Headbangers #4

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Editorial

Antes de mais, as nossas desculpas pelo atraso no lançamento da #4 edição desta nossa/vossa publicação de Heavy Metal. Este final de ano tem sido de muito trabalho, apresentação de projectos noutras áreas (pessoais) e o tempo não tem ajudado muito…

Os nossos sinceros agradecimentos a quem connosco colabora e faz com que as coisas aconteçam. Um agradecimento muito especial também às editoras que vão apostando na Headbangers Magazine Portugal, para divulgar os seus lançamentos. Por ultimo e, porque temos muito material em carteira, vai sair no dia 16 de dezembro, uma Headbangers Magazine Christmas Special Edition, com uma serie de trabalhos discográficos que merecem ser divulgados.

Rui Martins(Direcção e Produção) headbangers.mag@gmail.com

José F.Andrade e Miguel Correia (Produção e Conteúdos) Flávio Medeiros Martins/Line Design Lab (Design)

HEADBANGERS MAGAZINE

BLITZKRIEG

Com uma carreira que atravessa quatro décadas e uma influência que moldou o heavy metal como o conhecemos, os Blitzkrieg estão de volta, mais ferozes do que nunca. À beira de lançar o seu mais recente álbum, “Blitzkrieg”, em 2024, falamos com Brian Ross, o líder incansável da banda, sobre legado, perseverança e o futuro do Metal Clássico.

Olá, Ross, muito obrigado pela oportunidade desta entrevista.

Bem, quando dei por mim vejo na minha caixa de email, quando menos esperava, o link para um novo trabalho dos Blitzkrieg. Confesso que fiquei surpreendido e, ao mesmo tempo, muito feliz por sentir que vocês estavam de volta.

Depois de uma pausa, estão de volta com um novo álbum. O que motivou o regresso da banda?

Na verdade, nunca estivemos realmente “ausentes”. Começámos a compor antes

da chegada da Covid, e por causa disso, não conseguíamos juntar-nos para completar o álbum. Quando retomámos a composição, os ensaios e as gravações, estávamos totalmente atrasados. Também estive envolvido no álbum dos Satan. Tudo isso leva tempo, mas para o mundo exterior, parecia que tínhamos feito uma grande pausa.

Como é que a banda conseguiu manter a energia e ferocidade que a caracterizam desde a sua formação? Que elementos contribuíram para a banda se manter tão relevante após tantos anos?

Sempre que alguém sai da banda, o novo membro tem de estar consciente do legado e da tradição da banda.Ao mesmo tempo, trazem consigo novas ideias. Isso mantém a tradição e cria uma frescura que faz a banda avançar.

Naturalmente, há muitas diferenças entre “ATime Of Changes” de 1985 e este “Blitzkrieg”, mas em termos emocionais, quais são os sentimentos que têm presentes neste momento?

“ATime Of Changes” será sempre um álbum especial para nós e para os fãs. Mas ao longo da história da banda criámos alguns álbuns dos quais me orgulho muito. O novo álbum, “Blitzkrieg”, é, na minha opinião, o melhor álbum que já fizemos.

Como descreverias o som do novo álbum comparado com os trabalhos anteriores da banda?Acreditas que este álbum representa uma evolução no estilo dos Blitzkrieg?

Sim, é uma evolução.Ahistória tem provado, em muitos casos, que se algo se mantiver igual, morre.Aevolução é necessária para avançar para o futuro e continuar relevante. Mantemos o “grão” daquilo que fez a banda ser o que é, mas também estamos de olho no futuro. Quais as faixas do novo álbum que consideras mais importantes e porquê? Há alguma música que queiras destacar como favorita?

Ao longo da história da banda, a minha música favorita dos Blitzkrieg sempre foi “ATime Of Changes”.Agora, a minha canção favorita é, sem dúvida, “Aphrodite’s Kiss”. Cada música do novo álbum é importante à sua maneira. É uma viagem através da história e cada canção é importante para essa história. Como foi a experiência de trabalhar com o Nick Jennison como produtor?

Que qualidades trouxe ele para o álbum?

O trabalho de guitarra e vocal do Nick no álbum merece uma menção. O Nick e eu trabalhámos juntos na criação das músicas. Ele manteve-me a trabalhar arduamente nas performances vocais e o seu trabalho de produção foi exemplar. O resto da banda também deu as performances das suas vidas. Todos eles estiveram ao mais alto nível.

Uma lista de nove faixas com um épico encerramento com “On Olympus High -Aphrodite’s Kiss”. São brilhantes oito minutos… usando um cliché de Rob Halford… “continua e continua e os Blitzkrieg estão de volta”. São considerados uma influência crucial em bandas como os Metallica. Como vês este legado e como influenciou a carreira dos Blitzkrieg?

Claro que é uma honra ter sido uma influência para tantas outras bandas, mas a minha única prioridade real são os Blitzkrieg (e os Satan), manter ambas as bandas relevantes. Fico muito satisfeito por gostares de “Aphrodite’s Kiss”. Teria sido normal terminar o álbum com uma faixa rápida.Arriscámos ao terminar o álbum da forma como o fizemos, mas acho que compensou.

Quais são os planos da banda após o lançamento do novo álbum? Existem digressões, festivais ou novos projetos à vista?

Estamos a trabalhar para organizar digressões e, claro, queremos tocar em festivais. Os Blitzkrieg estão de volta e queremos prová-lo. O próximo projeto para nós é escrever um novo álbum. Queremos manter o “momentum”.

Que mensagem gostarias de deixar aos fãs que têm seguido a banda durante tantos anos e àqueles que agora estão a descobrir os Blitzkrieg?

Aos nossos fãs de longa data, gostaria de dizer muito obrigado por estarem connosco em cada passo do caminho. Vocês estiveram sempre lá por nós e a vossa lealdade é incrível.Aos novos fãs que estão agora a descobrir a banda, gostaria de dizer: bem-vindos à família. Apreciamos o vosso apoio. O Krieg saúda-vos.

Por: Miguel Correia

ROCK BRIGADE

Todo o Peso do Rock

Terá sido, porventura, uma das mais importantes e prestigiadas publicações brasileiras ligadas ao Heavy Metal. Falamos da revista Rock Brigade. O número da qual apresentamos a capa, data de agosto do já longínquo ano de 1990 e, na altura, vendia-se nos quiosques da cidade de Ponta Delgada e em todo o país.

Tendo como destaques, entrevistas a Napalm Death, Ian Gillan e Korsus, banda brasileira de Thrash Metal, destacam-se ainda artigos sobre as carreiras de Robert Plant, Rainbow, Nazareth e Scorpions. Há ainda um artigo fantástico sobre o aparecimento do Heavy Metal no Brasil.

Outra curiosidade, tem a ver com os anúncios sobre lojas de discos, de merchandise, programas de rádio, fanzines e noticias sobre entradas e saídas de músicos nas mais diversas bandas da altura, bem como de lançamentos discográficos.

Todavia, o mais saudosista parte da revista, chama-se “Banger Voice”, que é nada mais nada menos que uma página com algumas (muitas) dezenas de leitores a solicitar troca de correspondência com fãs de Heavy Metal. Sem dúvida, uma verdadeira pérola.. e recorde-se que na altura, não havia internet, pelo que essa troca de correspondência era efectuada pelo serviço de correios… Ainda que em formato online, a publicação mantém-se no activo, desconhecendo-se se a mesma terá versão em papel. Tentamos o contacto com a Rock Brigade, mas sem sucesso.

FUPA GODDESS

Depois de vários lançamentos em formato Ep, eis que surge finalmente o álbum estreia dos Fupa Goddess, colectivo norte-americano oriundo da Carolina do Norte. O trabalho é, especialmente dedicado à comunidade Noise/Gore, onde cada tema funciona como um «tiro à queima-roupa». Verdadeiramente brutal...

