EDINO KRIEGER sonoridades plรกsticas
SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO – SESC Presidente do Conselho Nacional Antônio Oliveira Santos Diretor Geral Maron Emile Abi-Abib Diretor de Educação e Cultura Nivaldo da Costa Pereira
EXPOSIÇÃO EDINO KRIEGER SONORIDADES PLÁSTICAS Curadoria Lúcia Padilha Cardoso Produção Lúcia Padilha Cardoso Hassan Santos
Gerente de Cultura Márcia Costa Rodrigues
Elaboração de Conteúdo & Catálogo Lúcia Padilha Cardoso Hassan Santos
Equipe de Música Sylvia Letícia Guida, Gilberto Figueiredo e Thiago Sias
Projeto Gráfico Hassan Santos
Equipe de Artes Plásticas Caroline Souza, Leidiane Carvalho e Lúcia Mattos SESC PERNAMBUCO Presidente Josias Silva de Albuquerque Diretor Regional Antônio Inocêncio Lima
Artistas Convidados Joelson Gomes Ricardo Brazileiro Expografia Lúcia Padilha Cardoso Montagem Hassan Santos Rômulo Nascimento
Ouvidor Fernando Soares
Tratamento das Imagens Hassan Santos Raíssa Moraes (Retrographie Atelier de Imagem)
Diretor de Administração e Finanças Wladimir Paulino Vilela
MOSTRA SONORA BRASIL
Diretora de Educação e Cultura Teresa Cristina da Rosa Ferraz
Assistente de Produção Fernanda Pinheiro
Diretora de Atividades Sociais Sílvia Cavadinha Cândido dos Santos
Mediadores Rafael Cadena Eric dos Santos
Gerente de Cultura José Manoel Sobrinho Assessora de Comunicação Maíra Rosas Professoras II Sônia Guimarães Valkiria Dias Porto Estagiários Edelson Morais Morgana Brandão SESC SANTO AMARO Gerente Ricardo Melo Supervisora de Cultura Ailma Andrade Supervisora de Cultura Interina Íris Campos Professores Alexandro Sobreira Mary Ruth Estagiários Patrícia de Lima Philipe Moreira Diogo Lopes
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EDINO KRIEGER sonoridades plásticas
A exposição Edino Krieger – Sonoridades Plásticas apresenta obras que revelam as relações poéticas entre a música e as artes visuais. A mostra faz parte da programação do Sonora Brasil realizado pelo SESC Pernambuco, no Teatro Hermilo Borba Filho, em Recife. A partir de uma curadoria educativa, a exposição tem a intenção de fortalecer o Sonora Brasil no seu programa de formação de ouvintes e do público apreciador das artes. Composta por dois núcleos expositivos, a mostra traz trabalhos que estabelecem o diálogo entre esses dois universos artísticos: o som e a imagem. A vida e obra de Edino Krieger, compositor e criador das Bienais de Música Brasileira Contemporânea, compõe o primeiro núcleo da exposição. Olhar para a obra desse consagrado músico permite conhecer a história da produção musical brasileira e montar um painel sonoro das correntes estéticas que atuam no Brasil. No segundo núcleo expositivo, imagens de pinturas da história da arte revelam o som em três modos: o som dos instrumentos, o som da dança e o som da voz. Mais duas obras integram este núcleo: as esculturas sonoras “Infinitamente” de Joelson Gomes e a instalação “ILUminado” de Ricardo Brazileiro. Todas as obras mostram diálogos sonoro-visuais em diferentes linguagens da arte – pintura, escultura e tecnologias contemporâneas. Conhecer a exposição Edino Krieger – Sonoridades Plásticas é um convite para novas experiências perceptivas e cognitivas e para outro entendimento do som e da imagem como elementos estéticos na arte que, quando juntos, diluem as fronteiras entre a música e as artes visuais, criando infinitas composições.
