, de onde saíram alguns dos maiores nomes da cena Black Metal mundial. «The Cycles of Suffering» tem tudo para fazer parte da lista de melhores discos da especialidade. Não restam muitas dúvidas sobre essa matéria.

SVN - KING OF THE DEATMATCHES

Esta é, seguramente, uma das compilações mais pesadas de 2024.

«SVN - King Of The Deatmatches» reúne 23 bandas com 23 temas onde não há simplesmente lugar para rigorosamente nada que não seja pesado, ou melhor, brutal. São mais de 70 minutos de peso com destaque para o catálogo da independente norte-americana HPGD. Bred For Slaughter, Gore Machine, Corpsevore, Degrave, Lord Gore, Immortal Force ou Blood Freak são alguns dos pesospesados desta que é, uma compilação obrigatória.

ASCEND IN MISERY

«I Feel Fine» é o título do mais recente Ep dos norte-americanos Ascend in Misery.Abanda pratica Metalcore e tem nestes 7 temas, a sua novidade. Não se pode falar em inovação nem tão pouco em surpresa. Bem pelo contrário, temos um registo definitivamente arredado do que é suposto ser interessante, muito por culpa da indecisão do rumo musical. Ora rápido e conciso, ora em formato mid-tempo. No que respeita à produção, esta também podia ter sido um pouco melhor.

6.5/10

8/10 - HPGD Records AYDRA

AFFLICTA

Mais um colectivo italiano que surpreende pela positiva, através do seu Death Metal tecnicista, misturado com algum Deathcore e como há muito não se ouvia. «Origin of Sorrow» é a novidade lançada pelosAfflicta (disco de estreia) e é composta por 8 temas, 6 dos quais, considerados verdadeiros petardos. «Angel», «Godcide» e «Suffocation Death» são temas que fazem toda a diferença num qualquer disco que se preze. Destaque, ainda, para o trabalho de produção, também ele, digno de registo. Neste tipo de sonoridade, é importante que o som geral combine potência sonora com a divisão que cada instrumento projecta no master final. Isso foi conseguido. Ideal para os fãs mais old school de bandas comoAtheist, Cynic ou Pestilence... 8/10

7 KEYS

Foram 3 os singles que nos chegaram, virtualmente, às mãos, são eles: «Gates of Glory», «Æther» e «Voidwalkers». Trata-se de Heavy Metal Instrumental ao jeito orelhudo de guitarristas consagrados como Steve Vai, Eric Johnson ou Joe Satriani, embora com uma sonoridade ligeiramente mais pesada e consistente em termos de andamento musical. Os 7 Keys são um trio que mostra, com relativa mestria, como se cria instrumentais que conseguem cativar quem os ouve, em apenas uma audição.Afórmula até pode nem ser nova, mas continua a produzir efeitos positivos. O resto, passa pela imaginação de quem conduz as guitarras. Trabalho de Mestre!!!

8.5/10

HEAVY METAL RECORD STORE

IMMORTAL FORCE

FADED REMEMBRANCE

Feitas as contas, «Leave to Nowhere» é o sexto trabalho dos italianosAydrA, onde se incluem reedições e um disco ao vivo. Com a devida distância e merecida vénia, estes italianos aproximam-se aos norte-americanos Death de Chuck Schuldiner, um dos pilares da cena Death Metal mundial. Technical Death Metal de qualidade superior é a fórmula que a banda deAncona usa, para nos proporcionar, nos 10 temas de «Leave to Nowhere» um verdadeiro exercício de brutalidade e tecnicamente sublime. Não fossem alguns pormenores, relativos ao trabalho de produção (ou talvez quem sabe, de captação) e este registo pudesse ambicionar outro estatuto. Para já, deixa-nos satisfeitos...

8.5/10

BLOOD DRUID

Do Estado do Michigan chega-nos o Ep «Cannibalistic Tendencies» pertença dos Blood Druid, quarteto comprometido musicalmente com um Deathcore facilmente transformado em Doomcore, em algumas das sequências que compõem os 3 temas do Ep. Embora não se trate de algo de inovador, facto é que a linha musical segue os parâmetros que, tendencialmente, são usados nestes padrões, sem grandes compromissos ou preocupações em fazer soar bonito.Aqui a intenção é mesmo mostrar o quão suja pode ser esta sonoridade. Neste aspecto, os quatro rapazes oriundos da cidade de Grand Rapids, conseguem esse objectivo na perfeição. Sujo o quanto baste para agradar aos fãs da especialidade.