Quais são as expectativas da banda para «FuckYourFace»?

Espero, acima de tudo, que as pessoas gostem da brutalidade, mas também entendam o humor inerente. Colocamos muito trabalho neste lançamento, como tal, essa é a nossa principal expectativa.

Os vossos lançamentos em Ep, bem como em Split foram edições normais ou especiais limitadas?

Normalmente, apenas lançamentos normais, pelo menos, a maioria das edições digitais. Digamos que o normal, nos dias que correm, no quer diz respeito ao meio digital.

Qual foi o vosso lançamento anterior mais vendido?

Eu acredito que terão sido «Ass on Backwards» e «Body bBag Smoothie», os nossos lançamentos com melhor desempenho até agora.

Como têm sido desde 2019?

Inicialmente, funcionava apenas comigo e os «backing tracks» necessários para fazer uma actuação ao vivo. Mais tarde, juntei a actual formação e tem sido assim desde então. Como colectivo, a música torna-se mais coesa e mais forte. Todavia,

sempre que necessário posso fazer actuações apenas com «backing tracks», ou seja, apenas eu em palco.

Como está a cena Metal da Carolina do Norte, especialmente Noise/Gore?

O underground é muito forte aqui em Virgínia, ou seja, existem muitas bandas de diversos estilos musicais. Não há é muitas bandas a fazerem música extrema ou mais dura como a nossa. De resto, é a chamada cena normal...

Vocês ainda são influenciados musicalmente e liricamente por alguém ou algo?

Eu diria que, as principais formações que nos influenciam são; Fluids, Dying Fetus, Cemetery Rapist, Peelingflesh, Putrid Pile, Goremonger, Bananaslama e Shortbus Pileup.

Processo de gravação e trabalho de produção?

Nós geralmente fazemos tudo isso sozinhos, no nosso estúdio que fica em Papa Swamps SUV.

Próximos shows para divulgação do novo álbum?

Actuamos no passado dia 23 de novembro em Orlando, no Grumpys, com Cemetery Rapist e Menstrual Moonshine.

COLDWINTER

Formados em 2014, em São Paulo, os Coldwinter têm-se afirmado como uma força no cenário do Atmospheric Doom Black Metal, tecendo paisagens sonoras sombrias de melancolia e desolação. Com letras que evocam temas profundos como tristeza, dor, luto e a miséria da natureza humana, a banda é uma verdadeira ode ao sofrimento existencial. Após um início tumultuoso e marcados por contratempos no lançamento do seu álbum de estreia, “Cold Light of the Horizon Dawning”, a banda conseguiu, finalmente, lançar a obra em 2020, recebendo aclamação mundial.

Agora, com o segundo álbum a caminho, “ANew Beginning Forever”, e uma nova formação, os Coldwinter renascem das cinzas, prontos para mergulhar novamente nas profundezas da emoção humana. Nesta entrevista, conversamos comAlessandro, vocalista e Limac guitarrista da banda, sobre a sua trajetória, marcada por perdas, superação e a contínua exploração do lado mais sombrio da existência.

Alessandro:Antes de mais, obrigado Miguel pelo espaço na Headbangers Magazine. É uma enorme satisfação estarmos presentes nesta publicação. Estamos muito felizes por poder falar sobre os Coldwinter para todos os que

querem conhecer a banda, a nossa música e a nossa história…

Depois de “Cold Light of the Horizon Dawning”, surgem agora com um novo álbum, intitulado “ANew Beginning Forever”, que sugere um recomeço para a banda. Qual é o conceito por trás deste título e como se reflete nas letras e nas composições do álbum?

Limac: Em 2022, quando oAlessandro me convidou para integrar os Coldwinter, deixou claro que queria fazer uma reestruturação na banda, com novas composições e uma nova perspetiva para a sonoridade. Foi então que comecei a pensar em como seria essa reestruturação, tanto a nível vocal

como instrumental, procurando criar um som mais sombrio e arrastado, com melodias introspetivas e dando destaque a passagens de piano e guitarras melódicas. Queríamos que estas refletissem o conteúdo das letras e trouxessem ao ouvinte uma nova sensação. O álbum simboliza um novo começo na trajetória da banda. Não foi uma tarefa fácil, especialmente substituir o excelente músico que é o Eduardo, que se afastou na altura, e ao mesmo tempo conseguir impor a minha identidade sem perder a essência do que são os Coldwinter.Acredito que “ANew Beginning Forever” vai ser uma agradável surpresa…

Nas vossas letras anteriores, mencionaram uma variedade de influências emocionais e temáticas, como tristeza, melancolia e desespero. Que emoções e temas podemos esperar?

Alessandro: Bem, Miguel, o álbum “A New Beginning Forever” vai contar uma história muito pessoal, que reflete a perda do meu pai e do pai do nosso baterista, ambos guerreiros que lutaram até ao último dia. Este será um álbum com letras sobre tristeza, desgosto, angústia, perda, desespero e um luto eterno…

Este é o primeiro álbum da banda com a nova formação, incluindo a vocalista Jéssica Gartz e o guitarrista Limac. Como foi o processo criativo e de gravação com essa nova dinâmica?

Alessandro: O processo criativo foi muito divertido. O Limac trouxe novas influências musicais para o novo álbum. Ele que já conhecia bem o nosso trabalho desde o EP de 2016, trouxe novas ideias, incluindo algumas passagens de teclado mais sombrias…A Jéssica participa como vocalista de apoio em algumas músicas e em certos refrões. Vai ser um álbum muito interessante, mais próximo do Doom Metal/Progressive, algo assim…

Depois do sucesso do álbum anterior, como abordaram o processo de gravação e produção de “ANew Beginning Forever” com a Covil Records?

Alessandro: Meu amigo, o nosso primeiro álbum foi muito bem recebido pela imprensa especializada em Doom Metal, aparecendo em várias revistas e fanzines, como a Roadie Crew. Estamos a trabalhar arduamente nas gravações e produção do novo álbum, para que seja tão bem aceite como o primeiro. O Lukas, da Covil Records, está muito confiante, o que nos motiva ainda mais…

Abanda enfrentou vários desafios para lançar o álbum de estreia. Quais foram as principais aprendizagens dessa experiência e como influenciaram o lançamento do novo álbum?

Alessandro: O maior desafio e dificuldade da banda foi com uma editora chamada Vlad Basarab Records, que entrou em contato comigo para lançar o Full-lenght CD “Cold Light of The Horizon Dawning” em 2017 e, que nos pressionou bastante para o finalizar. O álbum que não estava pronto na data que combinada, mas nós demos tudo para o fechar e terminar as mixagens. Quando tudo estava pronto o dono da editora...bem, ele deu mil justificações, acabando por dizer que estavam falidos, o que nos deixou, apreensivos e até indignados. Foi aí que nós re-gravamos todas as músicas mudei várias coisas no CD e principalmente a capa do álbum e todas as artes, mudou-se tudo!

Esse álbum ficou arrumado na gaveta durante 3 anos e foi quando surgiu o convite deAnaites Records a par da Eclipsys Lunarys Productions, que o álbum foi lançado em 2020, com o lançamento de 500 cópias e uma edição de luxo com slipcase com duas capas diferentes e um póster. Isso para nós foi uma lição e uma nova experiência a ter em atenção para o futuro.

Como já referiste as opiniões sobre “Cold Light of the Horizon Dawning “ foram muito positivas. Elevadas expectativas para o novo disco?