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Edino Krieger
compositor, crítico e produtor musical Edino Krieger nasceu em 17 de março de 1928 na cidade de Brusque, Santa Catarina. Aos 7 anos, iniciou os estudos de violino com seu pai, Aldo Krieger. A partir dos 9 anos, realizou recitais de violino em diversas cidades e aos 15 anos foi para o Rio de Janeiro estudar no Conservatório Brasileiro de Música. Teve uma formação complementar nos Estados Unidos e em Londres. Sua carreira é coroada de prêmios, distinções e homenagens. Foi crítico musical nos jornais Tribuna da Imprensa e Jornal do Brasil produzindo aproximadamente 700 críticas de grande valor documental. Foi produtor m u s i c a l d o s C o n c u r s o s Corais do Jornal do Brasil, o Projeto Memória Musical Brasil eira (Prom e m u s ) , os Festivais de Música da Guanabara e as Bienais de Música Brasileira Contemporânea (BMBC).
Edino Krieger aos 9 anos de idade
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Edino Krieger aos 19 anos de idade
Vinicius de Moraes e Edino Krieger no Maracanãzinho para o IIº Festival Internacional da Canção Popular, em 1967
C o m o c o m p o s i t o r , s e u catálogo inclui obras para orquestra sinfônica e de câmara, oratórios, música de câmara, obras para coro e para vozes e instrumentos solistas, alem de partituras incidentais para teatro e cinema. Suas composições têm sido executadas com frequência no Brasil e no exterior. S u a o b r a a p a r e c e referenciada em diversos t e x t o s m u s i c o l ó g i c o s , verbetes de enciclopédias e dicionários de música. Em 1998, foi eleito presidente da Academia Brasileira de Música.
Edino Krieger e Carlos Scliar. Ao fundo quadro de Scliar pintado sobre partituras de Edino Krieger. 1996.
Detalhe da primeira composição de Edino Krieger. Orquestra Sinfônica Nacional sob a regência de Edino Krieger, na Rádio MEC, em 1962
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Bienal de Música Brasileira Contemporânea A Bienal de Música Brasileira Contemporânea é um festival realizado desde 1975, no Rio de Janeiro. Edino Krieger concebeu as Bienais e as implementou em parceria com a professora e empresária Myrian Dauelsberg — então diretora da Sala Cecília Meireles, onde aconteceram as três primeiras edições. A partir da quarta edição, as Bienais foram apoiadas pela Fundação Nacional de Artes - Funarte.
A Bienal ocorre sempre em anos ímpares no Rio de Janeiro e acolhe compositores de todas as tendências e gerações, abrindo espaço para talentos jovens e desconhecidos, e assegurando ainda espaço para os compositores já reconhecidos nacional e internacionalmente. O alcance de sua ação deu uma nova dimensão ao panorama da música brasileira. Em 2013, a Bienal de Música Brasileira Contemporânea chegou à sua 20ª edição.
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Sonora Brasil
formação de ouvintes musicais O Sonora Brasil – Formação de Ouvintes Musicais é um projeto temático que tem como objetivo desenvolver programações identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil. É um dos maiores projetos de circulação musical do país. A ação possibilita às populações o contato com a diversidade da música brasileira e contribui para o conjunto de ações desenvolvidas pelo SESC, visando à formação de plateia.
Em 2013-2014, na sua 16ª edição, o projeto apresenta os temas “Tambores e Batuques” e “Edino Krieger e as Bienais de Música Brasileira Contemporânea”, com a participação de grupos convidados. O Sonora Brasil tem a proposta de despertar no público novos hábitos de apreciação musical, promovendo apresentações de caráter essencialmente acústico, que valorizam a pureza do som e a qualidade das obras e de seus intérpretes.
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Sonoridades Plásticas Esta linha do tempo mostra alguns dos caminhos percorridos pela música e pelas artes visuais ao longo da história da humanidade. Com ela, você poderá viajar no tempo e perceber como se deu, e ainda se dá, o encontro encantado entre o som e a imagem.