7/10

Oriundos do oeste do Canadá, os Immortal Force apregoam, através de «Mystic Seance Unrealities» o seu disco de estreia.Anovidade é composta por dez temas, sendo que, pelo meio, surgem duas covers; Napalm Death e Carcass. Este é mais um disco com um potencial incrível, embora soe um tanto nostálgico, com o som tipicamente usado entre finais dos anos oitenta e inícios de noventa. Para quem gosta de emoções fortes, tem aqui Death Metal servido da forma mais nua e crua, tal como os mestres nos ensinaram a tocar e a ouvir. No nosso caso, a ouvir… O quarteto canadiano aponta influencias de bandas como, Master, Nunslaughter, Pestilence, Demilich, Impetigo, Mortician ou Deicide. Querem uma combinação mais perfeita?

9/10 - HPGD Records

ALIAS NOONE

Mais um colectivo finlandês, desta vez praticante de um Death Metal melódico e extremamente contagiante. O disco chama-se «Weight of the World», tem nove faixas e foi lançado no passado mês de outubro. Normalmente, da Finlândia surgem bandas e discos interessantes e este não foge à regra.

Tem a particularidade de ter nos teclados a sua parte mais intensa mas também mais melódica, enquanto que as guitarras debitam o peso que se pretende e espera de um disco de Death Metal. Destaque também para as vozes, quer a principal (gutural) quer a mais melódica, que conferem um registo não muito diferente dos seus congéneres, mas ainda assim, especial. «Weight of the World» é dedicado aos fãs do metal nórdico, afinal, um dos mais importantes e reconhecidos do velho continente.

8.5/10 - Inverse Records

ONIOROSHI

Estranhamente intrigante mas, interessante o suficiente para nos manter curiosos do principio ao fim de cada uma das três malhas, ou melhor, das três verdadeiras epopeias de cerca de 20 minutos cada que compoêm o álbum «Shrine».Aqui e ali denotam-se sequências que ora podem lembrar os Rush,Amorphis ouAnathema. Os Onioroshi são um trio italiano que pratica Psychedelic Prog/Rock. Estão juntos desde 2018 e este é o seu segundo registo da carreira.A pergunta que fica é se vale ou não a pena investir 54:25 minutos do vosso tempo.Aresposta é SIM!!! Com todo o mérito...

9/10 - Bitume Prods

Faded Remembrance é um projecto a solo de TamasAlbert que tem em «DyingAge» o seu último longaduração. Musicalmente, é-nos apontada a fusão entre Dom/Death e o Gothic Metal, embora desta última vertente, não se descortine muita coisa.Aos primeiros segundos, descobrem-se sim, influências bem audíveis de My Dying Bride, Candlemass, Trouble ou Saint Vitus.Aliás, estes últimos parecem ser os mais parecidos, isto para quem desconhece o projecto em termos musicais. Outra semelhança, não menos interessante, dá-nos conta das muitas muitas vezes que Tamas Albert (voz e mentor único do projecto) soa a James Hetfield de Metallica. Semelhanças à parte, «DyingAge» acaba por ser um bom trabalho, onde a produção retro funciona, tendo em conta as influências do artista. Este é o disco ideal para quem ainda coleciona as chamadas «golden memories» de outros tempos.

8.5/10 - Bitume Prods

BOREAL GRAVE

Verdadeiramente devastador! «IAm Your Bane» é um Ep composto por seis temas, lançado recentemente pelos finlandeses Boreal Grave, um quinteto que pratica Deathcore de qualidade super elevada.Abanda existe desde 2023 e conta com alguns singles no mercado. De resto, têm conquistado público por toda a Europa, muito devido à sua sonoridade replecta de riffs e blastbeats verdadeiramente intensos. «IAm Your Bane» é um dos registos obrigatórios do ano que está prestes a terminar e que merece ser escutado.Acreditamos estar perante um colectivo que vai dar cartas a breve trecho.

9.5/10 - Inverse Records

24 THORNS

Os 24 Thorns são norte-americanos (Estado doArizona) e têm na fusão do Rock com o Metal a sua sonoridade. «Twisted Hours» é um trabalho composto por 5 temas que não comprometem mas também não adicionam nada de muito novo à sonoridade. Ideal para os fãs de Linkin Park na sua fase inicial, onde algum peso se mistura com partes mais calmas e, por isso, menos intensas.Adificuldade maior, reside no facto de tentar perceber qual o caminho que estes 24 Thorns pretendem seguir no futuro. Ficamos a aguardar, quanto mais não seja pelo potencial que a banda revela ter.

7.5/10

DEAD END FINLAND

Não foram um, mas três singles lançados em 2024, pelos Dead End Finland. «Adrenaline», «Innocent» e «Saint & Sinner» seguem o mesmo trilho sonoro, onde aqui também, o papel dos teclados ou se preferirem, da tecnologia ligada aos samples e à electrónica têm um papel preponderante na sonoridade final do quarteto. Diríamos, no geral, que são três singles onde a melodia orelhuda quase se transforma em Metal, não fosse o Gothic/Pop aqui presente, marcar fortes investidas. Os fãs de HIM e afins, vão certamente ficar satisfeitos com estas três pérolas vindas do norte da Europa.

8/10 - Inverse Records

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