Alessandro: Sim, sem dúvida, como já disse, “Cold Light of the Horizon Dawning” foi um álbum muito bem recebido pela mídia especializada, e eu estou muito confiante que o novo álbum consiga atingir a mesma meta.Até os dias de hoje esse álbum continua a ser um trabalho elogiado, esgotou rápido e foi relançado em K7 aqui no Brasil, eu espero que um dia possa ser lançado para todo o mundo.

D.A.D.

Este ano, a icónica banda dinamarquesa D.A.D. celebrou quatro décadas de carreira, um marco que se transformou numa exposição de museu. Contudo, longe de ser o fim de uma era, este aniversário representa um recomeço cheio de energia e criatividade. Com 40 novas canções escritas desde o lançamento do álbum “A Prayer for the Loud” em 2019, o quarteto selecionou 14 das melhores para o seu novo álbum duplo, “Speed of Darkness”, lançado no passado a 4 de outubro. Por entre passagens pelo nosso país, aproveitamos a oportunidade para conversar com o carismático Jesper Binzer, vocalista e guitarrista da banda, que expressa um entusiasmo contagiante em relação ao novo disco, descrevendo-o como o mais forte dos últimos lançamentos. Com uma nova necessidade de explorar histórias e sonoridades, os D-A-D estão prontos para levar os seus fãs, mais uma vez, a uma jornada musical inesquecível.

Bem-vindo, Jesper! 40Anos de histórias e de muito boa música celebrada com uma coletânea e com um novo trabalho. Parabéns, um obrigado muito pessoal por tudo que os D.A.D. já nos proporcionaram. “Speed of Darkness” é uma coleção de canções muito forte, resultante de um punhado grande de temas já existentes de 2019. Como foi o processo de seleção das 14 faixas entre as muitas que estavam escritas, e o que torna estas canções especiais?

Bem, Miguel, obrigado, em nome da banda e em meu nome pessoal. Respondendo à tua pergunta, é preciso manter uma mente aberta por muito tempo quando falamos de material mais, digamos, antigo. O que pensas ser um bom verso acaba por se tornar no refrão e o que achavas ser um riff um pouco engraçado torna-se na faixa de abertura do álbum. Por isso, nunca julgues demasiado rápido e nunca fiques demasiado tempo numa canção; muda-a ou termina-a só para veres o que não está a funcionar e altera as partes aborrecidas no final, as melhores canções destacam-se por si mesmas. No mundo dos D-A-D, o que frequentemente acontece é que as canções com uma contribuição igual de todos nós acabam por ser as mais fortes.

Num álbum que é descrito como tendo tanto “poder como finesse.” Como conseguiram equilibrar estes elementos no som e na produção?

É apenas uma forma inteligente de dizer que os riffs são enormes, mas o balanço está intacto.

Acabámos por confiar no processo e confiar que as canções eram boas, e isso deu-nos a confiança para tocá-las repetidamente, desfrutando de cada gravação, nunca com medo de as deixar evoluir.

Abanda tem trabalhado com o produtor Nick Foss desde 1988, que classificou este álbum como o mais forte em muito tempo. O que tornou esta colaboração com ele tão especial e bem-sucedida desta vez?

Sabes, todos nós estamos a envelhecer, a confiança é profunda, conhecemo-nos realmente bem. Damos-lhe o poder de escolher e ele tem a certeza de que o que entregamos é de qualidade.

Mencionaste que a cooperação foi fundamental para a criação deste álbum. Como é que o processo

colaborativo de composição e gravação evoluiu ao longo dos anos, especialmente para este lançamento?

No início, quando o Laust se juntou ao grupo, ele estava muito focado na ideia de não passar meses e meses na sala de ensaio, era categórico que deveríamos fazer mais trabalho de casa e passar menos tempo a discutir riffs e como os D-A-D têm trabalhado dessa forma há muito tempo, pensámos que talvez fosse ótimo experimentar uma abordagem diferente. Mas, com este álbum, finalmente recuámos para os velhos métodos, e estivemos a suar, a gritar e quase a sincronizar os nossos ciclos; precisávamos de sentir onde todos estavam no momento e todos os estados de espírito para fazer arte verdadeira.

Após 40 anos de carreira, o que redescobriste ou aprendeste com “Speed of Darkness”?

Descobrimos mais uma vez que, ao fazer arte, temos de estar imersos no caos até ao pescoço durante muito tempo, a sorrir e a acreditar que tudo vai resultar bem no final vais entrar em pânico, mas o resultado é muito melhor se conseguires manter a calma.

Dizes também que surgiu uma “nova necessidade” para a banda. O que significa esta nova necessidade?

Quando confias em ti mesmo, confias nas histórias que queres contar. Todos nós temos sempre grandes histórias para contar, leva tempo a encontrar as verdadeiras, mas quando elas estão lá é necessário contá-las.

Falaste sobre a energia renovada da banda e a excitação por este novo álbum. Como esperas que os fãs, tanto novos como antigos, respondam a “Speed of Darkness” ?

Amamos os nossos fãs, antigos e novos, mas estamos ainda mais apaixonados pelo diálogo com eles. Este é um novo som, com novas histórias, esperamos que os fãs consigam ver e sentir para onde estamos a ir.

Venham ver-nos ao vivo e descubram!!!

Por: Miguel Correia

FLOTSAM & JETSAM

No vasto universo do metal, onde a inovação e a tradição muitas vezes parecem caminhar em direções opostas, os lendários Flotsam & Jetsam emergem como um verdadeiro farol de resistência e qualidade. Com quase quatro décadas de trajetória, a banda de Thrash metal de Phoenix, Arizona, não só mantém a sua relevância, como também eleva a fasquia com o seu mais recente álbum. O 15.º trabalho de estúdio não é apenas uma continuação do legado deixado pelos seus notáveis predecessores, mas uma declaração audaciosa de que a banda está mais forte e criativa do que nunca. Com canções que prometem impressionar tanto os fãs de longa data quanto aqueles que estão apenas agora a descobrir o poder dos F&J, a conversa com AK oferece uma oportunidade imperdível para conhecer melhor as mentes criativas por trás do processo criativo deste promissor álbum.

Antes de mais, gostaria de agradecer pela oportunidade desta entrevista e congratularvos pelo vosso novo trabalho. Ousaria dizer que é o melhor entre os melhores do vosso catálogo! Com quase quatro décadas de carreira, como conseguem manter um som tão consistente enquanto evoluem musicalmente?

Bom, Miguel obrigado pelas tua palavras. É sempre muito bom para nós sentir esse reconhecimento. O som que temos agora é um resultado de anos de trabalho, onde experiências e diferentes direções musicais que explorámos ao longo das últimas quatro décadas foram, digamos, a base daquilo que construímos. Se começares pelo álbum mais recente e ouvires o material que temos mais lá para trás, consegues identificar as coisas que aprendemos ao longo do tempo. Cada banda deve crescer e experimentar com o seu som. Acho que é isso!

É o álbum com o alinhamento perfeito, uma vez que começa e termina em grande, já que “ANew Kind Of Hero” e “Black Wings” são duas faixas muito marcantes e pelo meio é difícil destacar algum tema, pois sinto-o sólido e equilibrado positivamente. Sentes que este álbum, apesar do que já me disseste, evolui em termos técnicos? Que elementos sonoros destacarias?

Mais uma vez obrigado...começo a não ter palavras, mas olha, isso é o resultado de anos de experiência. Penso que isso é o que eu destacaria. Tudo foi bem pensado. Escrevemos o que escrevemos, mas utilizamos o nosso conhecimento sobre o que não funciona para moldar as canções em algo especial. Não somos uma banda que escreve com um som ou direção particular em mente… ouvimos. Se a canção nos emociona, normalmente move-nos a todos na mesma direção.