Instrumentos musicais pré-históricos
Pré-História
40000 a.C. a 4000 a.C.
Egito: primeiras notas musicais
Antiguidade
4000 a.C a 500 d.C.
Idade Média 500 a 1500
Arte Medieval
Arte Rupeste
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Trovadores medievais
Arte Clássica Greco-Romana
Linha do Tempo da Música & das Artes Visuais Jazz
Música Clássica
Rock
Idade Moderna
Idade Contemporânea
1500 a 1900
Impressionismo
Música Eletrônica
1900 até os dias atuais
Cubismo
Arte Pop
Arte e Tecnologia 9
O Som dos Instrumentos Ao longo da história da arte, muitos artistas retrataram músicos com seus instrumentos, revelando um universo de personagens e sons que despertam a nossa sensibilidade e imaginação para “ouvir” aquela imagem. Cada instrumento musical emite um som diferente e pode ser classificado por sua natureza sonora – por exemplo, instrumento de som grave e de som agudo - ou por famílias, como os instrumentos de cordas, de sopro, de teclado e de percussão. Conhecer os instrumentos musicais é também um convite para adentrar nestas obras e escutar o som que se vê.
Amedeo Modigliani O Violoncelista, 1909 Óleo sobre tela
Caravaggio Os Músicos, 1585 Óleo sobre tela
Francisco Goya Pastor Tocando Flauta, 1787 Óleo sobre tela
Paul Cézanne Menina ao Piano, 1870 Óleo sobre tela
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Jean Baptist Debret Marimba,(Passeio de Domingo à Tarde) Aquarela
Edgar Degas A Óquestra da Ópera,1870 Óleo sobre tela
Édouard Manet Lição de Música, 1870 Óleo sobre tela
Pierre-August Renoir Retrato das Filhas de Catulle Mendes ao Piano, 1888 Óleo sobre tela
Você consegue imagimar o som destas imagens? Enerst Ludwig Kichner Violinista, 1937 Óleo sobre tela
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O Som da Dança Muitas pinturas da história da arte mostram a dança de épocas e estilos diversos, como a dança solo, dança em dupla, em grupo, danças folclóricas, de cerimônias cotidianas ou históricas. Estas obras sempre buscam representar os movimentos do corpo e o ritmo de uma pessoa, ou um grupo de pessoas, dançando. Mais do que isso, estas imagens também nos convidam a imaginar os sons que embalam os movimentos da cena.
Quais som você imagina para os movimentos e expressões dos personagens?
Albert Eckhout Dança dos Tapuias, 1641-1644 Óleo sobre tela
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Henri Rousseau O Centenário da Independência,1892 Óleo sobre tela
Johann Moritz Rugendas Jogar Capoeira ou Dança da Guerra, 1835 Litografia
Ernst Ludwig Kircher Dança, 1912 Óleo sobre tela
Edgar Degas Bailarina Verde, 1879 Pastel e guache sobre tela
Henri De Toulouse-Lautrec A Dança no Moulin Rouge, 1890 Óleo sobre tela
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O Som da Voz A voz como instrumento para criar música está representada em pinturas de grandes artistas da história da arte. São cantadores, coros, cantoras de ópera, entre tantas outras personalidades do universo musical. Nestas imagens, os artistas retratam os personagens usando a voz aliado a gestos do corpo que provocam nossa imaginação para escutar o que está sendo cantado nas cenas.
Almeida Junior O Violeiro, 1899 Óleo sobre tela
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Lorenzo Costa Concerto, 1490 Óleo sobre tela
Você consegue imaginar a música que eles estão cantando?