Vocês mencionam alguma pressão para superar os dois trabalhos anteriores. Foi difícil fazer a escolha final da?

Aescolha final das músicas até foi fácil. Fomos apanhados pelo tempo.Aeditora estava-nos a pressionar para termos um disco pronto, mas nós tínhamos muito material alinhavado, direi tínhamos músicas suficientes, por isso estávamos praticamente prontos. Foi afinar tudo, gravar e enviar para a editora. Sentimos, honestamente, que tínhamos músicas fortes, isso deu-nos força e depois

também tínhamos em mente fechar todo o processo de forma a pensar em futuras digressões e concertos. Diria que estávamos alinhados, editora e nós, estávamos na mesma página.

Mas não deixa de ser algo difícil de gerir, tantos timings para cumprir. Esta pressão foi um obstáculo ou, pelo contrário, trouxe um foco positivo?

Vem sempre com um foco positivo, porque acaba por ser tão fácil estar no teu próprio estúdio em casa a escrever, ficas mais confortável. Se o Ken não me ligasse a dizer “Ei, devemos gravar algumas vozes esta noite? Estamos a tentar cumprir um prazo”, provavelmente ainda estaria em casa a escrever. Escrever canções com esta banda é uma das minhas três melhores coisas a fazer na vida.Apressão apenas nos informa quando estamos prontos.

Aprodução de um álbum é um fator crucial para o seu resultado. Jacob Hansen?

Desde que temos trabalhado com Jacob Hansen, sabemos como vai soar a mistura e o master. Isso facilita muito em dar ao Jacob o que ele precisa e os tons que sabemos que ele vai procurar. O trabalho de edição e de níveis que fazemos dá-lhe mais tempo para se concentrar na sua criatividade para a mistura. Estamos, como sempre, identificados com o trabalho dele e ele com aquilo que nós queremos.

Um calendário já muito preenchido, o que é sempre um grande sinal. Está previsto um regresso a Portugal, 8 anos após a vossa última visita?

Adoro Portugal. Gostaria de fazer uma digressão lá extensivamente. Por isso, teremos de ver o que acontece.

Aqui temos um lema
“Equipa que ganha não se mexe”

Como foi o processo de composição? Houve alguma alteração na dinâmica da banda?

Aqui temos um lema “Equipa que ganha não se mexe”, e naturalmente, não houve mudanças, porque nós sabemos definitivamente o que tem funcionado no que diz respeito a quem faz o quê, por isso não mexemos muito na fórmula.

Com isso aprendemos sempre que escrevemos uma canção ou gravamos um riff. Sempre olhámos para a gravação como uma oportunidade de aprender ou experimentar algo novo, e desta vez não foi diferente. Pretendemos usar o nosso conhecimento de composição e gravação a cada trabalho.

MERCIC

No panorama da criação musical, as composições são, normalmente, fruto de um momento, uma fase de vida, e neste caso “Mercic 11”, não foge a essa regra, pois é um álbum carregado de emoção e profundidade. Composto ao longo de três anos, tempos esses difíceis para Carlos Maldito, mentor e líder de Mercic, uma vez que viveu de perto no seu seio familiar o drama de combate contra o cancro, o álbum reflete a descida a uma realidade crua e implacável. É um retrato sonoro de dor, introspeção e resistência, onde cada música parece ecoar a incerteza e a luta pela sobrevivência emocional e física.

Neste disco, Mercic exploram territórios diferentes do habitual, tanto em termos líricos como sonoros, mergulhando numa escuridão que marca a obra mais experimental e sombria da banda até hoje. Em colaboração com músicos como César

Palma, Hugo Areias, Carlos Bixo e Sérgio Afonso, entre outros, “Mercic 11” é não só um testemunho artístico da adversidade, mas também uma catarse pessoal.

Nesta entrevista, Carlos Maldito abre o coração sobre o processo criativo por trás deste álbum tão pessoal, a sua experiência ao encarar as adversidades, e como a dor moldou uma nova fase na carreira dos Mercic.

Carlos, começo por agradecer o teu tempo para esta conversa e dado o caráter profundamente pessoal do álbum, como é que tudo isso moldou a sonoridade do mesmo?

Todo o processo foi registado sob uma pesada e sombria rotina de angústia e luta pela vida, este álbum é uma ferida aberta por isso não faria sentido polir muito as coisas, e a preferência foi para os takesmais sensíveis, emotivos e sincerose isso é certamente muito marcante neste trabalho, não há faz de contas, é um álbum mesmo muito sentido.Até agora todas as escolhas dependiam de mim, mas desta vez meti isso também nas mãos do Carlos Paiva (que misturou e masterizou) e o resultado é um molde que misturafragilidade, tristeza e revolta.

Como descreves a sonoridade única de Mercic? Quais são os elementos que mais se destacam na tua música e a diferenciam de outras bandas do género?

Desde o início do projeto que a regra é não haver regras, continuo fã de músicas mais calmas, mas também músicas mais extremas e guturais. E o que mais aprecio é que mesmo com todas estas misturas sonoras, há várias pessoas a identificar um cunho pessoal neste projeto desde o seu início. Para mim isso é o mais gratificante e talvez isso seja o fator de destaque de Mercic para outros projetos que seguem uma linha sonora mais tradicionalmente industrial.

Voltando ao disco, mencionas que "Mercic 11" é o álbum mais sombrio e experimental que que foi lançado até hoje por ti.Aque desafios te referes quando falas sobre as novas paisagens sonoras apresentadas e o que te inspirou nessas mudanças?

Este álbum começou a ser trabalhado em 2022, sob uma rotina familiar de idas e esperas em hospitais devido a problemas oncológicos. Nesta vida é hábito termos os nossos pilares e termos a ousadia de pensar que tudo é eterno e que havemos de perder os familiares num futuro muito distante e tudo segue o rumo perfeito até que um dia damos conta que até nós já estamos cotas e que as coisas não são para sempre, começamos a ver falhas e o que inspirou ao desabafo neste álbum foi isso mesmo. Com a exceção do tema “If Freedom is a Goal”... que é inspirado pela atualidade das guerras onde as pessoas morrem em direto enquanto as

famílias jantam a assistir indiferentes.

O álbum apresenta colaborações com diversos artistas. Como é que essas colaborações enriqueceram o processo criativo e contribuíram para o som final do álbum? Houve algum aspeto inesperado ou particularmente gratificante de trabalhar com esses músicos?

Em todos os registos de MERCIC há sempre convidados e todos eles deram roupagens espetaculares às músicas umas mais em termos de peso outras para caminhos que nunca tinha sequer imaginado. É muito gratificante para mim ficarem registadas essas colaborações e todas elas moldam os álbuns paraum resultado final muito enriquecido. Fiquei bastante agradado com o resultado neste álbum em concreto.

"Beat This Thing", foi o tema escolhido para apresentar, de certa forma, este teu novo trabalho. Pela primeira vez, se não estou em erro, surge acompanhado de um vídeo. Percebe-se perfeitamente a tua decisão para a escolha do tema, mas porquê, pela primeira vez a aposta num videoclipe? Formato para manter no futuro?

A“Beat This Thing” foi a música que começou o processo deste álbum, e a mensagem dela é tão forte e pessoal que tinha de ser demonstrada em vídeo, o que é uma novidade para Mercic. O trabalho do Ângelo de Sousa e da Lisa Pestana foi tremendo. E sim a ideia é manter no futuro, agora sinto perfeitamente que pela teimosia de não lançar vídeos no passado acabei por boicotar bastante o projeto.

Como surgem as ideias para a tua composição musical e quais são os instrumentos e tecnologias que utilizam para criar os seus sons experimentais? Há algum equipamento ou software em particular que considerem essenciais?