Caravaggio Os três músicos,1595 Óleo sobre tela
Degas Cantora do Café Concerto, 1878 Óleo sobre tela
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Infinitamente
Joelson Gomes A música e suas infinitas possibilidades para transformar estados de espíritos são a inspiração para a instalação sonora “Infinitamente” de Joelson Gomes. A obra tem como proposta uma experiência sonora a partir da interação do público com a instalação, composta por pássaros de cerâmica e caixas de músicas que podem ser manuseadas pelo espectador. Ao acionar as manivelas das esculturas-pássaros, os sons das músicas clássicas preenchem o espaço, provocando uma imersão sonora e convidando o público a ser coautor da obra “Infinitamente”. Joelson Gomes (PE) – artista visual, começou a trabalhar nos anos 80 com desenho e pintura e realizou várias exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Nos anos 90, começou a trabalhar mais intensamente com cerâmica criando uma obra singular, onde objetos populares de barro, como pratos e moringas, são apropriados pelo artista em seu trabalho. Suas obras ganham desenhos feitos com pigmentos naturais, perdem a função original e viram arte. O artista atua também na área de cinema, teatro, performance, moda e vídeo.
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ILUminado
Ricardo Brazileiro A instalação sonora “ILUminado” reconhece gestos e movimentos e transforma-os em novas sonoridades e timbres, funcionando como uma interface e um ambiente de composição interativo. O público participa da obra ao tocar na pele de um tambor cheio de luz, uma adaptação do ilú – um instrumento de percussão de matriz africana. Especialmente montada para o compositor Edino Krieger, com samples e trechos sonoros de sua obra embarcados no tambor, é um convite para tocar parte da sua criação e vivenciar uma experiência simultânea com música, tecnologia livre e artes visuais. Ricardo Brazileiro (PE) - artista multimídia, mestre em Ciências da Computação pela UFPE, atua nas interseções entre arte e tecnologias contemporâneas. Desenvolve dispositivos embarcados, aparatos interativos visuais e sonoros e intervenções expandidas. É sócio-fundador da 3E, um laboratório de arte, tecnologias e subjetividades. Em 2005, iniciou sua trajetória artística por meio de diferentes coletivos de mídias digitais. Participou de festivais internacionais de arte e tecnologia.
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Para saber mais Livros Edino Krieger - Crítico Produtor Musical e Compositor - Volumes I e II Ermelinda Paz. Rio de Janeiro: SESC, Departamento Nacional, 2012 A História da Arte GOMBRICH, E. H. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Sites Academia Brasileira de Música - www.abmusica.org.br Sonora Brasil – SESC - www.sesc.com.br/portal/site/sonorabrasil Dicas de Filmes Fantasia (2000) – Walt Disney Allegro non troppo (1976) – Bruno Bozzetto
Você sabia? Música é conteúdo obrigatório na Educação Básica Desde 2012, todas as escolas devem incluir o ensino de Música em seus currículos. A Lei número 11.769, de 2008, obriga toda escola do Brasil a ter aulas de música ou incluir esse conteúdo nas aulas de artes dos ensinos infantil e fundamental. O objetivo não é aprender a tocar um instrumento ou a cantar, mas desenvolver a musicalização (ritmo, coordenação motora, audição, entre outros).
....................................................... Todas as pinturas da história da arte mostradas neste catálogo estão no domínio público do mundo todo. Suas reproduções foram cedidas pela “Coleção de reproduções compiladas pelo The Yorck Project” - Wikimedia Commons (commons.wikimedia.org) As demais imagens fazem parte da publicação oficial do projeto Sonora Brasil: “Edino Krieger e as Bienais de Música Brasileira Contemporânea: circuito 2013-2014” (Rio de Janeiro: Sesc, Departamento Nacional, 2013) e do livro “Edino Krieger - Crítico Produtor Musical e Compositor - Volumes I e II”, de Ermelinda Paz (Rio de Janeiro: SESC, Departamento Nacional, 2012). Suas reproduções foram cedidas pelo Sesc.
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EDINO KRIEGER sonoridades plรกsticas 16 a 28 de agosto 2014 Teatro Hermilo Borba Filho Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife Recife - PE