As ideias surgem bastante rapidamente, como se fosse um projeto já previamente feito e que se desenrola na minha cabeça.

Na questão de equipamentos continuo bastante básico, uso o Cubase, e depois conforme as músicas uso teclados, guitarra, baixo e um sintetizador, as vezes programo baterias, outras vezes gravo baterias reais e altero os sons, mas basicamente MERCIC resulta da manipulação de vários sons.

Como vês a cena do metal industrial em Portugal e no mundo? Quais são os desafios e as oportunidades para bandas como a Mercic nesse cenário?

Sou uma pessoa que deixou de acreditar em sonhos em matérias de música, falei bastante francamente com o Luke da nossa editora UNP, e “metemos” este álbum cá fora sem espectativas para além da tentativa de nos certificar que Mercic é um projeto válido e decente para os que o ousam descobrir ou acompanhar. Estou de espírito aberto, faço o que acho que me faz bem enquanto pessoa/músico e aceito os concertos que acho que reúnem crédito e que sejam uma mais-valia.As oportunidades vão existindo muitas vezes por amizades ou conhecimentos e eu não tenho pachorra para fazer parte desse peditório, estou desligado para ser sincero, é estranho demais o pouco público cativado pelo nosso underground ainda se dividir, uns porque vão ver bandas de tributo e são criticados por isso, outros porque vão a festivais grandes etc etc...os que se apregoam defensores da liberdade são os maiores ditadores atrás dum teclado, as redes sociais deram vozes aos mais estúpidos e o mais estúpido ainda é esses estúpidos terem seguidores que vão na onda do criticismo diário e desmedido. Vale tudo sem consequências...a ideia é focar nas boas pessoas que ainda lutam por criar e divulgar e puxar por “isto”.

Onde esperas chegar com “Mercic 11”?

Espero chegar a mais algum público e consolidar o que já acompanha o projeto há anos, Mercic fará uma década para o ano e estou a ponderar se valerá a pena continuar ou encerrar o caminho com uma box comemorativa dos 10 anos. Veremos como corre...

Por: Miguel Correia

WEB

Desde 1986, os Web ganharam destaque no underground nacional como uma banda que procurou sempre aquilo que denominavam como som sagrado. Com lançamentos icónicos nos anos 90 e um legado consolidado, a banda apresentou o seu quarto álbum, “Burden Of Destiny”. Este novo trabalho traz com ele uma sonoridade mais agressiva, explorando a vertente Thrash sem perder a essência Doom e Progressiva que os caracteriza. Nesta entrevista, Vítor Matos fala-nos de inspirações e de uma mensagem poderosa que desejam transmitir, num mundo repleto de injustiça e violência.

Victor, antes de mais um meu agradecimento pela tua disponibilidade, é sempre um gosto enorme falar contigo e do teu trabalho, neste caso falamos de um novo álbum dos Web, mais ou menos 3 anos depois de “Everything Ends”. Começo mesmo por aqui, porquê tanto tempo sem lançar um disco?

Na prática e dado, que o “Everything Ends” saiu em 2015, foram 3 anos de

concertos e em 2018 começamos a trabalhar em novos temas. Em 2019, os temas que ouvimos neste novo “Burden of Destiny”, já estavam quase prontos. Depois enfrentamos uma nova realidade (pandemia) o que alterou tudo o que tínhamos projetado. Paragens demasiado longas entre ensaios e sessões de estúdio, mudamos para formato digital para conseguirmos trabalhar à distância e rapidamente chegamos a 2023. Na reta final de produção, mix e master foi um

processo relativamente rápido. Em suma, sem dúvida que foi um processo mais demorado do que o desejável, mas dado as contingências resultantes da pandemia acabou por ter sido assim!

Sobre "Burden of Destiny", arrisco a dizer que é o álbum mais agressivo que vocês já lançaram. O que motivou essa mudança de direção e como vocês veem essa evolução dentro da discografia dos Web?

Sim, concordo, podemos considerar o “Burden Of Destiny” o mais agressivo em comparação com os lançamentos anteriores, mas a nosso ver, acaba por ter sido uma evolução natural. Gostaria de realçar o facto que também trouxemos mais melodia e esta combinação resultou numa sonoridade mais contemporânea sem fugir dos pergaminhos de Web.

Atemática da injustiça e violência é ponto central. Como vocês veem a importância da música como ferramenta para denunciar essas questões e qual a mensagem que querem transmitir?

Amúsica é “uma linguagem universal”! Não só ouvida como também sentida, por isso é sem dúvida um meio muito rápido e eficaz para se passar a mensagem que se quer transmitir. Pode ser usada para denunciar injustiças, mas também para incentivá-las, ou para outra coisa qualquer… No que nos diz respeito, inclinamo-nos mais para o lado de denunciar as injustiças e “maldades” da humanidade.

Vocês poderiam detalhar um pouco o processo de gravação e produção? Quais foram as maiores dificuldades encontradas e quais as ferramentas e técnicas utilizadas para alcançar o som que vocês desejavam?

Foi um processo claramente

influenciado pela pandemia.Aaposta acabou por ser muito no digital e no trabalho remoto o que nos desafiou quer na comunicação quer nos prazos. Este trabalho é desafiante em toda a linha pois levou-nos a executar dinâmicas novas. Numa entrevista dizia o Filipe em linguagem de guitarrista: este álbum é mais mão direita (ritmo) enquanto o anterior era mão esquerda!

Acapa de "Burden of Destiny" é bastante impactante. Poderiam explicar o conceito por trás desta e como foi a escolha da mesma?

Acapa e o foco temático do “Burden Of Destiny” a inspiração vem muito da vibe do Nando, aquando de uma visita aos campos de concentração deAuschwitz. Como se trata de acontecimento histórico brutalmente injusto, horrendo praticado pela humanidade é normal que a dinâmica da música também seja mais agressiva.

São quase 40 anos de carreira, muita coisa mudou na indústria, já falamos aqui também numa direção mais pesada do vosso som, tudo surgiu naturalmente ou houve influências de bandas novas que, de certa forma, alimentaram a criatividade no momento de compor?

Se por um lado muita coisa surgiu naturalmente, é natural e óbvio que também houve influências de bandas

novas, quando és um ávido consumidor de música, como é o caso de nós os 4, na altura da composição essas influências acabam por aparecer.

Com uma agenda bastante preenchida, tudo está a correr de acordo com as vossas expectativas?

Quais são os próximos passos para os Web?

Sim estamos totalmente satisfeitos com o feedback recebido. Temos ainda um caminho de promoção a fazer, mas o que nos chega é exatamente uma satisfação pelo resultado final de “Burden of Destiny”.Anível de concertos estamos numa toada mais criteriosa. Mas iremos sempre continuar a tocar.

Quais são os seus objetivos e sonhos para o futuro?

Para futuro só queremos continuar a sentir o prazer em tocar para continuarmos a trabalhar, depois a realização de sonhos vai acontecendo.

FÂCHÉ

A Horror Pain Gore Death Productions é um selo norte-americano especializado na edição de trabalhos com som (chamemos-lhe, poderoso) e com um catálogo deveras fiel ao underground. São editoras como esta, que mantêm acesa a chama dos fãs, que procuram alternativas ao Heavy Metal das multinacionais. Quanto aos Fâché, são canadianos e promovem o Grindcore, na sua fórmula mais suja e original.

Antes de falarmos sobre este disco, as vendas do vosso álbum anterior foram interessantes?

Em primeiro lugar, devo dizer que não tocamos ao vivo. Então nós vendemos as nossas coisas apenas na internet e para pessoas que conhecemos.As bandas vendem muito os seus produtos nos seus shows, então não podemos contar com isso. Para responder à tua pergunta, estamos felizes com as vendas considerando esse facto. Mas eu ainda tenho muitas cópias restantes no meu quarto. Então, todos, por favor peçam uma cópia! haha!A

maioria dos nossos Eps e Splits foram lançados em pequenas quantidades, então todas esgotaram muito rapidamente.

Assumem-se então como projecto de estúdio?

Exactamente! Fâché é um projeto de estúdio, para já. Talvez no futuro as coisas mudem mas, para nós tudo é perfeito assim, por enquanto. Esta é a razão pela qual lançámos tantos álbuns, Eps e Splits, desde que nos formámos. Temos um método de trabalho 100% focado apenas na criação. Eu tive muitas bandas no passado e estava um pouco

cansado dos ensaios e dos concertos. Agora com este projeto, tudo se baseia no lado “artístico”.

O que esperam alcançar com "Violent Au Volant"!?

Esperamos que as pessoas que já nos conhecem ouçam e gostem. É claro que esperamos chegar a novas pessoas que nunca ouviram falar de nós antes. Mas, para sermos honestos, fazemos a nossa

música só porque adoramos fazê-la e lançamos no fisico porque sou um grande colecionador e estou sempre entusiasmado para receber caixas do meu novo lançamento! Por isso, se interessar outras pessoas, perfeito! Se não? Ok, é isto, vamos fazer de qualquer maneira.

Cantar em francês tem sido a escolha certa?

Não tenho absolutamente nenhuma dúvida de que foi a escolha certa. O inglês para mim é a forma "fácil". Não tenho nada contra as bandas cantarem em inglês, mas como francês, foi uma escolha natural.Acho que nos ajuda a destacar da maioria das outras bandas. E estou muito feliz por divulgar a nossa (má!) língua francesa/ canadiana!

Letra/música, o que vem primeiro?

Para mim é uma pergunta muito fácil de responder: é tudo uma questão de música!Ainda não temos nenhuma letra!! Isto prova como nós não nos

preocupamos com isso... haha! Mas mesmo sem ter letra, a temática é muito importante para mim. Então a banda chama-se Fâché (que significa "zangado"), tudo é sobre raiva.A música, os samples, os títulos das músicas, as obras de arte etc. Quando tudo isto está bem feito, não precisa de letras (especialmente no Grindcore).

Como está a cena Metal do Quebeque e se são bem apoiados?

Temos uma cena de Metal muito gira e variada no Quebeque. Muitos concertos e poucos festivais interessantes. Muitas bandas fixes e músicos talentosos. Eu tenho muito orgulho em fazer parte dessa cena musical e é interessante saber que a nossa cena é conhecida e respeitada além mar. Viajo pelo mundo, todos os anos e sou sempre muito surpreendido ao ver como a cena «quebequense» e canadiana em geral é fortemente respeitada. Considero que somos muito bem apoiados pelos locais,

provavelmente pelo facto de cantarmos(haha!) em francês.

O vosso vídeo "ViolentAu Volant", tem cerca de 2.000 visualizações. Quão importante são as redes sociais para a banda?

Em 2024 não se pode fingir que ainda se está em 1992 e ignorar as redes sociais. Mas como disse antes, fazemos música para nós em primeiro lugar.As redes sociais dão algum contributo para espalhar o nosso nome e a nossa música. Têm fãs na Europa?

Comercializamos discos em países europeus como França,Alemanha, Ucrânia, Bélgica etc, Portanto, sim, temos fãs na Europa. Somos distribuídos pela Crypt do Dr. Gore de França que lançou alguns dos nossos trabalhos na sua editora. Nós também participamos em algumas compilações de tributo pela editora The HillsAre Dead em Portugal.

MÁRIO LINO FARIA

É conhecido como o «Patrão» do Heavy Metal feito nos Açores, uma sonoridade partilhada por uma imensa minoria que cresce ano-após-ano, muito devido ao trabalho desenvolvido pelo Museu do Heavy Metal Açoriano (M.H.M.A.), do qual Mário Lino Faria é responsável. Recentemente, foi celebrado o lançamento do volume #4 da compilação «Azores & Metal», um trabalho editado nos formatos CD e LP – o conhecido vinil.

Quatro lançamentos, o mesmo propósito - divulgar o Heavy Metal feito nas ilhas? Continua a haver argumentos para fazer discos?

No século do digital e para a nova «fornada» de mentes descuidadas e “do caminho mais fácil”, o CD é um objecto para pendurar no espelho do carro, como há dias ouvi um «aspirante a músico» dizer numa entrevista. Mas os verdadeiros amantes do som, não prescindem de sentir o peso da música nas mãos e consultar os encartes. Por isso afirmo, sim, um registo musical para ser durável e com longevidade tem que ser impresso magneticamente, quer em CD, cassete ou vinil.

Este #4 volume tem a particularidade de vir em CD e vinil. É a maior aposta de sempre, certo?

Sem duvida, esta foi a grande ousadia nesta nova edição do «Azores & Metal». Inovar é cativar e esta 4º edição tinha que ter algo novo e diferente.A historia do Heavy Metal nosAçores já conta com mais de anos de existência e por estranho que pareça, nunca tivemos um registo em vinil deste género musical (só me recordo de um 7 polegadas dos Resposta Simples da ilha Terceira), mas formato 12 polegadas, LP não tenho conhecimento. Por isso achei que estava mais do que na hora de termos um longa duração em vinil. Infelizmente não foi um álbum a título individual, mas uma coletânea. Foi um investimento ousado, mas a «causa» justificava.

Até onde tem ido, no mapa, a música feita por aqui?

Uma das grandes mais valias destas compilações, tem sido reunir várias bandas e vários estilos, numa espécie de cartão de visita ou portfólio em formato físico (e digital também) por este mundo fora. Logicamente a maior rodagem dos sons dos nossos músicos é nas rádios e plataformas nacionais, mas tenho recebido feedback de Espanha, Alemanha, Bélgica, e países daAmérica central e sul, como México, Cuba , Brasil, Colômbia, etc. Prova disso é a participação nesta 4º edição de uma banda da Colômbia, um musico da ilha Terceira que está lá imigrado e que ao ter conhecimento da essência do «Azores & Metal» mostrou interesse em participar. Não esquecer a Indonésia, onde fiz fidelização com uma rádio que também costuma passar temas das edições anteriores.

Que feedback tens recebido das bandas presentes nas coletâneas?

Tem sido muito gratificante também ver

o interesse por parte das bandas em fazer parte de cada nova edição. Já são 4 edições e há bandas que fazem questão de repetir a sua presença. Por exemplo temos os Damage Device, Finding Sanity, TheAbsolute End, M1ke que estão presentes pela 3ª vez, o que prova interesse em ter os seus temas registados no CD. E claro, as bandas estreantes que vêem neste CD Vol #4 uma forma de se afirmarem e se apresentarem ao mundo, como os Rheuma, Carnification, Kevin Douglas eAemaerth.

Porventura alguma banda já chamou a atenção de alguma editora?

O mercado discográfico actualmente está muito saturado e muito competitivo e as editoras também são muito selectivas e difíceis de convencer. Uma editora para assinar com alguma banda, tem que ter a garantia que esta banda vai vender e justificar o investimento e para isso acontecer o grosso da faturação vem da rodagem de palcos e depois é que vem a pequena fatia dos discos. Sejamos realistas, as nossas bandas mal conseguem um palco aqui, quanto mais andar em viagem entre osAçores e o mundo para actuar. Por isso, há um longo «calvário» a percorrer neste sentido. Verdade seja dita, nos últimos quatro anos, a única banda que conseguiu lançar um registo foram os DarkAge of Ruin, mas através de uma parceria entre a label underground Selvajaria Records com o «apadrinhamento» do Museu Heavy MetalAçoriano.Acho que foi o melhor que se conseguiu por estas paragens.

O “calcanhar deAquiles” da cena Metal é ainda a falta de oportunidades dos artistas pisarem um palco, com as condições ditas normais para qualquer banda?

Não lhe considerava um «calcanhar de Aquiles» mas uma deficiência. Realmente já são quase cinco anos a batalhar e lutar para considerarem as bandas deste estilo, à mesma condição das demais bandas e géneros, mas ainda não caiu a ficha às entidades e organizações de eventos. Já conseguimos ver o Meo Monte Verde e as noites de verão de Ponta Delgada, darem uma «colher de chá» e acredito que foi uma aposta ganha, agora esperamos que as restantes organizações percebam que há espaço para todos. Felizmente existem já alguns espaços privados que acolhem esta comunidade e músicos e é apenas nestes, que esporadicamente se realizam noites do género.AVulcana Cervejaria na Ribeira Grande, é um desses espaços. Embora tenha o seu cartaz artístico muito próprio, não deixa de nos abrir as portas quando possível. De resto, são raras as oportunidades que estas bandas têm para

mostrar, ao vivo, o seu trabalho. Um regresso à escrita poderá acontecer em 2025?

Muito difícil isso acontecer. O meu tempo livre é muito reduzido e o M.H.M.A., a rádio e as actividades paralelas, não me dão margem de manobra para mais aventuras. Mas 2025 reserva uma nova surpresa para o panorama artístico regional e espero que a união de vários artistas consiga por em prática muitos dos sonhos que temos em mente… Estejam atentos a este nomeBasalto Cultural - e vamos ver ate onde o mesmo nos vais levar…

2025 reserva uma nova surpresa...

.Estejam atentos a este nome

Basalto Cultural

CHAINED TO THE DEAD

Oriundos de New Jersey, os Chained to the Dead estão de regresso à música com o Ep «Only Hunger Remains». Gravado nos estúdios «Backroom», com mistura e masterização de Kevin Antreassian (The Dillinger Escape Plan), o resultado final é deveras surpreendente. Death/Gore de elevado nível, é o que podem esperar destes norteamericanos.

Qual é a sensação de estar de volta à cena com este novo Ep?

É sempre incrível lançar nova música para o mundo. Estamos muito orgulhosos dos novos temas e de todo o conceito em torno deste novo Ep, que é apenas parte de uma trilogia de Eps, com o resto sendo lançado num futuro próximo. Embora este seja o nosso primeiro lançamento, desde o nosso álbum completo de 2019, «AGruesome Encounter» ainda temos estado muito activos, tocando ao vivo, além de lançarmos uma compilação abrangente de todo o nosso catálogo no ano passado, intitulada «Discography of Debauchery», também pela HPGD

Records, para servir de uma espécie de reintrodução à nossa música.

Principais diferenças entre o novo Ep e o anterior?

O material novo é mais violento, visceral e bombástico. Queríamos realmente capturar a energia do nosso som ao vivo e fazer com que isso se unisse a uma produção que realmente enfatizasse os nossos pontos fortes. Tudo é ainda maior desta vez. Tudo está aumentado e mais «in your face». E do meu aspecto pessoal, coloco samples em cada música. No passado preocupava-me com o exagero, mas dessa vez eu disse «f…..», eu adoro samples, e quero estejam por toda parte,

juntando todas as músicas, como uma maratona de filmes de terror.

Foi a primeira vez que vocês trabalharam com KevinAntreassian?

O Kevin foi a razão pela qual conseguimos deixar o nosso som do jeito que a banda sempre imaginou. Esta foi a primeira vez que os CTTD trabalharam com o Kevin, mas o nosso baterista Joe, já trabalhou com ele em uma banda anterior. O Joe ficou especificamente impressionado com o manejo da bateria do Kevin, quando este produziu a banda Gridlink e queria ter um pouco dessa magia para si mesmo. Além disso, todos nós fizemos shows com as primeiras bandas de Kevin em

vários projetos pré-CTTD. Ele é o melhor no ramo aqui em NJ e tivemos sorte de tê-lo envolvido.Além disso, ele é uma óptima pessoa.

Quais são as expectativas da banda para este lançamento?

Dominar o mundo, ser a atração principal do Wacken OpenAir ou abrir para os GWAR numa tour «cross country»… (risos)Agora a sério, só queremos ter o máximo de ouvidos possível para escutar a nossa música. Adoramos fazer isso e realmente acreditamos que produzimos algumas das músicas extremas mais originais e selvagens que existem. Então, nós só queremos ganhar mais fãs, fazer mais música, fazer bons shows e divulgar o nosso material por todo o mundo. E talvez co-liderar uma tour mundial com osAutopsy.

Vocês ainda são influenciados por alguma banda em geral?

Eu não diria influenciado, tanto quanto me sinto inspirado por outras bandas. Digo isso porque nos orgulhamos de não tentar soar como uma banda específica ou ficar presos a qualquer sub-género específico.Amúsica extrema está no nosso sangue, e a música que fazemos é uma regurgitação orgânica de todas as nossas experiências na vida e na arte que consumimos. Digo inspirado porque o nosso amor apaixonado por bandas como Carcass, GWAR, Pungent Stench, Obituary, Mayhem e Type O Negative, só para citar alguns, que nos inspiram a criar.Assim como os filmes e livros que amamos também. Quando experimentas

toda a arte incrível que o mundo tem a oferecer e não quer tentar ver que tipo de arte você mesmo pode criar, sabes?

Seja música, escrita, filmes, pintura, etc.

Porquê a versão de «Games of Humilliation» de Pungent Stench?

Foi inicialmente uma homenagem à música «And Only Hunger Remains» da minha banda favorita, Pungent Stench, do meu álbum favorito de todos os tempos, «Been Caught Butttering». Eu queria que cada disco da trilogia Ep tivesse o seu próprio tema, e esse tema estaria vinculado ao título do álbum e à arte da capa, que foi feita pelo incrível artista Mortuus de Espanha. Então eu praticamente fiz engenharia reversa nas letras das músicas e nos filmes a que elas fazem referência, já que escrevo as letras em estilo «ecfrástico», para serem inteiramente sobre temas de fome e consumo, às vezes de forma literal, às vezes metafórica.Além disso, sabíamos que faríamos uma cover de uma música de Pungent Stench no Ep, então o título ficou ainda mais perfeito.

New Jersey tem uma cena Metal forte, se comparada a outros estados. Concordas?

Claro que sim! New Jersey tem uma história rica quando se trata de música pesada e nós amamos isso aqui e adoramos fazer parte da cena que temos. Cada um de nós faz parte disso de forma singular, desde que éramos todos adolescentes. Sempre há novas bandas boas a formarem-se, além de rostos antigos que continuam a apoiar bandas, criando músicas e promovendo shows.A

Covid definitivamente nos machucou um pouco, mas aqui em NJ, nós perseveramos em todos os tipos de adversidades e sobrevivemos. É uma coisa muito nossa...

Shows ou tour de divulgação a "Only Hunger Remains"?

Estamos sempre à procura de tocar e expandir a nossa base de fãs, mas no momento ainda estamos escrevendo para completar esta trilogia de Eps, então não temos uma tour completa planeada. Estamos sempre tentando expandir nossa base de fãs e conhecer novos lugares e conhecer pessoas novas e interessantes. Se houver algum promotor português ou europeu que nos queira ter num evento seu, avise-nos! Acho que nossos registos criminais estão limpos o suficiente para serem aprovados… (risos) Bem, talvez eu tenha que verificar o meu… (risos)

Planeiam gravar um vídeo?

Bem, isso é algo em que sempre quisemos nos envolver mais. Tivemos alguns ao longo dos anos e alguns shows ao vivo completos com várias câmeras lançados, mas nunca um vídeo tradicional de estilo clássico, tipo MorbidAngel «God of Emptiness», que poderia enfeitar um episódio de Beavis and Butthead. Ideias visuais, que devido ao tempo ou às circunstâncias nunca se concretizaram, mas este Ep será o início de uma representação mais visual para os fãs de CTTD experimentarem. Então, para realmente responder à tua pergunta, sim.

SULLY

Directamente de Nova Iorque, os Sully são uma super-banda, formada por Erik Burke (Sulaco, Brutal Truth, Nuclear Assault), Adam Frappolli (Psyopus), Alex Perez e Ed Jusko. A banda surge aquando do Covid 19 e recentemente lançou a sua estreia em disco, com titulo homónimo. O resultado, está deveras brutal, como de resto era de esperar, de um colectivo especial.

Sully é um projecto paralelo ou uma banda com objetivos comuns?

Acabamos por ser uma banda, ainda que, com projectos paralelos pelo meio. Como sabes, acabamos de lançar um álbum através da HPGD e tem sido muito bom trabalhar com o Mike.

Vocês já tocaram esse álbum ao vivo?

Ah, sim! O nosso álbum tem apenas 24 minutos de duração, então definitivamente tocamos o álbum. Com alguma sorte,, será lançado em vinil no futuro, o que seria óptimo para todos nós...

O que torna Sully diferente das outras bandas e também especial?

Bem, o que nos torna diferente dos outros é difícil de responder, mas quando actuamos, somos sempre uma banda bem-disposta. Praticamos uma

sonoridade brutal mas fazemos isso de forma divertida.Aliás, nós fazemos música para nos divertir e divetrtir quem vem aos nossos concertos.

Como é que este álbum foi recebido não só pelos fãs, mas também pela media da especialidade?

Acabamos de receber uma boa crítica na revista Decibel . Tenho acompanhado essa publicação desde que ela começou, então isso é muito bom para nós. O álbum acabou de ser lançado e esperamos que mais criticas boas venham por aí.Acreditamos no nosso trabalho e acredito que as pessoas vão gostar, como nós gostamos.

Gravação, mixagem e masterização, feita por quem e onde?

O nosso amigo Brian Mason foi quem fez todo esse trabalho, na nossa «congestionada» sala de ensaios… (risos). O Brian é uma pessoa

espectacular.Acho, inclusive, que lhe pagamos em cerveja e bebidas energéticas monstruosas… (risos)

O underground de Nova Iorque apoia-vos?

Quer dizer, as pessoas que vêm para os shows parecem estar-se divertindo connosco. Gostamos de criar um clima de festa, como disse. Isso é o que nos interessa mais. Fazermos o que gostamos e divertir as pessoas com isso, faz parte do processo.

Planos para um futuro próximo?

O futuro próximo passa por escrever um novo disco. Depois, continuaremos a fazer shows.Afesta nunca acaba… (Risos) Há ainda a possibilidade de fazer uma pequena tour de uma semana no próximo ano. Por enquanto, vamos fazendo shows, como disse, praticamente todos os fins de semana.

GATES OPEN

É um dos projectos a seguir com muita atenção no futuro. Os finlandeses Gates Open são uma dupla que pratica Death Metal de elevada qualidade. Não o fazem de forma rápida e desenfreada. Fazem-no em formato, praticamente «midtempo» mas com peso suficiente para agradar os fãs do movimento.

Em menos de um ano vocês lançaram dois discos. Como se explica isso?

O nosso álbum de estreia, «VoiceAfter Silence», foi iniciado em 2022 e concluído em novembro de 2023. Nessa altura, tínhamos algumas músicas inacabadas que não entraram no álbum de estreia.Além disso, a maioria das músicas do Ep «Black Clouds Over The World» foram compostas e guardadas na gaveta. Faltavam apenas as letras, os arranjos e as gravações finais.As ideias e temas das letras foram desenvolvidos no final de 2023 e durante a primavera de 2024. Depois foi juntar as letras e os arranjos. Conseguimos compilar um belo conjunto de seis músicas e decidimos fazer um outro lançamento mais curto.

Dois músicos fizeram esse Ep, mas para o tocar ao vivo, poderão ser precisos mais… os shows fazem parte da vossa estratégia?

Anossa banda (ainda composta por duas pessoas) começou em 2022, quando nos conhecemos, por acaso, no festival de Metal Sauna OpenAir. O Jere pediu a Tommi para cantar algumas das suas novas músicas. Então decidimos formar os Gates Open, como uma dupla. Discutimos que seria óptimo ter uma programação «live» no futuro, para que pudéssemos apresentar ao vivo a banda. Até agora, a montagem de uma possível tour ao vivo tem sido adiada. O Tommi tem estado ocupado com a vida familiar e temos usado o nosso tempo livre para trabalhar nas músicas de Gates Open e promovê-las nas redes sociais, juntamente com a promoção feita pela Inverse Records. Com sorte, no futuro, tudo se encaixará e teremos uma programação ao vivo pronta para nos apresentar aos fãs. Mas, por enquanto, não será possível.

Fala-nos do vosso passado, enquanto músicos?

Antes de Gates Open, tínhamos uma banda de cinco membros chamada

Down Into Silence. Durante anos, ensaiávamos pelo menos uma vez por semana, às vezes mais. Também fizemos algumas apresentações ao vivo com Down Into Silence ao longo dos anos. O maior público para o qual tocamos foi de 200 pessoas, num evento onde fomos o último acto da noite. Gravamos algumas sessões de estúdio e fizemos várias gravações de ensaios.Apenas alguns deles foram publicados no YouTube. Down Into Silence finalmente terminou devido à falta de tempo e motivação entre os membros. Down Into Silence operou como uma banda de cinco membros por anos. Esses anos foram ótimos e ensinaram-nos muito. Sem eles, os Gates Open também não existiriam, pois foram eles que lançaram as bases para esta banda.Algumas de nossas músicas também vêm diretamente de ideias inacabadas da era Down Into Silence, que estavam apenas esperando pelos retoques finais.

O que esperam desse Ep?

Estamos muito felizes com a coleção de músicas deste Ep.As músicas complementam-se, assim como no nosso álbum de estreia, «VoiceAfter Silence». Esperamos uma boa recepção em todo o mundo e, até agora, a resposta tem sido muito positiva.

AFinlândia tem uma cena Metal muito forte. Sentem isso de que forma?

AFinlândia é um país de Metal, não há dúvida disso. Há muitos eventos em cena, e as oportunidades de atuação são certamente boas, desde que você se tenha conseguido destacar e receber atenção suficiente.

As redes sociais são importantes para vocês no que diz respeito ao processo de promoção?

Absolutamente importante.Através das redes sociais e dos seus canais, os Gates Open tem recebido a atenção que têm agora. Inicialmente através dos nossos próprios esforços, mas depois de ingressar na lista da Inverse Records, foi o resultado da promoção da Inverse junto com a nossa que nos fez chegar muito mais longe. Estamos muito felizes com a promoção da Inverse. Eles trabalham muito bem, sem dúvida.

Têm chegado a muitos países?

Em termos promocionais, praticamente chegamos a todo mundo onde interessa divulgar a nossa música. Os nossos temas são tocadas em diversas rádios e podcasts da internet ao redor do mundo, como disse. Isso deve-se em grande parte à Inverse Records. Se tivermos a oportunidade de nos apresentar ao vivo no futuro, os shows provavelmente serão focados na Finlândia, mas nunca diremos que não a outras oportunidades. Vamos ver o que o futuro nos reserva.

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